quinta-feira, 23 de julho de 2015

I Seminário Saúde Mental e Comportamento Suicida - Maceió

Ocorreu, no dia 21 deste mês de julho de 2015, o  I Seminário Saúde Mental e Comportamento Suicida, na capital alagoana. Segue a notícia, abaixo, com alguns tópicos em destaque.

Servidores da SMS participam de seminário sobre saúde mental

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da Coordenação de Doençadiscussão das estratégias de prevenção e notificação dos casos de tentativa de suicídio no município.
s e Agravos Não Transmissíveis (Dant), promoveu na manhã desta terça-feira (21), no auditório da Procuradoria Geral do Município (PGM), o I Seminário Saúde Mental e Comportamento Suicida. A capacitação foi direcionada aos profissionais da Rede de Atenção Psicossocial (Caps e Atenção Básica) e Rede Hospitalar e tem como objetivo promover a sensibilização desses profissionais para a

A programação da manhã teve início com a palestra “Construindo  estratégias na atenção ao comportamento suicida no âmbito da saúde do município de Maceió”, ministrada por Tereza Tenório, coordenadora de Saúde Mental da SMS. De acordo com ela, essas discussões representam um marco na prevenção do suicídio no município, onde os índices estão cada vez mais alarmantes. “Suicídio é um fenômeno que vem ganhando impulso em termos numéricos nos últimos anos. Então a elaboração de um plano municipal se faz necessário para dar visibilidade ao tema e desenvolver medidas de prevenção e assistência na atenção básica”, explicou.

Já para Wilzacler Rosa e Silva, psicóloga e presidente da ONG Centro de Amor à Vida (Cavida), existe um mito muito grande sobre as tentativas de suicídio. “Muitos acham que quem tenta uma vez, mas não consegue, está só querendo chamar a atenção, já quem quer mesmo consegue. Nisso, muitos profissionais de saúde não passam mais a dar atenção à pessoa a partir da segunda vez que elas dão entrada nos serviços de saúde, o que é um erro, pois as tentativas irão continuar e uma hora aquela pessoa vai acabar conseguindo”, afirmou.

A psicóloga ressalta ainda que o comportamento suicida pode ser prevenido com sensibilidade. “Os profissionais estão sendo capacitados para intervir e evitar esse tipo de comportamento, mas não precisa ter formação técnica para ajudar alguém. Basta uma escuta, uma atenção especial para escutar aquele pedido de socorro que determinada pessoa está fazendo”, pontua Wilzacler Rosa e Silva, presidente da ONG Centro de Amor à Vida (Cavida).

Ao fim do seminário, Rozali Costa e Hilda Moura, coordenadora do Dant e assistente social da Dant, respectivamente, falaram sobre a importância da notificação no processo de identificação da violência interpessoal / autoprovocada, mostrando as mudanças que aconteceram na Ficha de Notificação de Violência Interpessoal/Autoprovocada, conforme implantação do Sinan­_NET versão 5.0. A nova versão da ficha inclui a violência sexual e a autoprovocada como de notificação imediata aos serviços de saúde, ou seja, em até 24 horas.

Hilda explica que os casos de violência autoprovocada têm crescido muito, principalmente entre os jovens, o que tem chamado atenção dos serviços de saúde. “O suicídio vem ocorrendo principalmente entre jovens da periferia, sem perspectiva de vida e que por isso decidem que não vale mais à pena viver. Ou seja, observa-se que essa situação está relacionada a estruturas sociais, econômicas e muito associado a desigualdades sociais”, afirmou.

As notificações são instrumentos de proteção que visam garantir o atendimento, encaminhamento e acompanhamento de pessoas em situação de violência. As fichas, além de traçar o perfil das pessoas vítimas de violência, servem para elaborar políticas públicas e reduzir a morbidade por causas externas.


Fonte: http://aquiacontece.com.br/noticia/2015/07/21/servidores-da-sms-participam-de-seminario-sobre-saude-mental

sábado, 18 de julho de 2015

Filme despretensioso e útil nos debates em torno da prevenção do suicídio e das doenças mentais


O que pode parecer, à primeira vista, uma continuidade temática da série "Se beber, não case", se enganará. Felizmente!

