quarta-feira, 24 de junho de 2009

Os mitos da depressão

Frase

"Depressão é sinal de fraqueza, se ela realmente quisesse, ela poderia sair dessa depressão"', ou "Ela tem um caráter forte. Vai sair dessa".

Esclarecimento

Nem força de caráter nem situação social protegem alguém contra a depressão. Ela pode acontecer com qualquer um, a qualquer hora e em qualquer idade. Como a depressão é causada por um desequilíbrio no cérebro, é pouco provável que ela "saia sozinha" de uma depressão. Medicamentos e outras terapias são geralmente necessários.

Frase

"É melhor não perguntar sobre a depressão. Só piora as coisas. "

Esclarecimento

Quando estamos deprimidos, um ouvinte solidário pode ajudar muito. Mesmo que a intenção seja boa, se os amigos e parentes ignoram nossa depressão, podem nos fazer ficar mais retraídos e envergonhados de nossos sentimentos.

Frase

"Se ele sair mais, logo vai se sentir melhor", ou "Se me envolver no trabalho, a depressão vai embora."

Esclarecimento

A maior parte das pessoas com depressão não gosta mais das atividades que antes as faziam felizes. Sem tratamento, sair tem um efeito mínimo no estado mental de um deprimido. Da mesma forma, envolver-se no trabalho não ajuda a se livrar da depressão. A depressão sem tratamento pode durar nove meses ou mais.

Frase

"Não sei por que ela está deprimida. Ela tem um ótimo emprego e um marido maravilhoso. A vida dela é bem mais fácil que a minha. "

Esclarecimento

Como a depressão é uma doença, pode afetar a todos por melhor que seja a vida da pessoa.

Frase

"Sei que ele está muito deprimido e falou em morte, mas ele não vai se suicidar. Ele não é disso."

Esclarecimento

A depressão pode mudar as pessoas. Qualquer deprimido que pense em morte ou suicídio precisa de auxílio médico IMEDIATAMENTE.

Acréscimo final

Depressão mata. Ou em linguagem técnica é "alta a morbidade causada pela depressão".

O índice de morte nos pacientes depressivos - por vinculação direta com a doença - é de 11% entre a população em geral. Um índice que se equipara às doenças do coração.

Por fim, é preciso ficar claro: a cura da depressão depende, em grande parte, da ingestão de medicamentos. Psicoterapia, grupo de ajuda, auxílio espiritual, apoio familiar são sempre coadjuvantes no tratamento, nunca um substituto!

PS.: o navio Esperança (Hope) pode nos conduzir aos portos seguros da serenidade se enfrentarmos o mar intranquilo da depressão; mas não há outro jeito: temos que navegar, que seguir adiante, corajosamente, depois de tomarmos os cuidados iniciais, com o auxílio de profissionais habilitados e competentes.

Fonte: http://www.acessa.com/arquivo/viver/psique/1998/09/08-Depressao/

terça-feira, 23 de junho de 2009

Velocidade sem motivo, sem rumo certo...

A vinculação dos acidentes de trânsito a comportamentos suicidas é frequente e alguns estudos indicam que parte destas mortes tem um componente marcadamente autodestrutivo, principalmente quando associado à ingestão de bebidas alcóolicas e drogas.

As campanhas de valorização da vida, nas atitudes frente ao trânsito ou outras atividades cotidianas, deverão levar em conta o que o artigo abaixo destaca como um condicionante cultural muito presente e desencadeador de atitudes pouco "amiga da vida - nossa e daqueles que estão à nossa volta": a idéia de "vida curta, breve", que deve ser "rapidamente fruida, consumida, aproveitada"...

Vale respirar fundo e ler calmamente, sem nenhuma pressa...

Idéia da ‘vida curta’ é convite à rapidez | 07/06/2009

Surgida na Revolução Industrial, a valorização da velocidade foi incorporada ao cotidiano e, atualmente, é tratata como natural

Luciana La Fortezza

A Revolução Industrial deu “start” à idéia de velocidade. Com o tempo, ela foi incorporada e naturalizada. Passou a integrar o próprio espírito humano, explica o antropólogo Cláudio Bertolli, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp). “Ficou uma noção muito clara na nossa consciência de que a vida é curta. Sendo curta, precisa ser aproveitada com uma multiplicidade de atividades”, analisa.

O resultado é um conjunto de novas neuroses. “Por um lado, as pessoas sentiram que fizeram muitas coisas. Por outro lado, sentem que não viveram esse conjunto de atividades porque foram realizadas rapidamente”, comenta o antropólogo. Atualmente, a lógica capitalista da rapidez nos faz considerar até doente quem não a assimila, quem não vive sob o lema “tempo é dinheiro”, diz Bertolli. Na contramão, alguns grupos bem restritos tentam rever essa noção.

“Os hippies fizeram isso lá nos anos 60. Por que não saímos desse espaço urbano, que nos incita a fazer mais e mais, e vamos nos recolher em comunidades rurais? A busca da chamada tranqüilidade acaba sendo interessante. O mundo capitalista se aproveita disso, inclusive. As pessoas recebem inúmeros e-mails de hotéis-fazenda convidando para espairecer, para fazer as coisas mais devagar”, destaca o professor. Ele explica que rapidez também está associada ao modernismo. A poesia “Bauru”, de Rodrigues de Abreu, por exemplo, elogia o movimento.

“A vida nunca é pensada parada. Fomos tão treinados, tão disciplinados, que não percebemos nenhum tipo de velocidade. Falamos rápido, dirigimos rápido, casamos, descasamos. Todo esse agito passou a ser normal. Só enxergamos a velocidade no outro. A nossa, não reparamos”, pondera o antropólogo. A mesma pessoa que critica excessos também os comete, ele afirma. Quanto à contradição da exigência da velocidade no cotidiano e a proibição delas nas ruas, Bertolli esclarece que o homem entende a realidade a partir da fragmentação.

Comportamento

“Sempre aspiramos ao total, ao holístico, mas não tivemos essa capacidade de olhar o todo. O próprio saber foi dividido - em história, geografia, filosofia, por exemplo”, acrescenta o professor da Unesp.

A velocidade também está relacionada à onipotência. “Eu tenho o controle do carro, da direção, acabo me auto-afirmando. O excesso de velocidade é um comportamento estudado pela psicologia muito mais em adolescentes e adultos jovens”, acrescenta o psicólogo e professor da Universidade do Sagrado Coração (USC) Marcelo Mendes.

Ele também é coordenador do curso de perito e examinador do trânsito. “Nessa fase, pelo próprio desafio, pelos próprios enfrentamentos, na busca de quem eu sou, o carro passa a ser uma ferramenta de auto-afirmação. Hoje, o carro serve para o trabalho, para o lazer. Ter um carro está muito associado à condição social. As pessoas estão muito mobilizadas a ter um meio de locomoção, ter o melhor carro. Isso tem relação com status, com popularidade”, analisa o psicólogo.

Mendes defende políticas institucionais de educação para o trânsito. “É carente para o adolescente. O ensino fundamental tem trabalhado algumas coisas de tolerância, de valores. Só que, para adolescentes, há carência de políticas públicas de valorização da vida. De não usar o carro como arma, de não valorizar o excesso de velocidade”, conclui.

Fonte: http://www.jcnet.com.br/editorias/detalhe_geral.php?codigo=158334

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Bullying e suicídio

Destacamos abaixo alguns trechos de textos em que se comenta sobre a correlação entre bullying e suicídio.

O filme O Grande Garato (About a boy) trata do bullying.

