sábado, 26 de novembro de 2011

Opinião: depressão e suicídio


Nos últimos anos a palavra Depressão tornou-se comum na linguagem do dia-a-dia. Ouvimos falar frequentemente de pessoas que têm ou tiveram "uma Depressão". Sabemos que se relaciona com tristeza. É, no entanto, menos comum encararmos a Depressão como uma doença que mata. E a verdade é que, em determinados casos, mata mesmo.
Os principais sinais e sintomas da Depressão são o humor triste e a perda acentuada de interesse e prazer pelas actividades do dia-a-dia. A estes se juntam as alterações do sono e apetite, a fadiga, os problemas de concentração, de memória, dificuldade em tomar decisões e a agitação ou lentificação psicomotora. Para além disso, podem suceder sentimentos de desesperança, de desvalorização pessoal e de culpa excessiva. Em casos mais graves surgem pensamentos sobre morte, ideias suicidas e plano suicida ou mesmo tentativa de suicídio.
Existe portanto uma associação forte entre Depressão e Suicídio. Estima-se que 70 a 80% dos suicídios estão relacionados com a presença da Depressão. A partir destes dados, emerge um raciocínio elementar: se queremos prevenir o suicídio, é indispensável tratar eficazmente a Depressão.
A presença de um transtorno mental revela-se, de facto, como o mais importante factor de risco no suicídio. Mas não é o único. As causas que explicam o fenómeno são complexas e há um relativo consenso na sociedade científica de que o fenómeno resulta da interacção entre condições biológicas, psicológicas e sociais.
O perfil típico do suicida é o de um homem, com mais de 45 anos, divorciado ou viúvo, desempregado, com relacionamentos interpessoais conflituosos, com doença física e/ou com doença mental (ex: depressão, abuso de álcool), que seja essencialmente uma pessoa isolada e que a família não se preocupe com ele. No entanto, nos últimos anos, os suicídios têm aumentado de forma preocupante entre os adolescentes.
Centrando agora o problema na nossa região, os Açores têm, parece-me, um assinalável historial de melancolia, talvez provocado pelo isolamento das ilhas e pela sensação de esmagamento que esse isolamento sempre provocou. O que sucedeu a Antero de Quental em 1891 é revelador dessa disposição típica do povo açoriano.
No caso da Graciosa, como sabem, ocorreram na ilha ao longo dos últimos anos, até ao presente, um número francamente alarmante de suicídios para a dimensão da nossa população. Tendo em conta a taxa de suicídio em Portugal, que é de cerca de 10 casos por cada 100mil habitantes, haver, como houve, vários suicídios no mesmo ano na Graciosa é muito anormal.
Para combater este problema de saúde pública torna-se indispensável acabar com o estigma que recai sobre aqueles que sofrem de perturbações mentais. No dia em que as mentalidades mudarem e as doenças mentais forem encaradas e respeitadas tal como o são as doenças físicas, acredito que muita coisa vai mudar e que a recuperação dos doentes será facilitada. Por outro lado, as pessoas que estão em dificuldades devem saber que não estão sozinhas e que existe ajuda especializada para o seu sofrimento.
O desafio central será aumentar o conhecimento do fenómeno por parte de profissionais de saúde, da comunidade escolar, dos serviços sociais e dos cidadãos em geral, para que todos em conjunto possam ter um papel na prevenção do suicídio. Só assim será possível identificar quem está em risco e encaminhar as pessoas para os serviços de saúde de modo a receberem tratamento eficaz.
por: Marco MartinsFonte:  http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/graciosa/?k=Depressao-e-Suicidio.rtp&post=36824

sábado, 19 de novembro de 2011

Curso de Prevenção de Suicídios na UFVJM


O Grupo de Suicidologia e o Programa Conviver da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Proace) da UFVJM realizam novo curso de Prevenção de Suicídios, nos dias 22 e 29 de novembro, das 18h30 às 22h30, na sala 6 do Prédio I, no Campus I, em Diamantina-MG.

Veja o cartaz, abaixo:



    sexta-feira, 18 de novembro de 2011

    Ferimentos que sinalizam risco de suicídio entre adolescentes

    Jovens que têm o hábito de se cortar ou queimar correm mais risco de suicídio

    Londres - Um em cada 12 adolescentes, na grande maioria meninas, tem o hábito de se machucar com cortes, queimaduras ou assumindo riscos que podem até ameaçar a vida. Cerca de 10% deles continua se machucando deliberadamente até a idade adulta, revela um novo estudo publicado no Lancet.

