segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Do outro lado da linha o apoio, o acolhimento, a orientação. E isso salva vidas!


Linha de prevenção do suicídio bate recorde
L.M.C.

O Telefone da Amizade, uma linha de prevenção do suicídio, registou um número recorde de contactos em 2012. 

Há cada vez mais apelos de jovens por email e faltam voluntários para responder a tantos pedidos.

O "Jornal de Notícias" escreve hoje que "o número de contactos por email supera já as chamadas telefónicas. 

No ano passado, o Telefone da Amizade (TA) recebeu 786 emails, maioritariamente enviados por jovens e na faixa etária entre os 15 e os 20 anos de idade. 

Apelos telefónicos foram 514 - o número mais elevado desde 2008, de acordo com José Paulo Leal, vice-presidente da associação criada em 1981 para dar apoio emocional em situações de crise. 

Segundo o jornal, "a via telefónica é a mais usada por adultos (45 a 65 anos). Nos últimos anos, são as mulheres a protagonizar a maioria dos apelos por ambas as vias".

Segundo o jornal, "nas alturas festivas, em especial no Natal, aumentam as chamadas. "Por solidão efetiva ou por falta de relações significativas, aumenta a sensação de isolamento", explica o responsável que, numa noite de consoada já atendeu chamadas complexas. 

Metade dos contactos são de pessoas com intenção ou ideação suicida. Isto é, pensam em terminar com a vida, planearam a execução ou até já estão na posse dos meios necessários para a concretizar. Mais de 10% dos apelos são de elevado risco".

Fonte: http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=3608152&especial=Revistas%20de%20Imprensa&seccao=TV%20e%20MEDIA

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Um importante alerta para esta combinação: final de ano e jovens fragilizados

Na reportagem abaixo nós somos alertados, instruídos e orientados. Enfim, ela atende plenamente ao que se espera de uma boa matéria sobre o suicídio. Parabéns a Thais Borges!

Casos de suicídio aumentam entre jovens e também no final do ano

Todos os dias, pelo menos três pessoas tentam o suicídio na Bahia, segundo o Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio

Thais Borges (thais.mascarenhas@redebahia.com.br) 23/12/2013  

Não tem um dia em que a doméstica Josenice dos Santos, 45 anos, saia de casa tranquila para trabalhar. Ela é mãe de seis filhos, mas a preocupação é com o terceiro da família. Em oito meses, Fagner dos Santos, 19, já tentou se matar duas vezes – a última foi há duas semanas. 

“Na segunda-feira, ele almoçou e saiu de casa, sem avisar. Ninguém sabia onde estava. Fiquei louca, porque ele estava sozinho e podia fazer qualquer coisa”. Fagner apareceu três horas depois. Disse à mãe que fora à igreja, mas a angústia dela não diminuiu. 

Josenice não é a única preocupada com um filho como Fagner, nem ele é o único a viver o drama de querer tirar a própria vida. 

Todos os dias, pelo menos três pessoas tentam o suicídio na Bahia, segundo o Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio (Neps), do Centro Antiveneno da Bahia (Ciave). E a maioria das tentativas  parte dos jovens.

Além disso, na época de festas de fim de ano, esse número aumenta. Só em dezembro, as ligações recebidas pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), que atende pessoas com comportamento suicida, em Salvador, aumentam 40%.

Nos últimos 25 anos, o índice de suicídios cometidos por pessoas com idades entre 15 e 29 anos aumentou pelo menos 30% em todo o Brasil, segundo uma pesquisa do psiquiatra José Manoel Bertolote, professor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), autor de O Suicídio e Sua Prevenção. 

“Fizemos um estudo em São Paulo, com a análise dos atestados de óbito desse período. Entretanto, dados do Datasus (Banco de Dados do Sistema Único de Saúde) indicam a mesma tendência para o Brasil todo”, explicou.

Na Bahia, a tendência não é muito diferente. Só entre 2009 e 2011, houve um aumento de 14,1% dos suicídios naquela faixa etária: foram 113 em 2009, contra 129, em 2011, pelos dados do Datasus. 

Nos três anos, o total de jovens que se matou, 374, foi maior do que em qualquer outra faixa. Os suicídios dos jovens corresponderam a 30% de todos os casos: 1241. 

Risco 

“Na maioria dos casos, há uma combinação entre fatores predisponentes, como genética e transtornos mentais, com fatores precipitantes, como perdas afetivas. Mais de 95% dos adultos e 85% dos adolescentes que se suicidam tinham um transtorno psiquiátrico na ocasião. Isso constitui um dos fatores de risco”, afirma Bertolote.

No caso de Fagner, a mãe do adolescente acredita que as tentativas podem ter sido motivadas pela depressão, diagnosticada este ano. “Ele não era assim. Antes, ria, conversava, tinha amigos e namorada”, lembra Josenice. 

Quando criança, Fagner era espancado pelo pai com frequência. Aos 10 anos, chegou a fugir de casa –passou um mês em um estacionamento, na Avenida Paralela, até ser encontrado por uma tia.

Depois que voltou para casa, os pais se separaram e a vida se normalizou. “Não sei por que só veio aparecer agora, mas acho que foi muita pancada que ele levou na cabeça”, diz a mãe. Na primeira tentativa, Fagner foi flagrado por uma irmã quando tentava se enforcar com uma calça jeans. 

Josenice conseguiu socorrer o filho e ele começou o tratamento no Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) de Pernambués. Mas, da segunda tentativa de suicídio do filho, ela só ficou sabendo depois. 

O jovem foi à passarela da Estação Mussurunga, com intenção de se jogar. “Nesse dia, ele me pediu para comprar salgadinhos, para vender na estação, só que ele passou o dia inteiro lá”. Quando chegou em casa, estava quieto. Dois dias depois, no consultório da psicóloga que o atende no Caps, Fagner revelou os planos. “Ele ficou lá parado, encarando a rua, todo o tempo, querendo fazer. Mas, por algum motivo, voltou”, diz Josenice.

Fagner não fala sobre o assunto. Mas, mesmo que o tema da conversa seja outro, ele fala pouco. Hoje, antes de sair, Josenice esconde facas e até carregadores de celular. “Vivo com medo, porque não estou no coração dele”.

Segundo a psiquiatra Rosa Garcia, professora aposentada da Ufba, é improvável que as agressões do pai de Fagner tenham lhe deixado sequelas físicas. “O problema é que a criança fica impotente diante dos maus tratos e esse trauma pode refletir”. Ainda de acordo com ela, a maioria dos casos de suicídio ou tentativa tem vínculo com a depressão.

“Mas, entre os jovens, além dos que se deprimem, existem aqueles que agem por impulso. Se tiverem uma briga com os pais, agem como a pessoa que discute no trânsito e sai para tentar agredir. Não existe reflexão”, diz Rosa Garcia.

Por isso mesmo, para a psiquiatra e professora da Escola Bahiana de Medicina, Manuela Lima, o suicídio entre os jovens está ligado ao imediatismo. “O limiar da frustração fica muito baixo, porque o jovem tem pouco amadurecimento psíquico. Se alguma coisa não sai do jeito que quer, é o fim do mundo”.

Foi por impulso que o empresário Carlos*, 26 anos, decidiu acabar com a própria vida. Há quatro anos, ele tomou 120 comprimidos. Era um ano difícil: o pai tinha morrido, a mãe e a irmã estavam em depressão e o namorado com quem se casaria o traiu.

“Naquele momento, não pensei. Senti que não tinha mais como resolver a dor pelo meu pai, nem a situação com minha mãe, minha irmã e o ex. Foram minutos de loucura, sem medir consequências”. lembra ele, que diz sempre ter sido controlado.

Hoje, depois de fazer tratamento psicológico intensivo, ele está bem. O problema é ter que lidar com o medo de que a irmã, de 22 anos, consiga o suicídio. Em cinco anos, a jovem já tentou três vezes – duas com medicações. 
“Morro de medo, porque ela é explosiva e não aceita tratamento. Ela não consegue trabalhar, entrar na faculdade, nem aceita diálogo... Ela não aceita viver”, lamentou.

Expectativas 

Basicamente, para muitos jovens, o suicídio é uma forma de lidar com o sofrimento, segundo a psicóloga Soraya Carvalho, coordenadora do Neps. “As duas maiores causas são o desamparo e a incapacidade da pessoa atender às expectativas. À medida que falham, as pessoas se precipitam”.

O importante, para Soraya, é estar atento aos avisos. De acordo com o CVV, que trabalha com prevenção ao suicídio, oito entre cada dez pessoas que se matam fazem algum tipo de anúncio prévio. “Se não avisa diretamente, pode dizer nas entrelinhas, como em 'minha vida não vale nada’”.

Quando a família não consegue perceber os avisos, a morte parece ainda mais repentina. Até hoje, os parentes do marceneiro Lucas Campos, 30, não conseguiram se recuperar da perda de um sobrinho dele, há quatro anos. “Nunca notamos nenhum aviso. Não achamos carta, nada”. 

Rafael*, que nasceu em São Paulo, tinha vindo morar em Salvador aos 15 anos. Filho de pais separados, chegou à Bahia para viver com o pai e a madrasta – mas a convivência nunca foi boa. “Ele começou a ter problemas com drogas”, lembra Lucas. 
 
Quando completou 17 anos, a namorada de Rafael o encontrou já morto, depois que ele se enforcou na própria casa. Desde então, ninguém comenta o assunto na família. “Isso é uma coisa que afeta todos. Não é fácil, sabe?”, desabafa o tio. 

Mesmo com o abalo, para a psiquiatra Manuela Lima, é importante falar sobre o suicídio. “As pessoas acham que falar pode aguçar, mas é preciso se informar. Isso deve ser explorado por médicos, familiares, amigos, todos. Não é para ser uma coisa velada, porque o comportamento suicida só é previnido quando a gente sabe da existência dele", concluiu.

