sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Penitenciária de Sinop adere à campanha Setembro Amarelo

Materiais informativos sobre a campanha foram distribuídos em pontos estratégicos da unidade penal

A equipe da Penitenciaria Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, em Sinop, realizou na manhã da última sexta feira (23.09), ações ligadas à campanha “Setembro Amarelo” de conscientização sobre a prevenção ao suicídio. A ação, direcionada aos servidores e à população carcerária, contou com o apoio do Conselho da Comunidade de Sinop. As atividades seguem na semana de 26 a 30 de setembro.

Materiais informativos sobre a campanha foram distribuídos em pontos estratégicos da unidade penal. Durante a semana, a equipe de saúde da unidade realizará encontros de orientação coletiva, palestras e orientações individuais, caso seja necessário. De acordo com os números oficiais, 32 pessoas se suicidam diariamente no Brasil, número de mortes superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nove em cada dez casos de suicídio poderiam ser prevenidos.

“Decidimos trazer à tona reflexões acerca do tema devido aos índices alarmantes de suicídios cometidos em todo país e, por se estes se correlacionarem com situações que são frequentemente vivenciadas no âmbito prisional, como isolamento social, depressão e sentimento de impotência. O nosso movimento serve de alerta e propõe apoio para toda a população privada de liberdade, bem como seus familiares e servidores”, informou a equipe da penitenciária.

Setembro Amarelo

A campanha Setembro Amarelo é uma ação de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção. No Brasil, a campanha teve início em 2014, por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Além da identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e o uso do laço amarelo como símbolo de adesão, a campanha prevê a ampla divulgação de informações sobre o tema com a intenção de quebrar o tabu entorno da depressão e suicídio.



Fonte: http://midianews.com.br/cotidiano/penitenciaria-de-sinop-adere-a-campanha-setembro-amarelo/276310


sábado, 24 de setembro de 2016

Reflexões maduras de uma operadora do Direito sobre o suicídio

Glaucia Amaral é formada em Direito e, via concurso, tornou-se procuradora  (advogada a serviço de um ente público, no caso específico, do Mato Grosso).

O que me chamou a atenção no seu texto, ora reproduzido, é o relato dela do suicídio de três de pessoas próximas. Ela é uma sobrevivente, uma enlutada ou impactada pelo suicídio. Alguém que ainda sofre em razão das perdas e que, por muito tempo, trabalhará o luto por conta destas ocorrências.

O depoimento, bem escrito, servirá de reflexão para muitos de nós, estudiosos, enlutados e interessados no tema. Que prossigamos firmes em nossas lutas em favor da vida (incluso a nossa!):)


The Leftovers

Glaucia Amaral

O suicídio é uma epidemia, relativamente silenciosa. A OMS informa que mata mais do que o HIV, e em estudo inédito nos revela que há um suicídio no mundo a cada 40 segundos. Não sou especialista na área apesar de me aventurar a escrever este artigo. Médicos psiquiatras, psicólogos, neurologistas e até nutrólogos são os profissionais mais habilitados a informar com precisão técnica o que a ciência já sabe deste flagelo dos dias atuais.

O que tenho é a experiência de ter testemunhado isso ocorrer.  Creio que, com esses índices, parando para pensar, todos conhecem casos de pessoas próximas que cometeram suicídio. E do que vivi e aprendi, é que peço licença para compartilhar. Quem sabe compartilhar a experiência de quem restou, possa ajudar. E, mesmo, compartilho, pois é preciso falar deste assunto e não escondê-lo para debaixo do tapete. Está acontecendo, muito perto de todos nós.

Da primeira vez que um suicídio aconteceu com alguém próximo, foi com um familiar. Um primo, num ato que pareceu a uma criança (que eu era) um desatino. Ciúme e até estar submetido a pressão da sociedade machista o levaram ao extremo, imediatamente após um divórcio. Tantos anos atrás, meus tios fizeram  de tudo para que os detalhes não ganhassem os jornais.

