sábado, 29 de maio de 2021

Automutilação é uma das principais causas de morte entre as novas mães

João Marcelo Martins Coluna

Gravidez, parto, pós-parto… maternidade… relação mãe e filho, cuidar… parece um cenário onde tudo pode ser muito bonito, calmo, sereno. Entretanto, a morte por automutilação através do suicídio ou overdose tem sido apontada como a principal causa de óbito em mulheres durante o primeiro ano após o parto, segundo os dados da entidade americana Maternal Mental Health Leadership Alliance – uma organização não governamental sem fins lucrativos para saúde mental de mães gestantes ou puérperas.

Congresso anual da ACOG

Sua diretora executiva discutiu o assunto durante o encontro anual da American College of Obstetricians and Gynecologists. Ela lembrou que uma mulher visita médicos pelo menos 25 vezes durante o pré-natal de baixo risco e o primeiro ano de vida de seu filho após o parto. Essas oportunidades não podem ser desperdiçadas pelos clínicos, pediatras e/ou ginecologistas que fazem atenção básica para essas mulheres. Durante o pré-natal a saúde mental dessa gestante ou puérpera deve ser abordada, avaliada e, se necessário, encaminhada para serviços de acompanhamento psiquiátrico.

Perguntar, averiguar ou conversar sobre o assunto suicídio não vai levar a paciente a pensar em tentar suicídio tendo como gatilho a abordagem. Também esse assunto não pode ficar restrito ao corpo médico que atende a paciente. A equipe de enfermagem, as auxiliares de amamentação e até mesmo a assistente social podem ser colaboradores na abordagem e seleção das pacientes de risco.

Durante os últimos 10 anos muitas sociedades médicas têm sugerido a abordagem da saúde mental durante o pré-natal. Alguns comitês sugerem inclusive que em torno de 2 a 3 semanas após o parto seria o período ideal para o questionamento sobre quadros de ansiedade ou depressão.

O Comitê de Mortalidade Materna Americano, presente em quase metade dos estados americanos, investiga todas as mortes de mães inclusive morte causada por suicídio e automutilação até 1 ano após o parto. Um dado interessante é que 34% de todas as mortes por suicídio tem algum momento onde a paciente já tinha atentado contra a própria vida antes. Em alguns estados existem programas onde psiquiatras educam obstetras, médicos de família e pediatras a como abordar, diagnosticar e tratar algumas patologias de saúde mental nessas pacientes.

Como primeiro passo, o uso da Escala de Depressão pós-natal de Edimburgo é um recurso fácil e rápido de usar durante uma conversa com a paciente. Ela é composta de 19 itens que avaliam depressão e ansiedade e um específico sobre suicídio.

Mensagem final

Assim como verifica-se peso, pressão arterial e outros dados vitais da saúde física da gestante, a aplicação de testes será fundamental para a abordagem multidisciplinar completa durante o pré-natal para tratamento e prevenção de situações mais graves como o suicídio ou depressão da gestante/puérpera.

João Marcelo Martins Coluna
Médico Ginecologista e Obstetra formado pela Universidade Estadual de Londrina • Mestrado em Fisiopatologia pela Unoeste (Universidade Oeste Paulista) • Docente da Unoeste (Presidente Prudente) – departamento materno infantil • Preceptor Residência Médica Hospital Regional Presidente Prudente – SP • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Hospital Regional Presidente Prudente • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Hospital Estadual Dr. Odilo Antunes Siqueira (Presidente Prudente – SP) • Plantonista Ginecologia e Obstetrícia Santa Casa de Misericórdia de Adamantina
Plantonista Socorrista Santa Casa de Misericórdia Presidente Prudente • Médico Regulador ambulatorial município de Dracena – SP • Médico Preceptor ambulatorial UNIFADRA (Dracena – SP) • Ginecologista do serviço ambulatorial de Narandiba (SP) • Ginecologista e Obstetra do serviço ambulatorial de Pirapozinho (SP).

Referências

WebMD. Self-Harm Is a Leading Cause of Death for New Moms. Disponível em: https://www.webmd.com/women/news/20210517/self-harm-is-a-leading-cause-of-death-for-new-mothers

Fonte: https://pebmed.com.br/automutilacao-e-uma-das-principais-causas-de-morte-entre-as-novas-maes-2/

 


 

Instalação de placas em avenida de Ouro Preto amplia debate sobre suicídio

Proposta da comunidade quer que local conhecido como Curva do Vento, palco de mortes e tentativas de suicídio, seja ressignificado como Curva do Acolhimento
 
Ao longo dos últimos três anos, a Avenida Lima Júnior, conhecida como Curva do Vento, em Ouro Preto, Região Central de Minas Gerais, foi palco de diversos eventos envolvendo vítimas de suicídios.

As tentativas e consolidações são por causa de um perigoso precipício de mais de 200 m de altura. Para amenizar a imagem de que o local é ponto de sofrimento e angústia, na sexta-feira (21/5) foram instaladas 13 placas informativas e de acolhimento.
 
 

De acordo com o 2º tenente do Corpo de Bombeiros Anderson Aquino, em 2018, foram registradas pela corporação 10 ocorrências de tentativas de suicídios e uma consumada. Em 2019, foram 16 tentativas e três consumados. E em 2020, foram 21 ocorrências, sendo uma consumada.
 