*Nomes fictícios

Por telefone, voluntários dão apoio emocional 24 horas por dia

Se, para muita gente, o mês de dezembro é sinônimo de alegria, com Natal e Reveillon, para quem está deprimido, pode ser ainda mais angustiante. Nessa época, o número de ligações recebidas pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), em Salvador, aumenta 40%. 

Os números são 141 ou 3322- 4111 Na sede da entidade, que tem um programa de prevenção ao suicídio, 21 voluntários se revezam por 24 horas para atender que precisa de apoio emocional. 

Segundo a coordenadora de divulgação do CVV, Josiana Rocha, a entidade recebe, em média, 50 ligações por dia. Mas, no mês de dezembro, as chamadas diárias chegam a 70. “Nesse período, as pessoas que não entram no clima de confraternização se sentem solitárias”. 

Quem ligar pode falar do que quiser e ter certeza de que o sigilo estará garantido. “Quando a pessoa liga, a gente percebe que ainda há uma esperança, que ela pode sair do sofrimento. A prevenção do suicídio acontece quando você tenta compreender a pessoa”. 

Quando a demanda cresce, o CVV enfrenta dificuldades. “Temos duas linhas telefônicas, mas, com nosso quadro de voluntários, só uma está sendo utilizada. O ideal seria que as duas funcionassem”, explica Josiana. 

Para  as duas linhas estarem ativas, ela diz que seriam necessários 84 voluntários – cada um trabalhando cinco horas por semana. Atualmente, mais da metade dos voluntários faz duas jornadas. Para ser um voluntário, basta ter 18 anos ou mais. Depois de inscrito, o interessado vai participar de um treinamento de três meses. 

Apesar de os atendimentos por telefone serem o forte da entidade, quem quiser conversar com um voluntário da entidade pessoalmente pode se dirigir ao posto da ONG em Salvador, que fica na Rua Bângala, em Nazaré, diariamente, das 8h às 18h. Também é possível ter atendimento online, no site www.cvv.org.br, com voluntários de todo o Brasil.

Fonte: http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/casos-de-suicidio-aumentam-entre-jovens-e-tambem-no-final-do-ano/?cHash=cc47c776668cfe5a51209fc35cc56312

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

básico, elementar, primário...

Nota preliminar: Cuidado de saúde primário é equivalente a "Atenção primária à saúde (APS)" ou "Atenção básica" (governo do Brasil)


A prevenção do suicídio nos cuidados de saúde primários
por Ana Cardoso

Os cuidados de saúde primários (CSP) devem ser capazes de oferecer uma resposta adequada às necessidades dos utentes [usuários]. Sabe-se atualmente que o número de suicídios em Portugal tem vindo a aumentar e, por esse motivo, é crucial que os profissionais dos CSP saibam diagnosticar, identificar e tratar (ou encaminhar) todas queixas relacionadas com este fenómeno.

Considera-se que uma resposta adequada passa pela própria sensibilização dos técnicos e, por esse motivo, é crucial dotar as equipas através de formações que visem o treino de competências e que possibilitem o desenvolvimento de abordagens específicas a nível da prevenção do suicídio nos CSP.

É de salientar que as perturbações depressivas ocupam um lugar de destaque, tendo sido a quarta causa mais importante para a explicação da carga global da doença. As previsões da OMS apontam ainda para que em 2030 a depressão se torne no fator de maior contribuição para a carga da doença nos países desenvolvidos.

A necessidade em intervir a nível formativo para com os técnicos de saúde que trabalhem nos CSP passo por (1) promover o desenvolvimento das competências dos técnicos, permitindo o aprofundamento de perícias a nível do tratamento, diagnóstico e avaliação das perturbações depressivas (PD); (2) sensibilizar para o impacto das PD nos CSP; (3) promover o envolvimento de técnicos dos CSP a nível do desenvolvimento de novas competências que visem prevenir o suicídio; (4) facilitar a aquisição de conhecimentos específicos a nível de programas de intervenção nos CSP e (5) fomentar a necessidade do trabalho em equipa multidisciplinar.

A possibilidade de oferecer aos técnicos formação específica nesta área deve ser considerada como prioritária uma vez que se considera que os profissionais de saúde ao estarem mais sensibilizados, mais atentos e mais informados para com este fenómeno, poderão vir a ter uma atitude preventiva, evitando assim com que o número de suicídios registados nos últimos anos no nosso País venha a aumentar.

Fonte: 

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

há sempre remédio...

Há sempre medicamentos novos surgiram e trazendo esperança de dias melhores para pacientes de toda ordem.

O medicamento citado, abaixo, é para os deprimidos, isto é, milhões de pessoas por todo o mundo.

Uma boa notícia, sem dúvida!


Novo anti-depressivo poderá fazer efeito em poucos dias
30 outubro 2013

Hoje os remédios disponíveis demoram semanas para começar a fazer efeito e atenuar os sintomas da depressão.

Mas pesquisadores norte-americanos descobriram um novo antidepressivo que poderá atuar em poucos dias.

"Observamos efeitos terapêuticos de ação rápida em várias tarefas comportamentais depois da administração de compostos que bloquearam os receptores de serotonina 2C", disse Mark Opal, estudante da Universidade de Chicago e principal autor do estudo.

"Só começamos a analisar as melhorias ao fim de cinco dias, mas é possível que elas tenham começado a registar-se mais cedo", acrescenta.

A descoberta

Os especialistas, da Universidade de Chicago, nos EUA, descobriram que bloquear, de forma seletiva, um subtipo de um receptor de serotonina - neurotransmissor que atua no cérebro e regula elementos como o sono e o humor - foi capaz de acelerar os efeitos dos antidepressivos em ratinhos, o que poderá trazer uma nova classe de remédios para tratar a depressão.

Quando este receptor é bloqueado, acreditam os especialistas, há maior libertação de dopamina em regiões do cérebro como o córtex pré-frontal.

"Um dos principais problemas associados ao tratamento da depressão é, neste momento, a demora que existe até que os efeitos terapêuticos comecem a fazer-se sentir. Portanto, tem havido uma grande necessidade de descobrir medicamentos de ação rápida", explica Stephanie Dulawa, coordenadora do estudo publicado nesta terça-feira na revista científica Molecular Psychiatry, em comunicado.

Atualmente, apenas dois remédios - a cetamina e a escopolamina - têm ação rápida contra os sintomas depressivos, mas, devido aos graves efeitos colaterais, nenhum deles é adequado para uso humano, alertam os cientistas.

Segundo Dulawa, esta realidade faz com que as terapias, normalmente prolongadas, possam ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, que, muitas vezes, passam meses e meses trocando de medicação sem conseguir progressos.

Depois de testes feitos em laboratório, os pesquisadores conseguiram bloquear seletivamente este receptor em ratos, e observaram uma redução significativa dos comportamentos depressivos em apenas cinco dias (em comparação com as duas semanas necessárias para que se verificasse com a medicação convencional).

Este é o primeiro mecanismo biológico capaz de aliviar os sintomas da depressão de forma rápida identificado desde a descoberta da cetamina e da escopolamina, representando, potencialmente, uma alternativa muito mais segura.

Com informações do Boas Notícias.

sábado, 12 de outubro de 2013

Projeto + Contigo, em Portugal, faz trabalho preventivo nas escolas


Falar de suicídio deixou de ser tabu nas escolas

O Projeto + Contigo arrancou no ano letivo de 2009/2010 em várias escolas de Coimbra para prevenir comportamentos suicidários em contexto escolar. O suicídio de uma aluna de 13 anos tinha abalado a comunidade da região. No ano letivo seguinte, a iniciativa abrangia 741 alunos do 7.º ao 12.º anos, de vários agrupamentos, nomeadamente em Anadia, Avanca, Alhadas, Secundária Bernardo Machado na Figueira da Foz, Mealhada, Gândara-Mar na Tocha, no Agrupamento Florbela Espanca em Esmoriz. No terreno estiveram 228 professores, 66 profissionais de saúde e 153 encarregados de educação, num projeto que resultou de uma parceria entre a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e a Administração Regional de Saúde do Centro. No final, registrou-se um aumento do bem-estar entre os jovens e uma melhoria dos casos de depressão.

O + Contigo continuará o seu percurso na Região Centro, mas já este ano arrancará formação no resto do país para que esta intervenção em contexto de sala de aula seja alargada a nível nacional no ano letivo de 2014/2015. A Direção-Geral de Saúde decidiu que o assunto deve merecer mais atenção nas escolas e inclui-o no Plano Nacional de Prevenção do Suicídio. O + Contigo surgiu para promover a saúde mental e bem-estar em jovens do 3.º ciclo e secundário, prevenir comportamentos autodestrutivos e o suicídio, combater o estigma da saúde mental e criar uma rede de atendimento nessa área. Um trabalho feito em três patamares de intervenção: formar técnicos de saúde dos centros próximos das escolas, formar professores e assistentes operacionais, formar e sensibilizar encarregados de educação.

José Carlos Santos, professor na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, acompanha o + Contigo desde a primeira hora. "O Projeto apareceu há cerca de quatro anos. De então para cá, tem aumentado o número de escolas e o número de alunos envolvidos." Os resultados merecem atenção. "A avaliação da intervenção tem demonstrado uma diminuição da sintomatologia depressiva, aumento do bem-estar, autoconceito e capacidade de resolução de problemas. Os efeitos são mais evidentes na sintomatologia depressiva e no bem-estar", refere.