Na segunda vez, e bastante recentemente, vi minha melhor amiga de uma vida inteira ser consumida pela depressão. Família, amigos, igreja – ela era uma pessoa de muita fé – mas nada a atingia o suficiente, para fazer voltar a crer na vida. Uma irmã, das brincadeiras e aprendizados da infância, adolescência e faculdade, começa a definhar diante dos olhos e nada do que a medicina tem para oferecer sequer chega a dar esperança de mudança de rota. Fiz promessas de estar perto. Vi os olhos brilharem durante conversas reacendendo a alegria que já estivera presente. E, fundamentalmente, nunca acreditei – por ser impossível acreditar que alguém tão essencial um dia se vá – que o pior fosse acontecer. Aconteceu.

Um ano depois, vi novamente. Tudo que li e pesquisei para ajudar minha melhor amiga, foi o substrato que me ajudou a enxergar que mais alguém tão querido trilhava este caminho. O sinal de alerta acendeu ao ouvir frases desejando estar livre do que existia na própria vida. A confissão entrecortada e negada imediatamente, dizendo que morrer lhe passava pela cabeça. A mudança dos gestos, a construção de uma versão da realidade na qual a única conclusão possível seria que sua ausência era o melhor para os que amava. E o fim.

A tristeza de perder amigos amados, como naquela poesia que tanto circula, muda a gente. O título do artigo, “The Leftovers”, é de uma série de TV americana, de realismo fantástico que propõe uma realidade paralela: em um determinado dia, na mesma hora, milhões de pessoas desaparecem da face da terra. Sem explicação. Não é sequestro, não é morte, não há corpos, nada. Somem diante dos olhos. A série mostra a vida daqueles que ficaram, e suas tentativas de descobrir o que de fato ocorreu e sobreviver à tristeza. “Leftovers” é também, a forma como se referem à comida que sobrou. As sobras.

O enredo da série é um pouco do sentimento que fica, quando um ente querido se vai após perder a batalha contra um flagelo mental. Não sou capaz de compreender a perda da vontade de viver. Nos três casos que sofri, o coração partido só se recorda que eram três pessoas incapazes de fazer o mal e  alegres. Meu primo gostava de praticar esportes e dançar tango, minha melhor amiga tinha a gargalhada mais alegre de todas, e sempre presente. E minha querida amiga que faleceu ano passado, passava a vida a agregar grupos, fazer amigos tornarem-se amigos uns dos outros. Pessoas amadas pelas famílias.

Outra coisa que o mundo moderno trouxe, é o senso comum invadindo o momento de luto, com tantas opiniões nos jornais e redes sociais. Desconhecidos apontando o dedo, após a morte e falando em falta de amor, ou falta de Deus. Comentários que só posso concluir que nasçam da ignorância, de não ter o conhecimento técnico (dos médicos e psicólogos) e nem o conhecimento trazido pela vida àqueles que já tentaram auxiliar uma pessoa nessas condições. Nos três casos que presenciei, a busca - e paz - que sentiam cada um com sua fé religiosa, por si só não resolveu. Mas também não era apagado, como muitos acreditam, no conforto de seus sofás.

Uma doença física é melhor percebida pelo doente, pela família, por quem está em volta. O luto após um suicídio é uma dor com características diferentes. Resta uma grande pergunta não respondida, naqueles que ficam. E a preocupação não cessa. Anos depois, ainda me pego na lembrança dos momentos felizes, e dos momentos de dor. E pensando no que poderia ter sido feito.

O que posso dizer, para todos, pois não sabemos quem pode passar por isso, é que teria multiplicado a atenção por dez, cem, mil vezes
. É preciso estar atento e esquecer o senso comum. Ao perceber amigos doentes, meu primeiro passo foi buscar a orientação em artigos e grupos. E falei com profissionais da área pedindo orientação sobre o que fazer para auxiliar - e descobri que é sim, possível ajudar. O suicida fala em morrer, há sites de apoio e campanhas de esclarecimento sobre os elementos comuns na forma como se comportam.  A pessoa com esse perfil dá sinais.

