sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O impacto do suicídio e as medidas de prevenção

“Eu não quero mais viver! A vida perdeu o tom, a graça, o gosto e a luz!” – costuma-se ouvir daquele que se permitiu deslustrar e que não deseja mais viver. Dolorido, o discurso revela uma desordem nas ideias, um desconforto pelo fato de viver e de existir, um misto de desesperança com desespero, uma aspiração frustrada ou um amargo transtorno. Torna-se fundamental dizer que o sujeito que deseja cometer o “suicídio pode não ser necessariamente” alguém marcado “de covardia ou de coragem”, mas que, sim, está na divisa dos “seus sofrimentos”. A paciência “se esgota, a incredulidade prevalece” (Botelho: 2011). Alguns cometem o suicídio por não identificarem alternativas possíveis para a solução dos seus desafios, seja por estarem “em estado de desrazão” (Botelho: 2011), seja por preencherem a mente por um profundo desespero, o que os leva à incredulidade mórbida ou excessiva.

São várias as causas que levam ao suicídio. Por isso, é difícil explicar por que algumas pessoas escolhem o suicídio, enquanto outras, em situação similar ou pior, não o fazem (Santos: 2008). Entretanto, uma parte dos suicídios pode ser prevenida, conforme consta no Manual de Prevenção do Suicídio para Profissionais de Saúde, elaborado pela Organização Mundial da Saúde – OMS (2000). A prevenção envolve, sobretudo, “atenção aos comportamentos, disponibilizando formas de contato, como número de telefone, consultório, formas de acolhimento, demonstração de interesse e respeito” (Santos: 2008).

Embora muitos de nós já tenhamos expressado o desejo de “sumir do mapa”, somente uma minoria chega a cometer o ato letal. Para chegar ao ato suicida, muitas características devem ser observadas, desde transtornos de afetividade, [des]estrutura familiar, doenças crônicas, meio religioso, contexto sociocultural, componentes genéticos, etc. Mas, Cassorla (1998) explicita que o suicídio é um “evento que ocorre a partir do acúmulo de acontecimentos na história de vida da pessoa”, que vai se misturando aos aspectos físicos, genéticos, sociais, espirituais, etc. Botelho (2011) afirma que “alguns cometem [o suicídio] por terem mergulhado na loucura, outros por martírio (no ato de fé como no caso dos religiosos)”. No mesmo sentido, Pires (2004) diz que desde todos os tempos essas ideias martíricas de desenvolvem no seio ambivalente das religiões, onde os “amantes da morte” se nutrem de “desesperos e angústias, sacrifícios, autoflagelações, cilícios, conformismo piedoso, torturando-se para as delícias do paraíso”.

Por outro lado, sabe-se que existem diversas mortes simbólicas na vida de cada sujeito. Por ilustração: a passagem da infância para a adolescência marca a perda do corpo infantil e a perda dos pais da infância, o que levará o indivíduo a atravessar uma morte simbólica. Quando a pessoa chega ao suicídio de fato, já ocorreram mortes significativas, o que não significa quantidade de mortes simbólicas, mas, sim, um montante de mortes parciais (ou simbólicas) suficiente para diluir as potencialidades, consumando o sujeito, anuviado, em uma espécie de gradativa dilaceração. O ato letal somente constitui um ápice para esse amargo, doloroso e aflitivo processo.

Existem ficções e fatos a serem observados para a prevenção eficiente do suicídio. De acordo com o quadro disponibilizado pela OMS (2000), a ideia de que “pessoas que anunciam o suicídio” não o cometem é notoriamente falsa. É sabido que a maioria das pessoas que deram o fim à própria vida realizou anúncios ou avisos a amigos ou parentes. Além disso, a cartilha informa que nem todos os suicídios podem ser prevenidos, embora a ação preventiva deva ser constantemente realizada por profissionais da área de saúde e educação.

Na família, o enfrentamento do suicídio é doloroso e deixa profundas marcas na vida de todos os parentes. A elaboração do luto e da perda pode se agravar pelo sentimento de culpa excessiva, acusações desmedidas contra parentes que moram em cidades distantes e pelas mágoas que voltaram a emergir mesmo após anos depois de transcorrida a contrariedade familiar. Botelho (2011) afirma que o melhor a se fazer é “parar de buscar culpados ou de se culpar”. Assim, o olhar dos envolvidos deve se dilatar para todos os que estão gravitando em torno do trágico evento, de forma de que se perceba que eles estão fazendo “o melhor que eles conseguem, diante das circunstâncias difíceis que se apresentam” (Botelho: 2011).