A sinopse que encontramos, por exemplo, no filmow esconde que um dos temas deste filme é o suicídio (propriamente a ideação suicida).
Neste drama-comédia situado na cidade de Nova York [baseado no romance de Ned Vizzini], Craig, um adolescente de 16 de anos (Keir Gilchrist), está estressado com as cobranças e a pressão de sua vida e se interna em uma clínica de saúde mental. Lá ele descobre que a ala dos menores de idade está fechada e se encontra preso na enfermaria adulta. Em meio ao desespero de estar em um lugar como aquele, Craig conhece Bobby (Zach Galifianakis), que logo se torna seu mentor e se vê interessado em Noelle (Emma Roberts). Com uma estada mínima de cinco dias, o adolescente é sustentado por amizades de dentro e fora da clínica enquanto aprende mais sobre a vida, o amor, e as pressões do amadurecimento.
Bem, filme é para se assistir, avaliar e depois, compartilhar, debater...

Uma boa análise do filme, do Rodrigo Emannuel, pode ser lida aqui.

Ponto e vírgula

Projeto Semicolon 


Pessoas no mundo inteiro estão tatuando um “ponto e vírgula” em seus braços, como forma de apoio ao projeto “Semicolon”.

Fundado em 2013 por Amy Bleuel, o movimento é uma homenagem a seu pai, levado pelo suicídio.

Amy tatuou o símbolo que ganhou projeção internacional e foi muito além do que ela previa, representando uma inspiração para todos aqueles que sofrem de depressão, problemas de saúde mental, vícios, auto-mutilação e pensamentos suicidas.

O Ponto e Vírgula representa um objetivo, acreditar que isso não é o fim, mas sim um novo começo.

Um ponto e vírgula é usado quando o autor poderia ter escolhido
 terminar sua frase, mas escolheu não terminar. 
O autor é você e a frase é a sua vida. 
Amy Bleuel

Fontes de pesquisa e cópia:
minhamaetemdepressao.wordpress.com/2015/07/08/project-semicolon/
www.movirs.com.br/_conteudo/2015/07/canais/lifestyle/comportamento/185555-como-tatuagens-de-ponto-e-virgula-chamam-atencao-para-o-combate-a-depressao.html



sexta-feira, 10 de julho de 2015

A falta de profissionais de saúde mental em Portugal... E, no Brasil? Como enfrentar o desafio de se prevenir o suicídio?!

Enfermeiros de saúde mental dizem que faltam profissionais

O presidente da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental (ASPESM) disse hoje que faltam nos Açores "enfermeiros especializados" e respostas "na comunidade" em alternativa ao internamento na área da saúde mental.
 
"O número de enfermeiros especialistas em saúde mental que existem na prática clínica são muito diminutos, são dois ou três e são completamente insuficientes", disse Carlos Sequeira, no dia em que arrancou o 6.º Congresso Internacional da ASPESM, no hospital de Ponta Delgada, nos Açores.

Carlos Sequeira alertou para a importância de, no caso da ilha de São Miguel, se colocarem os enfermeiros do hospital de Ponta Delgada que estão a "tirar especialidade em saúde mental" a trabalhar na área de formação e não noutras especialidades.

O presidente da ASPESM ressalvou que os problemas da região se estendem a nível nacional e defendeu "uma viragem em saúde mental" com mais respostas na comunidade e contrariando o que está previsto no Plano Nacional de Saúde Mental, "que visa que os doentes devem ser institucionalizados".

Para Carlos Sequeira, a aposta na saúde mental deverá passar também por uma "intervenção precoce", com uma aposta na literacia não só de médicos e enfermeiros, mas de toda a sociedade em geral.

"Se houver alguém que tenha uma dor cardíaca vão dizer-lhe logo para ir ao médico porque pode ser grave, se a pessoa andar mais triste, a não querer sair com os amigos, a ficar mais em casa, a primeira resposta é sempre negativa, para a pessoa sair e não se isolar. Há um desconhecimento e a primeira resposta que é dada pelo grupo de pares não é uma resposta adequada", disse.

No 6.º Congresso Internacional da ASPESM, dedicado ao tema "A pessoa, a família, a comunidade e a saúde mental", que decorre até sexta-feira, está a ser abordada a problemática do suicídio, numa altura em que surgem vários casos nos Açores e que o especialista estima estarem ligados à crise, que exacerbou problemas como "o desemprego, falta de esperança e de oportunidades".