Os crescentes dados apontam o que o Departamento de Saúde Mental e de Abuso de Substâncias da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma na cartilha de prevenção de suicídio, publicada em 2006: “A apropriada disseminação de informação e a consciencialização são elementos essenciais para o sucesso dos programas de prevenção ao suicídio”.
 
De acordo com o professor do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Aislan de Assis, as placas servem como uma primeira e inovadora iniciativa para mudar a história do local e das pessoas que passam por ali.

“Estamos trabalhando para realizar intervenções culturais, artísticas e de acolhimento no local de modo a ressignificar o espaço, que é belo e aprazível, passando para um cenário de vida e beleza natural da cidade de Ouro Preto”.
O professor ressalta que o que é mais eficaz nas abordagens ao suicídio é o cuidado e acolhimento, por meio de ações de escuta atenta e qualificada, valorização do sofrimento e dos motivos que as pessoas apresentam.
“Nesse sentido, é importante a suspensão dos preconceitos e, especialmente, a construção coletiva de ações de prevenção humanizadas e com garantia de direitos que são fundamentais para o atendimento às vitimas e sobreviventes”.

Como começou

A iniciativa veio de uma proposta de prevenção no local apresentada pelo 2º sargento bombeiro Dionello Magalhães, após constatação do aumento gradual no volume de ocorrências dessa natureza.

A ideia foi prontamente acolhida pelo comando da fração e potencializada pelo comando da unidade.
 
Diante deste cenário, instaurou-se uma comissão multidisciplinar, formada por profissionais especialistas em áreas correlatas à temática do suicídio para a construção de uma proposta de intervenção.

A coordenação foi do 2º tenente Anderson Aquino, então comandante do pelotão de Ouro Preto, e a supervisão do major Kleber Silveira de Castro, estudioso do assunto há mais de 15 anos e que ministrou diversos treinamentos para os militares da corporação.
 
Aquino conta que todos os detalhes que compõem as placas, como cores, palavras e telefones de contato, foram cuidadosamente selecionados a partir das doutrinas existentes e debatidos entre todos os membros da comissão, que contou, além dos bombeiros militares, com médicos, enfermeiros, psicólogos e estudiosos da suicidologia.
 
A concessão de autorização para instalação das 13 placas foi feita pela prefeitura em fevereiro. Devido à entrada do município na onda roxa do Plano Minas Consciente, a instalação só foi feita nessa sexta-feira.

Na inauguração, o coordenador da comissão enfatizou que o local necessita de intervenções culturais em vários níveis com o propósito de redução do estigma gerado ao longo do tempo.
 
“A presença do prefeito de Ouro Preto, juntamente com demais representantes do Executivo e Legislativo municipais, refirmou o compromisso do poder público local em dar andamento à demanda”, disse o tenente Anderson.

Para além das placas

A cartilha da OMS aponta que, em termos da prevenção do suicídio, é importante considerar níveis de intervenção primária, secundária e terciária.

O nível primário diz respeito a pessoas que ainda não mostram sinais de tendência suicida, ou em que os transtornos são ainda muito limitados.

A prevenção deve focar-se no apoio e melhoria do funcionamento em contextos interpessoais e sociais, bem como em diminuir significativamente as condições de risco emocionais, físicas e econômicas.

O professor da UFOP Aislan de Assis conta que existe muito preconceito no modo de falar e abordar o suicídio.

“Alguns acreditam, inclusive, que não se pode falar nisso. Um erro, pois o silenciamento dessa experiência humana silencia também as pessoas que, devido a motivos tão diversos e particulares, recorrem à prática como recurso de esgotamento”.
Com a parceria da coordenadora de saúde mental de Ouro Preto, Paula de Brito, e a estudante de medicina da UFOP Ana Carolina Vaz foi realizado, em 2019, o curso de extensão “Abordagens do Suicídio: cuidado, acolhimento e prevenção”, com o objetivo de vencer o silenciamento em torno do tema.
“Esse é um problema grave e incidente em Ouro Preto, sensibilizando e convocando esforços para a construção de abordagens de cuidado e acolhimento às vítimas, sobreviventes e comunidades tão sofridas com esses acontecimentos”.
Segundo o professor, devido à pandemia do coronavírus, não foi possível dar seguimento às atividades já construídas na finalização do curso, que, entre tantas, previa a construção de um plano coletivo e popular para as abordagens do suicídio em Ouro Preto.

Para além de Ouro Preto

 De acordo com a Organização Mundial de Saúde, estima-se que 815.000 pessoas em todo o mundo cometeram suicídio ao longo do ano de 2000, o que representa uma morte a cada 40 segundos.

Em indivíduos que se encontram entre 15 e 44 anos, o suicídio foi a quarta causa de morte e a sexta causa de incapacitação.

Além disso, para cada óbito por suicídio, há no mínimo cinco ou seis pessoas próximas ao falecido cujas vidas são profundamente afetadas emocional, social e economicamente.  
 
Em todo o estado, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) atendeu nos últimos cinco anos mais de 15.000 tentativas de suicídio – o SAMU Belo Horizonte, por exemplo, atende diariamente mais de 10 tentativas, seja via teleatendimento, seja com suas viaturas em campo.
 
Segundo o 2° tenente Anderson Aquino, a Polícia Militar de Minas Gerais, dada sua capilaridade, bem como as guardas municipais, são chamadas a atender ocorrências de difícil intervenção.

