domingo, 20 de setembro de 2015

Suicídio de jovens estudantes no Japão

1º de setembro é o dia em que jovens cometem mais suicídio no Japão

Segundo especialistas, adolescentes vítimas de bullying temem a volta às aulas

No primeiro dia de aula do Japão, que acontece normalmente em 1º de setembro, são registradas as mais altas taxas de suicídio entre jovens no país, indica um novo relatório divulgado pela emissora americana CNN. Após o escritório japonês de prevenção ao suicídio coletar dados por mais de 40 anos, foi descoberto que o índice de jovens com menos de 18 anos que se matam no início de setembro é muito mais alto do que em outros períodos do ano.

Os números divulgados pelo governo japonês apontam que 18.048 adolescentes tiraram suas vidas de 1972 a 2013. Ao longo deste período de 40 anos, o dia 1º de setembro foi a data de maior incidência, com 131 suicídios cometidos por adolescentes no país, informou a rede britânica BBC.

De acordo com especialistas, a razão para o aumento nos números vai além de tristeza pelo fim das férias de verão. Muitos adolescentes que sofrem bullying temem voltar à escola. É o caso de Nanae Munemasa, de 17 anos, que contou à CNN sobre como é bom poder ficar em casa e não sofrer as agressões. "Quando o verão acaba, você tem de voltar. E uma vez que você começa a se preocupar com o assédio, cometer suicídio pode ser uma possibilidade".

O medo de Nanae fez com que ela decidisse ficar um ano todo sem ir à escola. Sua mãe, Mina Munemasa, apoiou sua decisão. "Nanae dizia coisas como, 'se eu pular da Torre de Tokio, eu acho que posso voar", contou Mina. "Eu não acho que a escola seja um lugar onde você tem que arriscar sua vida para ir". Após seu ano estudando em casa, Nanae voltou para o colégio muito melhor. Ela e a mãe dão crédito à internet pelas novas conexões construídas, responsáveis pelo ganho de confiança. A adolescente agora tem um blog em que ajuda outros estudantes que se encontram em situação semelhante.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/1-de-setembro-e-o-dia-em-que-jovens-cometem-mais-suicidio-no-japao/

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Prevenção do suicídio tornou-se notícia durante o Setembro Amarelo

A notícia abaixo é apenas uma entre centenas de outras, similares, sobre algum tema específico ou sobre um evento ocorrido neste mês de setembro de 2015.

Acredito que a exposição da temática envolvendo a prevenção do suicídio trará bons resultados e deverá ser bem aproveitado!

Prevenção do suicídio é tema de simpósio internacional no Rio

11/09/15 Cristina Índio do Brasil / Denise Griesinger :: Agência Brasil

A prevenção do suicídio será tema de um simpósio internacional que ocorre hoje (11) no centro Rio de Janeiro. O ato que uma pessoa pratica contra si mesma revela grave sofrimento psíquico e está relacionado não só ao transtorno depressivo, mas também a diversos problemas de saúde mental, que podem incluir uso abusivo de álcool e drogas. Ontem (10), foi comemorado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e durante todo o mês de setembro, prédios públicos estarão iluminados com a cor amarela, como forma de alerta.

Para a assessora técnica da Superintendência de Saúde Mental da Prefeitura do Rio Laura Sarmento, a opção pela morte é uma escolha que mostra extremo sofrimento. “Escolher morrer desta forma é uma maneira de acabar com este sofrimento. Então, tem gente que toma muito remédio para acabar com esse sofrimento, e a morte é como se fosse uma saída.”

Para Carlos Correia, coordenador nacional de divulgação do Centro de Valorização da Vida (CVV) – associação civil que mantém um programa de prevenção de suicídio –, antes de pôr fim à vida, a pessoa dá sinais de que está em sofrimento, mas esses sinais, muitas vezes, são ignorados por quem está próximo. “Ela vive constantemente pedindo socorro de maneira indireta. Muitas vezes, uma pequena coisa que para nós seria fácil, para ela é uma montanha que não consegue transpor”, disse.

Ele lembra também que o tema suicídio ainda é considerado por muitos um tabu, de difícil abordagem e pouco comentado. A prática, no entanto, revela que quanto mais debatida, mais eficaz é a prevenção. “Como já ocorreu com as doenças sexualmente transmissíveis, o câncer de mama, o câncer de próstata, quanto mais se falar, mais se trabalha na prevenção e a gente tem percebido que esse tema ainda está escondido, talvez pelo preconceito que está na sociedade.”

Plano de prevenção

No município do Rio está sendo implantado o Plano Municipal de Prevenção ao Suicídio para capacitar os profissionais da Secretaria de Saúde, que trabalham com saúde mental. “Quando uma pessoa tenta suicídio e vai para uma unidade de atendimento ou de socorro, ela deveria ter acolhimento, ser acompanhada e receber tratamento. As pessoas que já tentaram [se matar] uma vez, na primeira semana, o risco de tentar novamente é muito alto. Então, ela não pode apenas ser medicada e liberada. Precisa ser acompanhada e receber um protocolo que estendesse isso [o tratamento]”, disse o coordenador do CVV.