"Já temos [no país] mais mortes por suicídio do que por acidentes de viação", sublinhou, considerando que "aquilo que se faz em termos de prevenção do suicídio" é "muito escasso".

No encontro nos Açores será abordado especificamente o suicídio na comunidade estudantil universitária onde "há dados preocupantes".

"Verifica-se que de facto muitos têm alguns pensamentos suicidas, estamos a falar à volta de 10 a 20 por cento, portanto, é um número muito significativo em pessoas entre os 18 aos 24 anos", disse Carlos Sequeira.

O secretário regional da saúde dos Açores já esclareceu hoje que nos Açores existe uma resposta "descentralizada" para responder à problemática de suicídios na região.

"Todas as unidades de saúde de ilha, praticamente todas, com exceção da ilha do Corvo, têm um psicólogo já nos seus quadros. Os médicos de família estão alertados para estas situações e encaminham para estes profissionais, ou seja, nós não precisamos mais uma vez de uma unidade central de prevenção de suicídio, precisamos sim que as unidades de proximidade tenham os meios e as ferramentas necessárias para dar resposta nestas situações", sublinhou Luís Cabral, em declarações aos jornalistas na Horta.

Fonte: http://www.noticiasaominuto.com/pais/418113/enfermeiros-de-saude-mental-dizem-que-faltam-profissionais

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Curso sobre prevenção ao suicídio em Campo Grande-MS

Grupo de Estudo do HUMAP promove curso pioneiro de prevenção ao suicídio

O curso é gratuito e acontece de 28 de julho a 30 de novembro

Mato Grosso do Sul se destaca no cenário nacional por um triste índice. O Estado aparece em quarto lugar do país no ranking de mortes por suicídios, conforme dados do “Mapa da Violência”, divulgado em 2014. O quadro nacional também apresenta número elevado deste tipo de morte, fazendo com que o Brasil figure em oitavo lugar no ranking mundial, segundo pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O suicídio já é considerado um problema de saúde pública e a prevenção esbarra no tabu com que o assunto ainda é tratado tanto pelo Estado quanto pela mídia “Há uma falsa ideia de que a divulgação do tema influencie no aumento do número de casos de suicídio, o que não é verdade.”, explicou o Capelão do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP), Edilson Reis, estudioso do assunto.

Para promover a cultura de prevenção ao autoextermínio e desmistificar o tabu relacionado ao tema, o Grupo de Estudo e Pesquisa em Boética do HUMAP promove o “I Curso de Prevenção ao Suicídio” que começa em julho. Segundo Edilson Reis, responsável pela iniciativa, o curso é pioneiro no Estado e o único deste formato no Brasil. “ O intuito é criar uma rede de alternativas quanto ao tema e indicar um caminho de conhecimento, compreensão e métodos de auxílio aos que estão passando por uma situação de crise e veem o suicídio como sua única saída”, explicou Reis.

O curso contempla atividades de conhecimento científico e atual. Por meio das aulas, em que os alunos estudam casos reais e formas de prevenção, os participantes estarão aptos a elaborar programas para prevenir o suicídio e apresentar em escolas, igrejas, empresas e para a sociedade em geral. “Os participantes podem ajudar a diminuir o número das estatísticas alarmantes desta violência, trabalhando juntamente com a comunidade e mostrando que há saídas para quem está em desespero”, afirmou Edílson Reis.

CURSO – O curso é gratuito e acontece de 28 de julho a 30 de novembro deste ano. Ao todo, serão 50 vagas e os interessados devem enviar os dados até o dia 18 de julho para o email: prevencaodosuicidio@gmail.com.

A carga total é de 200 horas e as aulas serão realizadas terças e quartas-feiras, das 19h às 22h, no Auditório 1 da Faculdade de Medicina/FAMED-UFMS.

O público alvo são profissionais de saúde, da segurança pública e da área da educação, além de universitários, residentes, preceptores, tutores, docentes, religiosos e comunidade em geral.

Veja aqui o cronograma completo do curso.

