quinta-feira, 29 de julho de 2021

MPCE discute com Município de Iguatu e Escola de Saúde Pública ações do Plano Municipal de Prevenção ao Suicídio

Daniela Lima

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) participou, nesta terça-feira (20/07), de reunião para discutir as ações do Plano Municipal de Intervenção, Prevenção e Posvenção ao Suicídio do Município de Iguatu. O encontro marcou a interiorização de fluxos e protocolos a partir de estratégias localizadas no enfrentamento ao suicídio no Ceará. O acompanhamento é mais uma ação do Programa Vidas Preservadas.

A reunião aconteceu por meio da plataforma Microsoft Teams, com a condução do promotor de Justiça e coordenador do Programa Vidas Preservadas, Hugo Frota Magalhães Porto Neto. Pelo MPCE, também participaram a titular da 3ª Promotoria de Justiça de Iguatu, a promotora de Justiça Helga Barreto Tavares, e a analista ministerial Ana Lisse Assunção de Carvalho.

Para o promotor Hugo Porto, a reunião marcou o início do processo de interiorização das atividades com base nos Planos Municipais de Intervenção, Prevenção e Posvenção ao Suicídio. Atualmente há 115 municípios com planos construídos ou em construção. “Esses instrumentos, juntamente com o diagnóstico dos serviços, equipamentos e recursos no território, dialogarão agora com os fluxos e protocolos em construção, cujos pilotos serão desenvolvidos nos municípios de Iguatu, Juazeiro do Norte e Cariús, além de na Regional 6 em Fortaleza”, informou.

O coordenador do Vidas Preservadas afirmou ainda que se somam a esses fatores o funcionamento da Central de Acionamento (porta de entrada para os cidadãos) e o Mapa da Saúde Mental. Como explicou o promotor, as plataformas tecnológicas colaborativas permitem que cada município conheça os recursos que possui, sejam equipamentos e serviços da saúde, da assistência social, da educação, da iniciativa privada, das universidades, do voluntariado, dentre outros. Hugo Porto lembrou ainda que o Vidas Preservadas é um movimento de parcerias. “Estamos construindo com todos uma infraestrutura de prevenção e posvenção para enfrentarmos os desafios do suicídio no Estado, olhando inclusive para as recomendações presentes no manifesto encaminhado ao governador ainda em 2019”, ressaltou.

Durante a reunião, o Município de Iguatu apresentou o Plano Municipal de Intervenção, Prevenção e Posvenção ao Suicídio, elaborado após interlocução intensa da 3ª Promotoria de Justiça de Iguatu, que atuou com recomendações, requisições e ofícios para que a estratégia contemplasse não apenas necessidades pontuais, mas um projeto maior, que é o Programa Vidas Preservadas.

“O plano contou com importantes contribuições e foi analisado a partir de sugestões e apontamentos, com o intuito de contribuir e acrescentar aspectos como o matriciamento e o atendimento em saúde mental, que ainda passa por muita resistência na prática. Nesse sentido, surgiram algumas requisições, como a necessidade de treinamento e aperfeiçoamento dos profissionais, para ofertarem o atendimento em saúde mental também na atenção básica do município. Nesse esteio, temos a firme convicção de que o plano apresentado tem muito a contribuir e representa, sim, um grande avanço para a saúde mental de Iguatu”, considerou a promotora de Justiça Helga Barreto Tavares.

Ao fim da reunião, foram definidos quatro encaminhamentos. À Coordenadoria de Saúde Mental de Iguatu, foi estabelecido prazo de 10 dias para encaminhar relatório sobre as ações de matriciamento realizadas no último ano, constando ainda informações sobre o plano elaborado para os próximos seis meses. Já para a Coordenadoria da Saúde Mental, Álcool e outras Drogas (Copom), foi solicitado apoio ao matriciamento em saúde mental de Iguatu, especialmente no que se refere ao telematriciamento.

Os outros dois encaminhamentos foram direcionados à Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP). À superintendência geral foi pedido apoio no que se refere à formação e capacitação dos profissionais em saúde mental do município de Iguatu e especificamente à unidade da ESP de Iguatu, suporte às ações que vierem a ser desenvolvidas relacionadas ao tema de saúde mental, tanto pela Copom como pela própria ESP.

Também participaram da reunião representantes do CREAS Iguatu, da ESP, das Secretarias da Educação e da Assistência Social do Município de Iguatu, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), da Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Ceará (APDMCE) e da Copom.

Na opinião da representante da APDMCE, Suellen Pinheiro, é essencial, para a efetivação das políticas públicas voltadas à saúde mental, “o acompanhamento e o monitoramento dos planos municipais de prevenção de suicídio em todos os municípios que tenham elaborado seus projetos, como acontece em Iguatu”. Segundo ela, esse acompanhamento permite a correção de rumos e adequações do plano aos fluxos estabelecidos ao município, o que leva à “maior resolutividade das demandas”. Para o assessor técnico da ESP/CE, André Tavares, “aproximar ensino, serviço e gestão é um importante passo para qualificar a assistência à população”.

O psiquiatra Davi Queiroz, da Copom, considera que esse é um passo para estar incluído no território e evoluir com o plano de uma maneira concreta. “Antes de ir para o território o plano fica no papel. Quando começamos a discutir serviços a serem acionados, fluxos e percursos do paciente na rede e como sensibilizar gestores e trabalhadores da rede, traçamos um caminho para colocar em prática tudo de que temos falado. É muito mais uma questão de sensibilizar gestores e trabalhadores do que criar serviços novos, bem como de organizar os fluxos do que criar novos pontos de atenção”, analisou o médico.

Para a psicóloga da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Alessandra Silva Xavier, a presença intersetorial durante a reunião revela o quanto é necessário buscar soluções de forma conjunta. “Não é possível desenvolver qualquer ação de saúde mental e prevenção do suicídio sem entender a complexidade integral do sujeito. Achei valiosíssima a presença de representantes da assistência social, da saúde, do Ministério Público, da Secretaria de Saúde do Município, do Estado, da Escola de Saúde Pública e da presença sempre valiosa do Vidas Preservadas. É importante para identificar o que está sendo feito, dar continuidade às linhas de cuidado e identificar as necessidades, lacunas e fragilidades, que são históricas e extremamente complexas”, ressaltou.

Fonte: https://maisfm.com/mpce-discute-com-municipio-de-iguatu-e-escola-de-saude-publica-acoes-do-plano-municipal-de-prevencao-ao-suicidio/

 


 

Contra suicídios, Justiça determina melhorias para detentos LGBTQIA+ em MG

Bruno Menezes

A juíza Viviane Queiroz da Silveira Cândido, da 1ª Vara Cível e Juizado Especial Cível da Comarca de Igarapé, determinou nesta quarta-feira (21), que Estado de Minas Gerais deve promover melhorias na Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, conhecida como São Joaquim de Bicas I, para dar dignidade aos detentos LGBTQI+ que se encontram no presídio.

No dia 15 de junho, a penitenciária foi transformada na primeira unidade prisional do Brasil dedicada exclusivamente a receber presos autodeclarados gays, lésbicas, travestis e transexuais. Heterossexuais e cisgêneros presos na unidade foram transferidos.