Para Laura Sarmento, o início das discussões para a criação do Plano Municipal de Prevenção ao Suicídio deu maior visibilidade aos casos notificados. “Para todas as pessoas que são atendidas na cidade, os serviços fazem uma notificação. A partir dela, a gente acompanha e ajuda para que estes casos cheguem logo a um atendimento.”

Ela conta ainda que, pela internet, no site da prefeitura, o cidadão tem como saber onde há um posto de atendimento próximo, para buscar ajuda. A partir da chegada a essas unidades terá acolhimento para a abordagem de saúde mental. “Às vezes, a população não sabe que pode ter acesso a isso. Ainda tem o núcleo de apoio à saúde da família, com profissionais de saúde mental para lidar com casos de sofrimento psíquico.”

O Plano de Ação de Saúde Mental da Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu para o período 2013-2020 a meta de reduzir em 10% os índices mundiais de suicídio. O Relatório Global para Prevenção do Suicídio, divulgado pela instituição, em setembro do ano passado, indicou que a cada 40 segundos uma pessoa se suicida e que em 2012 foram 800 mil mortes no mundo.

O coordenador do CVV lembra ainda que o problema atinge adolescentes em idade escolar e que, além das famílias, outras pessoas próximas de quem está em sofrimento podem ajudar a detectar o problema, como os professores. “O professor olha todo dia na cara do aluno e sabe quem está triste e quem está alegre. A tristeza passageira tudo bem, mas aquela que se instala, aquele olho molhado, aquele andar nos corredores em isolamento, isso é um grande perigo. Nós fazemos atendimento por chat e por e-mail e percebemos que há uma faixa etária muito jovem.”

O CVV recebe, por ano, 1 milhão de acessos com pedidos de ajuda. “Muita gente não tem confidente ou amigo e nós oferecemos essa possibilidade de dar atenção para que a pessoa possa esvaziar esse estresse emocional e continuar a vida dela normalmente. É só isso que a gente faz. A gente oferece carinho com um ouvido liberto sem julgar e dar conselhos”, relatou.

O 5º Simpósio Internacional de Prevenção do Suicídio vai ter a participação de especialistas como o educador Jeppe Kristen Toft, coordenador para a Europa do Befrienders Worldwide; o professor e pesquisador da Unicamp, Neury José Botega; e os psiquiatras Humberto Corrêa e Carlos Felipe D’Oliveira. O simpósio será das 14h às 18h, no centro do Rio de Janeiro e a inscrição gratuita pode ser feita pela internet.

Fonte: www.ebc.com.br/noticias/2015/09/prevencao-do-suicidio-e-tema-de-simposio-internacional-no-rio

Mais informações sobre o evento citado na notícia:

V Simpósio Internacional de Prevenção do Suicídio
11 de setembro de 2015

Temas e Participantes:

Crise suicida - avaliação e manejo
Dr. Neury José Botega

Vencer o estigma para prevenir - aspectos culturais e históricos do comportamento suicida
Dr. Humberto Corrêa

A imitação e o contágio - o caso de Cotriguaçu/MT
Dr. Carlos Felipe D’Oliveira


domingo, 13 de setembro de 2015

Setembro Amarelo e uma "história positiva para partilhar"

Na véspera do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio policial salva homem que intentava matar-se

O indivíduo estava sentado à beira do muro de uma ponte, por cima de uma autoestrada movimentada.

O agente D.V. Hicks, que seguia por ali a caminho de casa, percebeu a intenção do desconhecido e aproximou-se lentamente, estendendo-lhe a mão. Foi quanto bastou para que o homem, depois de uma curta conversa, se levantasse e passasse para o lado mais seguro da ponte. Já em segurança, deixou-se abraçar longamente pelo agente, que o confortou.

Segundo a CNN, tudo aconteceu na quarta-feira passada, véspera do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. E apesar de o agente Hicks não estar a par da efeméride [da data comemorativa], confessou ter ficado satisfeito por ter agora uma "história positiva para partilhar".

O homem foi depois encaminhado para a assistência médica e psiquiátrica e o vídeo do momento, que foi captado pelas câmaras que monitorizam o trânsito na área, já se tornou viral.

Fonte: www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=4775030

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Notícias de Portugal: professores em capacitação para perceber "perturbações psiquiátricas"

Docentes terão formação para identificar perturbações psiquiátricas

Cerca de 1.500 professores vão receber formação para saberem identificar a diferença entre um comportamento desafiador, mas que é "normal", e atitudes que podem esconder uma perturbação psiquiátrica nas crianças e adolescentes.
 
De acordo com a Aliança Europeia contra a Depressão em Portugal (Eutimia), o programa WhySchool vai abranger 16 agrupamentos de escolas, contando com o apoio dos centros de formação de professores e das autarquias.

O objetivo da formação dos professores é "melhorar a literacia e as aptidões na gestão dos problemas de saúde mental, em particular na identificação de casos, triagem, referenciação e apoio aos casos em risco".

Ao todo, serão beneficiados cerca de 100 mil estudantes, entre os 12 e os 18 anos, assim como os respetivos pais e encarregados de educação.

A formação visa "melhorar o acesso dos jovens aos cuidados de saúde mental, já que atualmente apenas 10 a 15 por cento das crianças e adolescentes com problemas de saúde mental recebe ajuda", lê-se no comunicado da Eutimia.