O docente garante que o suicídio não é um tabu, mas que deve ser abordado com cuidado. "Promover a saúde mental nas escolas é uma prioridade", defende. "Podemos prevenir os comportamentos suicidários sem falar de suicídio se a intervenção visar fortalecer os efeitos protetores, nomeadamente o bem-estar, o autoconceito e a capacidade de resolução de problemas e, por outro lado, combater os fatores de risco, particularmente a depressão", acrescenta. Por isso, fala-se de suicídio nas escolas sem, porém, vulgarizar o tema. "A ideia de que falar de suicídio dá ideias é uma falsa crença", refere José Carlos Santos. A informação deve ser adaptada ao grupo que se tem à frente, tentando sempre perceber os motivos das perguntas e da curiosidade dos alunos.

Para Catarina Agante, psicóloga do Serviço de Psicologia e Orientação do Agrupamento de Escolas de Miragaia, o suicídio pode e deve ser abordado em contexto escolar, não só apenas junto dos alunos, mas também com os professores. "A tensão social atual em muito tem contribuído para que a preocupação com o suicídio seja abordada no contexto escolar, em que os adolescentes estão disponíveis para a aprendizagem e crescimento, mas simultaneamente se confrontam com os maiores desafios pessoais, isolamento social, confronto com projetos de vida sem expectativas de futuro", afirma. Importa, portanto, falar do tema. "Explorar a vivência da adolescência num sistema de diálogo, abertura, disponibilidade, respostas à tensão e frustração, têm-se revelado variáveis de diminuição do risco de suicídio na adolescência."

A realidade demonstra a tendência para uma maior incidência da forma tentada no género feminino e um maior número de atos consumados no género masculino. E as tentativas de suicídio são mais violentas na forma tentada do que na forma consumada. Cenários que não se podem ignorar. Catarina Agante diz que é preciso equacionar a forma como a escola "pode ser um contexto de suporte de rede de afetos, partilha e encontro". "A temática do suicídio apresenta-se como premente na sociedade atual, considerando a elevada taxa de suicídio que atinge de forma dramática os adolescentes." O + Contigo é, em seu entender, uma mais-valia. "É um projeto que importa estas questões para o contexto escolar, assumindo uma posição de preocupação e intervenção psicopedagógica junto de adolescentes vulneráveis e expostos à solidão e ao isolamento."

http://www.educare.pt/educare/Atualidade.Noticia.aspx?contentid=E84F5E85864B5E35E0400A0AB8003E6C&opsel=1&channelid=0

domingo, 6 de outubro de 2013

Suicídio mítico

Suicídio mítico: uma luz sobre a antiguidade clássica
Joana Guimarães

Constitui-se um corpus com os mitos greco-romanos em que existe intenção concretizada de alguém se suicidar. As fontes foram dicionários, enciclopédias e autores antigos. 

Constituiu-se um quadro classificativo, aplicado a cada entrada e na qual a lógica construtiva foi resultado de reflexão sobre como distinguir e caracterizar os motivos e os modos que levaram ao ato. 

Compararam-se sempre os resultados obtidos com o estudo de Anton van Hoof: From Autothanasia to Suicide

O corpus inventariado representa um número de suicídios muito superior ao anteriormente referenciado e a tipologia proposta é mais elaborada. 

As duzentas e trinta e uma entrada revelam que os mitos se constituem, sobretudo, por mitos epônimos e etiológicos, fundamentalmente ligados a rios, mas também a outras especificidades marítimas. 

Foi possível, igualmente, identificar padrões de comportamento feminino e masculino e perceber características culturais, sociais e fatos históricos das épocas em que os mitos se encontram inseridos.

Para acessar esta obra, clique aqui.

sábado, 5 de outubro de 2013

Se não tiver um tempinho extra NÃO LEIA!

Suicídio: sem justificativa

Eduardo Pinheiro (Padma Dorje)

A literatura sobre o suicídio é ampla e segue vários enfoques, do apoio ao doente mental até o apoio ao trauma familiar – por vezes passando por algumas considerações de cunho ético, filosófico e cultural.

Em nossa cultura cada vez mais secular, o suicídio é progressivamente menos julgado como uma questão moral, de ação e deliberação: torna-se o mero produto de uma doença. Isso com certeza tem o lado positivo de poder ajudar a família a encontrar algum tipo de consolo, já que, ao menos em grande parte, as questões de saúde estão fora de seu controle. Mas, por outro lado, não lida com os fortes impactos culturais desta ação.

Sem querer entrar muito a fundo em filosofia da mente e nas bases falhas do funcionalismo que permeia toda a ciência cognitiva e de saúde mental, é preciso deixar claro que a crença numa causalidade unidirecional (da fisiologia pro comportamento) não tem justificação ou evidência – se não em certos âmbitos muito restritos de estudo e com metodologias estabelecidas já com ela em mente.

Isto é, embora a causalidade que vai da fisiologia para nossa consciência seja o principal enfoque hoje, há evidências fortes de uma causalidade noutro sentido, por exemplo, neuroplasticidade. Uma visão em que a fisiologia determina quase totalmente nossas tendências habituais, chegando ao ponto de determinar nossas ideações, e, através desta, nossos comportamentos e ações particulares, não se sustenta.

Ainda assim, é a perspectiva usual da experiência científica que alcança grande penetração na visão usual das pessoas comuns.

Essa perspectiva se espelha na forma com que encaramos o suicídio. Ao nos depararmos com o suicídio de alguém, podemos até passar por alguns momentos de raiva, mas todos nós tendemos, e algumas vezes somos encorajados, a retirar totalmente a responsabilidade moral do suicida sobre seu ato – algumas pessoas chegam a achar a ação corajosa, ou tentam mesurar o grande sofrimento pelo qual passou antes de tomar tal ação extrema. Porém, parece existir uma grande incongruência ao não encararmos, por exemplo, um pedófilo com a mesma benevolência.

O exato mesmo tipo de justificativa fisiológica e psiquiátrica que temos para a depressão e para alguns suicídios temos hoje para o pedófilo perpetrador de certos abusos. Aqui temos uma escolha bem simples: ou exercemos a condenação moral para ambos, ou os consideramos igualmente como doentes que fizeram coisas desagradáveis, que, enfim, compreendemos, porque estavam além de suas forças.

Difícil, não é?

Creio que precisamos, necessariamente, escolher a opção da condenação moral. Isso não quer dizer que faltamos com respeito ao doente, ou deixamos de amá-lo. Isso apenas quer dizer que, socialmente, deixamos claro que ninguém é totalmente determinado a agir desta ou daquela forma, e que há ações que devem ser universalmente condenadas.

O suicídio depende de ideação, isto é, da pessoa considerar, vez após vez, sua própria morte como uma saída lícita para os problemas reais que a assolam. Um suicida constrói, por dizer assim, seu suicídio em conjunto com os outros hábitos mentais de sua doença, por exemplo, a depressão. Aqui é preciso reconhecer como razoavelmente óbvio que essa fisiologia é construída por essa habituação na mesma medida em que essa habituação é construída por fisiologia.

Escolher uma das duas coisas como determinante é fazer uma aposta metafísica – passar a agir por crença, e não por evidência.

Daí também que o suicídio possua um elemento cultural e ideológico. Sociedades onde o suicídio é visto como uma saída honrosa possuem níveis mais elevados de suicídio. É simplesmente mais fácil, num contexto desse tipo, idear, ao longo de toda doença, o ato derradeiro a ser tomado.

E não caiamos em relativismo moral: a ação dos samurais não precisa ser respeitada como ethos japonês na mesma medida em que os sacrifícios humanos dos maias ou as infibulações/circuncisões de algumas culturas africanas merecem nossa total e justificada reprovação. Não caiamos na falácia antropológica de que, porque é aceito em uma cultura naturalmente, não será imoral.

Ademais, há elementos filosóficos que podem ajudar nas ideações nefastas. O argumento libertário para o suicídio diz, por exemplo, que teríamos o direito e a liberdade de tirar a própria vida. No entanto, se a nossa vida é nossa no sentido de que podemos fazer o que quisermos com ela, exceto no que isso limite ou prejudique a liberdade de outro, precisamos certamente considerar que um futuro eu, e em certo sentido “um outro”, estará sendo privado de liberdades.

A pessoa pulou e, enquanto cai do décimo andar, mudou de ideia. Ela traiu a si mesma no futuro: quando ela queria deliberar o oposto, era tarde demais – imagine então depois de morta (mesmo num cenário de vida após a morte, todos parecem concordar que a deliberação não será muito ampla – num cenário sem vida após a morte, a deliberação é nenhuma).

Nesse sentido, se consideramos que nossa individualidade é mutável (com amplas evidências em primeira pessoa de que é), não temos direito de privar nenhum futuro eu possível do exato mesmo direito de escolha que temos hoje.

Matar a si próprio é, antes de mero assassinato, frustrar a liberdade de um alguém futuro que poderia vir a ser substancialmente diferente. É, portanto, um crime ainda maior do que simplesmente tirar a vida de outra pessoa: além de tirar uma vida é uma deliberação contra a própria capacidade de deliberação.

Por outro lado, a própria ideia de que somos donos de nós mesmos ao ponto de podermos tomar essa decisão é enganosa. Muitas pessoas investiram tempo e atenção para que hoje estejamos vivos e sejamos capazes de ler um texto como esse. Sem falar nos insetos que morrem na produção de nosso arroz, e os trabalhadores explorados que fazem nossas roupas.

Os sofrimentos, as intenções e boas motivações de todas essas pessoas estão por trás de/e sustentam tudo que somos hoje. Essa superestrutura toda então resolve se voltar contra si mesma, após um hábito embasado em algumas ideações totalitárias e arbitrárias sobre autodeterminação? Isso é exatamente como se a crista de uma onda tivesse direito sobre toda a massa de água que a leva no oceano.