“Bullying”: uma violência psicológica não só contra crianças
Raymundo de Lima

Lopes Neto observa que há casos de suicídio de pessoas que não suportaram tamanha pressão psicológica advindas do bullying. Talvez o pior efeito da pressão sofrida nos casos de bullying é a vítima se sentir condenada à ‘inexistência’, ou à ‘invisibilidade’, geralmente levado a cabo por grupo que combina entre si ignorar um colega, fazer de conta que ele não existe, desqualificá-lo na sua competência intelectual, ou rejeitar um pedido seu, etc. Há casos em que esse tipo de vítima passa a sofrer tão baixa auto-estima que nem sequer tem forças para desabafar com alguém.

Para ler a matéria completa clique aqui.

Columbine, Virgínia Tech e Bullying

Ramiro Marques

A investigação sobre os efeitos do bullying mostra que os indivíduos expostos, durante muito tempo, à sua acção negativa têm mais probabilidades de desenvolverem doenças relacionados com o stresse e evidenciam mais comportamentos suicidas.

Para ler a matéria completa clique aqui.

Bullying passa a ser acompanhado por pediatras nos Estados Unidos

Especialistas querem acompanhar tanto vítimas quanto agressores.
Ideia é tentar achar maneiras de prevenir e corrigir comportamento.

Perri Klass Do 'New York Times'

Na década de 1990, realizei exames físicos em um garoto da quinta ou sexta série da rede pública de ensino de Boston (Costa Leste dos EUA). Perguntei a ele qual era sua matéria preferida: ciências, definitivamente. Ele tinha ganhado um prêmio na feira de ciências e iria competir em uma feira com várias outras escolas.

O problema é que havia algumas crianças na escola perturbando-o diariamente por ele ter ganhado a feira de ciências. Ele era provocado, empurrado e, ocasionalmente, até agredido. A mãe do menino balançou a cabeça e se perguntou se a vida dele seria mais fácil se ele deixasse para lá essa coisa de feira de ciências.

O "bullying" (assédios e provocações) produz reações fortes e altamente pessoais. Eu me lembro do meu próprio sentimento de ofensa e identificação. Ali estava uma criança bastante inteligente, amante da ciência, possivelmente um futuro (insira aqui seu gênio favorito), atormentado por brutos. Isso foi o que fiz pelo meu paciente: aconselhei a mãe a telefonar para o professor e reclamar. Encorajei o menino a seguir com seu amor pela ciência.

Essas são três coisas que eu sei que deveria ter feito: não contei à mãe que o bullying pode ser evitado, e que isso depende da escola. Não chamei o diretor ou sugeri que a mãe o fizesse. Não pensei um segundo sequer nos provocadores, e qual seria o prognóstico para a vida deles.

Contra os bullies
Nos últimos anos, pediatras e pesquisadores dos Estados Unidos têm dado aos bullies (provocadores) e suas vítimas a atenção que, há tempos, eles merecem – e recebem na Europa. Ultrapassamos a ideia de que "crianças são assim mesmo", de que o bullying é uma parte normal da infância ou o prelúdio de uma estratégia de vida de sucesso. Pesquisas descrevem riscos no longo prazo – não só para as vítimas, que podem ter mais tendência a sofrer de depressão e pensamentos suicidas, mas aos próprios provocadores, que têm menos probabilidade de concluir os estudos ou se manter no trabalho.

Para ler a matéria completa clique aqui.

domingo, 21 de junho de 2009

Ações de prevenção ao suicídio em Porto Rico

Salud lanza campaña de prevención del suicidio
08/06/2009
Leysa Caro González

Bajo el lema “Yo amo la vida 24/7”, el Departamento de Salud lanzó hoy una campaña mediática para la prevención del suicidio.

Las estadísticas del Instituto de Ciencias Forenses reflejan que, en lo que va del año, en la Isla se han reportado 132 suicidios. De éstos, 126 son hombres y 6 son mujeres.

“Esta campaña es parte de un agresivo plan de acción que creó la Comisión de Prevención del Suicidio con la meta de erradicar el comportamiento suicida en la población puertorriqueña para mejorar la calidad de vida de nuestro pueblo”, señaló el secretario de Salud, Jaime Rivera Dueño.

Durante la presentación de la campaña, Rivera Dueño anunció además la disponibilidad de la Línea PAS, la cual está disponible 24 horas al día para ofrecer orientación y ayuda a las personas que estén atravesando por algunas situación de necesidad. De hecho, esta línea ha reflejado un aumento en su número de llamadas en los últimos tres meses de un 25%, lo cual se le atribuye en gran manera al anuncio de los despidos de 30,000 empleados públicos.

”Lo principal para prevenir el suicidio es conocer y poder identificar a tiempo las señales de peligro, como comportamiento agresivo, uso excesivo de drogas y alcohol, cambio en los hábitos de comer y dormir, cambios de personalidad, entre otros”, destacó el titular de Salud.

http://www.primerahora.com/diario/noticia/otras/noticias/salud_lanza_campana_de_prevencion_del_suicidio/304924


Buscan orientar a estudiantes para prevenir suicidio
Prensa Asociada
16/06/2009

La Cámara de Representantes llevaría hoy a votación una medida que busca enmendar la ley orgánica del Departamento de Educación para incluir, en el currículo general de enseñanza de todos los niveles, módulos orientados a la prevención del suicidio.

El proyecto, de la autoría del representante Gabriel Rodríguez Aguiló, tiene el propósito de insertar al Departamento de Educación entre los llamados a lograr que se haga una realidad la política pública de prevención del suicidio, según un comunicado cameral.

La exposición de motivos de la medida destaca que en Puerto Rico el suicidio entre adolescentes "es una trágica realidad" que podría evitarse si los jóvenes contaran con las herramientas necesarias para entender que no importan las circunstancias que se estén pasando en la vida, siempre hay una solución posible.

"Entendemos que la escuela es el mejor lugar para sentar las bases de la importancia de la salud emocional y el lugar para proveer a nuestros niños y jóvenes de unas herramientas útiles para el manejo de las crisis emocionales", sostiene el proyecto.

http://www.primerahora.com/diario/noticia/politica/noticias/buscan_orientar_a_estudiantes_para_prevenir_suicidio/307240

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Associação Paraguaia de Prevenção do Suicídio promove evento

O cartaz dispensa maiores comentários sobre o seu conteúdo em si.

Somente temos a destacar a ação da APPS em promover eventos desta natureza, que direta ou indiretamente promovem a valorização da vida e a prevenção do suicídio.

Idéia que merece ser copiada pelas entidades brasileiras similares.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mitos sobre o suicídio e outros temas: Sergio A. Pérez Barrero

Sergio A. Pérez Barrero, médico psiquiatra e professor titular da Universidade Gramna, em Cuba, é fundador da Seção de Suicidologia da Associação Mundial de Psiquiatria. Também fundador da Rede Mundial de Suicidologia, é assessor da Organização Mundial de Saúde para a Prevenção do Suicídio nas Américas.

Obras em português: Suicídio - Uma Morte Evitável, ed. Atheneu.

Em três artigos científicos, que podem ser baixados aqui, ele aborda a direta ou indiretamente a questão dos mitos em torno do suicídio. A eliminação destes mitos compõem as medidas eficazes de prevenção do suicídio, no seu entendimento.

