terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Campanha de prevenção ao suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria

Conforme release da Associação Brasileira de Psiquiatria, eis a notícia, não tão nova, mas com ecos a perdurar e a produzir bons frutos.

ABP lança Campanha de prevenção ao suicídio em Congresso

06/11/2009

A Associação Brasileira de Psiquiatria lançou, durante o 27º Congresso Brasileiro de Psquiatria, uma campanha de prevenção ao suicídio. Segundo a instituição, o tema deve ser encarado como um sério problema de saúde pública. Foi produzido material educativo para a população, incluindo um filme na TV e também um manual para a imprensa com orientações sobre a abordagem do assunto. (assista aqui o vídeo)

Os números explicam a preocupação: são 24 mortes por dia no Brasil e três mil no mundo todo, além de 60 mil tentativas. Trata-se da terceira causa de mortes entre jovens (15-35 anos).

A campanha pretende esclarecer o público e aumentar a prevenção, alertando para o fato de que 90% das vítimas têm algum transtorno mental. Sendo assim, é necessário aumentar o conhecimento sobre a doença e conscientizar para a importância de seu diagnóstico precoce e de um tratamento adequado.

Segundo os especialistas da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), é possível evitar boa parte das tentativas de suicídio. Para o presidente da ABP, João Alberto Carvalho, o tratamento especializado é essencial. “Pessoas com doenças como depressão e alcoolismo têm mais chances de desenvolver o comportamento. É preciso reconhecer os casos de risco e intervir de forma adequada, para evitar consequências mais graves”, explica.

Apesar da relevância e da incidência, levantamentos da OMS indicam que o problema é negligenciado. Ao contrário de outras causas externas de óbito, como acidentes de trânsito e homicídios, o número de casos cresceu 60% nos últimos 45 anos.

O conteúdo do material produzido para a campanha visa promover suporte e reabilitação para as pessoas com comportamento suicida; melhorar diagnóstico e tratamento dos transtornos mentais; aumentar a atenção entre profissionais de saúde para suas próprias atitudes e tabus em relação à prevenção do suicídio e às doenças mentais; identificar e reduzir a disponibilidade e o acesso aos meios para se cometer suicídio (ex. armas de fogo, substâncias tóxicas).

Taxas

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a mortalidade por suicídios é baixa (4,5/100.00 habitantes), mas existem locais que apresentam taxas duas vezes superiores à média nacional. É o caso do Rio Grande do Sul (9,8/100.000). Nesse Estado, em determinadas faixas etárias, as taxas chegam a 30,2/100.000.

Fonte: http://www.abpbrasil.org.br/sala_imprensa/releases/exibRelease/?release=158

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Notícia sobre "sobreviventes de suicídio"

A notícia abaixo transcrita deveria inspirar os "sobreviventes brasileiros" para que imitem a experiência relatada

Grupo de apoio a sobreviventes de suicídio reúne-se no Sport Club Português

Leonardo Ferreira - 02/12/2009

Toda a 3ª quinta-feira do mês, das 5:00 pm às 7:00 pm, nas instalações do Sport Club Português, na 55 Prospect St., no Bairro do Ironbound, em Newark (NJ), são realizadas reuniões do grupo de apoio para ajudar sobreviventes de suicídio. O que é um sobrevivente de suicídio? É alguém que perdeu um ente querido por suicídio.

A moderadora é M. Augusta Santos, uma sobrevivente de suicídio dedicada a criar um ambiente seguro e de apoio a outros sobreviventes. Aprender a continuar vivendo após a perda de um ente querido pode ser um processo emocional bastante difícil e doloroso, entretanto, juntar-se a um grupo de apoio pode representar o primeiro passo na jornada para a recuperação.

“Passar o meu primeiro feriado sem o John foi simplesmente insuportável. Eu encontrei apoio emocional e reganhei forças ao juntar-me a grupos de apoio em minha comunidade. Não sei o que teria feito sem eles! Fui abençoada em me juntar a eles, falar e aprender com pessoas que me entendiam e que passaram pelo mesmo tipo de dor. Eu não estava sozinha em meu sofrimento”, disse Augusta.

“Através de sete diferentes grupos de apoio, aprendi algo novo, diferente e inspirador em cada um deles. Não estou sugerindo que as pessoas juntem-se a vários grupos; algumas pessoas juntam-se a somente um, outras três, enquanto outras nunca participaram de grupo algum”, acrescentou.

Sobreviver à perda por suicídio é mais intenso, severo e difícil que por causas naturais, por isso, o grupo é destinado aos falantes da língua portuguesa e visa evitar a barreira do idioma.

As reuniões não são terapêuticas, portanto, não substituem qualquer assistência profissional necessária. Esses encontros são confidenciais e gratuitos durante os quais os participantes poderão compartilhar suas experiências com outros que realmente compreendem o sofrimento.

Mais informações podem ser obtidas através do tel.: (908) 707-1699, falar com M. Augusta Santos, ou e-mail: masantos5@aol.com

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Frases esparsas e contundentes


O suicídio é “um conjunto de gritos de ajuda que não são ouvidos a tempo”; daí ser necessário “disponibilizar o mundo e a humanidade para os ouvirem antes que eles se calem”.

Mário Rui, estudante de Psicologia da Universidade de Coimbra

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A carta de Leila Lopes e um oportuno esclarecimento


Leila Lopes, ex-atriz da Globo, foi encontrada morta, no dia 3 de dezembro (2009) em seu apartamento. A carta deixada por ela configura, com clareza, a decisão dela de colocar fim à própria vida.

O que intrigou aqueles que leram a carta, no entanto, foi a aparente serenidade da atriz em revelar que não estava a praticar o suicídio, mas a reunir-se com Deus.
O comentário da leitora Luiza Gutz lança luz sobre o fato e está abaixo transcrito:

A busca pela vida

Luiza Gutz


As palavras escritas deixadas por Leila Lopes, sinalizam uma importante reflexão sobre o suicídio.

Não é ele nem um ato de covardia, nem de coragem. O suicídio é uma forma de comunicação que tem como figura um estado de desepero, desesperança e dor.

A busca, na maior parte das vezes, é pela saída, pela interrupção do sofrimento vivido na situação atual. Mais do que matar a si mesmo, no sentido de tirar a própria vida, a pessoa almeja viver de outra forma. Busca uma vida constituída de esperança e novas formas em lidar com os conflitos do cotidiano.

Na carta de Leila está explícita sua vontade de continuar vivendo (ao lado de Deus), numa projeção na morte daquilo que gostaria de viver na vida.

O ato suicida, como as tentativas de suicídio, são um grito de socorro, um pedido de ajuda, uma expressão do quanto o desejo de morrer mistura-se e confunde-se com o desejo de viver.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada 3 segundos uma pessoa tenta suicídio por ano no mundo, a cada 40 segundos uma pessoa consuma o ato. São aproximadamente 900 mil óbitos por suicídio anualmente no mundo e aproximadamente 9 milhões de tentativas.

A desesperança e o desespero são desdobramentos de um processo social, no qual, somos todos responsáveis.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u663367.shtml