Diante dos sinais, se você está por perto, não pense que é exagero agir. Aja. Fale. Pode ser que os familiares da pessoa doente sejam abertos a ouvir. Fale, avise o responsável (pai, mãe, marido, esposa, irmãos). Há situações em que os familiares não são abertos para ouvir. Procure mesmo assim, comunique. Comunique ao médico responsável. Ele não convive com a pessoa 24 horas, e só conta com o que ouve na consulta.
Mesmo estando presente, mesmo estando atento, saiba que a batalha é interna e só pode ser vencida pela própria pessoa. E que todos os seus esforços serão considerados insuficientes por você mesmo, caso perca alguém querido. Tente ajudar mesmo assim. Testemunhei o amor que cada uma dessas pessoas tinha por seus familiares, mesmo no auge da doença. Colocando-me a disposição, ouvi frases de preocupação com os pais, com os filhos. E testemunhei o que esta doença faz com o cérebro e a capacidade de raciocínio de pessoas amorosas: a ilusão de que sua morte é melhor para os que ficam. Um pensamento fixo que substituiu a realidade.

Depressão é uma doença grave, séria, que não dá tréguas aos que dela padecem. A quem teve um ente querido perdido, minha solidariedade, a gente descobre e redescobre o que tem valor na vida. E o valor da própria vida.  Aos que pensam que dar fim à própria vida pode ser um caminho, um apelo amoroso para que lute contra esse pensamento equivocado, procure e acredite no poder da ajuda especializada. A morte não é solução. É um vazio que nunca pode ser preenchido, pela perda da pessoa única e especial que cada um é.

Glaucia Amaral é Procuradora do Estado em Mato Grosso e presidente da Associação dos Procuradores do Estado de Mato Grosso (Apromat).

Fonte: http://www.olhardireto.com.br/artigos/exibir.asp?artigo=the-leftovers&id=8044

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Setembro Amarelo: Prevenção Contra o Suicídio – Vamos Falar Sobre Isso?

Eis aqui uma matéria simples e com conteúdo significativo, de fácil entendimento, escrita por um especialista!


Prof. Dr. Mario Louzã, médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha.

Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, que tem como intuito alertar a população sobre a realidade do suicídio e as formas de prevenção.

De acordo com a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), este trabalho surgiu para disseminar informações que podem auxiliar a sociedade a desmitificar o tabu em torno do assunto e ajudar médicos a identificar seus fatores de risco, tratar e instruir seus pacientes.

Iniciado no Brasil pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP, o Setembro Amarelo realizou as primeiras atividades em 2014, em Brasília. Em 2015, a campanha conseguiu uma maior exposição com ações em todas as regiões do País. No exterior, o IASP – Associação Internacional para Prevenção do Suicídio – também incentiva a divulgação do evento.

Segundo a ABP, todos os anos são registrados cerca de dez mil suicídios no Brasil, e mais de um milhão em todo o mundo. A ABP afirma ainda que 17% das pessoas no Brasil pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida. Estima-se que até 2020 poderá ocorrer um aumento de 50% na ocorrência anual de suicídios em todo o mundo, ultrapassando o número de mortes decorrentes de homicídio e guerra combinados.

Mas, afinal, o que leva uma pessoa a pensar em suicídio ou a chegar a cometê-lo? Segundo a ABP, “o suicídio pode ser definido como um ato deliberado, de forma consciente e intencional, usando um meio que ele acredita ser letal”. O comportamento suicida vai num crescente que envolve desde pensamentos até planos e a tentativa de suicídio. Trata-se de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais. Sendo assim, o pensamento suicida deve ser considerado como o desfecho de uma série de variáveis que se acumulam na história do indivíduo, não podendo ser levado em conta apenas determinados acontecimentos pontuais de sua vida.

Conforme a ABP, há diversas maneiras de prever e impedir o ato suicida. Os dois principais sinais de alerta são:

Tentativa prévia de suicídio: é o fator preditivo isolado mais importante. Pacientes que tentaram suicídio previamente têm de cinco a seis vezes mais chances de tentar suicídio novamente. Estima-se que 50% daqueles que se suicidaram já haviam tentado previamente.