    As lesões autoprovocadas são um dos principais sinais de alerta do risco de suicídio. Os autores do estudo esperam que os resultados ajudem a gerar mais intervenções precoces para evitar

    Para os autores, o achado revela uma "janela de vulnerabilidade" quando os jovens atravessam a adolescência e costumam ter problemas para controlar as emoções.

    "Essas lesões representam uma forma de lidar com essas emoções", dizem os autores. Eles também sinalizam que essas pessoas costumam ter problemas de saúde mental que não se resolvem sem tratamento.

    "Devido à associação entre lesões provocadas em si mesmo e suicídio, o tratamento de transtornos mentais durante a adolescência poderia constituir um componente importante da prevenção do suicídio em adultos"

    O hábito de machucar-se de propósito é um problema de saúde global, especialmente comum entre meninas e mulheres de 15 a 24 anos. Os especialistas temem que as taxas estejam aumentando.

    Segundo a Organização Mundial da Saúde, quase um milhão de pessoas morrem por suicídio a cada ano, o que leva a uma taxa de mortalidade de 16 em cada 100.000 personas, ou uma morte a cada 40 segundos.
    Nos últimos 45 anos, as taxas de suicídio aumentaram 60% em todo o mundo.

    Soma de fatores

    O estudo do Instituto de Psiquiatria do King's College de Londres, avaliou 1.800 jovens com idades entre 15 e 29 anos entre 1992 e 2008. Segundo os autores,uma combinação de mudanças hormonais durante a puberdade, mudanças cerebrais na adolescência pelo desenvolvimento final do córtex pré-frontal - área do cérebro associada ao planejamento, à expressão da personalidade e à moderação da conduta - e questões sociais como pressão dos pares, dificuldades emocionais e tensões familiares parecem ser fatores chave.

    Os cortes e queimaduras foram as formas mais comuns de lesões entre os adolescentes, somadas a outros métodos como envenenamento e overdose.

    Os cientistas disseram que, apesar de ser tranquilizador que quase 90% dos adolescentes que informaram ter se machucado tivessem deixado o hábito ao chegar à idade adulta, também vale reconhecer os altos riscos que correm os demais que continuam praticando.

    Estudos anteriores demonstram que as pessoas que se machucam propositalmente e que sofrem alguma internação na adolescência são 100 vezes mais propensas ao suicídio do que a média da população.

    Sexta, 17 de Novembro de 2011 - Reuters
     
    Fonte:  http://m.estadao.com.br/noticias/vidae,um-em-cada-12-adolescentes-se-machuca-de-proposito,799597.htm


    sexta-feira, 4 de novembro de 2011

    Mais um artigo científico sobre prevenção do suicídio em congresso de psicologia


    VIII Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar 

    Prevenção do suicídio no contexto hospitalar 

    Marília Frota Pinho, Ana Maria Vieira Lage (UFCE)