É de uma frivolidade sem dúvida trágica: um indivíduo que trai seu futuro e tudo que o constitui em troca de uma crença numa possibilidade de alívio. É muita fé no lugar errado.

Porém, toda essa ingratidão e filosofia de botequim com certeza não são a causa do suicídio. São apenas fatores contribuintes, na raiz da ideação ou como uma das tantas justificativas desta.

Como disse antes, quando uma pessoa chega a tentar o suicídio, essas ideologias já não são o ponto central da ideação. Elas podem ter sido importantes quando a ideação se formou, mas no fim, a pessoa é levada pela energia de hábito e, como todos concordamos, até mesmo pela fisiologia. Nesse momento, argumentos não são mais úteis: os argumentos são úteis bem antes, em diálogo com a cultura e com as posições gerais das pessoas.

Quando as energias de hábito já se cristalizaram, algumas vezes já é tarde demais, ou ao menos a intervenção precisa ser sistêmica, mas bem antes talvez seja possível colocar algumas dúvidas em pessoas que futuramente podem passar por esses questionamentos.

Essa parte filosófica pode funcionar como uma vacina.

Obs: Essa é uma cartilha que o PapodeHomem recebeu sobre como tratar o assunto suicídio na imprensa. Vale muito a leitura.

Também pode ser útil depois do suicídio acontecer. O suicídio, no âmbito da cultura, é ele mesmo uma mensagem nefasta: se torna mais fácil quanto mais ocorre. Ele é contagioso. A pessoa que se mata manda uma mensagem de desistência para toda a sociedade. O suicida faz a propaganda da crença de que a morte é um fim para o sofrimento, ainda que não haja nenhuma prova disso.

Por um lado, sim, precisamos respeitar o sofrimento e a doença das pessoas; por outro lado, não podemos coadunar e colaborar com a base de suas ideações equivocadas. Precisamos ser capazes de condenar moralmente sem que isso se torne raiva ou falta de amor: isso é possível, qualquer moralidade que não seja baseada na noção de caráter permite isso.

As pessoas cometem erros; é só preciso entender claramente que são erros, e não apenas justificá-los.

Obs: esse texto foi escrito após repetidos pedidos, devido a considerações minhas feitas no Facebook, primeira e segunda, que resultaram em amplas discussões.

Fonte: http://papodehomem.com.br/suicidio-sem-justificativa/

Ah, os debates (no endereço acima) originados deste interessante texto é um capítulo à parte. Sugiro a visita e um tempo extra para a leitura.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Suicídio na mídia: possível e necessário

Especialista defende que falar sobre suicídio na mídia é possível e necessário
Benedito Teixeira

Como a mídia trata a temática do suicídio é uma questão polêmica. Da mesma forma que noticiar casos de pessoas que tiram a própria vida pode dar o que se chama de "respaldo social” para que outras repitam a prática, esse mesmo respaldo pode funcionar nos dois sentidos. "A mídia tem um papel importantíssimo para a prevenção do suicídio, pois ela pode também transmitir à pessoa que está numa situação parecida que há saída, há outras possibilidades. Pode mostrar questões a respeito do suicídio – e da sua prevenção – às quais a pessoa não teve acesso”.

Na semana em que se comemora o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, 10 de setembro, Vitor Duarte, presidente do Programa de Apoio à Vida (Pravida), projeto de extensão da Universidade Federal do Ceará (UFC), criado em 2004, em entrevista a Adital, defendeu que a abordagem do suicídio pela mídia, de forma correta e responsável não é apenas possível, mas necessária, pois é uma importante aliada na sua prevenção. Essa visão, segundo ele, também é compartilhada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), a Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (Iasp) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Duarte abordou ainda a questão do tabu religioso. Para ele, a religião é um dos fatores que podem prevenir o suicídio, já que por proibirem a prática, as religiões oferecem, de algum modo, um apoio emocional e espiritual. "No entanto, é necessário que também dentro das religiões o suicídio seja tratado como uma questão multidimensional e que serviços de tratamento/ acompanhamento em saúde mental são necessários para cuidar dessa pessoa que está em sofrimento”, afirma o especialista.

De acordo com a OMS, quase 1 milhão de pessoas morrem de suicídio por ano no mundo. No Brasil, entre 2000 e 2008, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Sistema Único de Saúde (SUS), mostrou que ocorreram 73.261 mortes por suicídio, o que corresponde a 22 mortes por dia. Ainda de acordo com a OMS, os homens cometem mais suicídio, enquanto que as mulheres tentam mais suicídio. Os grupos etários em maior risco são os idosos (acima de 65 anos) e as pessoas com idade entre 15 e 35 anos. Neste último caso, suicidar-se é uma das três maiores causas de morte nessa faixa etária.

Os principais fatores associados ao suicídio são os transtornos mentais, como as depressões unipolar e bipolar, história familiar de suicídio e outros transtornos psiquiátricos, tentativa anterior de suicídio, desemprego, estado marital solteiro, divorciado ou viúvo, doenças físicas debilitantes, terminais ou dolorosas, a Aids, luto na infância, entre outras.

Por se tratar de um problema de saúde pública, Duarte acredita que a prevenção em saúde coletiva é fundamental para reduzir o número de casos. Primeiro, tornando a população conhecedora do tem e as formas como se pode identificar risco iminente de tentativas de suicídio. Segundo, combatendo os fatores associados ao suicídio, como os transtornos psiquiátricos. E, terceiro, procurando serviços especializados de prevenção.

Há ainda medidas simples e concretas, como reforçar a segurança da estrutura de edifícios, pontes e locais altos com telas, barreiras de proteção; investir no desarmamento e numa maior fiscalização e controle da venda de fármacos, agrotóxicos, raticidas e substâncias que levam à intoxicação; outro modo também é fazer valer as leis que proíbem a combinação álcool e direção.

O Pravida, atualmente, é formado por um grupo de 17 alunos dos cursos de Medicina e Psicologia da UFC e de outras faculdades de Fortaleza, Ceará, juntamente a professores/orientadores e funcionários do serviço de saúde mental do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC). É oferecido à comunidade um serviço de acompanhamento terapêutico. No último dia 08 de setembro, o grupo realizou uma passeata pelas ruas da capital cearense com o objetivo de mobilizar a sociedade para importância de prevenção do suicídio.

Fonte: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=77575&langref=PT&cat=

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Por falar em saúde mental... Um novo entendimento nas igrejas protestantes norte-americanas

Líderes cristãos [norte-americanos] passam a falar de problemas emocionais de forma mais aberta

Por Luciano Portela | Repórter do The Christian Post

Depois do trágico suicídio do filho do pastor Rick Warren a Kay Warren, o assunto sobre as doenças psicológicas veio à tona. Uma pesquisa apontou que cerca de 50% dos cristãos norte-americanos acreditam que a oração e o estudo bíblico tem condições de curar doenças psicológicas, provenientes de distúrbios emocionais, conforme apurado recentemente pela agência LifeWay Research.

O resultado do estudo revela a enorme fé dos cristãos em Deus, conforme avaliou Dr. Tim Clinton, presidente da Associação Americana de Conselheiros Cristãos (American Association of Christian Counselors).

"Eu aplaudo aqueles lá fora que realmente acreditam no poder de Deus. É um momento animador. Pessoas continuamente olham espiritualmente para Deus em busca de esperança, para obter ajuda", disse Clinton para a emissora Moody Radio ao apresentador Chris Fabry nesta última quinta-feira (19).

Dentro de outros dados registrados, 68% dos norte-americanos disseram que se sentem bem-vindos na igreja ao passar por algum distúrbio emocional, enquanto 54% dos entrevistados revelaram que a igreja precisa fazer mais para prevenir o suicídio.

Ao se aprofundar sobre a questão, Clinton afirma que um dos primeiros passos que a igreja deve tomar é evitar discriminação diante de cristãos que utilizam medicamentos para suas doenças psicológicas.

"Muitas vezes nós banalizamos alguns incômodos, especialmente de ordem emocional. De alguma forma, acho que isso é uma fraqueza ou um sinal negativo. Não me interpretem mal, eu entendo os dois lados da questão, eu posso abordar sobre ambos os lados. Sei que há pessoas que se auto-medicam e que provavelmente não precisam de remédio, mas também sei que existem pessoas que não estão tomando e que provavelmente precisam de tratamento por questões biológicas", destaca Clinton.

Já Ed Stetzner, presidente da LifeWay Research, frisa a importância da fé, mas acredita que os cristãos devem se relacionar melhor com o tratamento de problemas emocionais da mesma forma que cuida de doenças físicas.

"As pessoas esquecem que a parte fundamental de uma doença emocional é a palavra 'doença'. Em uma típica igreja evangélica, metade das pessoas acreditam que a doença mental pode ser resolvida por meio de oração e estudo bíblico apenas", declara Stetzner, por meio de um post no blog oficial da LifeWay Research ao comentar sobre a pesquisa.

Vários líderes cristãos recentemente passaram a falar de forma mais aberta sobre distúrbios emocionais, depois de passar pela experiência de lidar com suicídio de seus filhos.

O pastor Rick Warren e sua esposa Kay foram entrevistados há pouco tempo por Piers Morgan, âncora do canal de notícias CNN, para falar sobre o filho Matthew Warren, que cometeu suicídio no início deste ano. Desde o ocorrido, o casal passou a defender veementemente o diálogo da igreja com seus fiéis a respeito de saúde mental.

O pastor Frank Page, ex-presidente da Convenção Batista do Sul dos EUA (Southern Baptist Convention) também perdeu a filha Melissa recentemente em função de um suicídio.