Conforme mostrou a reportagem de O TEMPO no mês passado, a penitenciária tem registrado uma onda de suicídios por parte deste público, o que levou  a Defensoria Pública do Estado a entrar com uma ação na Justiça, no dia 25 de junho,  para pedir melhorias no local. Na época, haviam sido registrados cinco suicídios de pessoas LGBTQI+ e três tentativas. Hoje, já são seis suicídios e nove tentativas. O último suicídio foi registrado na madrugada desta quarta-feira (21), no dia em que a Justiça concedeu a decisão liminar determinando que as melhorias fossem feitas.

“Apesar de o réu alegar que já vem adotando medidas na Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, o fato é que mesmo após o ajuizamento da presente ação e a ciência inequívoca da gravidade da situação pelo Estado ocorreram novas tentativas de autoextermínio e um suicídio, demonstrando, assim, que as referidas medidas não estão sendo eficazes”, disse a juíza na decisão.

Um dos autores da ação movida contra o Estado, o defensor Público Paulo César Azevedo de Almeida afirma que a situação no presídio é preocupante e a decisão, mesmo que em caráter liminar, é um resultado importante para a causa em âmbito nacional.

“É uma decisão que revoluciona o tratamento de pessoas LGBT em cárcere. Não só no Estado de Minas Gerais, mas no país como um todo. Porque contempla diversos diretos que já estão previstos em norma, mas não tem cumprimento. São portarias do Ministério da Saúde que vão ter que ser respeitadas e disposições a respeito do suicídio no ambiente carcerário. Não existia, até agora, nenhuma política pública que efetivasse essas disposições”, explicou o defensor público.  

Melhorias

Na decisão desta quarta-feira, a magistrada determina que dez profissionais da área de saúde como psicólogo, médico, cirurgião dentista e enfermeiro sejam alocados na unidade prisional pelo Estado em um prazo máximo de 30 dias.

Em até 60 dias, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) também deve garantir que os Detentos LGBTQI+ tenham acesso ao tratamento hormonal e ao processo Transsexualizador conforme previsto na Resolução 348/2020 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que trata das diretrizes para o tratamento penal da população LGBTI+.

No mesmo prazo, o Estado também deve garantir o acompanhamento de saúde específico, principalmente à pessoa com HIV, com coinfecções e doenças crônicas, além de atendimento psicológico e psiquiátrico. “Tendo em conta o quadro de agravamento da saúde mental que acomete esta população, com ênfase na prevenção do suicídio”, diz a decisão.

Um Protocolo de atendimento e acompanhamento aos internos do sistema penitenciário federal nos casos de risco ou tentativa de suicídio também precisa ser implementado em até 30 dias.

Sejusp

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) afirmou que foi publicada nesta quinta-feira (22), Diário Oficial de Minas Gerais, uma resolução que estabelece as diretrizes e normativas para a custódia, atendimento e tratamento das pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, Queer, Intersexo e Assexual (LGBTQIA+) no âmbito do Sistema Prisional do Estado de Minas Gerais.

"A resolução é fruto de extenso trabalho integrado realizado no âmbito da Sejusp, com o objetivo de aperfeiçoar a custódia e a ressocialização do público LGBTQIA+ privado de liberdade. Ainda nesta quinta-feira (22/7), uma comitiva da Sejusp, incluindo o secretário de Estado, esteve na Penitenciária de São Joaquim de Bicas I, acompanhada de defensores públicos, representantes do Ministério Público e da juíza da Vara de Execuções Penais, para verificar as melhorias realizadas na unidade prisional", diz a nota.

Leia a nota da Sejusp na íntegra:

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública informa que foi assinada pelo secretário Rogério Greco a Resolução Sejusp n. 173, de 21 de julho de 2021, publicada nesta quinta-feira (22) no Diário Oficial de Minas Gerais, que estabelece as diretrizes e normativas para a custódia, atendimento e tratamento das pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, Queer, Intersexo e Assexual (LGBTQIA+) no âmbito do Sistema Prisional do Estado de Minas Gerais.

A resolução é fruto de extenso trabalho integrado realizado no âmbito da Sejusp, com o objetivo de aperfeiçoar a custódia e a ressocialização do público LGBTQIA+ privado de liberdade. Ainda nesta quinta-feira (22/7), uma comitiva da Sejusp, incluindo o secretário de Estado, esteve na Penitenciária de São Joaquim de Bicas I, acompanhada de defensores públicos, representantes do Ministério Público e da juíza da Vara de Execuções Penais, para verificar as melhorias realizadas na unidade prisional.

A Penitenciária de São Joaquim de Bicas I – Professor Jason Soares Albergaria se tornou unidade prisional para custódia exclusiva de presos LGBTQIA+ em junho deste ano. Antes disso, a unidade tinha uma população mista, com alas LGBTQIA+ separadas. A assinatura da resolução demonstra a seriedade com a qual o tema é tratado pela Sejusp, por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais, buscando cada vez mais atender as especificidades das pessoas LGBTQIA+ em privação de liberdade, dentro do que preconizam as legislações vigentes, normativas e princípios.


Saúde mental e suicídio serão abordados em projeto no Setembro Amarelo

Da redação (21 julho 2021)

 As psicólogas Simone e Débora são as idealizadoras do projeto. 
O Setembro Amarelo é o mês exclusivo para trabalhar a Saúde Mental e com o objetivo de debater o tema suicídio, as psicólogas Simone Fidelis e Débora Garcia de Oliveira vão desenvolver o projeto ‘Setembro Amarelo: prevenção e promoção da Saúde Mental, salvam vidas’. A ação acontece de 1º a 21 de setembro deste ano.

Segundo as psicólogas, o projeto será on-line e gratuito. As palestras ou as conversas acontecerão no Instagram das psicólogas @psi.deboragarcia e @simone.psicologacomportamental, assim como as postagens dos vídeos.

Elas explicam que esse assunto já foi considerado um tabu maior. No entanto, mesmo no século 21 ainda existe a dificuldade na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda, justamente pelos preconceitos e falta de informação.

“Desta maneira, nós decidimos dedicar 21 dias para debater sobre suicídio e saúde mental, de forma acessível e sensível, buscando abrir um canal de comunicação com a sociedade”, declaram as psicólogas Simone e Débora.

As profissionais salientam que abordar o tema não incentiva ao suicídio, e sim, auxilia em sua prevenção. “Existe a necessidade de criar habilidades em como falar ou abordar esse tipo de tema. A temática precisa ser mais discutida. No entanto, existe uma forma de abordá-la”.

PROGRAMAÇÃO – Ao todo serão 21 profissionais da área da Saúde Mental de Toledo e da região que participarão do projeto, respondendo em vídeos diversas questões. Entre as perguntas estão se é verdade que quem ameaça se matar não o faz; se a psicoterapia realmente ajuda; se falar sobre suicídio incentiva as pessoas a cometerem o ato ou se ele afeta apenas a pessoa que morre.