“Para isso, esses profissionais devem estar devidamente preparados técnica e taticamente”.
Fonte: www.em.com.br/app/noticia/gerais/2021/05/25/interna_gerais,1270195/instalacao-de-placas-em-avenida-de-ouro-preto-amplia-debate-sobre-suicidio.shtml






sábado, 22 de maio de 2021

Nova ação de combate ao 'transtorno depressivo' e ao 'autoextermínio' conta com o apoio de celebridades

Encontro virtual com Frank Aguiar vai abordar temas para ajudar famílias na identificação de risco e prevenção ao suicídio

Cantor vai participar às 16h deste sábado (22) do projeto sobre o Transtorno Depressivo para orientar no combate ao Autoextermínio.

O cantor Frank Aguiar vai participar às 16h deste sábado (22) do encontro "Luz da Vida", que tem como objetivo ajudar pais e familiares a identificar os indicadores de riscos e sinais de alerta sobre comportamento suicida. O evento faz parte do projeto “Quem pode salvar meu Filho?” (link aqui) que atua na orientação e apoio a familiares e amigos dos pacientes depressivos/suicidas sobre a prevenção ao agravo e a forma de tratamento da doença.

O encontro será online e aberto às pessoas interessadas no tema.  

Idealizado pela mentora Reginah Araujo, o projeto reunirá profissionais e pessoas com transtorno depressivo e seus familiares.

“Temos também o objetivo de desmistificar a ideia de que não falar do assunto irá evitar mais mortes decorrentes de suicídios”, explica Reginah.

O projeto “Quem Pode Salvar Meu Filho?”

A idealizadora Reginah explica que o projeto nasceu de uma experiência familiar com o filho com 24 anos que entrou num processo intenso de Transtorno Depressivo (TD). A falta de informação, o desgaste e sofrimento na tentativa de ajudar o filho e os vários relatos de casos de crianças e adolescentes que tentaram o AE (autoextermínio) inspiraram Reginah a ajudar também o filho de milhares de mães que também não tinham informações suficientes para lidar com uma situação tão desafiadora.

Para isso, buscou profissionais e pessoas que poderiam ajudá-la a salvar vidas. Hoje o "Quem Pode Salvar Meu Filho?” conta com uma metodologia própria, atendimento, reuniões, grupos de apoio e palestras com profissionais da área e artistas; mais de 50 de voluntários entre profissionais, pessoas com TD ou familiares e amigos de AE.

Fonte: https://g1.globo.com/rj/regiao-dos-lagos/noticia/2021/05/22/encontro-virtual-com-frank-aguiar-vai-abordar-temas-para-ajudar-familias-na-identificacao-de-risco-e-prevencao-ao-suicidio.ghtml

domingo, 16 de maio de 2021

Importante depoimento de um músico consagrado

"Eu tinha tudo": Moby fala sobre depressão e pensamentos suicidas no auge de sua carreira

Tony Aiex

Sem dúvida alguma, Moby é um dos artistas da música eletrônica mais bem sucedidos em todos os tempos.

Tendo iniciado a sua carreira no Punk Rock, ele eventualmente destinou os seus esforços às batidas e vendeu nada mais, nada menos do que 20 milhões de cópias dos seus álbuns em toda sua carreira.

Acontece que nem isso, nem o fato dele ter sido colocado ao lado de gigantes como Madonna e Bon Jovi, afastaram Moby de diversos problemas de saúde mental.

Moby e a depressão

O próximo disco de estúdio do artista, Reprise, será lançado em 28 de Maio e o décimo nono álbum do cara será acompanhado de um documentário chamado Moby Doc.

Em um trecho dele compartilhado pela NME, o cara aparece falando sobre como, no auge da sua carreira, tinha pensamentos suicidas.

Nesse episódio em particular, ele relembra uma estadia no Arts Hotel, um dos mais icônicos de Barcelona, para uma premiação da MTV em 2002:

Eu cheguei ao meu hotel na noite anterior e eu estava no topo de um dos hotéis mais elegantes que já havia visitado em toda minha vida.

Há quatro apartamentos gigantescos no topo desse hotel. Meus vizinhos eram Bon Jovi, P Diddy e Madonna. Naquela noite eu fiquei muito bêbado. Tudo era perfeito. Tudo que eu sempre quis havia sido entregue para mim, até mais do que eu havia pedido, na verdade… Eu tinha vendido 10 ou 20 milhões de discos… e eu estava tão abatido.
Moby fala, então, sobre como pensou em tirar a própria vida e finalizou:

Quão estranho era que eu tinha tudo que queria e nunca havia estado tão deprimido?

Você pode assistir ao trailer do documentário no vídeo acima. Nele, Moby também aparece falando sobre como cresceu em uma casa com pais que “brigavam e bebiam o tempo todo”.

Além disso, ele conta sobre como perdeu o funeral da própria mãe porque estava “bêbado, desmaiado em uma cama”.

Procure Ajuda!

Se você passa por problemas de saúde mental e gostaria de procurar algum tipo de ajuda, conheça o trabalho do CVV – Centro de Valorização da Vida.

O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.

O número de telefone para entrar em contato com eles é 188. Você pode conferir a lista de estados disponíveis clicando aqui.

