quarta-feira, 19 de abril de 2017

Curitiba registra tentativas de suicídio e alerta para 'jogo' da Baleia Azul

A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba alerta pais e responsáveis por crianças e adolescentes e os profissionais da educação e saúde em relação ao “jogo” Baleia Azul, que propõe 50 desafios aos participantes e sugere o suicídio como última etapa. Nesta madrugada, a rede municipal de saúde registrou cinco tentativas de suicídio entre adolescentes entre 13 e 17 anos, que foram atendidos e encaminhados para acompanhamento em Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Em todos os casos, havia sinais de automutilação e ingestão de medicamentos.

Ainda não há confirmação se os casos têm relação com o jogo. Os casos serão investigados. Além disso, serão desenvolvidas atividades de prevenção ao suicídio nas escolas com estudantes adolescentes, faixa etária alvo do jogo. A ação envolve as secretarias municipal e estadual de Educação.

No "jogo" Baleia Azul, os adolescentes relatam receber mensagens em redes sociais com tarefas a serem cumpridas. Nas conversas, um grupo de organizadores, chamados "curadores", propõe 50 desafios macabros aos adolescentes, como fazer fotos assistindo a filmes de terror, automutilar-se desenhando baleias com instrumentos afiados no corpo e ficar doente.

O Baleia Azul começou como “fake news” (notícia falsa) divulgada por um veículo de comunicação estatal da Rússia e se espalhou a partir de 2015. Mesmo sendo fake news, a notícia gerou um contágio, principalmente entre os jovens. De acordo com especialistas, o jogo não existia, mas com a grande repercussão da notícia, pode ter passado a existir.

“Orientamos que pais e responsáveis conversem com os adolescentes e fiquem atentos a sinais de isolamento, perda de vínculo familiar e quadros de automutilação”, diz o secretário municipal da Saúde de Curitiba, João Carlos Baracho. De acordo com o Baracho, os postos de saúde são a porta de entrada no sistema para aquelas famílias que precisam de ajuda. Caso seja necessário, o posto pode direcionar para atendimento de saúde mental em Caps ou outro serviço especializado, de acordo com a gravidade do caso.

Seriado

No mesmo sentido, a Secretaria Municipal da Saúde faz um alerta em relação ao seriado 13 Reasons Why. Os episódios, exibidos pela plataforma de streamming Netflix, contam a história de uma garota que deixa fitas cassetes explicando as razões que a levaram a cometer suicídio.

De acordo com a Associação Paranaense de Psiquiatria (APPSIQ), obras de ficção que simbolizam a vida real podem contribuir para fomentar discussões de temas importantes. A entidade manifestou satisfação em constatar que o seriado que trata de bullying, depressão e suicídio entre adolescentes tenha provocado alta de 170% nos acessos ao Centro de Valorização da Vida (CVV), que há 55 anos atua na prevenção do suicídio no Brasil.

Segundo a APPSIQ, porém, “a série 13 Reasons Why peca por não abordar a questão do adoecimento mental da personagem, não provocar diálogos sobre como o desfecho dela poderia ser evitado e, principalmente, por dar a impressão de que buscar ajuda é inefetivo.”

A APPSIQ critica também a “glamourização” do suicídio, a utilização do autoextermínio como instrumento de vingança e o fato de atrelar a ideia de suicídio à culpabilização. A entidade alerta, ainda, em relação ao efeito Werther – termo científico pelo qual a publicidade de um caso notável serve de estímulo para novas ocorrências, contribuindo para a difusão do método, apologia ou idealização do ato. 

De acordo com a coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde, Flávia Adachi, os pais e responsáveis não precisam efetivamente proibir o adolescente de assistir à série, mas devem preferencialmente assistir junto e conversar sobre o assunto. “Pode perguntar ao filho se ele conhece alguém que já passou por aquelas situações ou se ele efetivamente já passou por aquilo, tentando deixar um canal aberto franco de diálogo”, aconselha.