Assim como Warren, Page também ratifica a importância da conversa a respeito de problemas emocionais, e nos últimos meses, convocou uma reunião com outros pastores batistas para discutir a melhor forma de abordar sobre saúde mental dentro da igreja. Ele também escreveu um livro para contar sobre o que viveu com a filha.

Em todos os EUA, os distúrbios emocionais tem dominado a pauta de debates. Casos de mortes trágicas atribuídas a indivíduos com algum desequilíbrio emocional, como os fuzilamentos em Aurora e Sandy Hook, têm sido discutidos cada vez mais em busca de prevenção.

Fonte: http://portugues.christianpost.com

Tecnologia a serviço da vida: prevenindo o suicídio na e via internet

Com inteligência artificial, web pode ajudar a prevenir suicídios

Qualquer sinal de comportamento suicida em redes sociais deve ser interpretado como um pedido de ajuda, diz psiquiatra

Uma iniciativa chamada de Durkheim Project vai usar Inteligência Artificial para identificar palavras e frases comuns entre as pessoas que estão pensando em tirar a própria vida, em uma tentativa de prevenir o suicídio. Monitorando redes sociais como Facebook, Twitter e LinkedIn, o projeto enviará as informações para um banco de dados médicos, em que um algoritmo interpreta essas informações em tempo real, recolhendo padrões que possam levar ao suicídio.

Lançado no começo deste mês, o projeto tem como alvo inicialmente veteranos de guerra americanos, que possuem taxas de suicídio mais altas que a da população em geral. O último estudo, lançado em fevereiro por um órgão de apoio a veteranos, aponta 22 mortes por dia. Os voluntários do projeto têm instalados em seus computadores ou dispositivos iOS e Android, que também armazena as informações dos aparelhos dos usuários.

"O estudo que iniciamos com os nossos parceiros de pesquisa irá construir uma base de conhecimento rica que, eventualmente, poderia permitir intervenções oportunas por profissionais de saúde mental", afirmou em comunicado Chris Poulin, pesquisador principal do projeto. "A capacidade do Facebook para divulgação é incomparável", disse.

Atualmente, empresas de internet como Google e Facebook já possuem medidas para tentar prevenir o suicídio. Para o professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e ex-coordenador da equipe de transtornos mentais e neurológicos da Organização Mundial da Saúde (OMS), José Manoel Bertolote, o assunto precisa de deixar de ser tabu para que as pessoas procurem ajuda ou se disponham a ajudar.

"Em inglês, se você buscar por suicídio na internet, vai encontrar mais sites que ensinam a se matar do que sites de prevenção ao suicídio", disse o psiquiatra. "Existe uma banalização do suicídio, que deixa de ser uma tragédia, como é, para se tornar algo que vende. Não é de surpreender que os jovens que estão conectados na internet comentem disso, falem disso", afirmou.

Prevenção na internet

É por isso que o Google, em parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV), principal instituição na prevenção do suicídio no Brasil, coloca um alerta desde 2010 nos resultados da busca relacionados ao assunto mostrando aos usuários onde eles podem buscar ajuda: o número 141, uma das formas de contato da ONG, que atende também por chat, e-mail ou Skype.

"Quem liga está precisando conversar e não tem com quem falar. É uma forma alternativa de ter um amigo", afirma a voluntária Adriana Rizzo, uma das 2 mil pessoas que trabalham no atendimento do CVV. O órgão já conversou com mais de 1 milhão de pessoas nos últimos seis anos. "O fato de a pessoa simplesmente ser ouvida por alguém já ajuda. Pode ter um efeito de mudar completamente aquela ideia", diz o psiquiatra.

No Brasil, 25 pessoas morrem vítimas de suicídio por dia e ao menos outras 50 tentam tirar a própria vida, de acordo com o CVV. De todos os casos, mais de 90% poderiam ser evitados. Segundo Bertolote, um estudo realizado em Botucatu com pessoas próximas a vítimas de suicídio - chamada de autópsia psicológica - aponta que em 40% dos casos havia sinais claros da intenção de dar cabo à própria vida, mas nenhuma dessas pessoas recebeu ajuda.

O Facebook possui um formulário em que o usuário pode denunciar conteúdo suicida. No Brasil, cada relato é analisado e, em seguida, é enviado ao usuário em questão informações sobre a parceria com o CVV e de que forma pode obter ajuda. Em outros países, como o Reino Unido, o Facebook pode acionar a polícia imediatamente caso seja reportado algum caso de intenção de suicídio. Caso não seja necessária uma ação imediata, as informações são encaminhadas à ONG The Samaritans, que poderá entrar em contato com a pessoa para oferecer aconselhamento.

"Em um debate recente que eu participei, apareceu a preocupação de que a rede social permite uma desresponsabilização do indivíduo. Um jovem que não consegue falar aos pais ou amigos que está mal, acaba colocando na internet", disse o psicólogo. E é aí que os amigos devem ficar em alerta.

Toda vez que uma pessoa falar no assunto, isso deve ser levado a sério, isso tem que ser interpretado como um pedido de ajuda. Traz em si um grito de alerta, não podemos deixar passar em branco (José Manoel Bertolote, psiquiatra)

Segundo Bertolote, não há um comportamento padrão a ser observado, mas os sinais de que alguém possa ter a intenção de cometer suicídio são mais evidentes do que as pessoas pensam. "O comportamento padrão é a pessoa anunciar o suicídio, e isso acontece com uma frequência preocupante", afirma. Para Bertolote, ao identificar uma situação em que há indícios de um comportamento suicida, a pessoa deve sempre deve agir.

"Toda vez que uma pessoa falar no assunto, isso deve ser levado a sério, isso tem que ser interpretado como um pedido de ajuda. Traz em si um grito de alerta, não podemos deixar passar em branco", afirma. "O simples ato de conversar com a pessoa e se colocar à disposição para ajudar é um comportamento que pode evitar o suicídio", diz.

"O importante é saber que todo suicida é ambivalente, e a minoria deseja realmente morrer. A maioria tem o desejo de mudar uma situação", afirma o psiquiatra. "O suicídio é um tabu, mas não podemos ter medo de falar sobre isso. É dramático, pode ser evitado, mas temos que falar disso."

Fonte: http://tecnologia.terra.com.br/

Em tempo: palestra no dia 26/9/2013 em Fátima do Sul - MS

O prof. Edilson dos Reis, capelão hospitalar e professor de Bioética é o palestrante. 

Digno de nota é o público-alvo da palestra que será atingido: alunos do Ensino Médio durante o horário letivo e o público em geral à noite.

Nos termos da orientação religiosa do palestrante, que Deus o ampare e abençoe seus esforços em favor da vida!


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Reportagem voltado para os jovens: comunicando e ajudando a quebrar tabu

Suicídio: conversa para quebrar o tabu 

Conversar talvez seja a melhor maneira de expulsar esse problema gigante que pode estar na nossa frente, mas fingimos não enxergar

Gustavo B. Rock - reportagem@kzuka.com.br

Por diversas razões o assunto suicídio continua sendo tabu, vindo à tona somente quando ocorrem casos envolvendo pessoas famosas – como a morte do baixista Champignon (Charlie Brown Jr) este mês – ou anualmente em 10 de setembro, o Dia Mundial de Combate ao Suicídio. Mas é preciso falar.

A taxa de suicídios vem crescendo a cada ano no Brasil. De 1990 a 2010, o número de casos envolvendo jovens entre 15 e 24 anos aumentou 60% de acordo com o Datasus do Ministério da Saúde. O assunto é delicado como um elefante numa loja de cristais, mas não pode ser ignorado.

– É um fenômeno complexo, no sentido de que temos causas previsíveis e imprevisíveis, ou seja, não temos controle de todas as variáveis, são vários elementos que interferem no processo – diz o psicoterapeuta Carlos D’Oliveira, coordenador da Rede Brasileira de Prevenção do Suicídio (Rebraps).

O problema é muito relacionado a transtornos mentais, como depressão e esquizofrenia, e pode se agravar quando o paciente ainda abusa de álcool e drogas. Outro vilão é a falta de informações.

Petra Costa tinha apenas sete anos quando a irmã mais velha, Elena, tirou a própria vida. Agora, mais de 20 anos depois, lançou um documentário, que leva o mesmo nome da irmã, para tentar entender o que se passava com Elena, além de promover o diálogo sobre o assunto.

– Já se fala muito em depressão, bipolaridade, mas não sobre suicídio. Os jovens recebem muito pouco apoio para falar sobre suas dúvidas existenciais. Mas acho também que faltam políticas públicas para tratar desses assuntos em escolas e universidades – conta a atriz e diretora.

Quanto mais o assunto ficar escondido atrás de tabus, há menos possibilidade de troca de informações que podem salvar vidas.

Petra, que antes costumava falar abertamente sobre a morte da irmã apenas com a mãe, tem compartilhado sua experiência na esperança de ajudar outras Elenas. Para D’Oliveira, a falta de diálogo pode levar o potencial suicida a acreditar que a sociedade jamais entenderá seus problemas.

Atenção aos detalhes 

Não é fácil identificar alguém que esteja pensando em cometer suicídio, pois os sinais muitas vezes são confusos. Dependendo do contexto, falta de perspectivas, dificuldade de comunicação e isolamento – querer ficar sozinho ou ser desprezado por grupos sociais – são alguns fatores que podem levar o sujeito ao limite.

É preciso estar atento quando alguém faz menção ao assunto. Ao contrário do que muitos acreditam, perguntar se a pessoa está pensando realmente em suicídio não faz, necessariamente, ela decidir seguir esse caminho.

– Não se pode desvalorizar essa informação. É um momento que exige cuidados, algum tipo de atendimento. O maior problema é com aquele que já tentou fazer isso antes, pois é grande o risco de fazer uma segunda tentativa – explica o psicoterapeuta Carlos D’Oliveira.