Para tal, será disponibilizada uma plataforma de e-learning com conteúdos educativos na área da saúde mental dos adolescentes e depressão, dirigidos a professores e educadores e um website para os jovens e encarregados de educação, que serão utilizados pelos professores na sala de aula.

Uma campanha nacional de sensibilização para o bulling e o ciberbulling está igualmente prevista.

Este projeto, financiado pelo programa Iniciativas em Saúde Pública/EEA Grants, que em Portugal é operado pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), conta com o apoio dos especialistas internacionais em saúde mental e suicídio na adolescência Lars Mehlum e Stan Kutcher.

Estes especialistas vão participar na conferência "Prevenção do Suicídio: Responsabilidade Partilhada", que se realiza quinta-feira, Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, em Beja.

Fonte: http://www.noticiasaominuto.com/pais/448087/docentes-terao-formacao-para-identificar-perturbacoes-psiquiatricas

Suicídio pode ser evitado, o primeiro passo é tocar no assunto...

Projeto João Lucas realiza campanha de prevenção ao comportamento suicida, em Arapiraca

O Projeto João Lucas (PJL) em parceria com o grupo CAVIDA de Maceió, realiza no mês de setembro, a campanha de Prevenção do Suicídio em Arapiraca.

Palestras sobre a prevenção do comportamento suicida serão ofertadas por psicólogos voluntários. Psicólogos do grupo CAVIDA (Centro de Amor a Vida) também realizarão treinamento com psicólogos voluntários de Arapiraca para continuar os trabalhos durante os próximos meses.

Na manhã desta terça-feira (8/9/2015), palestras foram realizadas em duas escolas no município de Arapiraca, Colégio Multivisão e Colégio Sagrada Família. Nesta quarta-feira (9), as palestras serão na Escola Santa Izabel, Escola São Lucas e Escola Santa Catarina.

O suicídio é a causa de 25 mortes por dia no Brasil. No Nordeste, as taxas de suicídio sofreram um aumento de 130% nos últimos dez anos. O crescimento do número de suicídios no Estado de Alagoas cresce assustadoramente. Suicídio pode ser evitado, o primeiro passo é tocar no assunto. 

O Projeto João Lucas convida você psicólogo a fazer parte deste time. Se desejar uma orientação, entre em contato com o projeto e leve esta palestra para a sua escola.


Contatos: (82) 99914-2687 / (82) 99940 - 0375/ (82) 99934 - 6465. (Projeto João Lucas)

Se tiver interesse em conhecer o grupo CAVIDA, acesse: http://projetocavida.blogspot.com.br/


segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Reportagem NOTA 10 sobre o suicídio e sua prevenção :: Revista DeFato

A despeito das orientações do guia Prevenir o suicídio: um guia para profissionais dos mídia, da Organização Mundial de Saúde, poucos jornalistas conseguem abordar o tema do suicídio sem cometerem equívocos. 

Daí, então, esta homenagem a Tatiana Santos e ao veículo de imprensa em que ela trabalha, o jornal e revista DeFato, de Itabira, Minas Gerais, terra do Carlos Drummond de Andrade.

Suicídio: Silêncio que mata
Tatiana Santos(em 15/11/2014)

Tabus em torno do suicídio prejudicam o combate a esse tipo de morte. Especialista aponta que trabalhos sérios, como o do CVV, podem prevenir até 90% dos casos de autoextermínio

Matéria de capa da edição 262 da Revista DeFato

“A vontade de viver foi se esvaindo dia a dia”. Era assim que se sentia a itabirana Victória Alves, 34 anos, quando enfrentou uma forte depressão no ano de 2004. Tomada por um vazio inexplicável, ela resolveu tomar a decisão extrema: cortou os pulsos e só não morreu pela ação de pessoas próximas. “Estava muito deprimida e para mim aquilo não passaria nunca”, desabafa.

Fraqueza, vazio, tristeza e falta de perspectivas estão entre os sentimentos que mais levam pessoas ao autoextermínio. Casos como o de Victória acontecem toda hora e são encobertos por um silêncio protocolar. Há muito tabu em torno do suicídio. Em várias esferas da sociedade, tocar nesse assunto é como mexer em podridão. Os resultados disso são números cada vez mais em ascensão e um problema que fica sem solução por causa do dedo que não vai até a ferida.

Para a psicóloga especialista em Assistência Social, Andreza de Souza Figueiredo, o fato de o Brasil ser considerado um país de pessoas alegres faz com que falar sobre fraquezas, tristezas e depressão coloque o individuou como um fracassado. No ponto de vista religioso, muitas crenças pregam a condenação ao suicida. Há também a questão do Sistema de Saúde, que não debate o tema com a amplitude que deveria. Até mesmo os meios de comunicação têm dificuldade em divulgar o assunto. Há um pensamento disseminado de que expor casos de autoextermínio incentiva que outros aconteçam.

Segundo a psicóloga, existe uma série de fatores que levam ao suicídio. Para chegar a esse ponto, a pessoa normalmente está em pleno sofrimento ou acometido por diversos fatores, sejam eles externos (como pressões sociais e cobranças) ou internos (como a depressão, doenças clínicas, problemas psiquiátricos, alcoolismo ou uso de drogas). Também existem estudos que apontam que algumas perturbações mentais podem levar ao autoextermínio, como transtornos de personalidade e de humor e esquizofrenia.