Outros assuntos como os fatores que possam contribuir para que uma pessoa apresente pensamentos ou comportamentos suicidas ou se os amigos e a família podem evitar o suicídio serão abordados nos vídeos durante a realização do projeto. Também estará em pauta como cada pessoa consegue promover a sua saúde mental.

De acordo com as psicólogas, durante o período do projeto três lives serão realizadas. Uma para iniciar o trabalho; outra focada para abordar sobre o suicídio e uma terceira para encerrar o projeto.

“Nos 21 dias, nós faremos posts sobre a temática e cada dia pretendemos responder uma pergunta. Os questionamentos serão pré-estabelecidos e cada profissional convidado gravará o vídeo com as respostas. Além disso, textos complementares serão produzidos e postados nas redes sociais”, comentam as psicólogas Simone e Débora ao complementarem que a finalidade é sanar a dúvida de cada participante sobre esse assunto. “O trabalho de cada psicólogo ou psiquiatra será voluntário e a nossa proposta é atingir o maior número de pessoas possíveis”, finalizam as profissionais.

O movimento Setembro Amarelo, mês mundial de prevenção do suicídio, iniciado em 2015, visa sensibilizar e conscientizar a população sobre a questão.

www.jornaldooeste.com.br/saude/saude-mental-e-suicidio-serao-abordados-em-projeto-no-setembro-amarelo/


 


 

sábado, 24 de julho de 2021

 Plataforma online: Guarapuava Salvando Vidas busca prevenção ao suicídio em Guarapuava

Atendimento feito pela GSV é realizado de domingo a domingo das 19h às 23h

(23 julho 2021)

Arthur Mondin criador da plataforma online GSV


A tecnologia vem se tornando cada vez mais essencial na rotina das pessoas. Pesquisas indicam que a tecnologia e as próprias redes sociais podem ser aliadas na prevenção do suicídio, inclusive auxiliando no diagnóstico precoce de transtornos mentais, como a depressão. E foi pensando nisso, que Arthur Mondin, de 83 anos, lançou a plataforma online Guarapuava Salvando Vidas (GSV), a qual presta atendimento de prevenção ao suicídio via chat (clique aqui), em Guarapuava e por todo Paraná.

Na plataforma, a pessoa pode conversar com um dos voluntários e também pode deixar uma mensagem de apoio ou um desabafo, de maneira que o diálogo e a escuta sejam trabalhados para fazer com que as pessoas se sintam acolhidas.

Arthur Mondin afirma que ferramenta é importante para o trabalho de prevenção realizado. “Esse trabalho tem como principal objetivo combater a solidão, a qual certamente hoje é um dos principais motivos que leva a depressão e consequentemente ao suicídio”.

A procura por ajuda é significativa e por isso Arthur viu a necessidade em criar mais uma plataforma como o Centro de Valorização da Vida (CVV), local onde trabalhou como voluntário por décadas. “Aqui em Guarapuava mesmo podemos observar que os números de ocorrências são significativas, um exemplo são os casos que ocorreram nos últimos dias”.

Segundo Arthur, a plataforma Guarapuava Salvando Vidas realiza em média 40 atendimentos por mês e ao menos 25 a 30 mensagens são recebidas. “ O que tem ficado muito marcante para mim são os conteúdos desses atendimentos e a intensidade deles, mas felizmente na maioria deles a pessoa acaba se sentindo mais aliviada e agradece muito o atendimento”.

O atendimento feito pela GSV é realizado de domingo a domingo das 19h às 23h e a pessoa será atendida por um voluntário especialmente treinado para esse fim, sem perguntas, sem conselhos, sem julgamentos, com respeito e sigilo absoluto. “Nossos voluntários conversam com a pessoa sem dar conselhos, sem julgar, fazer recomendações, ele vai simplesmente ouvir a outra pessoa de uma forma amiga e acolhedora. Sempre mantendo o anonimato, o que permite que a pessoa se sinta mais confortável e confiante em desabafar. Esse tipo de trabalho acaba sendo preventivo ao suicídio”.

Voluntariado

Para ser um voluntário é necessário passar por um treinamento realizado em três etapas. “ Começamos com a parte teórica em seguida vamos para o treinamento sobre atendimentos já feitos para que eles visualizem como é a participação do voluntário. E por fim são feitos os treinamentos reais, onde o candidato em treinamento entra no chat como voluntário, eu entro como uma pessoa que procura atendimento e nós simulamos uma situação”, explica Arthur.

O voluntário do GSV doa o seu tempo por três horas semanais para conversar com outra pessoa pelo seu computador, celular, tablet ou notebook, de forma anônima, sigilosa, sem julgamentos ou críticas.

Os requisitos para se tornar um voluntário do GSV são: ter mais de 18 anos; participar de um curso gratuito de aproximadamente 30 horas de duração. Para integrar o grupo basta deixar uma mensagem para a equipe na plataforma online (clique aqui), manifestando o interesse.

Para conhecer mais sobre a inciativa basta acessar as redes sociais da GSV, Facebook e Instagram.

Fonte: https://gmaisnoticias.com/plataforma-online-guarapuava-salvando-vidas-busca-prevencao-ao-suicidio-em-guarapuava




sexta-feira, 23 de julho de 2021

Alexandre Estevanato divulga cartaz de seu novo curta

Harlen Felix

São José do Rio Preto (20 julho 2021)

'Pêndulo', que abordará temas como depressão e suicídio, será lançado em setembro

O diretor rio-pretense Alexandre Estevanato divulgou nas mídias sociais, nesta segunda-feira, 20, o cartaz de seu novo curta-metragem, “Pêndulo”, que aborda temas delicados como depressão e suicídio.

O lançamento do filme, que é protagonizado pela atriz Fernanda Viacava (“Salve Geral” e “Volume Morto”), está programado para o mês de setembro, período em que é realizada a campanha Setembro Amarelo, voltada à prevenção do suicídio.

O cartaz, que tem arte assinada pelo designer Luiz Áureo, traz, além de Fernanda, os atores Emílio Moreira e Sérgio Pardal, de São Paulo.

“Pêndulo” acompanha a trajetória de uma mulher que enfrenta a depressão após o suicídio do marido.

O elenco ainda traz a atriz Cássia Heleno, da Cia. Cênica, e uma participação especial do jornalista e escritor Allexandre Silva.

Fonte: www.diariodaregiao.com.br/cultura/alexandre-estevanato-divulga-cartaz-de-seu-novo-curta-1.789277

 


 

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Integrante das forças de segurança afinados com ações de prevenção do suicídio (1)

Com muito diálogo e integração, coronel Carla Basson comanda a segurança pública de Jundiaí

Ela é o que se pode chamar de uma profissional completa: bacharel em Direito pela UniAnchieta, doutora e mestra em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. Atuou na Polícia Militar por mais de 30 anos e alcançou, no início de 2021, o posto mais alto na hierarquia da corporação ao tornar-se coronel.