Por fim, leiamos um editorial elaborado po este autor:

A propósito do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio: 10 de Setembro

Todos os dias os meios de comunicação levam a milhões de telespectadores cenas dos diversos conflitos bélicos que ocorrem no mundo, como se fossem as guerras que provocassem o maior número de mortos. E, perante a quantidade de vidas perdidas, sensibiliza-se a opinião pública mundial e há mobilizações populares a fim de acabar com todas as guerras. Veja-se por exemplo o que aconteceu na década de 60 quando os norte-americanos realizaram enormes manifestações contra a guerra do Vietname. E nessa guerra, que durou vários anos, morreram aproximadamente cerca de 60 000 soldados norte-americanos.

Nos Estados Unidos, cada dois anos, morrem por suicídio exactamente este número de pessoas que faleceram no Vietname. No entanto, não há nenhuma manifestação popular para, pelo menos, chamar a atenção para o problema e contribuir para a sua diminuição.

E o suicídio supera, como causa de morte, as que resultam todos os anos dos conflitos bélicos que ocorrem em todo o planeta. Mesmo assim, não há nem uma notícia a favor da prevenção do suicídio e é muito provável que este dia não seja difundido da mesma maneira como são as guerras e as suas consequências.

Todos os anos suicidam-se pelo menos um milhão de pessoas e entre 10 a 15 milhões fazem uma tentativa de suicídio, o que significa que em cada 40 segundos alguém comete suicídio e ocorre uma tentativa de suicídio em cada 3 segundos.

O suicídio supera as mortes por acidentes de viação na maioria das nações desenvolvidas e ocupa um lugar entre as 10 primeiras causas de morte a nível mundial, com tendência a aumentar principalmente entre os jovens adolescentes, sendo a segunda e terceira causa de morte entre os 15 a 19 anos.

Estas evidências devem pôr-nos em alerta e levar-nos a aumentar as acções preventivas que permitam diminuir esta evitável causa de morte. Para o alcançar, devem ser cumpridos os seguintes princípios:
1.- A prevenção do suicídio é uma tarefa de toda a sociedade no seu conjunto.

2.- A prevenção do suicídio é tarefa de quem estiver mais próximo da pessoa em crise suicidária e saiba o que fazer nesse momento para o evitar. A pessoa pode ser um taxista, polícia, familiar, psicólogo, médico de família, psiquiatra, companheiro de aula, amigo, etc.

3.- O suicídio pode ocorrer durante a crise suicidária, a qual dura horas, dias, raramente semanas. Se for diagnosticada e tratada adequadamente, o sujeito tem muito menos possibilidades de realizar um acto suicida.

4.- Prevenir o suicídio é possível com medidas simples como as seguintes:

* Deve-se partir do princípio que o suicídio é uma causa de morte evitável na maioria dos casos e com escassos recursos podem salvar-se muitas vidas se forem tomadas simples medidas durante a crise suicida.

* Nunca complicar o tema do suicídio nem torná-lo num feudo de psiquiatras, psicólogos ou outros profissionais, pois é uma tarefa de toda a sociedade no seu conjunto.

* Deve-se tentar ter o apoio dos meios de comunicação para realizar programas de rádio, televisão ou artigos jornalísticos sobre o tema do suicídio e sua prevenção e propor a realização de uma oficina sobre como deve ser focado o tema nos mass media.

* Eliminar os mitos relativos a este comportamento, principalmente os que pensam que quem diz que se vai matar nunca o faz ou que se se pergunta a uma pessoa em risco de suicídio se pensou em matar-se haverá o perigo de incitá-lo a que o faça.

* Evitar o acesso de pessoas em risco aos métodos de suicídio.

* Explorar sempre a presença de ideias suicidas nas pessoas com risco de cometer suicídio.

* Nunca deixar a pessoa só enquanto estiver a planear como suicidar-se.

* Avisar outros familiares, amigos e pessoas significativas para que contribuam no cuidado da pessoa em crise suicida.

* Encaminhar logo que possível para avaliação e assistência médica especializada.

É possível diminuir esta causa de morte. Você pode ser um elo importantíssimo nesta cadeia preventiva.

Tradução: Mário Rui Teixeira
Fonte: http://www.redsuicidiologos.com.ar/dia_prevencao05.htm

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Entrevista com o dr. Jan A. Fawcett: transtorno bipolar e suicídio

Avaliando o risco de suicídio em pacientes com transtorno bipolar: entrevista com o especialista Dr. Jan A. Fawcett

Nota do editor: O suicídio é um resultado devastador da depressão e pacientes com transtorno bipolar passam mais tempo deprimidos do que os maníacos. Médicos que tratam pessoas com esta doença mental devem utilizar todas as ferramentas a sua disposição para prevenir o suicídio, já que trabalham com o paciente e com a família para estabilizar o humor e melhorar a função.

Dr. Jan A. Fawcett, professor de psiquiatria da University of New Mexico School of Medicine em Albuquerque, dedicou sua carreira ao estudo de transtornos do humor e suicídio. Nesta entrevista com Jessica Gould do Medscape, Dr. Fawcett fornece aos médicos os recentes conhecimentos sobre avaliação e tratamento do risco de suicídio em pacientes com transtorno bipolar.

Medscape: O que você acha que os médicos deveriam considerar quando avaliam o risco de suicídio em pacientes com transtorno bipolar?

Dr. Jan A. Fawcett: Os médicos devem saber que, em média, nos Estados Unidos, um suicídio ocorre a cada 30 tentativas. Em pacientes bipolares, a média é de um suicídio para cada três tentativas, o que confirma o maior risco de suicídio em pacientes com transtorno bipolar: suas tentativas são dez vezes mais letais.

Já que o comportamento suicida é muito mais provável de resultar em morte em pacientes bipolares quando comparados com o público em geral, deve-se ser tão cuidadoso quanto possível com esses pacientes. A primeira coisa que os médicos precisam saber é o atual estado do paciente e se o mesmo apresenta alguma ideação suicida.

Se o paciente vem tendo ideação suicida, o médico deve inquirir sobre planos suicidas específicos fazendo perguntas como, "Você já tentou se suicidar? Você tem pensado sobre isso? Você tem planejado isso?" Muitas pessoas têm uma ideação suicida vaga, mas não como muitos que têm planos específicos. Algumas pessoas ensaiam planos em sua mente e essa é uma situação muito séria.

Você também precisa saber se o paciente está gravemente agitado. Os pacientes bipolares muitas vezes apresentam estados de humor mistos, nos quais estão deprimidos e maníacos ao mesmo tempo. Em outras palavras, não estão eufóricos como muitos dos pacientes maníacos, eles estão irritáveis e têm energia aumentada. Esta é uma situação particularmente de risco para um paciente bipolar.

Medscape: Por que o estado bipolar misto impõe tamanho risco?

Dr. Fawcett: O estado bipolar misto, especificamente em relação à rapidez das mudanças de estado de humor, é difícil de monitorar. Você não pode tratar a depressão dos pacientes com antidepressivos porque pode induzir mudança cíclica de humor. Ainda que o paciente possa mostrar uma melhora inicial, o curso do paciente pode se deteriorar em estados mistos ou transtorno bipolar de ciclagem rápida. E a energia aumentada e a impulsividade de um estado misto combinado com a dor e a desesperança da depressão criam uma situação na qual a probabilidade de comportamento suicida aumenta. Estes são estados instáveis que devem ser prevenidos.