Conforme a especialista, alguns homens que sofrem durante certo tempo com disfunções sexuais, ao perceberem a impossibilidade da ereção e ao vivenciarem problemas graves no casamento, já relataram em consultório a vontade de se matar. “Curiosamente, os homens tentam menos suicídio do que as mulheres, mas morrem mais. As mulheres morrem menos por usarem métodos menos efetivos. Os homens usam métodos mais agressivos”, explicou Andreza.

Indícios

Na maioria dos casos, quem pretende se suicidar deixa indícios. Algumas pessoas se isolam muito, há mudança de humor repentino, insônia e falta de apetite. Os discursos ficam deprimidos ou voltados para a morte, como “ninguém mais precisa de mim”, “eu não tenho utilidade nenhuma”, “preferia estar em outro lugar”. Há também aqueles que escrevem cartas de despedidas ou até testamentos.

No caso de Victória, a itabirana confidenciou a amigos a falta de vontade de viver. Depois de cometer o ato extremo, procurou ajuda. “Tive que ter a iniciativa de saber que dependeria de mim retomar a força e o equilíbrio. Procurei ajuda médica e fiz um tratamento para combater a depressão, muito consciente de que aquilo teria que passar, assim como o uso dos medicamentos também. Não queria me tornar dependente deles”, diz.

A psicóloga Andreza orienta que uma maneira de ajudar um possível suicida é começar a ter uma escuta mais qualificada e sem julgamentos. A pessoa também deve incentivar que o amigo procure ajuda profissional, que pode ser um psicólogo, um psiquiatra, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), clínicas ou rede de voluntários como o Centro de Valorização da Vida (CVV). O suicídio pode ser prevenido em 90% dos casos. “Geralmente o suicídio não acontece porque a pessoa quis se matar, mas porque enxergava como a única possibilidade naquele momento. E naquela ocasião ela não recebeu ajuda adequada de um profissional ou de uma rede social”, afirma.

Victória hoje é empresária e dá palestras motivacionais. Ela admite que falar de suicídio não é uma tarefa agradável, mas necessárias. “Tenho uma família linda, meu próprio negócio e, principalmente, tenho anos à frente do que me aconteceu. Essa questão em minha vida é bem resolvida”, diz a itabirana.

O mito de Itabira

Há vários anos Itabira é apontada por muitas pessoas como a cidade com o mais elevado índice nacional de suicídios. A associação vem do final da década de 1990 e início da década seguinte. De acordo com tese de doutorado do professor Roberto Gomes Alvim, que observou o período pós-privatização da Vale, entre os anos de 1996 e 2002 houve aumento significativo no número de pessoas que relataram sofrimento de crises internas e sociais.

Naquela época, houve mais estímulo ao suicídio, com aumento de 71,6% de casos e 65,5% dos fatos consumados. O professor esclareceu, na tese defendida na Universidade de Salamanca, na Espanha, que não é propriamente a privatização da companhia que provocou essa elevação, mas sim o fim da representação que as pessoas faziam da empresa, de que ela nascera para garantir o emprego, e, em consequência, a estabilidade econômica e emocional de todos.

Apesar de os números apresentarem expansão naquela época, hoje Itabira não lidera mais a lista. Atualmente, a maior concentração de suicídios está no Rio Grande do Sul. Segundo o Mapa da Violência, atualizado entre 2008 e 2012, Itabira ocupa a 172ª posição nacional. Nesses quatro anos, 42 pessoas se mataram na cidade. Desse total, nove eram jovens. Os dados foram baseados numa população total de 111.514 habitantes.

Conforme dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o oitavo país em suicídios. São 25 mortes por dia, ou seja, mais de uma pessoa por hora. O autoextermínio é a terceira causa de morte na faixa etária de 15 a 34 anos no país. Em todo planeta, a média é de uma morte desse tipo a cada 40 segundos. O cálculo é de que 1 milhão de pessoas – o equivalente à cidade de Maceió - se mate a cada ano.

Os números ficam ainda maiores e impactantes quando são levadas em conta as tentativas de suicídio. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que para cada morte consumada, há uma média de 15 a 25 tentativas. Hoje, 3% dos gastos dos sistemas públicos de saúde são para atender tentativas de suicídio.

Valorizando a vida

Há 15 anos, Itabira conta com um posto de atendimento do Centro de Valorização da Vida (CVV), entidade sem fins lucrativos. O projeto foi criado na década de 60, em São Paulo, e somente duas cidades mineiras possuem um posto do CVV. O objetivo é contribuir para que as pessoas tenham uma vida mais plena e, consequentemente, prevenir o suicídio. As atividades do posto são integralmente realizadas por 15 voluntários que são capacitados para escutar pessoas que precisam de apoio emocional, sob a condição de sigilo absoluto.

No final dos anos 1990, o Governo Federal lançou um programa de combate ao suicídio após perceber que o índice estava muito maior do que o aceitável. Foi elaborado, então, um manual voltado aos profissionais de Saúde Mental, com metas a serem atingidas. O programa funciona de maneira geral e fala sobre o acolhimento desse público nas unidades de saúde, nos hospitais gerais e nos psiquiátricos.