Doença mental: sabemos que quase todos os suicidas tinham uma doença mental, muitas vezes, não diagnosticada ou não tratada de forma adequada. Os transtornos psiquiátricos mais comuns incluem depressão; transtorno bipolar; alcoolismo e abuso/dependência de outras drogas; alguns transtornos de personalidade e esquizofrenia. Pacientes com múltiplas comorbidades psiquiátricas têm um risco aumentado, ou seja, quanto mais diagnósticos, maior o risco.

Outros fatores de risco também devem ser considerados, como o sentimento de desesperança, desamparo e desespero; doenças clínicas graves, como câncer, HIV ou doenças degenerativas; maus tratos na infância, como abuso físico e sexual; dentre outros.

Muitas pessoas com intenção suicida expressam, de modo sutil, o desejo de morrer; falam de sua falta de esperança, do sentimento de culpa e de a vida não valer mais a pena. Amigos, familiares, pessoas que tenham contato com alguém demonstrando tristeza profunda e com um discurso pessimista precisam levar em consideração o risco de suicídio. Poderão, assim, conversar e levar o indivíduo para receber ajuda especializada.

Vale lembrar que os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), os Hospitais de Urgência e Emergência (geral e/ou psiquiátrico), os Serviços Especializados e outros são de fundamental importância para os indivíduos que estão em situação de crise. Portanto, ao menor sinal de alterações no comportamento compatíveis às características citadas acima, é imprescindível buscar ajuda médica, de preferência, o mais rápido possível.

domingo, 18 de setembro de 2016

De todos os cantos do Brasil sinais de luta pela prevenção do suicídio!!


Amazonenses lançam curta metragem sobre depressão e suicídio

Filme "Só Eu Sei" retrata sentimentos de adolescente depressiva e é baseado em história real

O filme, lançado no Youtube, foi realizado por um grupo de jovens cineastas amazonenses, trata de temas como depressão e suicídio e faz referência ao Setembro Amarelo.

Para ouvir a entrevista do cineasta manaura Andrew Lukas. Para assistir o curta.

Fonte: http://radios.ebc.com.br/mosaico/edicao/2016-09/setembro-amarelo-amazonenses-lancam-curta-metragem-sobre-depressao-e-suicidio

Para debater, pelo menos, é preciso que nos DESARMEMOS...

Uma corajosa matéria sobre um tema polêmico é publicada nos Estados Unidos. A revista Exame a publicou por aqui. A gravidade da situação por lá é que há mais suicídios provocados por arma de fogo do que homicídios... 

E no Brasil? Faltam dados consistentes, mas as armas em nosso país é também um dos principais meios de se tirar a vida. 

Está aberto o debate.

Fabricantes de armas encaram problema do suicídio nos EUA
 
Paul Barrett, da Bloomberg
 
Pode parecer improvável para alguns, mas a indústria de armas de fogo está se preparando para apoiar uma campanha de prevenção do suicídio.

Só para deixar claro, o aspecto improvável é que este setor fabrica os produtos que possibilitam quase a metade dos casos de suicídio nos EUA.

Steve Sanetti, presidente da Fundação Nacional de Tiro Esportivo (NSSF, na sigla em inglês), a associação do setor, não vê nada de surpreendente que fabricantes de armas e munição tentem reduzir essa estatística preocupante.

“Passamos anos analisando esse assunto”, disse ele em uma entrevista recente na sede da NSSF em Newtown, Connecticut (cidade onde estudantes do ensino fundamental foram massacrados em 2012).
“Suicídios com armas de fogo correspondem a dois terços do total das mortes provocadas com armas”, acrescentou Sanetti, portanto este é um foco natural para fabricantes e portadores responsáveis de armas.

Os Centros para Controle e Prevenção de Doenças informam que ocorrem cerca de 11.000 homicídios e de 21.000 suicídios com arma de fogo por ano. Avaliando apenas a mortalidade, o suicídio com armas é um problema maior que o homicídio com armas.