A outra questão, que está de acordo com algumas questões de minha própria pesquisa, é se o paciente está sofrendo de ansiedade grave, tal como representado por pensamentos ansiosos que o paciente não consegue controlar. Isto pode ser um sério fator de risco para suicídio. Em um estudo recente com 32.000 prontuários de pacientes bipolares,[2] o maior fator de risco para suicídio foi ser do sexo masculino e ter transtorno de ansiedade comórbido, comparado a ser jovem e ter um transtorno relacionado ao uso de droga, que são preditivos de tentativas de suicídio, mas não necessariamente suicídio.

Medscape: Quais são os desafios inerentes para medicar pacientes com transtorno bipolar que podem correr risco de suicídio?

Dr. Fawcett: Os pacientes deprimidos com transtorno bipolar normalmente não lembram muito bem de suas manias. Por isso, algumas vezes é difícil colher a história de uma mania anterior, porque os pacientes esquecem ou acreditam que estavam normais durante o episódio de mania. Se você tratar tais pacientes com um antidepressivo, pode piorar suas condições, colocando-os sob maior risco, caso desenvolvam humor cíclico ou estado misto. Isto é uma coisa que faz com que o tratamento de depressão em um paciente bipolar seja mais complicado quando comparado ao paciente unipolar. A outra situação desafiadora é o paciente com agitação presente ou ciclagem rápida de humor que tem que estar mais estável antes que você possa tratar sua depressão.

Medscape: Em um artigo de 2005 que você escreveu para Medscape, você disse que "certas formas de psicoterapia, particularmente terapia comportamental dialética, e talvez terapia cognitivo-comportamental e terapia interpessoal podem reduzir o risco de suicídio a longo prazo." Por favor explique isso.

Dr. Fawcett: Quando estiver avaliando pacientes com transtorno bipolar em relação ao risco de suicídio, o médico deve ter duas questões em mente. A primeira é o risco de curto prazo, que requer o tratamento da ansiedade do paciente ou da gravidade de seus ciclos de humor. Isto deve ser tratado, como discutido nesta entrevista, com medicações que possam reduzir rapidamente a ansiedade e agitação. Este não é o caso em que o paciente precisa de psicoterapia. Em controle de risco de longo prazo, no entanto, estas terapias podem ser eficazes. A terapia comportamental dialética pode ajudar pessoas com comportamento impulsivo e impulsos destrutivos, e é particularmente útil para pessoas com transtornos de personalidade, que tendem a materializar seus conflitos ao invés de pensar ou falar sobre eles. A terapia cognitivo-comportamental auxilia no estado de desesperança, que está relacionado com suicídio e o sentimento de que nada vai melhorar. A taxa de redução de suicídio é maior em pacientes bipolares que se mantêm em tratamento medicamentoso por seis meses ou mais.

Medscape: Qual é sua maior esperança em relação ao tratamento de pacientes bipolares que estão em risco de suicídio?

Dr. Fawcett: Bem, eu acredito que o reconhecimento crescente da importância da ansiedade como um sintoma passível de tratamento, visando a reduzir os riscos de suicídio, é muito importante. Isto emergiu apenas nos últimos 5-7 anos, com estudos mostrando um risco maior de comportamento suicida em pacientes com transtornos de ansiedade comórbidos. Ao mesmo tempo, Greg Simon mostrou que o suicídio, não apenas tentativas de suicídio, estava relacionado com ansiedade. Sintomas de ansiedade grave podem requerer tratamento adicional com clonazepam ou medicações antipsicóticas de segunda geração, que têm sido eficazes na redução de ansiedade grave e agitação quando administradas em conjunto com outras medicações para estabilização do humor.

Medscape: Qual é o maior desafio que os médicos enfrentam para reduzir o suicídio e o risco de suicídio entre pacientes com transtorno bipolar?

Dr. Fawcett: Bom, o desafio é obter informações para poder avaliar o risco imediato de um paciente em relação ao suicídio, que é uma avaliação difícil de fazer. Todo estudo que tentou determinar preditores de suicídio chegou à conclusão de que não há preditores - ao menos não estatisticamente significantes - que possam dizer ao médico que um paciente vai cometer suicídio. Precisamos de muito mais informações em relação ao que faria o suicídio ser altamente previsto para um futuro imediato. Eu acredito que isto ajudaria muito aos médicos.

Você não pode superdiagnosticar o transtorno bipolar, mas você também não pode ignorá-lo. O médico deve saber se um paciente tem história de comportamento ou plano suicidas. Se o paciente apresenta ansiedade significante, o médico deve saber disso também, e focar o fato no tratamento, já que os antidepressivos e estabilizadores do humor, sozinhos, não auxiliam nisso.
Até o momento, é uma batalha muito penosa diagnosticar e intervir para prevenir suicídio em uma sociedade livre, na qual os pacientes têm escolhas e, devido à depressão, desesperança e desânimo, podem desistir das possibilidades de recuperação. Esta é provavelmente a tarefa mais difícil dos médicos. Estamos perdendo pessoas, precisamos encontrar meios de tratá-las. É um desafio constante.

Esta entrevista foi publicada em colaboração com NARSAD, The Mental Health Research Association.

Referências bibliográficas

Baldessarini RJ, Pompili M, Tondo L. Suicide in bipolar disorder: risks and management. CNS Spectr. 2006;11:465-471. Abstract

Simon GE, Hunkeler E, Fireman B, Lee JY, Savarino J. Risk of suicide attempt and suicide death in patients treated for bipolar disorder. Bipolar Disord. 2007; 9:526-530. Abstract

Fawcett JA. Suicide and bipolar disorder. Medscape Psychiatry & Mental Health. 2005; 10. Available at: http://www.medscape.com/viewarticle/510318_6 Accessed December 9, 2007.

Informação sobre as autoras: Entrevistadora: Jessica E. Gould, BA, escreve sobre medicina como freelancer, Washington, DC. Entrevistado: Dr. Jan A. Fawcett, professor de psiquiatria, University of New Mexico School of Medicine.

Fonte: IPEMED - Instituto de Pesquisa e Ensino Médico do Estado de Minas Gerais
http://www.ipemed.com.br/ipemed_news.php?new=16

terça-feira, 16 de junho de 2009

Texto simples e clássico sobre a depressão e suicídio

Depressão e Suicídio

Prevenir o Suicídio

A grande maioria das pessoas não gosta de falar ou ouvir falar sobre o suicídio. O apego à vida é natural em quase toda a gente. As pessoas desejam viver e ter saúde. Desejar a morte e agir pondo em causa a própria vida é estranho e pouco ou nada compreensível para a esmagadora maioria das pessoas. E, no entanto, é importante conhecer o problema do suicídio, de modo a ajudar a prevenir essa trágica situação.

Este pequeno texto visa informar de forma sucinta e prática o leitor sobre a questão, numa perspectiva médico-psicológica.

«Não tenho vontade de viver»

Quando alguém pensa ou diz: «Não tenho razão para viver (...); Não tenho vontade de viver, preferia morrer… seria um alívio morrer». Quando alguém, de modo ainda mais claro afirma: «Tenho a ideia de pôr termo à vida».

Ou ainda, quando alguém, levado por um estado de desespero, agiu para preparar o acto de suicídio (e o suspendeu, hesitou...), ou tentou e não o consumou, porque sobreviveu.

Em situações como as descritas ou idênticas, estamos perante um risco para a vida que nos cumpre consciencializar de forma que, quem precisa, tenha a ajuda necessária para vencer o desespero.

Desde logo é preciso tomar consciência de que na maioria dos casos as ideias de suicídio e as tentativas de suicídio são uma manifestação de várias doenças psíquicas, e muito em especial da
depressão. Quem tenha passado por uma crise depressiva sabe muito bem o sofrimento, as tormentas que atravessou, mesmo que outros não possam entender a doença do desespero, do desinteresse, da fraqueza, da angústia, da culpa, do desapego à existência, do desespero máximo, que pode culminar no suicídio.