Saúde Pública 

O psicoterapeuta Carlos D’Oliveira acredita que essa é uma questão de saúde pública e que o governo precisa definir isso para ajudar as famílias nos processos de atenção, assistência e acompanhamento.

– No país, existe uma fragilidade dos sistemas de atendimento, o acesso a informações é bastante difícil e a pessoa logo acha que não existe uma resposta para o seu sofrimento – explica ele.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos suicídios poderiam ser evitados se, no trabalho preventivo, fosse oferecida ajuda a tempo.

– Elaborar uma estratégia nacional de prevenção é um trabalho árduo, que temos que fazer constantemente, e a participação da sociedade é essencial. Estou convencido de que nos Estados Unidos o tema consegue recursos específicos porque a sociedade participou e influenciou bastante para levar o tema ao Congresso – diz D’Oliveira, que também atua como voluntário do Centro de Valorização da Vida (CVV).

A diretora de cinema Petra Costa planeja a criação do Instituto Elena, com o objetivo de promover debates relacionados ao assunto.

– Com o filme, trabalhamos para mobilizar as pessoas em relação a temas como saúde mental, juventude, condição feminina. Nós fizemos uma parceria com o Instituto Vitalere, em São Paulo, que está tentando formar profissionais para dar apoio a quem pensa em se suicidar e a sobreviventes. A ideia é potencializar esse trabalho de ressignificar dor e sofrimento e transformar em potência e força – diz.

O CVV oferece apoio 24 horas pelo telefone 141 e pelo site.

Fonte: http://kzuka.clicrbs.com.br/lifestyle/

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Suicídio e doença mental: um corajoso depoimento

Rick Warren e esposa falam sobre morte do filho 

‘Sempre soubemos que um dia seríamos porta-vozes sobre doenças mentais’, revelaram em entrevista à Piers Morgan da CNN

O pastor Rick Warren, fundador da Saddleback Church, na Califórnia, na costa oeste dos Estados Unidos (EUA), e sua mulher Kay falaram pela primeira vez, depois da morte do filho Matthew, que se suicidou no início de abril deste ano (2013). O rapaz tinha 27 anos e sofria de doença mental. Rick e Kay foram entrevistados por Piers Morgan do canal local CNN, em decorrência da Semana Norte-Americana de Prevenção do Suicídio, que é datada entre 8 e 14 de setembro. Eles disseram: “Sempre soubemos que um dia seríamos porta-vozes sobre doenças mentais”.

Ambos trabalham para desestigmatizar essas doenças e ficaram muito emocionados ao longo de toda a conversa. Eles pretendem contrariar as estatísticas de que quase 1/3 dos casais que perdem filhos acabam se divorciando. Segundo Rick, a “comunhão no sofrimento é a mais profunda de todas”.

Os Warren relataram que escolheram deixar a luta com a doença mental do filho fora dos holofotes da mídia pela dignidade do Matthew. “Estávamos sempre orando que ele seria curado milagrosamente por tratamento A, terapia B ou medicamentos, que iam ajudá-lo a gerenciar sua doença para o resto da sua vida, e, então, ele poderia contar sua história”, explicou Rick.

O pastor contou que a família já recebeu mais de 30 mil cartas de apoio e que as que mais emocionam são as de pessoas que demonstram que foi o filho quem as levou para Cristo e dizem que vão estar no céu por causa de Matthew. Kay falou que quer que o filho seja lembrado por sua compaixão.

O casal desabafou sobre a dor pela qual estão passando. Rick refletiu: “Luto é uma coisa boa, que é a maneira que temos através das transições da vida”. Ele falou que é importante chorar e sofrer para se libertar. Em seu recente trabalho na Igreja, Warren trabalha as fases do luto: o choque, a tristeza, a luta, a entrega, a santificação, e, por fim, o serviço.

O pastor concluiu: “Sempre há esperança. É muito importante que as pessoas saibam, que não importa o quão horrível é seu desespero, há esperança e não se deve desistir”. Rick tem um sermão nomeado de “Não desperdice sua dor”, em que expõe a ideia de que nossa mais profunda mensagem de vida pode estar em nosso mais profundo sofrimento.

A entrevista foi ar na noite da terça-feira (17) e o religioso está recebendo comentários em redes sociais, como o Facebook, onde possui mais de 500 mil seguidores.

Rick Warren ficou famoso pelo best-seller Uma Vida com Propósitos e é conhecido como o líder espiritual mais influente da América.

Fonte: http://portugues.christianpost.com

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Matéria sobre o suicídio no Jornal Repórter Diário, da região do ABC

Uma matéria competente sobre o suicídio, sua estatística, meios de prevenção e outras informações valiosas para o leitor. Enfim, a imprensa vem aprendendo a lidar com o tema!

Brasil tem 25 suicídios por dia

A morte do músico Luiz Carlos Leão Duarte Junior, o Champignon, baixista da banda Charlie Brown Jr., na madrugada desta segunda-feira (9) levanta a polêmica sobre o tema suicídio. Segundo último levantamento do Datasus, bando de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2010, foram 9.448 óbitos por suicídio no País, número 95% superior em relação à pesquisa feita em 1990.

Na pesquisa do Datasus, os homens lideram o índice de óbitos por suicídio, independente da faixa etária. No entanto, os brasileiros na faixa de 30 a 39 anos de idade dispararam de 795 casos em 1990 para 1.607 em 2010. Já a quantidade de suicídios entre mulheres na mesma faixa etária foi bem menor em 20 anos: de 242 casos em 1990 para 389 em 2010.

Outra faixa etária que chama atenção na pesquisa é a de adolescentes, entre 15 e 19 anos. O levantamento do SUS apontou aumento de 60% de aumento no período, com 605 vítimas em 2010.

Para o CVV (Centro de Valorização da Vida), é preciso derrubar tabus e destacar a importância de falar sobre o assunto que envolve, em média, 25 brasileiros vítimas de suicídio por dia. Com essa premissa, a instituição promoveu nesta terça-feira (10), o 2º Seminário de Prevenção do Suicídio, exatamente no Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Realizado no Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação (Cecape) "Dra.Zilda Arns", de São Caetano, o encontro aberto ao público contou com a participação de importantes agentes no trato do suicídio, que contribuíram com informações para a população ajudar a reduzir o número de casos no Brasil.

Sinais

Carlos Correia, voluntário do CVV, conta que todas as pessoas que pensam em suicídio transmitem sinais. "Eles podem ser percebidos por quem está em volta e, com o acolhimento, o sentimento negativo é superado e o tratamento direcionado", apontou o voluntário do CVV, que oferece trabalho de apoio emocional gratuito por telefone, chat ou pessoalmente a qualquer cidadão.

Flávia Ismael, coordenadora do Pronto-Socorro Psiquiátrico de São Caetano, contou que não existe perfil padrão do suicida, mas um agrupamento de fatores que sinalizam maior tendência, como faixa etária, sexo, doenças mentais e, principalmente, perdas em geral. "O suicídio é o pior desfecho da psiquiatria, que trabalha preventivamente para evitar o sentimento depressivo, além de acompanhar aqueles que estão envolvidos com o paciente, pois é papel de quem está em volta abordar o assunto", afirmou.

Sobre o fato de os adolescentes se destacarem, e muito, na lista de casos de suicídio no Brasil, a psiquiatra Flávia Ismael explica que as constantes pressões para que o jovem siga determinados padrões é um dos principais fatores. "Na maioria dos casos, o distanciamento e a apatia sinalizam um comportamento que deve ser analisado preventivamente", afirmou.

A tenente Adriana de Moraes Zuppo, do Corpo de Bombeiros de São Caetano, diz que o processo para convencer a pessoa a não concluir a tentativa de suicídio é demorado. "Cria-se um vínculo com o bombeiro e o acompanhamento deste indivíduo é fundamental para que a ocorrência não regrida", comenta.

De acordo com o CVV, vários motivos podem levar alguém ao suicídio. Geralmente, a pessoa tem necessidade de aliviar pressões externas, como cobranças sociais, culpa, remorso, depressão, ansiedade, medo, fracasso e humilhação.

Ouvir ajuda vítima sair da crise

Segundo o CVV, o suicídio continua sendo um tabu. É preciso deixar de ter medo de falar sobre o assunto e compartilhar informações ligadas ao tema, assim como já ocorreu com as doenças sexualmente transmissíveis ou câncer, cuja prevenção se tornou bem-sucedida, porque as pessoas passaram a dominar o assunto.

Outra informação importante é que as vítimas sempre pedem socorro quando o suicídio parece uma saída. A vontade de viver conflita com o desejo de se autodestruir. Encontrar alguém que tenha disponibilidade para ouvir e compreender os sentimentos suicidas fortalece a intenção de viver.

O CVV ressalta que a sociedade precisa perder o medo de se aproximar das pessoas e oferecer ajuda. A pessoa que está em crise se sente sozinha e isolada. A recomendação é perguntar "tem algo que eu possa fazer pra te ajudar?". Nessa hora, ter alguém para ouvir a vítima pode fazer toda diferença. "E qualquer um pode ser esse ombro amigo, que ouve sem fazer críticas ou dar conselhos. Quem decide ajudar não deve se preocupar com o que vai falar. O importante é estar preparado para ouvir", ensina o CVV.

da Redação com colaboração de Iara Voros.
Fonte: www.reporterdiario.com.br/Noticia/420143/brasil-tem-25-suicidios-por-dia/


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Os idosos em Portugal e as altas taxas de suicídio nesta faixa etária

Metade dos casos de suicídio em Portugal envolve idosos

Em 2010, cerca de 50% dos suicídios no País foram praticados por pessoas com 65 anos ou mais, escreve o Público. A conclusão é do estudo ‘Epidemiologia do Suicídio em Portugal, 1902-2010’, realizado pelo investigador Carlos Pinhão Ramalheira, que adiantou àquele jornal que “não se pode estabelecer relação direta entre suicídio e desemprego”.