    O suicídio é um óbito que resulta de uma ação ou omissão iniciada com a intenção de causar a morte e com a expectativa desse desfecho. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por ano cerca de um milhão de pessoas cometem suicídio, ou seja, uma taxa de mortalidade de 16 a cada 100 mil habitantes, uma morte a cada 40 segundos. Tendo em vista a magnitude do comportamento suicida, as tentativas de suicídio correspondem cerca de 20 vezes mais o número de suicídios consumados. No contexto hospitalar, as principais situações clínicas associadas ao comportamento suicida são os pacientes que apresentam grave ideação suicida e os sobreviventes de tentativas de suicídio, os quais podem estar com comprometimentos clínicos e cirúrgicos estabilizados. Nestes casos, o profissional de saúde deve realizar uma avaliação do comportamento suicida, a fim de propor uma intervenção terapêutica eficaz. A avaliação deve incluir um levantamento dos fatores de risco relevantes, como tentativas prévias de suicídio; condições biopsicossociais; a magnitude dos sintomas suicidas atuais; fatores de stress que precipitem o suicídio; nível de impulsividade e de controle pessoal; e, fatores de proteção contra o suicídio. É importante o recolhimento de dados confirmativos com os acompanhantes, colegas ou amigos e, principalmente, de cônjuges e familiares que porventura estejam presentes no momento da avaliação. O manejo do paciente suicida deve incluir procedimentos de gestão como alistamento de apoios, com vários níveis de contrato pessoal e desenvolvimento familiar, bem como aconselhamento. O tratamento farmacológico ou internamento clínico também pode ser incluído nos procedimentos. É muito importante que os psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros psiquiátricos, psiquiatras e outros médicos trabalhem em conjunto, a fim de colaborar e cooperar uns com os outros para que o plano de gestão do suicídio seja adequado para cada perfil de paciente. A utilização de um “contrato de não suicídio” é uma técnica útil na prevenção do suicídio. Esta técnica pode ser usada em um contexto de emergência hospitalar, porém o resultado pode não vir a ser o esperado visto que o “contrato de não suicídio” baseia-se, principalmente, na relação terapêutica estabelecida entre o profissional e o paciente. Além desses procedimentos, algumas precauções devem ser tomadas, como: a remoção de objetos perigosos; o leito deve ser de fácil observação, se possível em andar térreo com janelas trancadas ou com grade; acesso ao banheiro sempre supervisionado; e autorização para que um acompanhante sempre esteja presente. A atenção deve ser redobrada em alguns períodos, tais como na troca de turnos da enfermagem, na licença hospitalar, na primeira semana após a internação e no primeiro mês após a alta hospitalar. Entretanto, observa-se, na maioria dos hospitais públicos e privados, o despreparo dos profissionais para lhe dar com o suicídio e suas implicações, sendo preciso, dessa forma, a aplicação de estratégias que visem melhorar os serviços de saúde e desenvolver intervenções efetivas. Para isso, é necessária a capacitação dos profissionais de saúde para a identificação do risco suicida nos pacientes e a intervenção, caso haja ideação ou planos. 

    Palavras-chave: hospital, prevenção, suicídio, avaliação. 

    Email de contato: mari_frota@hotmail.com

    Fonte: http://sbph.org.br/csbph8/resumos/TEMA%20LIVRE%20268.pdf

    quinta-feira, 3 de novembro de 2011

    Tragédia pós-guerra: o suicídio dos soldados americanos

    Um estudo divulgado nesta semana pelo instituto "Center for a New American Security Suicide" revelou que a cada 80 minutos um veterano de guerra se suicida nos Estados Unidos. Ou seja, 18 mortes diárias. Ainda segundo a pesquisa, o número dessas mortes aumentou após as guerras do Afeganistão e do Iraque.
    "A América está perdendo a batalha contra o suicídio de veteranos e ex-oficiais. E com o retorno de mais soldados, o riso aumenta", concluem os autores do estudo, Margaret C. Harrell e Nancy Berglass.
    Entre 2005 e 2010, esse número era de um suicídio a cada 36 horas. Hoje, os suicídios de militares correspondem a 20% dos suicídios registrados nos Estados Unidos.
    O número recorde até hoje foi registrado em julho de 2011, com a morte de 33 soldados, entre veteranos e oficiais na ativa, por suicídio. 
    Entre os principais motivos que levam um veterano a tirar a própria vida, de acordo com o estudo, é o desemprego (que entre essa categoria chega a 12%), perda dos benefícios militares e o sentimento de não pertencimento no retorno para casa.
    O estudo aponta algumas sugestões para a redução do número de suicídios entre veteranos. Uma delas é estabelecer um período maior para que o soldado cumpra sua missão em uma mesma unidade, para que ele se sinta mais integrado.
    Outro ponto diz respeito ao direito do veterano manter uma arma em casa. Em 2010, um relatório da Defesa Nacional apontou que 48% dos soldados tiraram suas vidas em casa, usando armas particulares. O estudo propõe que, caso seja constatado uma personalidade instável, sintomas de depressão, entre outros, o veterano deve perder o direito de possuir uma arma em casa. Uma outra proposta é o acompanhamento mais rígido dessas mortes, para criar mais ações preventivas.
    Para tentar evitar fatores que possam levar ao suicídio, diversos programas foram criados pelas organizações que trabalham com veteranos como o "Never Leave a Marine Behind" (algo como "Nunca deixe um marinheiro para trás") e "Never Let Your Buddy Fight Alone" ("Nunca deixe seu companheiro lutar sozinho").
    Uma dessas iniciativas salvou a vida do ex-soldado Jason Christiansen, 35. "Chegou um ponto em que eu sentei e coloquei uma arma na boca", diz ele ao "Huffington Post". Um amigo decidiu levá-lo a um dos programas acima e fez com que o veterano desistisse da ideia de tirar a própria vida.
    Sob uma pressão cada vez maior de grupos de veteranos e do Congresso, o Departamento para Assuntos de Veteranos contratou nos últimos anos mais de 5 mil terapeutas e conselheiros e montou um sistema de coordenadores de prevenção do suicídio em mais de 150 centros médicos.
    Uma das ações criadas pelo Departamento foi a linha de apoio para atender veteranos em crise, criada em 2007 e que funciona no centro de Nova York. Uma medida da eficácia do programa é conhecida como um “resgate”: quando os funcionários do serviço de emergência conseguem mandar para o hospital pessoas que estão ameaçando cometer suicídio ou de fato tentado se matar.
    Ao todo já foram mais de 400 mil ligações recebidas, e o grupo estima que o atendimento já tenha feito, pelo menos, 14 mil "resgates".
    Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2011/11/03/numero-de-suicidios-de-veteranos-de-guerra-chega-a-18-por-dia-nos-eua-diz-pesquisa.jhtm