Fonte: www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2021/05/15/moby-depressao-carreira-auge/

O Piauí faz o seu dever de casa na prevenção. Isso se reflete na produção acadêmica...

Doze meses amarelos: debater e enfrentar a depressão e o suicídio

Lara Silva e Thaís Vieira

*Os nomes utilizados nos relatos são fictícios para preservar a privacidade dos pacientes entrevistados.

Durante o século XIX e início do século XX o mal do século poderia ser a tuberculose, seguida da AIDS. Voltando ainda mais no tempo, foram pandemias como a da peste que arrasaram populações de todo o mundo. Mas hoje a depressão é considerada o mal do século XXI, uma doença psicológica que atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A pandemia do Coronavírus poderia ter ganho esse título, se não tivesse contribuído ainda mais com o aumento dos casos de doenças e transtornos psicológicos, como a depressão e a ansiedade.

Em novembro de 2020, o Ministério da Saúde divulgou dados preliminares de uma pesquisa que reuniu informações sobre a saúde mental do brasileiro durante a pandemia da Covid-19. Os resultados foram alarmantes 86,5% de pessoas com transtornos de ansiedade, 45,5% com sintomas de estresse pós-traumático e 16% com depressão. O psicólogo Wellington Santos diz que a pandemia afetou diretamente a todos, devido à mudança de rotina imposta de forma abrupta, onde tivemos que nos reinventar e nos adaptar. As dificuldades de adaptação acarretaram uma maior procura de atendimentos psicológicos e as demandas mais frequentes são casos de ansiedade, depressão e transtorno de personalidade, relacionado a adaptabilidade.

Por muito tempo os problemas psicológicos eram tratados como mitos, superstições ou bobagens e até hoje, a saúde mental ainda carrega inúmeros estereótipos. Entretanto, avançamos na quebra de estigmas sobre o tema, principalmente com a criação do Setembro Amarelo, campanha que dedica um mês à prevenção do suicídio e abre oportunidades de debate sobre a temática. O fato é que 30 dias de conscientização não bastam em uma luta que precisa ter 365 dias sem cessar. “Esse cuidado da saúde mental deveria ser estimulado, debatido e divulgado com frequência, para estimular a sociedade a refletir pela necessidade das pessoas em buscarem ajuda quando fosse necessário”, afirma Eyder Mendes, coordenador de comunicação do Centro de Valorização da Vida em Teresina.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um grande aliado na prevenção ao suicídio, a partir de serviço voluntário e gratuito de apoio emocional sob total sigilo e anonimato. O serviço funciona 24 horas através do telefone 188 e do site www.cvv.org.br. A estudante Paula*, que procurou o serviço do CVV, afirma o quanto o canal é importante no apoio à saúde mental. “Eu estava em casa, assistindo TV, quando passou um comercial do CVV. Lá eles falavam sobre a importância de cuidar da saúde mental, e através daquele comercial eu pensei que talvez isso poderia me ajudar. Peguei o telefone e liguei pra eles, desesperada mesmo, porque meu grau de depressão já estava muito avançado, já tava com aquele pensamento de se suicidar mesmo. E eles conversaram comigo e me senti tão bem que comecei a ligar várias vezes e isso me ajudou e recomendo pra todo mundo”, conta.

Como enfrentar a depressão?

O psicólogo explica que a depressão afeta e compromete diretamente a qualidade de vida do paciente e, dependendo do grau de adoecimento, a pessoa chega a perder a capacidade de realizar tarefas que antes eram comuns. “O ideal é procurar ajuda profissional com psiquiatra ou psicólogo, pois é o direcionamento correto para iniciar o tratamento clínico, seja medicamentoso, psicoterapêutico ou os dois. No entanto, qualquer pessoa pode ajudar, observando o comportamento da pessoa”, diz Wellington.

De acordo com o especialista, sinais como isolamento social, tristeza profunda e aparente, embotamento afetivo, perda do prazer pelas coisas que fazia antes, baixa libido, insônia frequente, choro fácil sem motivo aparente, falta de apetite, falas sobre deixar de existir ou de inutilidade, perda de peso e falta de cuidados pessoais são algumas características de alguém que não está bem do ponto de vista psicológico. “Ao identificar esses sinais, você pode ser parte da rede de apoio ajudando a observar o comportamento da pessoa e incentivar a busca de ajuda profissional. É importante manter todos ao redor dessa pessoa em alerta para também observar e apoiar, visto que a pessoa não está bem e poderá desenvolver um quadro mais grave de adoecimento mental”.

Felipe* tem 20 anos e foi diagnosticado com depressão aos 16, uma depressão mista, com síndrome do pânico e ansiedade. “Uma das coisas que eu considerava mais difíceis, na época, era aceitação. Reconhecer que eu precisava ir ao médico, de que era uma doença e que precisaria de tratamento”, assim como o dono desse relato, muitas pessoas sentiram ou sentem esses mesmo sentimentos causados por uma depressão. Por trás desse nome fictício tem uma pessoa real que nos conta os desafios de lidar com essa doença, e após já ter chegado a atentar contra a própria vida, hoje, felizmente, ele está na estatística da superação.