Alguém que sofre ou tenha sofrido uma depressão grave sabe bem que os sentimentos de desespero e as ideias de suicídio são os sintomas mais assustadores. Resiste-se a uma grave doença física, é precisa mais coragem ainda para enfrentar e vencer o sofrimento psíquico de uma grave depressão!

O suicídio pode ser evitado

Nada de mais errado do que uma atitude fatalista, infelizmente tão vulgar na opinião pública: “aconteceu porque tinha de acontecer...!” Muitos pensam que o suicídio é uma livre escolha da pessoa, uma manifestação da sua autonomia. Erradíssimo! O suicídio é, em geral, a expressão final de um estado psíquico de limitação da liberdade, produzido a maioria das vezes por uma doença que é possível tratar. É necessário reconhecer as ideias de suicídio pelo que são de facto: a expressão de uma doença que tem remédio. Pensar no suicídio, a ideia de atentar contra a própria vida, é um sintoma de perturbações depressivas, e também o que a pessoa é levada a pensar quando já não consegue enfrentar os outros sintomas da depressão. É tal o desespero sentido nestas perturbações, que o suicídio parecer ser a solução, a saída, para o sofrimento insuportável.

A alguém que esteja nessa situação desesperada, impõe-se uma ajuda urgente:
Conte ao seu médico. As ideias de suicídio são um sinal que é indispensável a ajuda médica para o tratamento que irá aliviar o seu sofrimento.

Conte a uma pessoa amiga e em quem confia. Uma pessoa que o possa compreender, com quem possa abrir-se, que possa aconselhar. Uma pessoa que não exerça uma crítica preconceituosa, que o rejeite e desvalorize, mas que seja solidária consigo, que veja no seu desespero uma manifestação da perturbação emocional, da doença, e de uma grande necessidade de ajuda, e de tratamento.

O tratamento da depressão pode não ser imediatamente eficaz. A pessoa pode chegar a descrer de tudo, até da possibilidade de melhorar. Mas é quase certo que se persistir, se aceitar e seguir as medicações e os tratamentos propostos, irá recuperar. A regra essencial é não desistir, lembrar-se que já em outras ocasiões, em crise anterior, conseguiu superar a doença. Por vezes leva algum tempo até acertar a terapêutica e a medicação que vai ajudar. A depressão pode levá-lo a descrer na própria eficácia e utilidade do tratamento, mas com algum tempo o túnel do desespero irá acabar.

Reconhecer o risco e evitá-lo

Há muitos estudos sobre factores de risco de suicídio. O factor mais importante é, sem dúvida, a doença psíquica. Quando não tratadas, as depressões mais graves são doenças que se acompanham de risco de suicídio, tanto em doentes bipolares, como em unipolares. Doenças como a esquizofrenia, perturbações ansiosas graves, a dependência do álcool e das drogas em geral, são também perturbações psiquiátricas que podem predispor ao suicídio, no caso de não serem tratadas e conduzirem a situações de desespero prolongado. Quando se junta à doença (e, em parte por causa da doença), o isolamento da pessoa, o seu desenraizamento, a falta de apoios, a falta de tratamento, e complicações aparentemente insolúveis no viver, nesse caso, os riscos para um acto desesperado podem aumentar mais.

Mas haverá sempre uma solução. A vida é feita de altos e baixos. Poderá haver ajuda, terá de ser encontrada. Se for indispensável, o doente será hospitalizado, para uma terapêutica mais intensiva e controlada.

Um episódio de ideias de suicídio é sempre temporário. Os que sobrevivem a essa fase mais negra e arriscada olharão para trás, depois de recuperarem a saúde, sem perceber como lhes aconteceu esse pesadelo, essa doença que lhes retirara toda a esperança. O risco de suicídio é maior nas primeiras crises de depressão, pois a pessoa aprende com a experiência e verificar que as crises passam, aprende a reconhecer a doença como uma doença que se trata, melhora e pode prevenir.

Os familiares e os amigos da pessoa que sofreu uma grave crise com ideias de suicídio devem reconhecer o mal pelo que é, uma doença, uma perturbação emocional, de que quem sofre não é culpado. O que a pessoa precisa é de ajuda, compreensão, comunicação, e, sempre e quando for necessário, do tratamento médico e psicológico.

Vencer a depressão

As ideias de suicídio, tal como outros sintomas da depressão, podem ser tratadas. Para que possa ser ajudado/a, o seu médico ou outros profissionais da saúde deverão saber o que se passa consigo, quais os seus pensamentos e sentimentos. Só se forem convenientemente informados, por si que sofre ou por alguém que melhor sabe do que se passa consigo, poderão tomar as medidas terapêuticas necessárias, ajustar a medicação ou modificar o tratamento.

O controle adequado de uma crise depressiva, a prevenção e a atenuação dos sintomas, fazem com que volte a acreditar na vida e a viver.

Fonte: http://www.serafimcarvalho.net/sm06.asp?idp=4

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Texto simples e clássico sobre o suicídio

SUICÍDIO: Identificar, tratar e prevenir

Dra. Alexandrina Maria Augusto da Silva Meleiro, Doutora em Medicina pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Suicídio é a trágica e intempestiva perda de vida humana. O mais devastador e perplexo de tudo é que é representado por um ato da vontade.

A palavra suicídio deriva do latim e significa: sui = si mesmo e caedes = ação de matar, isto é, a morte de si mesmo. Os atos suicidas são definidos como comportamentos potencialmente autolesivos com evidência de que a pessoa pretendia se matar. O resultado de um ato suicida pode variar desde a não ocorrência de lesão até a morte. São subdivididos em tentativas de suicídio e suicídio (completo ou exitoso). As tentativas de suicídio são classificadas como sendo com ou sem lesão.

Tentativas de suicídio deveriam ser encaradas com seriedade, como um sinal de alerta revelando a atuação de fenômenos psicossociais complexos. As reduções nos índices de suicídio e de tentativas de suicídio são dois dos objetivos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde no documento "Saúde para todos no ano 2000” (WHO, 1992).

O grau de intenção suicida de uma pessoa deve ser considerado como um ponto num continuum: de um lado está a certeza absoluta de matar-se e no outro extremo está a intenção de seguir vivendo. A condiçãosine qua non do suicídio é uma morte em que o sujeito é, ao mesmo tempo, o agente passivo e ativo, a vítima -o desejo de morrer e o desejo de ser morto - e o assassino - o desejo de matar. Na intencionalidade do comportamento suicida deve-se levar em conta: 1. a possibilidade ou impossibilidade de reversão do método empregado para morrer; 2. as providências que tornam possíveis a ação de terceiros; 3. quando esta intervenção ocorre e pode-se inferir que a intencionalidade seja mínima. Avaliar o grau de gravidade de uma tentativa de suicídio pode ser uma tarefa bastante difícil, pois são atos intencionais de auto-agressão que não resultam em morte, desde atos discretos e velados de ameaça a própria vida, alguns deles talvez com o objetivo de ganhar atenção, até situações graves que necessitam de atendimento médico hospitalar. A noção de que a ideação suicida varia dentro de um continuum, ocorrendo desde idéias não especificadas como “a vida não vale a pena” ou “eu queria estar morto”, para idéias específicas que se acompanham de intenção de morrer e/ou de um plano de suicídio.