A NSSF, disse Sanetti, teve dificuldades para encontrar um grupo especializado com que pudesse trabalhar em relação a esse assunto delicado: “O problema foi que, como grande parte da comunidade médica, as organizações de prevenção do suicídio se opõem às armas por natureza e seu mantra é: ‘Somente uma casa sem armas é uma casa segura’. Obviamente não podíamos apoiar isso”.

É inegável que a probabilidade de que um suicídio com arma ocorra em uma casa onde não há armas é menor. Mas os proprietários de armas, e as empresas que fabricam e vendem armas, acreditam que os benefícios da posse de armas sob sua perspectiva (segurança contra intrusos, esportes e a recreação, exercício dos direitos garantidos pela Segunda Emenda da Constituição dos EUA) compensam alguns riscos negativos. Para essas pessoas, a questão é como minimizar esses riscos.
No ano passado, a NSSF começou a conversar com a Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio (AFSP, na sigla em inglês), com sede em Nova York.

“Eles não deixam que a política interfira. Nós não deixamos que a política interfira” disse Sanetti. O CEO da AFSP, Robert Gebbia, disse que seu grupo abriu as portas para conversar com o setor de armas porque este é um modo de chegar às pessoas que possuem armas e que poderiam estar suscetíveis ao suicídio.

“A política tem muito peso nesse assunto -- a Segunda Emenda -- mas isso não é problema nosso”, explicou Gebbia. “Para cumprir nossa missão, precisamos trabalhar com pessoas que fazem parte desse universo”.

“Embora qualquer iniciativa de esclarecimento em relação ao suicídio tenha seu mérito, a NSSF erra o alvo no momento de admitir os fatores de risco provenientes da posse de uma arma em casa”, disse Dan Gross, presidente da Campanha Brady para Evitar a Violência com Armas, por email.

“O lobby desse setor passou anos gerando uma atmosfera de histeria e medo, criando um mundo assustador onde seu produto é a única esperança para garantir a segurança - e o resultado foi fatal. O mito em que eles baseiam seus negócios, de que de algum modo uma arma deixa você mais seguro, está custando vidas, literalmente”.

Fonte: http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/fabricantes-de-armas-encaram-problema-do-suicidio-nos-eua

sábado, 17 de setembro de 2016

Pesquisa sobre o suicídio no Japão


Um em cada quatro japoneses já considerou o suicídio, diz pesquisa

O estudo, que é considerado o mais abrangente já feito no Japão sobre suicídios, revelou dados surpreendentes.

Uma pesquisa feita pela Nippon Foundation (NF) revelou que um em cada quatro japoneses já considerou cometer suicídio, enquanto um em cada cinco teve alguém próximo, amigo ou parente, que tirou a própria vida.

Denominado “Pesquisa de Conscientização sobre Suicídio”, o estudo, que é o primeiro do seu tipo já realizado no Japão, entrevistou 40.000 pessoas nas 47 províncias existentes no país.

Em seu texto de divulgação dos dados, publicado na última quinta-feira, a Nippon Foundation explica que realizou o estudo como parte de um plano para cooperar com os órgãos no âmbito nacional e internacional, cujos estudos têm como finalidade prevenir o suicídio.

Embora o governo do país e entidades internacionais compile periodicamente índices sobre suicídios, “o estudo da Nippon Foundation torna-se mais abrangente por avaliar os efeitos e causas, bem como classificar os índices por idade, sexo e regiões”, explica o órgão no texto, acrescentando que é a primeira vez que uma pesquisa aborda o problema em sua totalidade.

A pesquisa mostra que, do total dos 40 mil inquiridos, 25,4% afirmaram já ter considerado, de fato, tirar a própria vida. As mulheres formam o maior grupo, 28,4% do total, enquanto os homens representam 22,6%.

Por idade, a maior porcentagem ficou entre as pessoas com 20 a 30 anos, enquanto aqueles com idade a partir de 65 anos representam o menor índice, o que comprova que a ideia de suicídio é mais latente entre os mais jovens.