Serviu no 4º Batalhão de Policiamento de Trânsito e fez história ao ser a primeira mulher a assumir o comando do 35º Batalhão de Polícia Militar do Interior, na região de Campinas, e dos dois batalhões de Jundiaí: 11º, no Anhangabaú, e 49º, na Vila Arens. Carla Danielle Basson, hoje, é a titular da Unidade de Gestão de Segurança Municipal da Prefeitura de Jundiaí e faz jus ao convite feito pelo prefeito Luiz Fernando Machado (PSDB): trabalha muito para que a cidade se torne cada vez mais segura.

Personagem do Entrevistão desta semana, ela tem como metas a prevenção e proteção dos cidadãos, além de tornar as condições dos guardas municipais a melhor possível. Para isso ela conta com a experiência e vivência na área, assim como recursos na ordem de R$ 30 milhões que serão investidos diretamente na segurança municipal até 2024. Na gestão dela, inclusive, a Guarda Municipal – que completa 72 anos em novembro – terá finalmente a sede própria.

Filha do gestor de Segurança na Prefeitura de Várzea Paulista, Daniel Inácio Basson, e irmã do investigador-chefe do 2º Distrito Policial de Jundiaí, Leandro Basson, a coronel Carla – como é chamada – falou sobre os desafios da nova carreira. Confira:

Tribuna de Jundiaí – Como surgiu a proposta para assumir a gestão da Segurança Pública em Jundiaí?

Carla Danielle Basson – Quando o prefeito Luiz Fernando Machado soube que eu iria passar para a reserva da Polícia Militar, ele me fez o convite. Falou da minha experiência na área e pediu que fizesse parte do time dele, em dezembro do ano passado. Fui promovida a coronel em janeiro (deste ano), passei à reserva e assumi o cargo em fevereiro deste ano com muita alegria e expectativa de fazer o melhor pelo município e para as pessoas que aqui vivem.

Tribuna – Conhecer a cidade, além da experiência, deve ter ajudado a senhora a tomar esta decisão, não?

Carla Basson – Eu moro em Jundiaí desde que tinha um ano de vida. Fui comandante de Companhia, coordenadora operacional e fui a primeira mulher a comandar os dois batalhões de Jundiaí. Conheço não só os municípios de toda a região, como também as pessoas. Essa experiência, sem dúvida, só vem somar neste trabalho que estamos desenvolvendo, agora. A união de esforços é uma das grandes estratégias para que possamos manter o município seguro e isso nós temos sempre de valorizar. Jundiaí é uma cidade muito estruturada e com profissionais que amam o que fazem, isso faz toda a diferença

Não à toa, temos os melhores indicadores da cidade – inclusive na questão da baixa letalidade em municípios com mais de 300 mil habitantes.

Tribuna – Este trabalho integrado que a senhora comentou é um grande trunfo para o combate à criminalidade, principalmente nos dias de hoje…

Carla Basson – É uma engrenagem, formada por todas as forças de segurança: seja Guarda Municipal, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Científica, Bombeiros, Polícia Rodoviária, Polícia Federal. Comandava o batalhão até dezembro e a partir de fevereiro deste ano passei a integrar a gestão de segurança municipal, então posso falar na prática: o foco é na prevenção e segurança da população, com ações que resultem realmente na tranquilidade social.

É óbvio que existem situações em que se precisa mais do que a ação policial no município. Uma poda de árvore, a melhoria da iluminação, transformar os espaços públicos ociosos em áreas de lazer para que as famílias possam usufruir e se apossar daquilo: isso tudo contribui para a segurança pública. E essa preocupação nós vemos muito forte no governo do prefeito Luiz Fernando Machado, esse cuidado e essa atenção nos bairros de Jundiaí.

Aqui nós temos como prerrogativa, inclusive, sempre atuar em parceria com as demais unidades de gestão para que essas ações sejam executadas. Contamos muito com a ajuda de Infraestrutura e Serviços Públicos, trocamos informações para que isso resulte numa maior segurança e, consequentemente, nos resultados que almejamos como meta.

Constantemente nós nos reunimos com os comandantes e delegados para tratar de ações voltadas à prevenção e no que a Guarda Municipal e a Unidade de Gestão de Segurança Municipal podem ajudar. Uma coisa bacana que está acontecendo é a união junto dos Consegs (Conselhos Comunitários de Segurança), trazendo os representantes das diferentes regiões da cidade para discutir sobre as demandas e envolvê-los, também, porque são representantes das comunidades. E temos também a Supre, que é uma entidade criada recentemente em apoio às forças de segurança. Já fizemos algumas reuniões, inclusive, e este trabalho nos ajuda muito.

    “Constantemente nós nos reunimos com os comandantes e delegados para tratar de ações voltadas à prevenção e no que a Guarda Municipal e a Unidade de Gestão de Segurança Municipal podem ajudar. Uma coisa bacana que está acontecendo é a união junto dos Consegs (Conselhos Comunitários de Segurança), trazendo os representantes das diferentes regiões da cidade para discutir sobre as demandas e envolvê-los, também, porque são representantes das comunidades. E temos também a Supre, que é uma entidade criada recentemente em apoio às forças de segurança. Já fizemos algumas reuniões, inclusive, e este trabalho nos ajuda muito”

Tribuna – Quais são os projetos que a senhora tem para Jundiaí na área da segurança?

Carla Basson – Já tinha alguma coisa em andamento que estamos colocando em prática e muita coisa que conseguimos trazer. Na questão da formação, um grupo de guardas foi qualificado pelo doutor Augusto Cury (psiquiatra, professor e escritor brasileiro com mais de 25 milhões de livros vendidos somente no Brasil) para a prevenção do suicídio. Somos a primeira Guarda Municipal a receber este tipo de qualificação.

Nós conseguimos fazer esse contato diretamente com ele, que disponibilizou este trabalho sem qualquer custo para a Guarda Municipal e unidade de gestão. Já temos 40 profissionais formados para multiplicar esse programa, denominado “Você é Insubstituível”, que visa a prevenção e a valorização da vida da população, principalmente neste momento de pandemia que estamos vivendo e que afeta diretamente a saúde mental. As pessoas são o bem maior de um município e nossa missão, aqui, é zelar por todas elas.

O programa Patrulha Guardiã Maria da Penha é outra ação pioneira na região, que trata especificamente da violência doméstica. Completou recentemente dois anos e os profissionais que atuam nele estão fazendo isso com maestria, são pessoas que vestiram a camisa e estão fazendo a diferença, inclusive propagando isso para a região. Até agora atendemos 200 mulheres que foram vítimas de algum tipo de violência e são assistidas por este programa.

Uma parceria que estamos fazendo, também, é para a defesa pessoal dos nossos guardas. O objetivo é investir na busca do condicionamento físico do profissional de segurança e técnicas para o dia a dia.
 

Tribuna – Já foi divulgado pela Prefeitura que serão investidos R$ 30 milhões no município para a segurança pública, nos próximos quatro anos. De que forma estes recursos serão utilizados?

Carla Basson – Já estamos investindo com a construção da sede do Canil da Guarda Municipal, lá no Medeiros. As obras foram iniciadas e serão empregados R$ 2,5 milhões em uma área de mil metros quadrados, uma base importante para o Vetor Oeste que contará com 16 cães, local para treinamento, sala de instrução, vestiários e estacionamento. A previsão de conclusão do serviço é de seis meses.