NÚMEROS – Segundo estudo da OMS, 804 mil pessoas cometem suicídio todos os anos – taxa de 11,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, sendo que 75% dos casos envolvem pessoas de países onde a renda é considerada baixa ou média. O levantamento diz ainda que a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio e apenas 28 países do mundo possuem planos estratégicos de prevenção. "Os números são alarmantes, mas estes casos não são divulgados. Deve-se encarar que o problema é real, mas que há solução e existem lugares para estas pessoas procurarem ajuda. Esse é o intuito do curso", finalizou Reis.

Fonte: http://www.ebserh.gov.br/web/humap-ufms/noticia-destaque/-/asset_publisher/4RFy7HrSGbMj/content/grupo-de-estudo-do-humap-promove-curso-pioneiro-de-prevencao-ao-suicidio?_101_INSTANCE_4RFy7HrSGbMj_redirect=%2Fweb%2Fhumap-ufms%2Finicio

Denúncia da epidemia do suicídio no Mato Grosso do Sul

A matéria jornalística abaixo, bem elaborada, aponta o problema do suicídio no Mato Grosso do Sul.

Não ficam, porém, apenas na denúncia. Indicam soluções e divulgam grupos que já agem em favor do estudo e prevenção do suicídio.

Destacaremos, de imediato, as ações da UFMS, e particularmente do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP), vinculado a esta instituição de ensino.

Ocorrerá, ainda neste mês de julho (2015) o I Curso de Prevenção ao Suicídio, cujo propósito é também "criar uma rede de alternativas quanto ao tema e indicar um caminho de conhecimento, compreensão e métodos de auxílio aos que estão passando por uma situação de crise e veem o suicídio como sua única saída”, conforme esclareceu Edilson Reis, coordenador deste evento.

Outra iniciativa digna de cópia é o programa de prevenção do suicídio nas escolas intitulado Projeto Labirinto também iniciativa do Profº Edilson dos Reis.

Link para matéria sobre o I Curso de Prevenção ao Suicídio aqui.

Prevenção esbarra no estigma social e o suicídio segue como epidemia em MS

Mikaele Teodoro

“Isso tudo é frescura! Falta de surra e covardia.” É comum que relatos de pessoas que atentam contra a própria vida venham acompanhados de frases como esta. Preconceituosas, elas contribuem para isolar e condenar ao próprio sofrimento quem precisa de ajuda. Refutado moral, social e religiosamente, o suicídio é tratado como tabu, quando deveria ser prevenido e discutido como um problema de saúde pública.

O suicídio é uma epidemia silenciosa e preocupante.  O estigma social associado ao impasse mental e emocional impede pessoas de buscar ajuda. Todos os anos milhares de brasileiros tiram a própria vida. Enquanto você lê este texto é bem provável que alguém, muito possivelmente aqui no Mato Grosso do Sul, esteja se matando.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 800 mil pessoas se suicidam por ano em todo o mundo. Uma pessoa a cada 40 segundos. Essa é a segunda maior causa de morte em pessoas entre 15 e 29 anos.

A cada dia, 26 pessoas se suicidam no Brasil. Em dados gerais, 11.821 suicídios foram registrados entre 2010 e 2012 no país.

Os dados assustam ainda mais, se for levada em consideração outra informação da OMS: estima-se que para cada caso de suicídio registrado, cinco não foram relatados. E para cada tentativa, outras dez ocorreram.

Diante desse trágico cenário, Mato Grosso do Sul é destaque. Há anos figuramos no topo da lista de Estados com o maior índice de suicídios do Brasil. Hoje, aparece em quarto lugar no ranking de mortes por suicídios, conforme dados do “Mapa da Violência”, divulgado em 2014.

Se a situação é tão grave e tantas pessoas morrem diariamente, porque não discutimos o problema? Para o Capelão do Hospital Universitário, teólogo Edilson Reis, que há 15 anos atua na prevenção de suicídios e há nove organiza o seminário de prevenção, dois grandes motivos respondem a minha pergunta.

“Não temos a cultura da prevenção. A sociedade tem dificuldade de lidar com a morte e principalmente com o suicídio. E a perpetuação de algumas ideias contribuem para isso. O primeiro é a postura condenatória das igrejas e o segundo é o mito de que a divulgação midiática estimula outros suicídios”, diz.

Ainda de acordo com Edilson, negligenciar os indícios de um possível suicida é um dos fatores que contribuem para os autos índices. O mesmo é defendido pelo psiquiatra dr. Paulo André Borges. Para ele é preciso estar atento aos sinais e recorrer à avaliação médica sempre.