Em termos de causa, a pesquisa mostra que problemas de saúde e no lar (familiar) são apontados como principais motivos para considerar o suicídio, representando primeiro e segundo lugares, respectivamente, enquanto preocupação financeira é a terceira causa e mais latente entre os homens.

Por gênero em termos de causa, problemas relacionados ao trabalho é o principal motivo para os homens, enquanto questões relativas a relacionamentos (conjugal ou namoro) são as principais causas entre as mulheres.

No entanto, o que mais surpreende na pesquisa é a estatística de suicídios cometidos por pessoas próximas, na qual revela que uma em cada cinco pessoas no Japão conheceu alguém que tirou a própria vida, o que inclui familiares, cônjuges, amigos, colegas de trabalho, entre outros tipos de pessoas próximas.

De acordo com o texto introdutório da pesquisa, o número de suicídios no Japão totalizou 24.025 no ano passado. A partir de 1998, o país viu o índice superar os 30.000 anualmente, apresentando descenso somente a partir de 2010, “após alertas de órgãos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), para que o Executivo japonês tomasse providências”, diz a NP.

O órgão explica que, apesar do gradativo descenso, “o Japão ainda se destaca como tendo a maior taxa de suicídio entre as sete nações industrializadas que formam o grupo G7”. A NP cita ainda o recente relatório “Banco de Dados de Mortalidade”, da OMS, no qual aponta o Japão como o único país do G7 em que o índice de suicídio é o maior entre os jovens, de 15 a 39 anos.

A NP também cita um levantamento em nível nacional realizado pelo governo japonês em 2015. De acordo com os dados, 535.000 pessoas (projetado em toda a população do Japão) tentaram ou consideram o suicídio no último ano. Desse total, as mulheres representam a maioria, somando 271.000, enquanto os homens totalizam 264.000.

A pesquisa do governo citou abusos, violência no lar, dificuldades financeiras e vícios (álcool, drogas e jogos de azar) como principais motivos.

Embora medidas de âmbito nacional para a prevenção do suicídio estejam colaborando para a redução do índice, os dados da Nippon Foundation e da OMS mostram que ainda é preciso fazer muito mais.

O presidente da Nippon Foundation, Yohei Sasakawa, espera que o levantamento ajude a detectar “causas e efeitos do problema”, para assim “contribuir com mais eficácia na tomada de medidas para a prevenção do suicídio em todas as áreas do Japão”.

“Existem muitas pessoas carregando o sentimento de morte no coração. Como um bem social, precisamos criar um sistema para lidar com o problema”, acrescentou Sasakawa.

Realizada entre os dias 2 e 9 de agosto de 2016, a pesquisa da Nippon Foundation abrangeu todo o território japonês e examinou todas as faixas etárias, inclusive crianças.

http://mundo-nipo.com/noticias-2/12/09/2016/um-em-cada-quatro-japoneses-ja-considerou-o-suicidio-diz-pesquisa/

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Enquanto setembro avança espalhando vida...

São muitas as boas novas em torno das ações do Setembro Amarelo em todo o mundo e, particularmente, no Brasil.

Uma delas é a reportagem sobre o craque espanhol Iniesta, aqui. Em resumo eis o que disse o campeão mundial:
“Quando você precisa de ajuda, precisa procurar por ela (...) São especialistas, é por isso que eles estão ali. Você precisa usá-los”.
Hoje retomei contato com um texto emblemático, do budista brasileiro Padma Dorje, cujo trecho compartilho: 
Matar a si próprio é, antes de mero assassinato, frustrar a liberdade de um alguém futuro que poderia vir a ser substancialmente diferente. É, portanto, um crime ainda maior do que simplesmente tirar a vida de outra pessoa: além de tirar uma vida é uma deliberação contra a própria capacidade de deliberação.
 Por fim, é importante divulgar, entre os jovens, o Project Semicolon. A matéria é mais que interessante!

Bom feriado a todos, com saúde e paz!!