A intenção suicida genuína é freqüentemente ambivalente em relação a morte e a firmeza do propósito pode ser variável. Esses pacientes têm humor disfórico, com sentimento de inutilidade, falta de esperança, perda da auto-estima e desejo de morrer. Há o sentimento de dos três “is”: intolerável (não suportar),inescapável (sem saída) e interminável (sem fim). Suicidas potenciais podem se arrepender e procurar ajuda após o ato. O alívio, após a tentativa, faz a pessoa refletir sobre seu ato.

Identificando intenção suicida: a comunicação prévia de que iria ou vai se matar, mensagem ou carta de adeus, planejamento detalhado, precauções para que o ato não fosse descoberto, ausência de pessoas por perto que pudessem socorrer, não procurou ajuda logo após a tentativa de suicídio, método violento ou uso de drogas mais perigosas, crenças de que o ato seria irreversível e letal, providência finais (conta bancária, providenciar a escritura de imóveis, seguro de vida) antes do ato, afirmação clara de que queria morrer, arrependimento por ter sobrevivido.

Entre os jovens deve-se estar alerta para o abuso ou dependência de substâncias psicoativas associado a depressão, incluem: tentativa suicida prévia, idéias suicidas, sentimentos de desesperança e problemas de abuso de substâncias, luto, acesso fácil ao método do suicídio e falta de apoio social. Outras situações estressantes habituais na adolescência são as mudanças físicas e psíquicas, busca da identidade e autonomia, e relacionamentos com grupos que favoreçam comportamentos destrutivos: atividade sexual precoce e sem proteção, porte de armas, delinqüências, lutas corporais, tabagismo excessivo e intoxicação por álcool e pobre gerenciamento da rotina dos filhos por parte dos pais.

Indicativos de repetição de tentativa de suicídio: história prévia de hospitalização por auto-agressões, tratamento psiquiátrico anterior, internação psiquiátrica prévia, transtorno e personalidade anti-social, alcoolismo / drogadição e não estar vivendo com a família.

Fator precipitante: A intoxicação por álcool é um potente fator no momento da morte. Três características marcam o ato suicida praticado por alcoólatras deprimidos: a impulsividade da tentativa, aumento do consumo de álcool na véspera e intoxicação alcoólica precedendo a tentativa. A presença de uma arma de fogo em casa é o mais poderoso fator, principalmente em adolescentes.

Fatores de risco: Conhecer os fatores de risco auxilia a dissipar o mito de que o suicídio seja um ato aleatório ou que resulte unicamente de sofrimento. O risco de suicídio aumenta com a idade, atinge seu maior nível após os 65 anos. É duas a três vezes mais freqüente em homens que em mulheres. Os divorciados e viúvos são os mais atingidos (quatro vezes mais que os casados), sendo seguidos pelos solteiros (duas vezes mais), os casados são os menos afetados. A proteção oferecida pelo casamento é bem mais importante para os homens que para as mulheres. A gravidez e a maternidade são fatores protetores para as mulheres, embora uma gravidez não planejada, sobretudo na adolescência pode precipitar tentativa de suicídio. Há uma correlação positiva entre desemprego e suicídio, especialmente entre os homens. Estudos de história familiar mostram aumento de suicídio em famílias com vítimas de suicídio. Níveis cerebrais reduzidos de serotonina ou de seu metabólito, o ácido 5-hidroxi-indol-acético (5-HIAA), têm sido encontrados em vítimas de suicídio ou de graves tentativas. A história prévia de tentativa de suicídio é considerada um forte preditor de suicídio posterior, aumentando em cerca de 40 vezes nestes indivíduos em comparação com a população geral.

Abordagem das tentativas de suicídio: consiste nos cuidados iniciais à saúde, se emergência clínica e/ou cirúrgica, assegurar o bem-estar físico, evitando as complicações médicas decorrentes do ato. O médico do pronto-socorro deverá decidir se a vítima deve ser levada para a unidade de terapia intensiva (UTI), para o Centro cirúrgico ou ortopédico, setor de endoscopia ou clínica de queimados, ou as condutas nos casos de envenenamento. Poderá ser encaminhado ao ambulatório de saúde mental ou se deve ser transferido para uma unidade psiquiátrica pela presença de risco ou de transtorno psiquiátrico que necessite de tratamento especializado.

Após o exame clínico usual, devem ser investigados os recursos do paciente: avaliar a capacidade de elaboração, de resolução de problemas, os recursos materiais (moradia e alimentação), o suporte familiar (família próxima ou confiável), social, profissional e de instituições, e os eventos precipitantes: levantar todas as circunstâncias e motivações que deflagraram o ato. É freqüente a presença de vários fatores estressantes, ou problemas psicossociais crônicos, problemas policiais ou pendência judicial, perda de ente querido, luto, doença física crônica, desemprego, eventos de vida adversos na presença de depressão. Os conflitos interpessoais, como brigas, desentendimentos, separações, podem precipitar 50% das tentativas.

A hospitalização é indicada de acordo com o grau de risco potencial de suicídio, principalmente se o paciente não colabora, apresenta um transtorno mental grave que prejudica a sua crítica frente à situação e não possui uma rede de suporte familiar. Algumas vezes, uma hospitalização precipitada pode ser prejudicial ao paciente frente a uma avaliação errônea do risco de suicídio. Após a escolha do ambiente terapêutico (hospital, ambulatório, domicílio). A medicação adequada deve ser indicada e manuseada por profissionais habilitados com a dosagem, efeitos colaterais e interações medicamentosas, levando-se em conta as condições físicas do paciente, além da idade e peso. Grande vigilância faz-se necessária no início do tratamento com antidepressivos, pois eles demoram dias a semanas para alcançarem efeito terapêutico. O tratamento com eletroconvulsoterapia (ECT) deve ser cogitado naqueles casos graves, com forte determinação para o suicídio. Esse tipo de terapêutica não deve ser visto com preconceito, pois é um tratamento eficaz e seguro para diversos quadros psiquiátricos com risco de suicídio. O seu benefício ao paciente está relacionado diretamente à sua indicação oportuna e adequada, como na cardioversão. Em outros mais leves, encaminhamento para psicoterapia. A família e o paciente devem ser exaustivamente orientados e esclarecidos quanto à proposta terapêutica. Uma internação domiciliar pode ser uma alternativa razoável. Isso é possível quando há baixo risco de suicídio, supervisão disponível e suporte adequado em casa. Os familiares e amigos devem revezar-se na tarefa de vigilância. Sentimentos e comportamentos como choque, confusão, negação, inquietação, regressão, desesperança e estado de alerta são comuns nos familiares.

A vigilância deve ser providenciada com o intuito de garantir a segurança do paciente: 1. retirar da casa medicamentos potencialmente letais, armas brancas e armas de fogo; 2. manter abstinência de álcool e drogas que possuem efeitos desinibitórios; 3. evitar locais elevados e sem proteção, pelo risco de se jogar; 4. evitar que o paciente fique sozinho, ou trancado em um recinto. Pode ser realizado um contrato de"não-suicídio" (verbal ou escrito), que consiste em o paciente concordar em não realizar ato auto-agressão e relatar a um familiar se tiver desejos suicidas.

Prevenção: Dirigem-se à melhora da assistência clínica ao indivíduo que já luta contra idéias suicidas ou ao indivíduo que precise de atendimento médico por tentativa de suicídio; e abordagens que possam reduzir a probabilidade do suicídio antes que indivíduos vulneráveis alcancem o ponto de perigo. “Prevenir é melhor que remediar”.