    terça-feira, 1 de novembro de 2011

    Semana Estadual de Valorização da Vida no RS


    Projeto institui a Semana Estadual de Valorização da Vida

    Deputado defende que pensar na valorização da vida é pensar também na prevenção ao suicídio.

    De autoria do deputado Miki Breier (PSB), o PL 310 /2011, institui a Semana Estadual de Valorização da Vida, a ser realizada, anualmente, na semana que compreender o dia 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. O parlamentar argumenta que a sua proposição tem por finalidade a reflexão e conscientização sobre esta temática, objetivando significar a Vida no planeta em reação ao aumento no índice de suicídios, estatisticamente comprovado, que assola a população do Rio Grande do Sul.

    "Neste sentido, se fundamenta a instituição de uma Semana de Valorização da Vida com toda a abrangência que esta atividade requer. Um espaço/tempo onde ações e pensamentos possam ser reunidos e, alicerçados em reflexão consistente, postular e propor novas alternativas para à Vida em nosso planeta", sustenta.

    Para Miki, pensar na valorização da vida é pensar também na sua preservação e na prevenção ao suicídio. Ele salienta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) define o suicídio como um grave problema de saúde pública resultante da interação de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais. Dados apresentados pela OMS mostram um aumento de 60% no número de suicídios no mundo nos últimos anos, assim como uma mudança no seu perfil epidemiológico demonstrado pelo aumento da incidência na população jovem - 15 a 34 anos - e sua inclusão entre as três maiores causas de morte na faixa etária de 15-44 anos.

    Índices

    No Brasil, o Estado do Rio Grande do Sul é o estado que apresenta as maiores taxas padronizadas de mortalidade por suicídio do país - 12,7%, em 1980, e 15,7%, em 2004, na população masculina; e 4,9%, em 1980, e 3,3%, em 2004, na feminina. A taxa de suicídio entre os homens gaúchos foi 2,4 vezes maior em 1980 e 2,2 vezes maior em 2004 do que a média nacional.

    Miki faz referência à ação do Ministério da Saúde (MS) através da Portaria nº. 1.876/2006 que institui as Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio. Nesta Portaria o MS ressalta, entre outros fatores, a importância epidemiológica do registro do suicídio e das tentativas; a necessidade da identificação das co-morbidades em populações vulneráveis; o aumento das taxas na faixa etária entre 15 e 25 anos; os danos causados àqueles que convivem com o suicida; e a necessidade de ações integrais de promoção e prevenção em todos os níveis de atenção a saúde.

    Urgência

    O parlamentar defende a urgência da instituição de uma Semana de Valorização da Vida no Rio Grande do Sul, anualmente, na semana do dia 10 de setembro que é considerado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Entre os objetivos apontados na justificativa do projeto estão: alertar a população sobre como diagnosticar possíveis suicidas, utilizando veículos de comunicação de grande acesso à população; promover encontro com especialistas na área para debater o assunto; elaborar e distribuir cartilhas didáticas para órgãos públicos, tais como escolas e hospitais, capacitando funcionários para lidar com pessoas que tenham pensamentos suicidas; servir como um espaço de reflexão, avaliação e encaminhamentos a partir das ações do Projeto de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio da Secretaria da Saúde do Estado do Rio Grande do Sul e sobre a Vida no planeta como um todo, em todos os seus matizes; potencializar e dar visibilidade às atividades previstas na Lei 9.633 de março de 1992 que institui o Programa de Educação para a Vida.