Em setembro do ano passado, voluntárias do CVV receberam Moção de Aplausos na Câmara de Itabira. Na ocasião, o vereador Solimar Silva abriu o coração e revelou que já esteve à beira do suicídio, motivado por uma forte depressão entre 1987 e 1992. “Durante o tempo de depressão eu vegetava. Pensei em várias maneiras de suicidar. A depressão é uma coisa terrível. E o pior é que todos acham que estamos de pirraça. Se não fosse a minha família para me escutar e dar apoio, certamente hoje eu não estaria aqui”, desabafou.

O CVV Itabira fica na rua Topázio, 248, bairro Major Lage. O telefone é (31) 3831-4111 e o atendimento é realizado entre 19h e 23h. A entidade espera ter mais voluntários para conseguir ampliar esse trabalho. Enquanto isso, o grupo vai se esforçando na missão de escutar, para romper com o silencio que custa caro. Se esforça para derrubar tabus e salvar vidas.

Fonte: www.defatoonline.com.br/noticias/ultimas/15-11-2014/suicidio-silencio-que-mata

Tentativa de suicídio pode ser (e é, na maioria dos casos) um gravíssimo sinal de alarme

"Tentativa de suicídio deve ser levada a sério", diz psicólogo

Tatiana Santos

O dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Diversos países celebram neste mês o Setembro Amarelo, iniciativa que lançada pela Associação Internacional pela Prevenção do Suicídio (IASP), que tenta associar a cor à causa da prevenção do autoextermínio.

Apesar da importância de se discutir o assunto, o autoextermínio nem sempre é abordado na sociedade e inúmeras dúvidas são levantadas sobre o tema, que muitas vezes é visto como tabu. O psicólogo itabirano Tiago Couto Bicalho esclarece alguns dos questionamentos mais comuns sobre o tema. 

Quais os principais fatores que levam ao suicídio?

Desde situações sociais, como o analfabetismo até a ausência de apoio de amigos, família e religião. Visão muito negativa do mundo e de si mesmo. Dificuldade de resolução de problemas,  e principalmente, expectativa negativa quanto ao futuro. Este é o maior dos maiores. A maneira de ver o mundo, encarar dificuldades e habilidades de solução de problemas. Principalmente a expectativa da pessoa quanto ao futuro.

Como detectar quadros de riscos? 

O que diferencia uma pessoa deprimida de um suicida é a desesperança, ou seja, o depressivo pensa que as coisas estão ruins, mas a suicida pensa que além de ruins elas não podem mudar. Há um inventário que pode ser usado em pesquisas para detectar isto, mas se ouvimos a pessoa dizer: “É não tem mais jeito” ou “eu não tenho mais solução”, estamos diante de uma vulnerabilidade importante ao suicídio. O que vai fazer isto piorar é se a pessoa não tiver razões para viver, como filhos ou crenças religiosas avessas ao suicídio.

Quais os sinais demonstrados por uma pessoa que está prestes a cometer o ato? Como ajudá-la?

É complicado, porque quanto maior é a intenção de morrer, maior será o cuidado para que os outros não saibam e também não tentem impedir. Assim, o melhor mesmo é um trabalho preventivo, antes que a pessoa perca mesmo todas as esperanças. Assim, o apoio social, tanto de amigos, igreja e programas sociais. Entretanto, a pessoa pode dar sinais, dizendo que vai se matar ou, muito urgente, se a pessoa adquire veneno ou armas. Em um consultório médico ou psicológico, o profissional não deve deixar sair sem a família a pessoa que apresentar estes sinais. Dizer ao paciente que precisa protegê-lo dele mesmo e fazer contato com a família é necessário e aceito por eles. A tentativa de suicídio deve ser levada a sério, pois em muitos casos, o insucesso da tentativa é acompanhado por aprimoramento do meio letal na próxima tentativa.

Em sua opinião, o suicídio é uma questão política, de saúde pública ou um conjunto dos dois?

O conjunto. Políticas públicas de prevenção ao suicídio são a maneira de se fazer algo realmente efetivo para uma população.

O senhor gostaria de ressaltar algo mais?

O suicídio é uma crise social, agravada por outras questões sociais, como nossa crise econômica atual, desemprego e padrões culturais muito exigentes quanto ao sucesso pessoal. É urgente, há muito tempo, que seja criado um amplo programa social, que envolva a capacitação de todos os profissionais de saúde nesta área e também prevenir o preconceito contra o suicida. Também deveria haver um profissional especialista em crises psicológicas para dar bom acolhimento e encaminhamento aos casos de tentativas que chegam aos prontos-socorros. Este programa deve estar ligado a outros programas sociais que aumentem a empregabilidade dessas pessoas. Só assim estaríamos atenuando as causas biopsicossociais.

Fonte: http://www.defatoonline.com.br/noticias/ultimas/07-09-2015/tentativa-de-suicidio-deve-ser-levada-a-serio-diz-psicologo/busca/suic%C3%83%C2%ADdio

Setembro Amarelo: notícias de Minas

Três campanhas de saúde colorem Belo Horizonte neste mês. As cores dourado, verde e amarelo simbolizam ações de prevenção do câncer infantil, o incentivo à doação de órgãos e a prevenção ao suicídio, respectivamente.