Temos a previsão também, em até três anos, de construção da nova sede da Guarda Municipal. Nele haverá um Centro Integrado de Comunicação, com a parte de atendimento de emergências no município contendo profissionais de diferentes áreas de atuação, como agentes de trânsito, Defesa Civil e a própria Guarda Municipal. A nova sede ficará na avenida 14 de Dezembro e será executada com recursos do Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento).

Eu digo sempre que sou abençoada por ter chegado neste momento tão importante para o município, com muitas conquistas e uma equipe maravilhosa, que me ajuda muito. Tenho um carinho muito grande pela Guarda Municipal e procuro sempre conversar com os inspetores e subinspetores, os próprios guardas, para falar dos objetivos e todos estarem informados sobre o que será desenvolvido em prol da segurança. Trabalhei por muito tempo na rua e sempre nos encontrávamos em atendimento de ocorrências.

Temos em torno de R$ 1,5 milhão destes recursos, também, para aquisição de viaturas e mais R$ 5 milhões para aquisição de 50 novos veículos e motos, com recursos de emendas parlamentares que foram conquistadas.

No monitoramento, o planejamento é para que tenhamos aproximadamente 240 câmeras distribuídas nas principais regiões da cidade para que o sistema de vigilância seja ampliado e ainda mais aprimorado, em parceria com a Cijun (Companhia de Informática de Jundiaí). Além da área ambiental, com as ações da Guarda Florestal que têm atuado muito.

Nos últimos anos, foram investidos R$ 178 mil para aquisição de armas e munições. A previsão, agora, é de mais R$ 280 mil para coletes balísticos, munição e EPIs para os nossos guardas.

Temos, também, o programa Bairro Seguro, com as regiões do Centro e da Ponte São João sendo atendidas neste primeiro momento e a ideia é estender para os outros bairros, mas precisamos primeiro consolidar as informações. Para isso, nós recebemos duas bases comunitárias, que estão sendo usadas pelas equipes para estreitar ainda mais essa relação com os moradores.

Tribuna – A segurança foi obrigada a atuar para que as pessoas mantenham o distanciamento e não pratiquem aglomerações na pandemia. Como tem sido este trabalho na cidade?

Carla Basson – A ação individual sempre traz consequências para os semelhantes e estamos vendo isso, infelizmente, em relação à Covid19. Mas cabe a cada um fazer a sua parte e o que está ao nosso alcance é conscientizar as pessoas nestas operações.

Junto com a Polícia Militar, temos feito as ações em pontos necessários para prevenir aglomeração e também para quem quer ter o descanso preservado, em relação aos pancadões. O resultado tem sido muito bom, inclusive recebendo elogios da população. Mas lembro que essa é apenas uma das nossas atribuições em relação à pandemia, pois apoiamos as ações de fiscalização do comércio para evitar excessos e damos suporte à Unidade de Gestão de Mobilidade e Transporte nos terminais de ônibus. Nós auxiliamos também a Ugads (Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social) com as pessoas em situação de rua.

Na Educação, ajudamos na volta às aulas e, para a Promoção da Saúde, fizemos a escolta das vacinas que o município recebe para imunização da população.
Trabalho em equipe é uma das prioridades da coronel à frente da gestão (Foto: PMJ)

Tribuna – Qual foi a principal mudança em relação ao novo trabalho? Tem alguma diferença no dia a dia da senhora, agora?

Carla Basson – Não estou colocando mais a farda (risos). Eu não mudei o meu jeito de trabalhar, ouço muito a minha equipe, que me ajuda muito. Amadurecemos as ideias e colocamos em execução aquilo que é preciso para o serviço de excelência à sociedade.

Tudo isso que relatei está acontecendo em quatro meses de trabalho e é muito legal, porque mostra o engajamento e profissionalismo de todos da unidade de gestão. Tem sido uma experiência maravilhosa, com profissionais incríveis e todos com vontade de fazer o melhor.

Uso muito as mídias sociais para comunicar à população o que estamos fazendo e gosto deste contato direto. É obrigação de quem está na área pública dar retorno à sociedade e ouvir o que as pessoas têm a dizer, o retorno daqueles para quem você presta o serviço.
Leia também:

Tribuna de Jundiaí – Qual é o legado que a senhora quer deixar para o município nesta passagem pelo governo municipal?

Carla Basson – Tudo isso tem a ver com o que penso em termos de trabalho, na valorização e condições para que o homem e a mulher possam executar este trabalho de segurança municipal da melhor forma possível. É dar as condições necessárias para quem atua com tanto afinco pela cidade, não só em termos de estrutura mas também na preocupação com o emocional, a saúde e bem-estar.

Já trabalhei em outros municípios e Jundiaí tem uma posição destacada, inclusive internacionalmente. Vejo o prefeito Luiz Fernando sempre empenhado em trazer e fazer aquilo que é melhor para a cidade e para a população.

A segurança pública é sempre um desafio diário, isso já trago na experiência da carreira. Nunca um dia será igual ao outro, mas nosso objetivo é o de cumprir as metas e fazer o melhor possível, todos os dias.
Mais de 30 anos dedicados à Polícia Militar: carreira brilhante (Foto: Arquivo Pessoal)

Tribuna – Raio X: quem é Carla Basson?

Carla Basson – Uma pessoa que tem como lema “ninguém veio ao mundo para passeio”. Temos uma missão para cumprir, algo maior e melhor naquilo que nos dispomos a fazer: como mãe, filha, amiga, professora, comandante… cada um na sua profissão ou naquele papel que a sociedade lhe impor.

Não sou uma pessoa conformada com as situações, busco sempre soluções e alternativas para um caminho melhor. Temos a obrigação de melhorar a sociedade que a gente vive, acredito nesta missão e em Deus, sempre nos guiando. Tenho um filho de 22 anos, sou muito feliz pelo que tenho e consegui conquistar com muito trabalho.

Aproveito para agradecer a equipe maravilhosa que tenho, aqui, junto com o comandante da Guarda Municipal, e a acolhida de todos na Prefeitura. Fui recebida com muito carinho, por todos.

Fonte: https://tribunadejundiai.com.br/mais/entrevistao/com-muito-dialogo-e-integracao-coronel-carla-basson-comanda-a-seguranca-publica-de-jundiai/

segunda-feira, 5 de julho de 2021

 'Na adolescência, o suicídio pode acontecer muito rápido, sem dar tempo de o jovem ficar deprimido', diz psiquiatra da UFRJ

Eles saem da barra da saia da mãe e querem ganhar o mundo, ter mil experiências, namorar, festejar, viajar e têm todo um futuro com mil possibilidades. No entanto, é na adolescência, quando parecem cheios de vida, que ocorre o primeiro pico de suicídio – o outro é na terceira idade. Às vezes acontece sem depressão, por impulso. E tem acontecido mais. O tema é pesado, mas necessário. Por isso, hoje, Dia Mundial do Combate ao Suicídio, trouxe essa entrevista com o psiquiatra especializado na infância e na adolescência Lucas Hosken, com formação pela UFRJ, onde trabalha, além de atuar em consultório particular. Ele fala, entre outras coisas, da influência dos relatos de depressão e automutilação dos ídolos teen sobre adolescentes já vulneráveis, da angústia com as incertezas que essa nova geração enfrenta e das armadilhas do algoritmo da internet, que vem roubando dos jovens a possibilidade do acaso. “O acaso ajuda a gente com muita coisa. Você estava indo para um rumo e, do nada, vem alguma coisa que não tinha nada a ver com aquilo e que pode te acordar.”