    Fonte: http://al-rs.jusbrasil.com.br/noticias/2908396/projeto-institui-a-semana-estadual-de-valorizacao-da-vida

    Artigo científico sobre prevenção do suicídio em congresso de psicologia


    VIII Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar


    PRAVIDA - Projeto de Apoio à Vida 

    Aline Garcia Diniz, Joel Alves da Silva, Marília Franco de Oliveira, Marília Frota Pinho, Marina Costa
    Lima Rodrigues da Cunha, Renata Mesquita Ferreira Lima, Fábio Gomes de Matos e Souza

    O presente trabalho expõe as atividades e resultados que são os mais relevantes do projeto de extensão PRAVIDA – Projeto de Apoio à Vida, descrevendo o trabalho de prevenção do suicídio junto às pessoas que tiveram tentativas de suicídio. No intuito de prestar um serviço de assistência terapêutica e preventiva a pessoas que tentam suicídio no estado do Ceará, surgiu no ano de 2004, o PRAVIDA, um projeto de extensão da Universidade Federal do Ceará, formado por quatorze acadêmicos de medicina e psicologia e coordenado pelo psiquiatra Dr. Fábio Gomes de Matos e Souza. Sendo este projeto o primeiro centro de prevenção terciária de suicídio do estado do Ceará. Nesses sete anos de atuação, ressalta-se a importância de uma instância inserida na UFC que viabilize o estudo do suicídio, bem como de atividades que visem sua prevenção. Em relação à difusão do conhecimento científico-cultural, o Projeto tem como objetivo expandir a temática através de cursos e simpósios direcionados, principalmente, a comunidade acadêmica e atos públicos voltados para a comunidade em geral, a fim de esclarecer sobre o suicídio, tornando sua prevenção efetiva, na sociedade. O Projeto se utiliza de salas localizadas no setor de Saúde Mental do Hospital Universitário Walter Cantídio onde ocorrem as reuniões e os atendimentos. Como metodologia, o PRAVIDA veicula atividades que integram ensino, pesquisa e extensão. Nesse âmbito podem ser enumeradas as seguintes: ensino: capacitações internas; cursos e simpósios; pesquisa: pesquisas relacionadas ao tema; extensão: atendimentos a comunidade, atos públicos, visitas ao instituto Dr. José Frota (IJF); e elaboração do Plano Municipal de Prevenção ao suicídio, a pedidos da Secretaria Municipal de Fortaleza. No ano de 2010 até junho de 2011, entraram em contato diretamente com o projeto cerca de 270 pessoas, as quais puderam ser assistidas e conscientizadas de que é possível sair do risco suicida. Os anos anteriores também representaram números significativos o que nos indicou que mais de mil pessoas tiveram contato com o projeto. Os cursos e simpósios possibilitaram a troca de conhecimentos entre estudantes e profissionais, atingindo, em média, mais de 300 pessoas, as quais puderam adquirir conhecimentos acerca de Prevenção do Suicídio. Várias pesquisas já foram desenvolvidas e outras estão em andamento, como a “Perfil Epidemiológico do Suicídio no Ceará entre 2000 e 2009”, que foi possível com a parceria do IML. Diante do proposto, pode-se concluir que o PRAVIDA tem alcançado seus objetivos, porém ambiciona desenvolver projetos maiores a fim de que a Prevenção ao Suicídio atinja o âmbito estadual e nacional. A temática do suicídio ainda é um tabu, sendo necessário ser discutida para que sejam desenvolvidos métodos preventivos eficazes. Percebe-se, por meio das atividades desenvolvidas, que é possível retirar uma pessoa do risco suicida, sendo preciso, pois, à capacitação de todos os profissionais da área da saúde, os quais devem estar informados acerca dos métodos preventivos. Assim, o PRAVIDA espera intensificar suas ações de prevenção, aliviando os onerosos custos que acarretam o suicídio e suas tentativas.

    Palavras-Chave: suicídio, prevenção, ações.

    E-mail de contato: aline_gd@hotmail.com

    Fonte: http://sbph.org.br/csbph8/resumos/TEMA%20LIVRE%20081.pdf