Ele conta que foi um processo muito difícil, onde diversas vezes duvidou da sua capacidade de enfrentar as crises. Também relata que passou por diversos profissionais e que muitas vezes perdia o controle de si. Atualmente, a depressão e a síndrome do pânico estão controladas. “Hoje tenho ansiedade moderada, conviverei com ela talvez para o resto da minha vida, mas é algo que eu consigo controlar, eu sei os meios de controlar. Depressão não é fácil, deixa marcas e é algo que todo dia a gente precisa se convencer que é preciso lutar, que é preciso seguir em frente”, afirma.

De acordo com dados da OMS, 5,8% da população brasileira sofre com a doença, colocando o Brasil como o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, atrás apenas dos Estados Unidos, com 5,9%. Isso equivale a cerca de 12,2 milhões de Paulas e Felipes no Brasil. Nos casos de ansiedade ficamos em primeiro lugar. “Os motivos podem ser diversos e necessitam de uma análise detalhada de cada caso, pode ter um gatilho, um fato que gerou um grande sofrimento, como também podem haver aspectos genéticos, relacionados à hereditariedade”, conclui Wellington.

Estudos mostram que pessoas diagnosticadas com depressão são mais suscetíveis a apresentar pensamentos suicidas ou até mesmo concretizar o ato. “Eu nunca tive muito acesso sobre esse assunto. Eu ficava assustada, na época que descobri a gente não tinha tantas informações como hoje, por isso tive muita dificuldade pra entender [o diagnóstico]. Tudo começou a se agravar de uma maneira que eu já tinha chegado ao meu limite”, Paula relata, sobre os pensamentos de tirar a própria vida.

Felipe também conta como se sentia nesses momentos. “As primeiras crises eram simples, só era umas vontades, normalmente de às vezes sumir, um desejo de ficar isolado. No início da minha depressão real eu tive várias crises e tentativas, foram duas em um dia. Nesse dia a médica alertou minha mãe que eu deveria procurar um psicólogo. As crises eram muito fortes, eu queria sair correndo de dentro de casa, subir o morro e queria sair nem que fosse forçado. Era muito forte, que às vezes eu perdia até mesmo o controle de mim”.

Assim como Paula e Felipe, esses pacientes necessitam de atenção e amparo, por isso Wellington Santos reafirma a importância do acompanhamento para evitar que a evolução da depressão leve ao suicídio. “Se faz necessário uma rede de apoio de amigos, familiares e a ajuda profissional especializada com psicólogo, psiquiatra e outras especialidades quando for o caso”.

Caso o ato seja concretizado, o apoio à família é imprescindível. “A elaboração do luto por suicídio sempre é mais doloroso devido o modo como a morte ocorreu afetando toda família e amigos, e em alguns casos há a necessidade de ajuda profissional para superar as fases do luto, que são a negação, raiva, negociação, depressão e aceitação até a pessoa voltar a sua condição de vida plena não esquecendo o ocorrido, mas aprendendo a viver sem a pessoa. É importante nos casos de suicídio entendermos que a pessoa não queria deixar de viver, mas sim acabar com a dor psíquica que estava lhe causando dor e sofrimento”, enfatiza o especialista.

O Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), em levantamento feito de 2010 à 2017, mostra que a média brasileira é de 5,6 mortes por suicídio a cada 100 mil habitantes. O Piauí apresenta quase o dobro desta taxa, atingindo uma média de 10 mortes. Em 2019, a taxa de suicídios a cada 100 mil habitantes aumentou 7% no Brasil, ao contrário do índice mundial, que caiu 9,8%, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados mostram ainda um longo caminho no enfrentamento a esse problema de saúde pública.

Onde encontrar ajuda gratuita ou de baixo custo?

Em virtude da pandemia, é aconselhável se informar previamente antes de se dirigir a um dos estabelecimentos abaixo citados.

Atendimentos de Urgência e Emergência Psiquiátrica

Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu - Rua Joe Soares Ferry, 2420 - Bairro: Primavera / Telefones: 3223-7513 ou 3233-2959

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pode ser acionado pelo número 192 para atendimento de urgência.

Atendimento Hospitalar

Ambulatório PROVIDA - Hospital Lineu Araújo - Rua Magalhães Filho, nº 152 - Bairro: Centro / Telefones: 3215-9131 ou 3215-4344 ou 3227-9131

Clínicas Escolas de Psicologia

UESPI - Clínica Escola de Psicologia - Avenida Elias João Tajra, nº 1066 - Bairro: Pirajá / Telefones: (86) 99926-2864 ou 3233-3919

UNIFSA - Serviço Escola de Psicologia - Avenida Presidente Kennedy, nº 4500 - Bairro: Morros / Telefones: 3234-5540 ou 3234-5570

FAESPI - Serviço Escola de Psicologia - Avenida Pernambuco, nº 2998 - Bairro: Vila Operária / Telefones: 3303-3844 ou 2107-2200

CUIDARE - Clínica Escola de Psicologia UNINASSAU - Av. Jóquei Clube, nº 710 - Bairro: Jóquei / Telefone: (86) 99987-5239

Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)

Em Teresina:

CAPS II Sudeste - Rua Agnelo Pereira da Silva, nº 3567 - Bairro: São João / Telefone: 3236-8747

CAPS II Sul - Avenida Barão de Gurguéia, nº 2913 - Bairro: Pio XII / Telefone: 3218-4865

CAPS III Sul - Rua Costa Rica, nº 466 - Bairro: Três Andares / Telefone: 3221-0092