O suicídio em adolescentes está aumentando?

Sim. No consultório, temos visto muita tentativa de suicídio. No Brasil, esse aumento depende do estado, os dados ainda são muito frágeis. Em alguns, a gente vê um grande aumento porque os dados estão sendo mais bem colhidos. Mas mesmo em estados que fazem isso bem, como Rio Grande do Sul e São Paulo, também vemos aumento, só que não na mesma velocidade. Nos últimos 10 anos, a taxa de suicídio entre 15 e 19 anos aumentou 33,5%!

A adolescência é uma fase em que a gente quer viver muitas experiências, e dentro dessa perspectiva o suicídio parece uma contradição. Quais os motivos que levam um adolescente ao suicídio?

A adolescência é uma fase de transição da infância para a idade adulta. Uma coisa fundamental para ser adulto é sair da proteção dos pais e ser aceito pelos pares. O que está por trás da tentativa de suicídio nessa fase são dificuldades nessa transição, a pessoa não se sentir aceita pelos pares, pelos motivos mais variados, e ter dificuldade de sair da proteção dos pais. É nesse conflito que surge a maioria dos casos de suicídio, que raramente é algo pontual, sempre é construído ao longo de um tempo, por mais que a pessoa que comete suicídio não tenha essa percepção e às vezes nem a gente consiga de cara identificar. São atos impulsivos: a menina leva um fora de um namorado e tenta se matar. Ou foi humilhada na internet e, assim que vê, quer pular pela janela. Mas já tinha aí uma dificuldade de controle de impulsos, de regular as emoções. Isso não acontece de uma hora para outra. Além disso, muitas vezes o quadro depressivo já está ali e as pessoas não perceberam. Quase sempre que você pergunta para o paciente que tentou o suicídio o que estava acontecendo, ele consegue dizer sobre a gota d’água. Mas o que foi enchendo o copo, ele tem dificuldade de saber. É um trabalho mais de longo prazo que a gente faz.

Nem sempre o suicídio acontece num quadro depressivo?


A culminação da depressão pode ser o suicídio. Mas existem outros caminhos para se chegar a isso. Porque depressão é o quadro em que o adolescente tem um humor triste, perde a vontade e o prazer de fazer as coisas, altera o sono e o apetite por pelo menos duas semanas. É normal ter dia em que a gente está triste ou não está a fim de fazer nada, mas se dura mais de duas semanas e não melhora de forma natural, a gente chama de depressão. Só que, na adolescência, há uma diminuição natural do controle dos impulsos, e o suicídio pode acontecer muito rápido, sem dar tempo de ficar deprimido, simplesmente por ele ou ela não saber lidar com uma situação que se impõe e pela baixa capacidade de controle da emoção.

Os adolescentes estão menos tolerantes à frustração, à tristeza?

Sim. Até organicamente o cérebro do adolescente tem um controle menor do impulso. Porque, se a gente for pensar lá atrás, quando o ser humano vivia em tribos e os comportamentos foram selecionados evolutivamente, o adolescente precisava ser mais ousado para sair da proteção do lar, encontrar outros pares e formar o seu próprio lar. É preciso uma certa ousadia, quase uma imprudência para fazer isso, porque o mais prudente é você ficar protegido dentro de casa. Então, o cérebro deles naturalmente tem uma permissividade maior a esse descontrole dos impulsos e emoções. Tanto que o pico de suicídio ocorre em duas fases da vida: na adolescência e na terceira idade. Na adolescência, porque eles são mais vulneráveis emocionalmente e estão nessa fase de transição entre a proteção dos pais e a aceitação pelos pares. Estão pulando de um trapézio para o outro: sabem que têm que largar o trapézio de trás e, se não veem que serão pegos pelo trapezista da frente, podem achar que não resta outra saída a não ser se matar. Então, não necessariamente eles deprimiram. Eles podem não ver outra alternativa antes de ficarem deprimidos. Bullying é causa que contribui para o suicídio por isso, é uma percepção de não aceitação pelos pares.

Você falou que é possível perceber uma construção do comportamento suicida, o descontrole das emoções. A automutilação, cada vez mais frequente entre adolescentes, é um desses sinais? Ela tem ligação com risco de suicídio?

A automutilação é uma forma que os adolescentes descobriram de lidar com as emoções. Ela, por si só, não quer dizer que o adolescente quer se matar, porque são lesões geralmente superficiais. Obviamente eles às vezes erram a mão e podem fazer lesões um pouco mais profundas, mas a intenção não é de tirar a vida. Só que esse comportamento já mostra que ele tem dificuldade de lidar com as emoções, que alguma coisa está bem errada. Se você perguntar ao adolescente por que ele está se cortando, ele vai dizer que é porque traz alívio. Tem até uma frase que eles gostam de falar: “É porque a dor física melhora minha dor emocional”. Provavelmente, desde sempre esse alívio era possível se você se cortasse, mas ninguém tinha tido essa ideia. Por que eles inventaram isso? A gente não sabe. Mas foi mais uma forma, não muito bem adaptada, que eles descobriram de lidar com as emoções. Cabe à gente ensinar outras formas menos agressivas contra eles. Mas se a gente vê alguém se cortando não quer dizer que essa pessoa esteja se aproximando do suicídio. No entanto, tem que ficar atento porque, por trás disso, há sofrimento e uma dificuldade de lidar com isso.

Ídolos adolescentes, como Demi Lovato e Billie Eilish, compartilham relatos de depressão, pensamentos suicidas e automutilação, com a justificativa de querer ajudar adolescentes que passam pela mesma situação. Até que ponto isso ajuda ou incentiva a práticas perigosas. Há uma glamourização da tristeza e da depressão?


O fato de elas falarem que estão sofrendo, que sofrem de depressão ou que têm algum transtorno de personalidade, por si só, não faz com que o adolescente tome alguma atitude. Mas, para um adolescente que já esteja vulnerável, que está passando por algo, isso pode indicar um caminho a seguir. Não é só o que se fala, mas também como que se fala. Porque as emoções acontecem dentro da gente, mas os comportamentos que derivam delas – estou sentindo isso, o que eu faço com isso? – são aprendidos. Antigamente, a gente aprendia na “aldeia”, com a família e os amigos próximos da família. Com a invenção internet, essa aldeia pode ser a Billie Eilish, que está a dez mil quilômetros de distância e que não faz a menor ideia de quem ela está influenciando. Isso realmente pode acontecer, o adolescente pode começar a ter esse comportamento. Mas, em defesa da Billie Eilish, acho que ela também não sabe o que está fazendo. Elas também são praticamente adolescentes e estão um pouco perdidas. Só que estão em evidência.