Índice alarmante de suicídios motiva série de debates

Valorizar a vida é o mote da campanha “Setembro amarelo”, relacionada ao Dia Internacional de Prevenção ao Suicídio, celebrado no dia 10. Durante todo o mês, o prédio da Assembleia Legislativa e do posto de divulgação do Centro de Valorização da Vida (CVV), em Belo Horizonte, serão iluminados de amarelo.

“A campanha foi lançada pela Associação Internacional pela Prevenção do Suicídio (IASP, na sigla em inglês), em Londres. No Brasil, acontecerão diversos eventos para abordar o assunto”, afirma o coordenador do posto do CVV na capital, Luiz Augusto.

Ele considera importantíssimo que o tema seja tratado abertamente. “A cada momento que passa, o assunto se torna mais conhecido. As pessoas dão sinais de suicídio e alguém tem que estar preparado para identificá-los”, diz.

Balanço negativo

No ano passado, números divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) fizeram disparar um alerta: cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos, no mundo, média de uma a cada 40 segundos. Na faixa etária de 15 a 29 anos, é a segunda maior causa de morte no planeta. As que passam dos 70 são as que mais se tornam suicidas.

“Percebemos que em datas comemorativas a procura por atendimento aumenta, a exemplo do Dia das Mães, Natal e Dia dos Namorados. No Brasil, temos em torno de 900 mil atendimentos anuais por telefone e, em Minas, cerca de 9 mil. Acreditamos que o apoio emocional e a oportunidade de falar sem ser julgado sejam uma válvula de escape para a pessoa não chegar ao suicídio”, avalia Luiz Augusto.

Complementando...
Toda dor pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história (Hannah Arendt)
Dar oportunidade às pessoas de falarem sobre seus dramas e tragédias é, em grande medida, permitir que retomem a jornada por meio das reflexões, necessárias, vitais em torno de sua história de vida...

Fonte: http://www.hojeemdia.com.br/horizontes/tres-campanhas-de-promoc-o-da-saude-colorem-belo-horizonte-em-setembro-1.344819

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Bibliografia sobre suicídio na ótica da prevenção (I)

Suicídio – um guia para quem ficou

A jornalista Paula Fontenelle lança “Suicídio – o futuro interrompido”, um livro pioneiro e emocionante sobre a morte e o viver

“No dia dez de janeiro de 2005 eu acordei com um telefonema de minha irmã Renata dizendo que nosso pai acabara de se matar com um tiro na cabeça”. A frase é da jornalista Paula Fontenelle que, chocada com a morte voluntária do pai, mergulhou por três anos no enigmático mundo do suicídio. O empenho na busca por respostas resultou num livro cheio de surpreendentes casos reais – a começar pela história da própria autora – depoimentos de psicólogos, psiquiatras e especialistas em suicídio, além de uma extensa pesquisa bibliográfica.  

Para escrever “Suicídio – o futuro interrompido”, Paula entrevistou pesquisadores de vários países, estudou a linguagem simbólica e os significados de cartas de despedida, participou de grupos de discussão na Internet, anotou relatos de quem tentou tirar a própria vida e conversou com pessoas que sofrem pela perda de um amigo ou familiar nessas condições. Entre os especialistas mais respeitados, está Edwin Schneidman, psicólogo norte-americano considerado o pai da suicidologia moderna,  responsável pela abertura do primeiro centro de prevenção ao suicídio nos Estados Unidos.  

Sem medo de ousar ao tratar de um assunto tão polêmico, a autora mostra, com este livro lançado pela Geração Editorial, que não existe uma única resposta. Em vez de trilhar somente um caminho, a jornalista preferiu trazer uma abordagem mais séria e científica sobre o tema, mundialmente tratado como um problema de saúde pública. Só assim pode-se empreender um debate amplo e sem preconceitos.

A sensibilidade – impulso inicial devido ao suicídio do pai que, aos 68 anos, optou pela morte – está em cada página deste livro. A narrativa é uma mistura da voz da jornalista, quando conta a própria história familiar, seguida de depoimentos dos entrevistados. Além disso, Paula equilibra o conteúdo do trabalho com as pesquisas mais recentes a este respeito nos campos da psicologia, psiquiatra, educação e políticas públicas de saúde mental. 
           “A obra traz uma mensagem otimista e proativa. Relato histórias de superação, esclareço quais são os sinais de alerta emitidos por pessoas propensas ao suicídio, derrubo mitos acerca do assunto, trago a opinião de vários especialistas. Quero dividir com todos o que há de mais atual sobre este tema de forma clara, sem rodeios e, quem sabe, ajudar as pessoas que vivem situações de risco a prevenir a morte voluntária e a enxergar alternativas”, diz a autora. 
A Organização Mundial da Saúde estima que em 2020 cerca de 1,53 milhão de pessoas morrerão desta forma, o que significa um caso de suicídio a cada 20 segundos. Este índice representa um crescimento de 74% em relação às 877 mil mortes voluntárias registradas em 2002. Dados como estes provam o quanto o tema deve ser levado a sério pela sociedade. 

Durante a pesquisa, Paula se deparou com uma enorme escassez de dados e informações no Brasil. Ela lamenta a falta de políticas de prevenção no País. “Não conseguia encontrar obras voltadas para o público leigo, por isso decidi preencher esse vazio”, esclarece.