CAPS II Centro-Norte - Rua Lucrécio Dantas Avelino, nº 521 - Bairro: Água Mineral / Telefone: 3213-2080

CAPS II Norte - Rua Pernambuco, n° 904 - Bairro: Pirajá / Telefone: 3213-2080

CAPS II Leste - Rua Visconde da Parnaíba, nº 2435 - Bairro: Horto / Telefone: 3216-3967

CAPS III - Avenida Higino Cunha, nº 1170 - Bairro: Ilhotas / Telefones: 3221-0092 ou 3221-6422

CAPS infantojuvenil - Rua Joe Soares Ferry, 2420 - Bairro: Primavera / Telefone: 3222-6815

CAPS Infantil Dr. Alexandre Nogueira - Rua Cel. César, nº 1566 - Bairro: Morada do Sol / Telefone: 3223-9661

No interior:

Para atendimento nas cidades do interior acesse: http://www.saude.pi.gov.br/paginas/rede-psicossocial

Fonte: https://sites.google.com/aluno.uespi.br/dozemesesamarelos/in%C3%ADcio

Japão cria “Ministério da Solidão” para lidar com aumento de taxas de suicídio na pandemia

O novo Ministério entende a solidão como um dos fatores de risco para desenvolvimento de transtornos mentais e para o suicídio no contexto pandêmico

Kaynã de Oliveira

Durante a pandemia, a taxa de suicídio no Japão teve a primeira alta em 11 anos. Ao todo, foram registrados cerca de 21 mil suicídios, sendo as mulheres e estudantes as principais vítimas, informam dados do governo japonês divulgados pela revista Nikkei Asia. A preocupação com a saúde mental da população levou o governo daquele país a criar um Ministério da Solidão, responsável por criar campanhas e políticas públicas voltadas aos cuidados com a saúde mental e prevenção do suicídio. O órgão também se responsabiliza pelos cuidados voltados às pessoas que vivem sozinhas. Designado pelo primeiro-ministro japonês, Tetsushi Sakamoto assumiu o cargo.

Os efeitos da pandemia impactaram diretamente a saúde mental dos japoneses. Quem explica é o psiquiatra Rodrigo Fonseca Martins Leite, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. “Por conta de uma série de fatores e, certamente, no contexto da pandemia, houve um descuido geral da saúde de toda a população japonesa.”

Conforme o psiquiatra, o aumento dos suicídios no Japão entre as mulheres e estudantes pode ser decorrente da alta taxa de desemprego, da crise econômica, do machismo estrutural do país e dos altos níveis de exigência. Apesar de serem já presentes na sociedade japonesa, esses fatores foram ampliados durante a pandemia. “É possível inferir algumas razões, principalmente a questão do desemprego, das dificuldades econômicas e do alto nível de exigência da sociedade japonesa, além do caráter patriarcal e machista da cultura japonesa”, afirma o psiquiatra.

Martins Leite acredita que a saúde mental precisa ser vista como um assunto de Estado. Políticas públicas para cuidar dos impactos psíquicos em populações vulneráveis são essenciais para garantir a qualidade de vida da população. A criação do Ministério da Solidão no Japão demonstra a estratégia e o cuidado com a problemática, entendendo a solidão como um dos fatores de risco para desenvolvimento de transtornos mentais e para o suicídio. O Brasil carece de políticas consistentes de prevenção ao suicídio que leve em conta as peculiaridades das populações vulneráveis. “No Brasil, falta uma política consistente de prevenção ao suicídio que tenha um caráter capaz de observar as peculiaridades das subpopulações vulneráveis”, finaliza o especialista.

Fonte: https://jornal.usp.br/atualidades/japao-cria-ministerio-da-solidao-para-lidar-com-aumento-de-taxas-de-sucidio-na-pandemia/

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Manual de orientações para atendimento à pessoa em risco de suicídio

Agência Brasília

A Diretoria de Serviços de Saúde Mental (Dissam), da Secretaria de Saúde, juntamente com o Comitê Permanente de Prevenção do Suicídio criou o Manual de Orientações para o Atendimento à Pessoa em Risco de Suicídio [baixar aqui]. O material visa oferecer informações baseadas em evidências científicas e nas recomendações dos órgãos de referência nacionais e internacionais, para instrumentalizar os serviços de saúde para atuação na abordagem à pessoa em risco de suicídio.

No Distrito Federal, existe a Política Distrital de Prevenção do Suicídio desde 2012, e está em vigor o Plano Distrital de Prevenção do Suicídio 2020-2023

“Este manual procura orientar sobre as medidas a serem tomadas quando identificado risco de suicídio em qualquer serviço da rede de saúde do DF. Esperamos que auxilie na tomada de decisões quanto à avaliação de risco, conduta e formas de encaminhamento quando necessário, considerando também os recursos disponíveis na rede”, explica Fernanda Benquerer, Referência Técnica Distrital (RTD) de Psiquiatria e presidente do Comitê Permanente de Prevenção do Suicídio.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevenção do suicídio deve ser uma das prioridades na agenda de saúde pública global, considerando o enorme impacto do suicídio e das tentativas nas pessoas em sofrimento, nos familiares e pessoas próximas, e na sociedade como um todo, além de ser um fenômeno passível de prevenção na maioria dos casos.