Uma pesquisa recente (veja aqui) concluiu que as redes sociais não aumentam o risco de depressão em adolescentes. Mas sabemos que a internet, assim como pode ser um local de apoio e conexões positivas, também pode levar uma pessoa depressiva a um lugar mais sombrio, como grupos que estimulam o sofrimento, a automutilação, o suicídio. Quais os riscos?


A internet é mais um mundo onde tem de tudo, coisas boas e ruins, como o mundo real. O diferencial é a facilidade, porque é só dar um clique para acessar essas coisas, e o algoritmo, a partir desse clique, acaba reforçando o padrão, em vez de dar alternativas que o acaso do mundo real ofereceria. No mundo real, a gente pode contar com o acaso. Na internet, tem pouco disso, o algoritmo não deixa e restringe a sua capacidade de pensar de forma variada. O acaso ajuda a gente com muita coisa. Você estava indo para um rumo e, do nada, vem alguma coisa que não tinha nada a ver com aquilo e que pode te acordar. Na internet, se você está procurando um tema, ela vai oferecer cada vez mais algo sobre aquilo.

Que cuidados os pais podem tomar?


Não acho que seja através do controle. Pelo contrário. O adolescente está buscando a construção da autonomia, a administração da liberdade. Temos que ensinar essas faculdades a ele e tentar deixar aberto o canal de conversa de forma não julgadora. Embora ele ache que sabe muita coisa — e sabe —, tem muita coisa que ainda não sabe. Cabe a nós instruir e nos aproximar de forma ativa, sem impor, seguindo uma ética do convite, tentando estimular. Mas temos que buscar ativamente, porque eles, por estarem nessa fase, vão tentar se afastar, buscar a aprovação dos pares e sair do controle dos pais. Mas ainda não podem sair completamente. Adolescente não é adulto. Então, a gente tem que exercer o papel de pai chato mesmo. Adolescente não vai ter problema se tiver pai chato. Ele acha que o pai, por definição, é chato. Então pode perturbar, ir lá e oferecer, oferecer de novo e falar mais uma vez. A gente não precisa ser invasivo, controlador, mas tem que estar ativo nesse oferecimento de carinho, de espaço para ele entender e lidar com os sentimentos que vão aparecendo. Se ele está procurando essas coisas na internet, é sinal de que está sentindo algo com que não sabe lidar. Você, como mãe e pai, vai oferecer um outro espaço que não o da internet. O passo que ele deu foi uma busca de ajuda, ainda que seja a ajuda da internet, que às vezes é a pior possível, às vezes é a ajuda para se matar. Mas quando ele buscou a pergunta dele era: “O que faço com isso que estou sentindo?” Você, como pai, pode dar diversas outras alternativas, até oferecer ao seu filho ajuda especializada. A gente não pode abdicar do papel de pai nessas horas. Por mais que às vezes o adolescente esteja querendo que a gente não esteja ali, ele sabe que precisa.

Se essas questões da adolescência sempre existiram, por que tem aumentado o suicídio nessa etapa da vida?

Os espaços onde a sociedade se encontrava de forma mais natural estão acabando, estão menos sólidos. Cem anos atrás, a gente nascia e sabia a vida que teria. Hoje em dia, a gente não sabe porque tem milhões de opções. Isso é bom, mas cria mais incertezas, e a incerteza traz insegurança. Viver com as incertezas é um aprendizado que a gente tem que fazer nesse século.

Em relação à profissão e mercado de trabalho?


Em relação a tudo, até se a gente vai casar, ter filho, onde vai viver. Antigamente a gente sabia, era ensinado a casar e viver feliz para sempre. O caminho estava traçado. Havia os contras disso, porque quem não conseguia se encaixar nesse caminho acabava excluído da sociedade. Hoje, a gente tenta incluir mais pessoas. Nessa tentativa, criam-se incertezas, porque são várias as opções. É o paradoxo da liberdade: a gente tem escolhas, mas escolher pode trazer angústia. É um mundo mais líquido, menos consistente em relação aos caminhos traçados. A gente ainda não conseguiu delinear bem os espaços ou construir um ambiente mais protegido para que esses passos possam ser dados. Antes, a gente fazia isso nas famílias, nas igrejas, nas escolas, nos clubes, mas esses espaços não têm mais a força que tiveram.

A família não tem mais a força que tinha?

Ainda acho que é o melhor ambiente para fazer isso (aprender a escolher), mas nossas famílias diminuíram, e não só a quantidade de filhos. Antes, as famílias eram pai, mãe, filhos, avós, primos, vizinhos. Todos eram muito mais próximos e influenciavam na criação da criança e do adolescente. O apoio deu uma encolhida. Inclusive o dos próprios pais, por causa do excesso de trabalho. E a transição tecnológica, em que os pais não são tão hábeis para lidar com o mundo digital quanto os filhos, também traz insegurança aos pais. Quando os amigos dos filhos eram só os amigos da escola, de certa forma, os pais escolhiam os amigos dos filhos escolhendo a escola em que a criança estudaria. Agora isso não é mais assim.

Em algum momento, todo adolescente enfrenta problema com amizades. Amigos que eram próximos podem brigar ou se afastar. Quando são crianças, os pais promovem encontros, chamam colegas para vir em casa. Na adolescência, eles próprios criam seus encontros. O que uma mãe ou um pai pode fazer se vê que seu filho está se afastando do grupo de amigos e está triste?

A gente não precisa promover as amizades para eles, mas, lembrando a imagem do trapézio, tem que garantir que não é porque ele não achou o trapezista da frente que está perdendo o de trás. Ele precisa saber que o suporte dos pais estará sempre ali. E é importante flexibilizar o pensamento do adolescente, porque às vezes eles são muito rígidos. Tudo é o fim do mundo, e no dia seguinte tem um novo fim do mundo e o que passou não quer dizer mais nada. A gente tem que ajudá-los a enxergar isso sem menosprezar o sofrimento deles. A gente fala “eu entendo que você está sofrendo, mas calma, você ainda não encontrou os seus amigos, mas existem outros” ou “teve esse problema agora, mas daqui a pouco vai voltar ao que era”. Contar a sua experiência também ajuda a fazê-los enxergar em perspectiva. Dizer, por exemplo: “Na minha época, também briguei com minhas amigas e achei que não tivesse amiga nenhuma, mas dois dias depois a gente estava bem” ou “foi quando eu conheci uma pessoa que hoje em dia é alguém com quem posso contar”. Temos que ajudar a expandir o olhar deles. O olhar do suicida e do adolescente — ele também tem essa propensão — é muito estreito. Ele tende a olhar só o que está acontecendo, não consegue ver todas as possibilidades. Por exemplo, ele brigou com a primeira namorada e pensa: “Nunca mais ninguém vai me amar”. Não. Quantas namoradas todo mundo não teve até casar e quantas pessoas são felizes sem nunca terem casado?

Como identificar sinais de que um adolescente está em risco para o suicídio?