O livro traz um capítulo especialmente dedicado à mídia. Partindo de orientações adotadas internacionalmente, a autora levanta uma discussão de como a imprensa trata ou deveria lidar com o tema, trazendo inclusive exemplos de coberturas adequadas de veículos nacionais e estrangeiros.

No mínimo, intrigante

“Suicídio – o futuro interrompido" é o primeiro livro do Brasil que soma uma pesquisa exaustiva a relatos verídicos, escrito numa linguagem objetiva e clara. Longe de emitir julgamentos, a jornalista fala do próprio sofrimento, uma dor que está cada dia mais próxima às pessoas e que precisa conquistar um espaço de debate na sociedade.  

Na memória, muitas lembranças. Ao longo de sua narrativa, Paula traça uma linha do tempo entre a infância do pai e a última vez que falou com ele – um dia antes de sua morte –, procurando identificar, nesta biografia, o que o levou a uma opção tão drástica e irreversível. Ela também mostra, por meio de relatos comoventes, exemplos de pessoas que encontraram razões para viver.

Neste livro, Paula Fontenelle não se propõe a dar respostas absolutas e sim a ajudar as pessoas a identificar os sinais, entender os fatores associados ao suicídio, saber como agir numa situação de risco, lidar com a dor da perda e enxergar alternativas. Além de tudo isso, a autora pretende quebrar o tabu que tem levado o tema ao perigoso espaço do silêncio.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

+ Setembro Amarelo!

Setembro amarelo alerta contra o suicídio


Mariana DantasDo NE10
No Mundo, uma pessoa comete suicídio a cada 40 segundos / Foto: Free Image
No Mundo, uma pessoa comete suicídio a cada 40 segundosFoto: Free Image
Após 17 anos de um casamento feliz, Fernanda* não soube lidar com a dor da separação.  Ver a tristeza do casal de filhos, na época com 12 e 16 anos, aumentou seu sofrimento. Quatro anos após o divórcio, a filha mais nova resolveu morar com o pai.  O vazio do lar também tomou o coração de Fernanda, que entrou em depressão. Não queria mais viver. E, por isso, tentou se matar mais de 15 vezes, misturando álcool com remédios de tarja preta. Na última vez ingeriu chumbinho. Foi parar na UTI.

Se você, caro leitor, ao ler o parágrafo acima concluiu que Fernanda não queria morrer, mas apenas chamar atenção ou acredita que, se ela quisesse mesmo se matar teria pulado de um prédio, sinto informar, você sabe muito pouco (ou quase nada) sobre suicídio. Se o filho de Fernanda não tivesse compreendido que, na verdade, a sua mãe precisava de ajuda, talvez hoje ela não estivesse viva. 

“Eu não queria chamar atenção. Queria morrer mesmo. Sentia uma dor tão insuportável que nem morfina resolvia”, afirma Fernanda, que com o incentivo do filho, buscou ajuda psiquiátrica. “Aprendi a me amar e hoje sou feliz ao lado da minha família. Trabalho na mesma clínica onde fiquei internada por nove meses, de maio de 2012 a janeiro de 2013. Busco dar força aos que estão enfrentando o que passei”, afirma Fernanda, 50 anos. 



Para ajudar tantas outras “Fernandas e Fernandos” que precisam de apoio para superar o sofrimento, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu o Setembro Amarelo. Durante todo este mês, entidades não-governamentais pretendem promover ações para mostrar que é possível prevenir contra o suicídio, hoje considerado um problema de saúde pública. No Brasil, é registrada uma morte a cada 45 minutos. No Mundo, cerca de 800 mil pessoas se suicidam por ano, o que corresponde a uma morte a cada 40 segundos. E o mais triste é que 90% dos casos poderiam ter sido evitados.  

Além de vestir amarelo, o Centro de Valorização da Vida (CVV), entidade que atua gratuitamente na prevenção do suicídio há 53 anos em todo o País, prepara uma série de atividades para este mês. Em Pernambuco, voluntários farão panfletagem no Marco Zero (próximo domingo, dia 6) e na praia de Boa Viagem (feriado do 7 de Setembro). No próximo dia 10, Dia Mundial de Prevenção do Suicido, será promovida palestra no auditório do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ministrada pelo professor de filosofia Sérgio Ramos. Com o tema “Mantendo acesa a vontade viver”, a palestra tem entrada franca e começa às 15h. Inscrições devem ser feitas pelo e-mail recife@cvv.org.br. 

“O tema é tratado como tabu e isso só corrobora para aumentar os casos. Precisamos alertar a população para o problema. Um simples gesto de ouvir e ajudar a quem precisa pode salvar uma vida”, afirma Karina Soares, coordenadora do CVV em Pernambuco. Segundo Karina, o CVV conta com cerca de 50 voluntários no Estado, que realizam mais de 2.500 atendimentos ao mês. O serviço funciona 24h pelo telefone 141.  



COMO AJUDAR – A maioria das pessoas que pensa em cometer suicídio dá sinais que não devem ser ignorados por amigos e familiares, alerta a OMS. Doenças psíquicas como depressão estão associadas a muitos casos. "Mesmo que a pessoa não expresse claramente que pensa em se matar, é possível detectar algumas mudanças de comportamento. A depressão, por exemplo, altera a maneira de o paciente enxergar o mundo, mexe com sua cognição. Sentimentos de tristeza, pessimismo e angústia são constantes", explica o psiquiatra Everton Botelho, afirmando também que o uso de álcool e outras drogas são fatores de risco por serem “depressores”. 