Comentários Finais

Em termos de tratamento e prevenção do suicídio, é provável que a redução considerável de morbidades psiquiátricas (Transtorno Afetivo Bipolar, Esquizofrenia, Transtorno de dependência à substancias psicoativas, transtorno de personalidade etc) na população deve também diminuir o risco de suicídio. No entanto, dado o pequeno conhecimento sobre o valor preventivo das diversas intervenções existentes e que apenas uma pequena parcela de paciente com risco de suicídio recebem o tratamento adequado. Os esforços dos dirigentes de saúde pública devem concentrar-se em:

  1. Projetos educativos, com o intuito de aumentar o conhecimento público e profissional dos fatores de risco para o suicídio;
  2. Melhorar o sistema de saúde, para que possa garantir o acesso precoce a avaliações clínicas adequadas, aumentar a segurança e a efetividade dos tratamentos para os transtornos psiquiátricos com alto risco de suicídio; e
  3. Investigações sobre a prevenção de suicídio, as quais através de pesquisas médicas podem esclarecer os benefícios e riscos específicos dos tratamentos médicos e intervenções psicossociais que possam prevenir o suicídio.

O determinismo multifatorial do suicídio impõe-nos, de início, analisar cada fator de risco com prudência. As correlações estatísticas não são as causas; elas nos permitem formular hipóteses de certeza variada. Somente estudo prospectivo de avaliação de métodos de prevenção que procurem resposta para essas hipóteses pode permitir o engajamento de uma adequada política de profilaxia relacionada ao suicídio.

A autora deste artigo é co-autora do livro Suicídio: estudos fundamentais.

http://www.fenix.org.br/material/suicidio_texto.doc

domingo, 14 de junho de 2009

Questões instigantes...

O suicídio é um fenômeno complexo, cujas causas são, de modo geral, multafatoriais. No entanto, parte das pesquisas que investigam as causas ou meios de prevenção, isolam alguns elementos "possivelmente determinantes" e os resultados alcançados (e publicados!) nos dá a sensação de que "soluções fáceis" poderiam resolver os problemas em torno da questão.

Eis abaixo uma amostra do que acabamos de comentar.

Lítio na água pode prevenir suicídios

Um estudo realizado no Japão indica que a ocorrência de níveis ligeiramente mais altos de lítio na água potável está relacionada a taxas mais baixas de suicídio na população. O lítio, elemento químico facilmente encontrado na natureza, é também usado como medicamento no tratamento de distúrbios de humor, particularmente do transtorno bipolar. Uma pesquisa anterior (1990) já havia sugerido que concentrações mais altas da substância na água potável que abastece determinadas localidades se correlacionavam com incidências mais baixas de crimes e tentativas de suicídio. No estudo que acaba de ser publicado no The British Journal of Psychiatry, psiquiatras da Universidade de Oita observaram efeito semelhante.

Oita é uma região administrativa do Japão formada 18 municípios, com uma população total de 1,2 milhão de habitantes. A concentração de lítio na água potável que abastece essas cidades é muito baixa, mas bastante variável (entre 0,7 e 59 microgramas/litro), o que permitiu detectar taxas de mortalidade por suicídio significativamente menores onde a concentração do elemento na água era maior.

Os resultados do estudo suscitam questões eticamente delicadas. Já que baixíssimas concentrações de lítio aparentemente não têm conseqüências para as pessoas saudáveis, seria aceitável suplementar a água potável de populações inteiras para diminuir o risco de suicídio em um pequeno grupo de pessoas com transtorno de humor? Segundo os autores, ainda é cedo para se pensar nisso; mais estudos são necessários para se avaliar os possíveis custos e benefícios de tal medida.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/litio_na_agua_pode_prevenir_suicidios.html

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Diagnóstico precoce da depressão = menos suicídios...

Dentro do âmbito Plano Europeu para a Prevenção da Depressão, diversas ações tem sido colocadas em prática no continente europeu.

Trechos da reportagem abaixo, selecionados, destacam o que tem sido realizado na região da Catalunha, Espanha.

Un total de diez centros de salud de Palma pondrán en marcha a partir del próximo lunes diferentes acciones dirigidas a mejorar el diagnóstico de la depresión y reducir el riesgo de suicidios...

...entre un 9 y un 20 por ciento de la población balear [Ilhas Baleares, Espanha] puede sufrir en algún momento de su vida trastornos depresivos, que se ha convertido en la afección mental con más demanda de tratamiento en Atención Primaria. En concreto, Baleares será la segunda Comunidad Autónoma que desarrollará esta iniciativa ...que durará unas tres semanas.

...la iniciativa se llevará a cabo en diez centros de salud de la capital balear, lo que abarcará a un total de 251.000 habitantes, y para ello un total de cien médicos de familia han recibido formación específica que les permitirá evaluar de forma "más correcta" la enfermedad y realizar un diagnóstico precoz.

...se cuantificarán las diferentes variables relacionadas con los trastornos depresivos, el consumo de fármacos, el número de suicidios y las tentativas suicidas registradas en las islas desde 1990 hasta la actualidad.

"Es importante que las personas sean conscientes de que se trata de un trastorno diagnosticable y curable"...

...el programa arrancará el lunes con actividades informativas dirigidas a redefinir el concepto de depresión e informar sobre posibles tratamientos, con la celebración de sesiones de colaboración con médicos de atención primaria a fin de optimizar los diagnósticos y la evaluación adecuada del riesgo suicida, las sesiones de formación con profesionales de la educación y la preparación de programas de ayuda para pacientes de alto riesgo.

Fonte: http://www.europapress.es/illes-balears/noticia-diez-centros-salud-palma-iniciaran-lunes-programa-prevenir-depresiones-reducir-riesgo-suicidios-20090610154233.html

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Replicando: alerta sobre intoxicação e tentativas de suicídio

08/06/2009 - Um quinto dos casos de intoxicação são tentativas de suicídio

Segundo levantamento da Fiocruz, 60 pessoas por dia tentam se matar por envenamento no Brasil. Maioria dos casos envolve uso de remédios

Ricardo F. Santos

Em um ano, mais de 20 mil pessoas tentam se matar ingerindo substâncias tóxicas. Cerca de 60% utilizam medicamentos, e o resto das tentativas dividem-se entre a ingestão de raticidas e agrotóxicos. Esses dados foram divulgados nesta segunda-feira (8) pelo Sinitox (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

As informações são de 2007, quando foram registrados 23.243 casos de intoxicações suicidas. Isso representa 21,4% dos 108.405 envenamentos daquele ano. E dos 479 casos que terminaram em óbito, mais da metade foi notificada como suicídio. Rosany Bochner, coordenadora do Sinitox, diz que as tentativas de suicídio são um problema grave. “É uma coisa complicada de lidar, tem agente tóxico por aí que é barato, de fácil acesso e de alta letalidade, ou seja, difícil de controlar”, afirma.

Segundo Rosany, dos 37 Centros de Informação e Assistência Toxicológica espalhados pelo país, apenas uma minoria conta com psicólogos em suas equipes. “Uma pessoa que se intoxica querendo dar fim à vida, mesmo que seja curada, geralmente vai tentar de novo se não receber aconselhamento apropriado”, diz Rosany. O tratamento psicológico, afirma, é a melhor saída para diminuir o número de atentados contra a própria vida. Apesar de ser um quinto dos casos de envenenamento, o suicídio foi a causa de mais de metade das mortes.