A pandemia de Covid-19 trouxe, ainda, fatores de risco adicionais à saúde mental, sendo que a melhor avaliação de impactos específicos no risco de suicídio só será percebida ao longo dos próximos meses e anos com mais estudos

Nesta linha, o Brasil aprovou e sancionou a Lei Federal nº13.819 de 2019 que instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio.

No Distrito Federal, existe a Política Distrital de Prevenção do Suicídio desde 2012, e está em vigor o Plano Distrital de Prevenção do Suicídio 2020-2023. Esse plano teve como uma das metas a oficialização de um Comitê Permanente de Prevenção do Suicídio da Secretaria de Saúde, o que ocorreu em dezembro de 2019.

Segundo Fernanda, muitas ações já aconteciam anteriormente, mas a composição oficial de um grupo para trabalhar com a temática ressalta a importância de que as ações sejam sustentadas institucionalmente e o compromisso político com a prevenção.

A pandemia de Covid-19 trouxe, ainda, fatores de risco adicionais à saúde mental, sendo que a melhor avaliação de impactos específicos no risco de suicídio só será percebida ao longo dos próximos meses e anos com mais estudos. Mas o contexto pandêmico deve ser incluído nas avaliações de saúde mental da população e das possibilidades de acesso a recursos de tratamento e intervenções.

“A prevenção do suicídio engloba ações intersetoriais que necessitam ser articuladas para melhores possibilidades de prevenção. Este manual é voltado especificamente ao atendimento à pessoa em risco de suicídio na rede de saúde, para subsidiar os profissionais que encontram pacientes em risco no seu dia a dia”, destaca.

Outras ações

O Comitê Permanente iniciou um Projeto de oferta de Supervisão Clínica em Intervenção em Crise Suicida aos profissionais dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), para fortalecer as equipes e melhorar a qualidade dos atendimentos.

“Temos trabalhado para melhorar as notificações de tentativas de suicídio e de autolesão, e estamos atentos aos fatores de risco à saúde mental no contexto da pandemia de Covid-19. Anualmente, a Dissam promove também a Jornada Distrital de Prevenção do Suicídio para discutir a temática. Falar sobre prevenção do suicídio ajuda a reduzir o estigma e aumenta as chances de busca e oferta de ajuda a quem precisa”, informa Fernanda Benquerer.

De acordo com a RTD de Psiquiatria, existem cartilhas da Organização Mundial da Saúde (OMS) voltadas a perfis específicos de profissionais. Também há bastante material produzido por outras instituições e autores, e há ampla literatura científica especializada. O Manual busca trazer as informações fundamentadas de forma objetiva e adequada à realidade dos serviços de saúde do DF.

Fonte: www.agenciabrasilia.df.gov.br/2021/05/11/manual-de-orientacoes-para-atendimento-a-pessoa-em-risco-de-suicidio/

 Estudo sobre ideação suicida nas pessoas Trans decorre até final de julho

Investigadores querem estudar os fatores que protegem as pessoas Trans de ter ideação e comportamentos suicidários, de forma a melhorar o seu acompanhamento pelos profissionais de saúde mental e sensibilizar a comunidade para o tema.

Luís Miguel Martins, estudante do 5º ano de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, está a desenvolver um estudo intitulado “Fatores Psicossociais Associados à Ideação Suicida na Pessoa Trans: Fatores de Proteção e Vulnerabilidade”, em colaboração com o Instituto de Psicologia Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e os médicos psiquiatras António Macedo, Susana Renca e Sara Magano e a psicóloga Julieta Azevedo. O estudo pretende avaliar o papel de algumas variáveis psicossociais e processos psicológicos – ex. aceitação, tolerância ao mal-estar psicológico, abertura à experiência e o apoio social – como possíveis fatores de risco ou de proteção para o desenvolvimento de ideação suicida entre a população Trans portuguesa.

A população Trans é, frequentemente, alvo de estigma social, violência e discriminação, o que em conjunto provoca aquilo a que se chama stresse minoritário sofrido, que tem impacto na saúde mental. Estes fatores causam, em algumas pessoas, níveis elevados de ansiedade, depressão, sentimentos de rejeição, comportamentos autolesivos e suicidários. De acordo com alguns dados globais, 55% das pessoas Trans têm ideação suicida e 29% tentam o suicídio. A tentativa de suicídio é maior em mulheres Trans do que em homens Trans.

Os dados sobre os comportamentos suicidários na população Trans portuguesa são ainda bastante escassos em comparação com outros países. No entanto, um estudo de 2019, revelou que as pessoas Trans portuguesas têm níveis elevados de ideação suicida, comportamentos suicidários e dor psicológica.

Embora vários estudos internacionais tenham identificado um elevado risco de ideação suicida entre as minorias sexuais, o conhecimento sobre como os diferentes fatores psicossociais e processos psicológicos interagem para que uma pessoa Trans progrida para comportamentos suicidários permanece incompleto. De igual forma, são poucos os estudos sobre possíveis fatores de proteção que possam auxiliar na intervenção psicoterapêutica e prevenção da saúde mental nestas pessoas, com vulnerabilidades contextuais inerentes a uma sociedade ainda discriminante e frequentemente aversiva às manifestações e revelação de identidades de género diversas.  