Vão aparecer padrões de comportamento, sintomas depressivos. Ele vai se excluindo, para de falar tanto com você e com os outros. Pode estar mais triste, mais choroso, irritado, arredio. Busque saber como está a relação com os amigos, se ele está buscando ativamente, conversando. O uso de drogas também é um fator de risco. E ele pode começar a dar sinais de que não quer mais viver, que a vida não vale a pena, de cansaço. Não um cansaço físico, mas a ideia de estar de saco cheio com a vida. Se soltar frases como “ninguém gosta de mim”, “não tenho amigos”, “a vida está chata” ou se repetir muito “não aguento mais”, devemos ficar atentos. As próprias autoescoriações são algo para a gente ficar atento. São primeiros sinais.

Na série “Os 13 porquês", que na primeira temporada gerou muita polêmica, a protagonista vivia uma série de conflitos importantes e, dentro de casa, parecia a mesma filha de sempre, sem dar sinais de que cometeria suicídio. Existem casos em que não há sinais?

Um tanto disso é a dramaturgia. Mas acho que não há sinais se você já tiver um certo distanciamento dos seus filhos. A tecnologia atrapalha um pouco a convivência. Porque os filhos estão numa tela e a gente também está em outra. Não são tantos encontros dentro de casa. De repente, para que esse canal de conversa possa acontecer, podem-se instituir algumas práticas: uma das refeições feita com todo mundo junto e sem telefone. “Ah, mas aí vou ficar sentado sem fazer nada?”, o adolescente pode perguntar. “Vai”, você responde. Porque, na verdade, ele não vai ficar sem falar nada, as coisas vão começar a acontecer. O adolescente tem dificuldade de buscar ativamente ajuda dos pais, ele está tentando fazer as coisas fora. Então, os pais têm que forçar esses espaços. Se só deixar correr naturalmente, os sinais vão estar ali, mas o adolescente não necessariamente vai exibir de forma ativa e os pais podem não enxergar. No consultório os adolescentes às vezes falam: “Eu estava mal e ninguém foi falar comigo”. Eu falo para eles e vale também para os pais: nem sempre as pessoas têm disponibilidade emocional. Não é porque você está mal que eu sei lidar com o que você está sentindo. Se não sei lidar, tendo a me afastar. Se isso acontecer com os pais, eles não podem se afastar, eles vão ter que trabalhar para buscar ajuda em outro lugar. Há diversos canais: psiquiatras, psicólogos, terapeutas de família...

Estamos em plena campanha do Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio. Campanha faz diferença?


Faz, porque a gente começa a prestar mais atenção. Como em toda campanha, existe uma certa glamourização, mas saber que o suicídio é um problema com o qual precisamos lidar é muito positivo. No mundo, acontece um suicídio a cada 40 segundos. Nos Estados Unidos, é a principal causa de morte de meninas adolescentes de 15 a 20 anos. A gente precisa falar disso. No Brasil, a gente tem uma estatística que não põe o suicídio como principal causa de morte porque a gente mata eles antes, o assassinato é a principal causa de morte. Então, não é por mérito nosso que o suicídio não está no primeiro lugar, é por demérito. Mas depois das agressões externas, estão lá as autoagressões.

Resenhando - Diário de uma mãe de adolescente Daniela Dariano
https://extra.globo.com/mulher/resenhando-mae-de-adolescente/na-adolescencia-suicidio-pode-acontecer-muito-rapido-sem-dar-tempo-de-jovem-ficar-deprimido-diz-psiquiatra-da-ufrj-24632088.html

 OMS publica orientações para reduzir taxa de suicídio em um terço até 2030

A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou hoje uma orientação (disponível em inglês) para reduzir a taxa de suicídio em um terço até 2030 ao redor do mundo. Somente em 2019, segundo a organização, mais de 700 mil pessoas morreram por suicídio, o que representa uma pessoa a cada 100 mortes.

O alto número de vítimas foi ponto de partida para o anúncio e produção de novas orientações com o objetivo de ajudar os países a melhorarem — ou colocarem em prática — o atendimento e prevenção ao suicídio, e alcançarem a meta no tempo estipulado.

Estimativas feitas pela OMS e reunidas no relatório "Suicídio em todo o mundo em 2019", divulgado hoje, apontaram que esse tipo de morte é uma das principais ocorrências de óbito em todo o planeta. Em uma comparação, mais pessoas morrem por suicídio do que HIV, malária, homicídio e câncer de mama.

O suicídio foi a quarta maior causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos precedido de mortes por acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Com relação ao sexo das vítimas, o relatório apontou que homens morrem por suicídio mais do que o dobro que as mulheres — sendo 12,6 homens e 5,4 mulheres vítimas de suicídio a cada 100 mil mortes.

"Não podemos — e não devemos — ignorar o suicídio. Cada um é uma tragédia. Nossa atenção à prevenção do suicídio é ainda mais importante agora, depois de muitos meses convivendo com a pandemia da covid-19, com muitos dos fatores de risco para suicídio — perda de emprego, estresse financeiro e isolamento social — ainda muito presentes. A nova orientação que a OMS está lançando hoje fornece um caminho claro para intensificar os esforços de prevenção do suicídio", disse o Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-Geral da OMS, em comunicado oficial da organização enviado ao colunista do UOL Jamil Chade.

Aumento da taxa nas Américas e orientações

Apesar da redução na taxa de mortes globalmente, o número de mortes por suicídio está aumentando nas Américas. De 2000 a 2019, a taxa global caiu 36%, mas aumentou 17% nas Américas no mesmo período, informou a organização.

A OMS ainda ressaltou que mesmo que muitos países tenham colocado a pauta de prevenção do suicídio em suas agendas, "muitos permanecem não comprometidos". Hoje, somente 38 países são conhecidos por terem uma estratégia abrangente de prevenção a esse tipo de morte.

Entre as orientações no relatório da OMS estão: limitar o acesso a mecanismos que podem ser usados na prática do suicídio, relato responsável dos meios de comunicação ao tratarem desta questão, serviços de apoios socioemocional para adolescentes, e a identificação precoce, gestão e acompanhamento de pessoas que tenha pensamentos ou comportamentos suicidas.

Neste último ponto, a OMS destaca a importância da formação e treinamento de profissionais da saúde e trabalhadores de serviços de emergência para a identificação das pessoas com essas condições.

A nova orientação ainda traz exemplos de mecanismos usados para a prevenção ao suicídio em países como Austrália, Gana, Índia, Iraque, Guiana, EUA e Suécia. O texto explica que as medidas podem ser utilizadas nacionalmente, mas também localmente e até mesmo em ONGs (organizações não governamentais).

"Embora uma estratégia nacional abrangente de prevenção do suicídio deva ser o objetivo final de todos os governos, iniciar a prevenção do suicídio com intervenções [indicadas nas orientações do relatório] pode salvar vidas", finalizou Alexandra Fleischmann, especialista em prevenção ao suicídio da OMS.
Centro de Valorização da Vida

Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida) e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.

Fonte: www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/06/17/oms-saude-guia-taxa-mortes.htm