Paula Fontenelle é autora de Suicídio: o futuro interrompido
Paula Fontenelle é autora de Suicídio: o futuro interrompidoFoto: Divulgação
O médico explica ainda que a primeira tentativa de suicídio deve ser considerada um pedido de ajuda. "Ao conversar com a pessoa, você não deve fazer críticas e nem julgamentos. Mostrar apenas que está disposto a ajudá-la e incentivar que procure um psiquiatra", orienta. Em relação à idade, os grupos de risco são jovens entre 15 e 29 anos e idosos com mais de 65 anos. “Os jovens têm mais dificuldade de enfrentar as cobranças de um mundo competitivo como o nosso. Já os idosos se deprimem com a solidão ou quando são acometidos de doenças crônicas e passam a achar que a vida não vale mais a pena”, explica o médico. 

Outros sintomas, considerados mais diretos e preocupantes, também podem ser percebidos através de conversas. “Valorizar demais o passado, se desfazer de objetos de valor sentimental, organizar a vida financeira e ligar para os amigos para se despedir são comportamentos de pessoas que podem estar perto de praticar o ato”, explica a jornalista Paula Fontenelle.  Após a morte do pai em 2005 por suicídio, a jornalista passou três anos buscando respostas que resultaram no livro “Suicídio: o futuro interrompido”. A obra traz opinião de especialistas, psicólogos, psiquiatras e relatos de famílias que perderam parentes e, ainda, de pessoas que reencontraram razões para viver. 

 * Fernanda - Para preservar a verdadeira identidade da entrevistada, o NE10 criou um nome fictício

Fonte: http://noticias.ne10.uol.com.br/saude/noticia/2015/09/01/setembro-amarelo-alerta-contra-o-suicidio-565860.php

Movimento Mundial Setembro Amarelo estimula prevenção do suicídio

Ação busca a conscientização da população a respeito do problema de saúde pública que mata 1 brasileiro a cada 45 minutos.

Se outubro é o mês pela prevenção do câncer de mama, representado pela cor rosa, e novembro é pela prevenção de doenças masculinas, com a cor azul, Setembro Amarelo é um movimento mundial para conscientizar a população sobre a realidade do suicídio e mostrar que existe prevenção em mais de 90% dos casos. De cada suicídio, de seis a dez outras pessoas são diretamente impactadas, sofrendo sérias consequências difíceis de serem reparadas.

O suicídio é considerado um problema de saúde pública e mata 1 brasileiro a cada 45 minutos e 1 pessoa a cada 45 segundos em todo o mundo. Pelo menos o triplo disso tentou tirar a própria vida e outras chegaram a pensar em suicídio.

Apesar de números tão alarmantes, o assunto ainda é tratado como tabu. Evita-se o assunto, o que só colabora para seu aumento. Segundo Carlos Correia, voluntário do CVV, entidade que atua gratuitamente na prevenção do suicídio há 53 anos, “as pessoas que tentam suicídio pedem ajuda, mas, normalmente, não são compreendidas. Deixar de falar sobre o assunto só colabora para esse distanciamento social”, comenta. “O assunto suicídio deveria fazer parte, de forma muito natural, da roda de amigos, nas escolas, casas religiosas e dentro das casas”, complementa.

O movimento Setembro Amarelo é estimulado mundialmente pelo IASP – Associação Internacional pela Prevenção do Suicídio e consiste em iluminar ou sinalizar locais públicos com faixas ou símbolos amarelos.

No Brasil, uma das instituições que está trabalhando pela causa neste ano é o CVV. Os 70 endereços do CVV em todo o país vão colocar uma faixa amarela na sua fachada, e seus voluntários buscam o apoio de municípios, estados e da federação para iluminar ou identificar monumentos e prédios públicos durante todo o mês de setembro.

10 de setembro é o Dia Internacional de Prevenção do Suicídio - definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS)

Como ajudar
Para colaborar, qualquer pessoa pode iluminar ou identificar a fachada de uma casa ou prédio, promover motoata (passeio de motos) com balões, fitas ou panos amarelos, caminhadas com camisetas amarelas ou outras ações que impactem a população. Todos que mandarem fotos de suas iniciativas para a fanpage do CVV (https://www.facebook.com/cvv141) poderão ver o material compartilhado no Facebook. Algumas dessas fotos serão enviados ao IASP que vai reunir as principais ações ao redor do mundo.

Ação na cidade de São Paulo

Dia 10 Setembro de 2015 às 20 horas

3ª Caminhada Noturna pela Valorização da Vida  

Saída: em frente ao Teatro Municipal

Sobre o CVV
O CVV - Centro de Valorização da Vida, fundado em São Paulo em 1962, é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública Federal em 1973. Presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. Os mais de um milhão de atendimentos anuais são realizados por 2.200 voluntários em 18 estados mais o Distrito Federal, pelo telefone 141 (24 horas), pessoalmente (nos 70 postos de atendimento) ou pelo site www.cvv.org.br via chat, VoIP (Skype) e e-mail.

Outras informações também podem ser obtidas na nossa página www.facebook.com/cvv141