Mesmo atuando há anos na área, Paulo confessa que muitas vezes é difícil diagnosticar um potencial suicida. “É muito difícil. Fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, culturais e até ambientais estão envolvidos. Até nós, profissionais, temos dificuldades em afirmar quem realmente pretende se matar ou não. Por isso, perceber os indícios e passar por avaliação médica é indispensável”, diz o psiquiatra.

Estrutura de enfrentamento

O Brasil é um dos poucos países em que há uma estratégia nacional de prevenção de suicídios. O documento intitulado "Estratégia de Diretrizes Nacionais de Prevenção do Suicídio", inclui 2.128 CAPs (Centros de Atenção Psicossocial) espalhados por todo país. Em Campo Grande são seis centros. Destes, apenas três oferecem atendimento 24 horas.

De acordo com a Coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde Pública, Ana Carolina Guimarães, não é necessário encaminhamento de outras unidades de saúde e qualquer pessoa pode ser atendida nos CAP´s. “Temos uma equipe multiprofissional. Não é só a consulta médica, temos um acompanhamento multiprofissional. E um quantitativo acima de três médicos”, disse.

Para Edilson o que a rede pública oferece é insuficiente. “Temos quase um milhão de habitantes. Essa quantidade de centros é suficiente? Quantos deles oferecem atendimento de psicólogos e psiquiatras infantis? É pouco”, questiona.

Outra queixa de Edilson é quanto ao que poderia ser oferecido. “Temos quatro faculdades que oferecem ensino de psicologia clínica. Nenhuma delas oferece algum tipo de projeto ou serviço de atendimento nesse sentido”, critica.

Projetos de prevenção e apoio 

Faltam psiquiatras e psicólogos para atender na rede pública de MS. Tendo em vista que o maior índice está entre adolescentes de 15 a 25 anos, o HU em parceria com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul desenvolve alguns projetos de prevenção em escolas.

Um deles é o Projeto Labirinto que discute com crianças e adolescentes as causas e forma de prevenção do suicídio. Qualquer escola ou empresa pode agendar uma visita do grupo de instrutores.

Além disso, o grupo de pesquisa em Bioética do HU vai oferecer, a partir de 28 julho, o Primeiro Curso de Prevenção do Suicídio do Brasil. Serão 50 vagas para interessados em participar das 200 horas de curso que é gratuito.

Apoio também pode ser encontrado com o Grupo Amor e Vida. Há doze anos eles realizam trabalho de profunda escuta e relação de ajuda à sociedade Brasileira com trabalho humanitário da busca do equilíbrio emocional e prevenção da autodestruição. Interessados podem ligar no número 141.

Apesar de condenado pela maioria das religiões, muitas delas oferecem centros de apoio e prevenção do suicídio. Um delas é a doutrina espírita que realizou nos dias 28 e 29 de julho o Encontro Fraterno Auta de Souza que debateu o suicídio. Foram mais de 320 inscritos de várias partes do Estado. Todos interessados em adquirir conhecimento e experiência sobre a melhor maneira de lidar com a autodestruição.

“As pessoas desconhecem o suicídio. Trata-lo com um tabu é agravar essa situação. Por isso decidimos debater esse assunto durante o encontro. Para que todos possamos agir como identificadores desse indícios de possível suicida”, diz Marlos da Silva Pereira, coordenador de estudos do encontro.

Quando toda rede de prevenção é ineficiente e a morte não pode ser evitada o problema não acaba - como deseja a maioria dos que cometem o ato. Pelo contrário, inicia-se uma série de transtornos e dificuldade de aceitação pela família da vítima.

Luciene Ferreira é coordenadora do Gaepe (Grupo de Apoio Espiritual às Pessoas Enlutadas). Por lá, ela explica, o atendimento é feito no sentido de acolher e ouvir as famílias. “Uma dor compartilhada dói menos. É por isso que nós oferecemos o apoio e a troca de experiências com outras pessoas. Até para evitar que familiares façam o mesmo.”, diz ao explicar que muitas mães se matam ao ver filhos e maridos se suicidarem. “É uma coisa muito triste que precisamos discutir”, afirma.

Fonte: http://www.midiamax.com.br/saude/altos-indices-suicidio-ms-tem-primeiro-curso-prevencao-brasil-265164