Em 1941, os suicídios nos idosos correspondiam a cerca de 20% dos casos, valor que aumentou para 50% em 2010, escreve o jornal Público que divulga os resultados do estudo ‘Epidemiologia do Suicídio em Portugal, 1902-2010’, realizado pelo investigador Carlos Pinhão Ramalheira, no âmbito do seu mestrado integrado em Medicina.

Em declarações ao Público, o médico lamentou que o Plano Nacional de Prevenção do Suicídio não se dedique mais a este grupo etário, defendendo a adoção de medidas que evitem o isolamento dos idosos, assim como o reforço da assistência social dada e das políticas de envelhecimento ativo.

De acordo com o investigador, “este efeito nos idosos foi extraordinariamente superior para o aumento dos suicídios do que o desemprego”, o que o leva a crer que “não se pode estabelecer relação direta entre suicídio e desemprego”. Além disso, os suicídios entre os empregados foram superiores ao verificado entre os desempregados.

Outra das conclusões do investigador foi que o número destes casos registados em Portugal desceu constantemente nos últimos cem anos.

Fonte: http://www.noticiasaominuto.com/

Jornalista homenageia CVV no Dia Mundial de Prevenção do Suicídio

No dia de prevenção do suicídio, uma homenagem ao CVV, que salva tantas vidas
Mônica Bernardes (jornalista e autora deste livro em destaque)

Neste Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10/09), seria muito bom que o assunto passasse a ser tratado de maneira aberta, sem ser considerado tabu.

A imprensa sempre teve dificuldade em abordar o tema, por considerar que falar de suicídio poderia ser um estímulo à prática. Mas, na verdade, acontece o contrário. A informação poderia ser útil para evitar novos casos.

Quando eu preparava o livro "Sou Feliz, Acredite!", tive o privilégio de entrevistar uma mulher especial cuja vida de altos e baixos a levou a um voluntariado de grande valor: Solange dos Santos atuou no Centro de Valorização da Vida, o CVV, uma entidade que oferece apoio emocional e já salvou muitas vidas. O testemunho sobre a rotina do atendimento foi comovente. As pessoas que se dispõem a ouvir quem está desesperado precisam de um equilíbrio fora do comum e é isso que, muitas vezes, garante o êxito do trabalho. Os voluntários usam estratégias bem elaboradas para lidar com quem busca ajuda. E a alegria é enorme  quando se percebe que uma simples conversa pode impedir que alguém dê fim à própria vida.

Quem trabalha no CVV sabe  que, na maioria dos casos, as pessoas não querem se matar. Querem mudar de vida. Sofrem com problemas emocionais, psicológicos, distúrbios mentais, dependências químicas, todo tipo de alteração capaz de tirar a pessoa do eixo. Mas, com cuidados médicos, psiquiátricos e com uma boa dose de atenção, muita gente pode virar o jogo e desistir de abrir mão da própria vida.

O CVV atende pelo telefone 141, todos os dias, dia e noite, sem parar. Uma homenagem a todos que têm coragem de exercer esse tipo de voluntariado.

Fonte: http://www.sidneyrezende.com/noticia/216339+no+dia+de+prevencao+do+suicidio+uma+homenagem+ao+cvv+que+salva+tantas+vidas

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

CVV SÃO PAULO EM AÇÃO - SEMANA E CAMINHADA PELA VALORIZAÇÃO DA VIDA

7ª Semana de Valorização da Vida e a 4ª Caminhada pela Valorização da Vida

Veja abaixo do cartaz a programação completa!




































10/9 - TERÇA-FEIRA
Horário: 19h às 22h
Local: Câmara Municipal de São Paulo
Tema : Saúde Emocional - Dia Mundial de Prevenção Suicídio.

Palestrante : Abertura Floriano Pesaro.

Tema: Saúde Emocional - Esquizofrenia.
Palestrante: Projeto Fênix Saúde Mental.

Tema: Saúde Emocional e Suicídio nas Comunidades Indígenas
Palestrante: Comunidade Indígena São Paulo

11/9 - QUARTA-FEIRA
Horário: 9h as 12h
CIC NORTE- Centro de Integração e Cidadania – Jova Rural.
Tema: Uma Sociedade Compreensiva Fraterna e Solidária.
Palestrante: Equipe de Palestra do CVV.

Tema: Saúde Emocional e Suicídio
Palestrante: Dra. Alexandrina Meleiro

Tema: Mobilização e Redes Sociais como Processo de Valorização da Vida
Palestrante: Vanessa Pipins - Canal Futura

12/9 - QUINTA-FEIRA
Horário: 14h as 14:30h.
Local: CVSP - Centro do Voluntariado de São Paulo
Tema: Um Sociedade Compreensiva, Fraterna e Solidária.
Palestrantes: Equipe de Palestra do CVV

Horário: 9h as 12h
Local: ACM - Associação Cristã de Moços - Centro - SP
Palestrantes: Equipe de Palestra do CVV

Horario: 20h
Local: Teatro Municipal de São Paulo
Tema: Caminhada Noturna Pela Valorização da Vida.

14/9 - SÁBADO
Horário: 9h as 10:30h
Local: Centro da Juventude Helena Portugal - Jd. Filhos da Terra.
Tema: Uma Sociedade Compreensiva, Fraterna e Solidária.

Horário: 10h as 16h
Local: Comunidade da Vila Albertina - Igreja Nossa Senhora Aparecida
Tema: Mutirão da Cidadania na Comunidade
Palestrante: Equipe de Voluntários do CVV da Regional São Paulo

15/9 - DOMINGO
Horário: 8h as 8:45h
Local: Instituição Alice Tibiriçá.
Tema: Uma Sociedade Compreensiva, Fraterna e Solidária
Palestrante: Equipe de Voluntários do CVV.

Horário: 9h as 12h
Local: Grupo Mãos Estendidas.
Tema: Cine Ser CVV
Filme: O Contador de História
Palestrante: Equipe de Voluntários do CVV

Portugal expande prevenção ao suicídio

Direção-Geral de Saúde, de Portugal, quer prevenir suicídio

Projeto da região Centro vai ser alargado a todo o país. Medida está prevista no Plano Nacional de Prevenção do Suicídio.

A Direção-Geral de Saúde vai alargar a todo o país um programa de prevenção do suicídio que funcionava há 4 anos na região Centro. Esta é uma das medidas previstas no Plano Nacional de Prevenção do Suicídio que é apresentado amanhã.

A informação é avançada, esta manhã, pelo jornal Público e foi confirmada à TSF. O projeto "Contigo" tinha nascido em 2009 naquela região depois do suicídio de uma aluna. A iniciativa foi da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e da Administração Regional de Saúde do Centro.

O responsável pelo projeto, José Carlos Santos, explica que este ano letivo a prevenção já vai chegar a mais alunos da zona Centro. No resto do país o ano vai ser para dar formação aos profissionais de saúde, sendo que às aulas as ações de formação só chegam no próximo ano letivo.

A Direção-Geral de Saúde já garantiu o financiamento deste projeto e as escolas interessadas em participar podem agora candidatar-se.

O professor da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra salienta os bons resultados conseguidos até ao momento na zona Centro, onde os adolescentes alvo destas ações de formação melhoraram a capacidade de resolução de problemas, o bem estar mental, a auto-estima e os sintomas depressivos.

IV Caminhada Pravida em Fortaleza

Caminhada na Beira Mar lembra que é possível prevenir o suicídio

Seis em cada 100 mil habitantes no Brasil cometem suicídio. A IV Caminha Pravida, realizada ontem na Beira Mar, alertou que é possível prevenir o suicídio, quando se dá a devida atenção à solidão do outro e à depressão

Sara Rebeca Aguiar (sararebeca@opovo.com.br)

A IV Caminhada Pravida foi realizada na avenida Beira Mar. O evento fez menção ao Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro)

Foto: Evilázio Bezerra
Quando os dias perdem as cores, quando sorrir já não faz mais tanto sentido, quando o quarto torna-se o escape mais opressor da realidade, é preciso que a ajuda chegue. E rápido. Perder o gosto pela vida leva ao suicídio seis em cada 100 mil habitantes no Brasil. “São mortes que podem ser evitadas”, adverte o médico psiquiatra Fábio Gomes de Matos.

A IV Caminhada Pravida levou, aos que passavam ontem na avenida Beira Mar, a mensagem de que a prevenção do suicídio sempre é possível, se, diante do desespero interior do outro, for dispensada atenção médica e ambulatorial, além do olhar atento dos familiares. O evento foi realizado pelo Projeto de Apoio à Vida (Pravida), atividade da Universidade Federal do Ceará (UFC) em parceria com o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC). Faz também menção ao Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro).

A solidão, conforme aponta o médico, é o que mais motiva o desejo de morrer. Ela parte de cinco diagnósticos verificados em 98% dos casos: depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, abuso de substâncias e transtorno de personalidade Borderline. “Todos tratáveis. Não devemos desprezar quando as pessoas falam em morrer”, alerta Fábio.

O primeiro passo, aconselha o psiquiatra, é a prevenção, encaminhando as pessoas para orientação médica. “Não se pode deixar que a pessoa chegue na depressão grave”. A segunda providência é o tratamento intenso, ambulatorial e psiquiátrico. O suicídio acontece quando há a ausência dessas atitudes ou o cuidado tardio com o doente. “Acompanhar muito bem as pessoas que tendem ao isolamento é fundamental”, reforça o médico.