Junto com Carlos Eduardo Estellita-Lins, pesquisador da Fiocruz, Rosany tem um projeto de estudar os casos de suicídio no Brasil, e aliar a psiquiatria ao seu trabalho. “O homem dá menos indícios de que quer se matar, mas, quando se mata, utiliza agentes tóxicos mais letais. Já a mulher demonstra maior mudança de comportamento, porém utiliza agentes menos tóxicos, como remédios”, aponta ela.

Maioria dos casos de intoxicação ocorre com medicamentos

Em 2007, o Sinitox registrou 4.355 intoxicações a menos que no ano anterior. A queda ocorreu porque menos Centros de Informação e Assistência Toxicológica forneceram dados para a pesquisa. De um total de 37 centros, apenas 29 colaboraram, dois a menos que em 2006. A falta de adesão dos centros é um problema que atinge também outras áreas de pesquisa, como a da aids, e dificulta a identificação de tendências.

Mesmo assim, algumas conclusões do relatório podem direcionar políticas de conscientização da população. Os medicamentos estão envolvidos em 30% dos casos de intoxicação, independentemente das circunstâncias. O que gera isso é a forma banal como são tratados, diz Rosany.

Por causa do descuido, a faixa etária mais atingida por agentes tóxicos é de 1 a 4 anos. “As pessoas têm cerca de 20 medicamentos diferentes em casa, muitos mal utilizados e, pior, mal guardados”, afirma. Para esses tipos de intoxicação, Rosany diz que a prevenção é possível com mais campanhas de alerta aos pais, como mensagens obrigatórias em propagandas e rótulos.

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI76548-15223,00.html

Replicando: notícia em torno de ações efetivas de prevenção do suicídio

Formação em valores e cultivo das relações para prevenir suicídios

Medidas de uma Universidade católica filipina após as mortes de dois estudantes

Cagayan de Oro City, Filipinas, terça-feira, 9 de junho de 2009 (ZENIT.org).

O presidente da Universidade Javier – Ateneu de Cagayan, ao sul das Filipinas –, animou os estudantes a participar de programas de formação em valores do centro e cultivar as relações humanas para prevenir suicídios.

Esta Universidade dirigida pela Companhia de Jesus pretende responder assim a seus dois primeiros casos de suicídio de estudantes, ocorridos nos meses de abril e maio deste ano.

O presidente da Universidade, o padre Jose Ramon Villarin, SJ, também convidou os familiares a participar desses programas para “desenvolver bons valores” que podem servir como modelos para seus filhos, segundo informou a agência UCANews.

Em cartazes colocados por todo o campus, o governo central estudantil (CSG) da Universidade indicou que as duas mortes são “uma chamada de atenção para todos nós”.

Este organismo de estudantes pediu aos administradores, formadores, professores e orientadores da Universidade que reforcem seus programas de assessoramento.

“Pedimos a nossos formadores, orientadores e professores que estejam mais atentos ao observar os estudantes” quando mostram sinais de encontrar-se em dificuldades, e que os ajudem a enfrentá-las com “o máximo cuidado pessoal e conduta profissional”, assinala o comunicado do CSG.

Os líderes estudantis também motivaram os pais a “comunicarem-se constante e cuidadosamente com seus filhos para ajudá-los a processar suas experiências de vida”.

Respondendo ao chamado do CSG, o padre Villarin anunciou que a Universidade implantará medidas para prevenir casos de suicídio no curso 2009-2010, que começou nesta segunda-feira no centro.

Concretamente, pais e associações da faculdade organizarão um programa de formação em valores.

Também a equipe de pastoral da Universidade oferecerá uma linha 24 horas para estudantes que precisem de conselho ou assessoramento urgente.

A Universidade também vai introduzir um “Programa de Esperança e Resistência” de dois semestres no primeiro curso.

O Padre Villarin assinalou que a “avalanche de informação” na era da internet e dos novos meios de comunicação faz com que “cultivar as relações entre a família e os amigos” seja cada vez mais “importante”.

Também assinalou que as expectativas dos pais sobre seus filhos podem ser fonte de estresse para os estudantes.

Por sua parte, o arcebispo de Cagayan de Oro, o jesuíta Antonio Ledesma, ex-decano da Escola de Agricultura da Universidade Javier, expressou sua preocupação por alguns informes sobre sites que ensinam como cometer um suicídio sem dor.

Fonte: http://www.zenit.org/article-21833?l=portuguese

terça-feira, 9 de junho de 2009

Já aconteceu, mas o tema é importante...

ABP promove debate sobre papel da mídia na prevenção do suicídio

A Associação Brasi-leira de Psiquiatria (ABP) realiza nesta sexta-feira, 5 de junho, durante a Feira+Fórum Hospita-lar, em São Paulo, debate com profis-sionais dos principais veículos de imprensa nacionais e inter-nacionais para trocar experiências sobre a divulgação de informações sobre uma das principais causas de morte no país e no mundo: o suicídio.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o suicídio aumentou 60% nos últimos 45 anos, passando a figurar entre as principais causas de óbito na população jovem.

Trata-se também de um problema de saúde pública – estima-se que a cada 35 segundos uma pessoa morre por ato suicida, sendo que para cada um desses óbitos há no mínimo cinco pessoas cujas vidas são profundamente afetadas emocional, social e economicamente.

No Brasil, as estimativas apontam que a cada hora morre uma pessoa por suicídio.

Consciente da complexidade do tema e das dificuldades da mídia no tratamento do assunto, a ABP quer ouvir os profissionais de imprensa para dirimir dúvidas, além de prestar esclarecimentos e orientações.

O objetivo é discutir alternativas para a ampliação do papel da mídia na prevenção ao suicídio e encontrar, em conjunto com os jornalistas que fazem a cobertura de saúde no Brasil, alternativas éticas para este esclarecimento à população.

Debate O papel da mídia na prevenção do suicídio
Data: 05/06/09
Hora: 12h – Auditório Cantareira 5 – 2º andar
Local: Feira Hospitalar – Expo Center Norte
Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme – São Paulo

Fonte: AMB

Colhido na íntegra no blog Psicoterapia Brasil, do psiquiatra José Toufic Thomé

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Cinema a favor da vida

Para expandir sua atuação, o Centro de Valorização da Vida - CVV- promove palestras em escolas e empresas e tem se utilizado de filmes para promover reflexão e entretenimento junto a um público mais amplo e diversificado.

Em Resende-RJ, o CVV criou o projeto Cine Ser – Encontro de Valorização da Vida no âmbito do programa Câmara Cultural, uma parceria entre a Câmara Municipal de Resende e o CVV. 

Conforme divulgação institucional, o objetivo do projeto "é exibir filmes sobre os mais variados sentimentos humanos para, a partir daí, levantar reflexões sobre o assunto."

Em outras cidades o Cine Ser tem também se feito presente, como em Santa Cruz do Sul-RS, onde o CVV aliou-se à Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) nesta atividade, para "estimular a observação de sentimentos e comportamentos dos personagens do filme, facilitando a reflexão sobre os próprios sentimentos e comportamentos e buscando desenvolver a compreensão, a empatia e o autoconhecimento."

Sensibilidade, inteligência e vontade empreendedora parecem compor o cardápio desta boa idéia posta em ação pelos ativistas do CVV. 

Só nos resta aplaudir a iniciativa!

PS.: o nosso entusiasmo com as ações do CVV pode dar a impressão de estarmos vinculados a esta instituição ou mesmo de falarmos em seu nome, o que não ocorre, efetivamente; trata-se apenas de uma emocionada ação de divulgação por conta própria.