O estudo apresentado pretende, assim, perceber quais as variáveis psicossociais e os processos psicológicos que protegem as pessoas Trans portuguesas de ter pensamentos negativos e comportamentos suicidários, com o objetivo de criar condições para uma atuação mais preventiva e um melhor acompanhamento pelos profissionais de saúde mental.

Para participar no estudo, é necessário responder a um questionário, com duração de cerca de 20 minutos, disponibilizado online, ter mais de 18 anos e identificar-se como pessoa Trans.

Como complemento à investigação, surgiu o “Projeto Transformar.”, uma página na rede social Instagram, que tem como objetivo informar, desmistificar e despatologizar os temas relacionados com a identidade de género, bem como alertar para as questões relacionadas com os comportamentos suicidários nas pessoas Trans.

Linhas de apoio e prevenção do suicídio em Portugal 

SOS Voz Amiga
Lisboa - das 16h às 24h
213 544 545 – 912 802 669 – 963 524 660

Linha Verde gratuita – 800 209 899 (entre as 21h e as 24h)

Conversa Amiga
Inatel - das 15h às 22h
808 237 327
210 027 159

Vozes Amigas de Esperança de Portugal
Voades-Portugal - das 16h às 22h
 222 030 707

Telefone da Amizade
Porto - desde 1982 - das 16h às 23h
222 080 707

Voz de Apoio
Porto - das 21h às 24h
225 506 070

Fonte : www.comunidadeculturaearte.com/estudo-sobre-ideacao-suicida-nas-pessoas-trans-decorre-ate-final-de-julho/

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Em dia de aniversário, Martha Louise da Noruega dedica palavras carinhosas à filha mais velha, Maud Angelica

A filha mais velha da princesa Martha Louise da Noruega fez 18 anos esta quinta-feira, dia 29 de abril. Para celebrar a data, Maud Angelica, que é também a neta mais velha dos reis Harald e Sonia, foi presenteada com uma mensagem carinhosa da mãe nas redes sociais.

Martha Louise partilhou um conjunto de fotografias, algumas onde se pode ver Maud quando era ainda criança e outras mais atuais, imagens nas quais também surgem as irmãs mais novas, Leah e Emma, a própria princesa, Ari Behn – pai das três meninas, que morreu no Natal de 2019 (...).


“Feliz aniversário para a nossa incrível Maud. Tu és uma luz brilhante neste mundo, iluminas todos os que te rodeiam, és atenta, curiosa, filosófica, profunda, divertida, um pouco peculiar e nerd, e acima de tudo, valente”, começou por escrever a princesa. “Já salvaste as vidas de muitas pessoas com as tuas palavras e sabedoria. Permanecer firme na tua vulnerabilidade e ousar trilhar novos caminhos na prevenção do suicídio e na saúde mental não é fácil, mas tu consegues com graça e dignidade”, continuou.

“Estou tão orgulhosa de tudo o que alcançaste até agora e por tudo o que irás conseguir no futuro. Sê verdadeira contigo própria, meu amor, tu és demais! Tu brilhas! Sê apenas tu própria. És mais do que suficiente e quando duvidares disso nós estamos aqui para to recordar. Nós protegemos-te”, conclui Martha Louise.

De recordar que desde a morte de Ari Behn, que se suicidou no dia de Natal em 2019, Maud, que tinha então 16 anos, tem-se dedicado a trabalhar com o serviço nacional de saúde local em campanhas de prevenção do suicídio e de apoio à saúde mental.

https://caras.sapo.pt/realeza/2021-04-30-em-dia-de-aniversario-martha-louise-da-noruega-dedica-palavras-carinhosas-a-filha-mais-velha-maud-angelica/#&gid=0&pid=1

Comissão aprova proposta que obriga escolas a informar conselhos tutelares sobre automutilação

Texto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio

Pablo Valadares (28 abril 2021)

A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (28) projeto de lei (PL 270/20) que obriga as escolas a notificar o conselho tutelar do município sobre ocorrências e dados relativos a casos de violência envolvendo alunos, em especial automutilação, tentativas de suicídio e suicídios consumados.

A proposta, da deputada Rejane Dias (PT-PI), recebeu parecer pela aprovação da relatora na comissão, deputada Professora Rosa Neide (PT-MT).

O texto altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Atualmente, os colégios são obrigados a informar ao conselho tutelar apenas os casos de alunos com excesso de faltas.

A proposta muda ainda a Lei 13.819/19 para determinar que a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio promoverá a notificação e o aprimoramento de técnicas de coleta de casos de automutilação, tentativa de suicídio e suicídio consumado nos estabelecimentos de ensino do País.

Saúde mental

Na avaliação de Professora Rosa Neide, a escola é instituição essencial, assim como os estabelecimentos de saúde, no desenvolvimento de coleta e análise de dados para a prevenção do suicídio e da automutilação.

“A escola é o principal lugar de socialização presencial dos jovens em tempos normais. Mesmo na pandemia de Covid-19, as interações com a comunidade escolar continuam a promover conhecimentos, aprendizagens, relacionamentos ou desafios que envolvem os sentimentos de pertencimento, frustração e pressão social, que influenciam a saúde mental dos alunos”, afirmou a relatora.

Tramitação

A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: www.camara.leg.br/noticias/751988-comissao-aprova-proposta-que-obriga-escolas-a-informar-conselhos-tutelares-sobre-automutilacao/