Faltam leitos

A rede de assistência ao doente mental, no estado, ainda é muito falha, segundo o médico Wagner Gurgel. A única emergência psiquiátrica “com médicos 24 horas” está no Hospital Mental de Messejana. “Faltam leitos. Na atenção básica, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), não dão conta da demanda e não possuem uma ligação devida com a rede terciária. No interior, o problema é muito pior”, denuncia.

O médico, que trabalha em Ibaretama, próximo a Quixadá, busca especializar-se em psiquiatria. Ele diz que a área passa por uma crise até mesmo em relação ao interesse dos recém-formados em medicina. “Há preconceito entre os próprios médicos, têm-se medo dos pacientes. E é preciso vocação para seguir. As condições de trabalho não ajudam”, relata.

Serviço

Reuniões no Pravida

Unidade de Saúde Mental,no Hospital Universitário (rua Capitão Francisco Pedro, 1290, Rodolfo Teófilo), às quintas-feiras, às 14 horas. Blog: http://migre.me/g03WJ

Saiba mais

Em 12 anos, Fortaleza saltou da 18ª para a 4ª capital com maior número de suicídios. De acordo com o médico psiquiatra Fávio Gomes, as estruturas de lazer de Fortaleza não acompanharam o crescimento da cidade. “As boas praças ou estão dentro dos condomínios ou afastam os frequentadores pela marginalidade”.

No Instituto Doutor José Frota (IJF), segundo Fábio, pelo menos quatro pessoas por dia dão entrada no hospital por tentativa de suicídio. Ele revela que os casos de mortes por essa natureza são subnotificados por entrarem nas causas quedas, intoxicações e acidentes de trânsito.

Fonte: http://www.opovo.com.br/

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Dia Internacional de Prevenção do Suicídio em Cuiabá

Segue em Cuiabá a 13ª Semana de Valorização da Vida.

São palestras com especialistas e eventos gratuitos que culminam numa passeata na terça-feira, dia 10, às 19h, no Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

A passeata tem ponto de encontro na Praça Santos Dumont.

 Valorize a vida e participe.

Os voluntários mais legais do mundo trabalham no CVV de Cuiabá.

Mais informações: (65) 141 ou 3321 4111

Luiz Marchetti: Garimpo Cultural (http://www.circuitomt.com.br/editorias/artigos/32471-luiz-marchetti-garimpo-cultural.html)

Seminário sobre prevenção ao suicídio juvenil na UFMS

Seminário previne suicídio entre jovens em Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul tem um triste recorde. Em uma pesquisa realizada pelo Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SinanNET), entre 2009 e 2011, o Estado figura na terceira posição entre os locais com maior índice de suicídios no país. Entre as capitais brasileiras, Campo Grande está presente na lista das 20 cidades que lideram as estatísticas nacionais desta causa de morte, contabilizando mais de 50 suicidas para cada 100 mil habitantes.

O suicídio já é considerado um sério problema de saúde pública no país e é uma das cinco maiores causas de morte entre jovens em todo o mundo. No Estado, pessoas entre 13 e 35 anos são as maiores vítimas. Para tentar entender essa triste realidade e minimizar os índices alarmantes de óbitos  registrados por este tipo de violência, acontece o Seminário de Promoção a Vida e Prevenção do Suicídio.

 O projeto já está na quinta edição e chama a atenção do público para esta  realidade pouco divulgada. “A questão do suicídio ainda é tabu no país, é um erro achar que a divulgação vai incitar as pessoas a cometerem este tipo de violência, pelo contrário, vai ajudar a alertar a sociedade”, relata o capelão do Núcleo Hospital Universitário, Edilson dos Reis, um dos responsáveis pelo projeto.

 O seminário tem como objetivo alertar as pessoas sobre os sintomas da depressão e quando é necessário buscar ajuda. Um dos meios mais utilizados pelos jovens para se comunicar são as redes sociais e é por lá que muitos deles pedem socorro. “Muitas destas vítimas recorrem a internet para desabafar, mas não sou ouvidos”, descreve Edilson Reis. E para atingir o público alvo, a programação conta com palestra voltada a linguagem da internet “Redes Sociais: Uma Ferramenta para a Prevenção?”.

 O seminário conta também com a divulgação do Projeto Labirinto que auxilia na prevenção do suicídio relatando onde buscar ajuda, como diagnosticar quem precisa de auxílio e dá apoio a famílias em luto. Como complemento ao projeto, será montado um labirinto de garrafas pet a fim de ilustrar que em todo o sofrimento há uma saída. A palestra “Doenças psiquiátricas, modelos de intervenção e a sociedade em Transformação” com o professor Juberty de Souza fecha o projeto que acontece em comemoração ao dia mundial de prevenção ao suicídio, celebrado no mês de setembro.

Serviço -  O projeto, voltado a população em geral, é gratuito e  acontece no dia 9 de setembro, no anfiteatro do LAC - Campus da UFMS, a partir das 19 horas. O email de contato é bioeticaufms@bol.com.br ou pelo telefone 3345-3660

http://www.aquidauananews.com/

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

CVV do Amapá realiza seminário de valorização da vida e prevenção ao suicídio

No dia 10 de setembro comemora-se o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Para fortalecer o trabalho de prevenção do suicídio que vem empreendendo o Posto CVV Macapá convida a todos a participarem do

Iº Seminário de Valorização da Vida e Prevenção do Suicídio

Data: 10/9/2013, às 19h.
Local: Centro Franco Amapaense
Av. General Gurjão, 32, Centro.

Haverá debates com profissionais da saúde, da Polícia Militar,  jornalistas e voluntários do  CVV, sobre o tema.

O objetivo do Seminário  é  discutir  conceitos,  fatores  e  condutas  para  a  prevenção  do  suicídio.

Vagas limitadas.

sábado, 31 de agosto de 2013

Comitê contra suicídio no Piauí

Simpósio lança proposta de criação de comitê contra suicídio

O evento aconteceu no auditório do Comando Geral da Policia Militar

O  Simpósio  Interinstitucional  Suicídio:  causas  e  sintomas  -  aspectos  preventivos  terminou,  nesta sexta-feira  (30/8/2013), no  auditório do  Comando Geral  da Polícia  Militar, com  a proposta  de criação de um  comitê  estadual  para  combater  o  problema,  que  é  cada  vez  mais  frequente  em  Teresina.  A
proposta  é  de  que  várias  instituições  como  as  secretarias  estaduais  da  Saúde  (Sesapi)  e Segurança, juntamente  com  a  Polícia  Militar  e  Coordenação  de  Enfrentamento  às  Drogas (CEDrogas,  dentre outros  órgãos,  participem  do  comitê,  apresentando  sugestões  para  tratar  do tema.

No último dia, o consultor da Sesapi e especialista em Saúde Pública, Claudio Duarte, falou sobre a estruturação  de  um  comitê  onde,  segundo  ele,  as  entidades  envolvidas  devem  dar  suporte  aos indivíduos de alto risco, educação envolvendo médicos da família, além de acesso ao tratamento. “Sem falar no tratamento medicamentoso e psicoterapia, restrição à divulgação e reportagem e, a ampliação do acesso a medicamentos”, afirmou.

Para o especialista, o acompanhamento do paciente pós-alta e o monitoramento são fundamentais para a sua recuperação. “Se ele não  receber esse atendimento após deixar a unidade hospitalar, volta  para  a mesma  condição”,  afirma,  ressaltando  que  o  programa  deve  atuar  de  forma sustentável e colaborativa para a redução dos fatores de risco.

“Queremos  aprimorar um  intercâmbio entre  as  instituições representadas  no simpósio  e criar  um comitê  que  articule  as  redes  de  saúde,  de  modo  que  pacientes  em  vulnerabilidade  que  derem entrada em um pronto-socorro terão continuidade do seu tratamento em outra unidade do sistema de saúde”, afirma Aderlane Maia, coordenadora Clínica do Centro de Assistência Integral à Saúde da Polícia Militar (PM/PI).

Durante os dois dias de evento, foram debatidos temas como políticas públicas e a prevenção em saúde; comportamento impulsivo e depressão: ameaças  presentes no TDAH; programa saúde da família:  agentes de  prevenção,  uma  porta  aberta;  prevenção  do  suicídio  nos  grupos  de  risco: contexto hospitalar; dependência de álcool: associação ao risco de suicídio; depressão e angústia na  problemática  do  suicídio do  militar;  grupos  de  risco  em  suicídio:  contexto  universitário  e  de trabalho;  suicídio:  uma visão geral; e  por fim,  a  rede  de atenção  psicossocial  e  seu potencial  de articulação na prevenção.

O Simpósio abriu ainda espaço para exposição de trabalhos das instituições participantes sobre o tema e outros que estão ligados ao suicídio, como alcoolismo e dependência química. Na ocasião foi realizada uma premiação para o melhor trabalho. Venceu a Agespisa ao expor um painel sobre o  programa  contra  o alcoolismo  desenvolvido  na  empresa.  A  ouvidoria  do  SUS/PI  também participou do evento colhendo sugestões e reclamações.

Para  a  enfermeira  do  Hospital  do  Mocambinho,  Syenna  Veloso,  que  participou  do  simpósio,  os conhecimentos  adquiridos  serão  levados  para  o  local  de  trabalho.  “Aqui  estiveram  vários professores,  especialistas,  que  nos  passaram  informações  importantes  sobre  o  tema,  que  é delicado.
Vamos  interligar  esse  conhecimento  com  a  nossa  prática.  Precisamos  abordar  mais  o assunto e estudá-lo”, afirmou.

Fonte: www.portalodia.com/noticias/piaui/simposio-lanca-proposta-de-criacao-de-comite-contra-suicidio-179675.html 1/10