A psicóloga Maria Cristina Barreto, que trabalha na Saúde Mental da secretaria, na área técnica da infância e adolescência, explica que essa fase da vida é de grande vulnerabilidade. “O jogo Baleia Azul tem o componente do ‘desafio’. Os adolescentes gostam de desafio, romper limites, desafiar autoridade”, conta ela. “Já a série afeta mais o adolescente que vivencia alguma situação de maior sofrimento, tornando-o suscetível a influências que podem colocá-lo em situação de risco. Então, precisamos ficar atentos a todos os perfis”, diz.

Fonte: www.bemparana.com.br/noticia/498482/curitiba-registra-tentativas-de-suicidio-e-alerta-para-jogo-da-baleia-azul

sábado, 8 de abril de 2017

Jogo virtual e sua ação indireta na prevenção do suicídio

Pokémon Go evita suicídios no Japão

Por Abílio Rodrigues

O Japão é conhecido por ter diversos locais de eleição para aqueles que tomam a decisão de colocar termo à vida.

Um desses locais é uma região montanhosa com enormes penhascos, Tojinbo, na qual, só no ano passado, 14 pessoas se atiraram para o abismo. Em 2015, foram 12 os suicídios registados na zona. Porém, nos primeiros três meses deste ano, não foi registada qualquer morte na área, sendo que as autoridades e população acreditam que o jogo mobile Pokémon Go pode estar relacionado com esta nova tendência.

Ao que parece, diversos Pokémons raros aparecem naquela zona, o que faz com que tenha havido um aumento no número de visitantes da região montanhosa, fator que desencoraja os suicidas a recorrerem ao local.

Um polícia local reformado, Yukio Shige, organiza patrulhas anti-suicídio na zona, e considera que o aumento de tráfego nos penhascos tem tido um efeito positivo em termos da prevenção do suicídio na região. Durante uma entrevista a um canal de televisão japonês, o ex-polícia disse o seguinte:

"O efeito de Pokémon Go é enorme. Espero que possámos continuar a este ritmo, com zero suicídios."

É óbvio que se pode tratar de uma simples coincidência, mas a verdade é que quem procura colocar fim à vida procura zonas isoladas, e evita locais muito movimentados, o que leva a crer que Pokémon Go tem mesmo contribuído para esta diminuição de casos.

Para além de melhorar a saúde física e mental dos seus utilizadores, parece agora que Pokémon Go se tornou também numa ferramenta extremamente útil na prevenção do suicídio, pelo menos naquele local.

Fonte: http://pt.ign.com/pokemon-go-apple-watch-1/41816/news/pokemon-go-salva-vidas-no-japao

terça-feira, 4 de abril de 2017

O Piauí sempre atuante e à frente das ações de prevenção do suicídio

Psicóloga do NASF ministra palestra sobre suicídio para alunos

A psicóloga Ilka Meneses Feitosa, do Núcleo de Apoio à Saúde da Família(NASF), da Secretaria Municipal de Saúde de Porto/Pi, realizou nos turnos da tarde e noite na U.E. Otávio Falcão, uma palestra com a temática: “Valorização à Vida: Precisamos falar sobre suicídio”

A escola da rede estadual está realizando o Projeto “Saúde e Qualidade de Vida na Escola” e em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, tem realizado palestras com diversos profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF), entre eles, dentistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, entre outros.

Um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), de 2014, apontou que o Brasil é o 8º país com a maior taxa de suicídios do mundo. O estudo ainda afirma que a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo, sendo este um problema de saúde pública. Para piorar, esses números vêm crescendo no Brasil nos últimos anos.

Fique sabendo

O movimento do Setembro Amarelo é mundial e ocorre no Brasil desde 2014. Ele tem duração de 30 dias e foi escolhido para acontecer no nono mês do ano, pois o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Ele foi trazido ao Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) eABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). A OMS lançou outro dado preocupante: o suicídio já mata mais jovens no mundo do que o HIV. é a segunda maior causa de mortes na faixa etária de 15 aos 29 anos, perdendo apenas para acidentes de trânsito.

Fonte: https://www.meionorte.com/cidades/pi/porto/psicologa-do-nasf-ministra-palestra-sobre-suicidio-para-alunos-em-p-317970