Os que sobreviveram devem se socorrer mutuamente com dedicação, sinceridade e carinho, bem como manter acesa a chama do diálogo. É essencial perceber que a vida prossegue, assim como buscar apoio nas redes de relacionamento, nas atividades transcendentes (atividades religiosas, sociais, culturais) e com profissionais especializados. Mas, em meio ao caos, não é prudente manter as aparências da força e da coragem, uma vez que essas estruturas foram abaladas com a morte imprevista. É importante extravasar as emoções. Por isso, não insista em ficar de pé. Sente-se e reaja de acordo com os traços da sua personalidade. Sentimentos como a culpa, a raiva, a frustração e a vergonha podem emergir. O importante é não inibi-los completamente, mas, sim, comunicá-los, favorecendo a elaboração do luto. É fundamental o compartilhamento de ideias e de emoções, assim como o uso de todos os rituais (de acordo com as crenças da família) para se iniciar o processo de elaboração. Por fim, o cuidado dispensado deve primar pela reorganização de papéis na família, a fim de que os envolvidos possam identificar, mais unidos e fortalecidos, os dias melhores que virão.

Fonte: http://www.quandoavidadizadeus.com/2011/09/o-impacto-do-suicidio-e-as-medidas-de.html#ixzz1ZRseUaM2

II Fórum Baiano sobre Suicídio

Psiquiatras e psicólogos reunem-se nesta sexta (30), das 8h30 às 18h no II Fórum Baiano sobre Suicídio, no Fiesta Bahia Hotel, para discutir em que medida a clínica e pesquisa podem caminhar juntas no sentido da prevenção de suicídios. O evento, coordenado pelo Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio (Neps), vinculado ao Centro de Informações Antiveneno (Ciave), tem como tema central "Suicídio: a pesquisa e a clínica da prevenção" e aborda temas como a prevenção; a pesquisa na prevenção; violência doméstica em mulheres que tentaram suicídio; avaliação de risco e manejo do comportamento suicida; e leitos psiquiátricos em hospitais.

Entre os profissionais convidados está o professor Neury Botega, da Unicamp, que se destaca em pesquisas sobre interface entre a psiquiatria e outras especialidades médicas, a prevenção do comportamento suicida e qualidade de vida. Bodega é representante brasileiro na Associação Internacional de Prevenção do Suicídio e coordenador da Comissão de Prevenção de Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria, além de autor de vários livros, entre eles “Telefonemas na Crise: Percursos e Desafios na Prevenção do Suicídio”, “Comportamento Suicida, Saúde Mental no Hospital Geral: Espaço para o Psíquico” e “Práticas Psiquiátricas em Hospital Geral”, que terá a 3ª edição lançada durante o Fórum.

Também participa do fórum a professora Blanca Werlang, da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul. Blanca integra, no Conselho Federal de Psicologia, a Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica e tem experiência na área de psicologia clínica, com ênfase em fundamentos e medidas da psicologia (construção e validação de medidas psicológicas) e tratamento e prevenção psicológica. Atua principalmente em temas como desenvolvimento e adaptação de instrumentos de avaliação e intervenção clínica e em comportamentos violentos (violência interpessoal, coletiva, auto-infligida e eventos catastróficos).

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ainda o 10 de Setembro



Muito nobre a homenagem feita pelo Grupo Raduan e sua consultoria na área de saúde, a Saúde Perfil, para o 10 de Setembro.


domingo, 25 de setembro de 2011

Livro "Vidas Interrompidas" disponível


A  Secretaria  de  Estado  da  Saúde  (Sesa) do Espírito Santos,  por  meio  do  Centro  de Atendimento Toxicológico - Toxcen, promoveu dois fóruns, nos anos de 2007 e 2008, que abordaram o suicídio e sua prevenção.

Como resultado destes dois eventos surgiu o citado livro acima, organizado por Ítalo Campos.

Eis alguns dos artigos publicados:
Vidas Interrompidas
A Violência e a Tentativa de Suicídio como Apelo
O Oferecimento do Corpo e as Promessas de Fausto
A complexidade do suicídio: há prevenção possível
Suicídio, Tabu e Silêncio
Cultura, Suicídio e Identidade: dores e delícias de subjetividades em movimento
O Suicídio na Abordagem Fenomenológica
A mídia e a morte voluntária
A Estratégia Nacional de Prevenção de Suicídio: o suicídio como uma questão de saúde pública 
Para baixar o livro clique aqui.

Fonte: http://pesquisaenfermagem.blogspot.com/2011/09/vidas-interrompidas-i-e-ii-forum.html

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Pesquisa portuguesa sobre suicídio ganha prêmio internacional

Alexandre Teixeira ganha prémio no congresso mundial da IASP

Alexandre Teixeira (foto) apresentou um dos melhores posters no 26º congresso mundial da Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) que decorreu em Pequim, na China.
A investigação distinguida aborda a“existência e prevalência de comportamentos suicidários”, isto é, pensamentos sobre o suicídio e tentativas de suicídio, “entre mulheres que se prostituem na rua”, explica Alexandre Teixeira ao Ciência Hoje.
Uma vez que “ainda existe um estigma muito forte em relação aos comportamentos suicidários e a quem tenta o suicídio e em relação às mulheres que se prostituem”, o investigador procurou perceber se estas mulheres teriam uma relação próxima com os comportamentos suicidários.

Ao compreender melhor esta relação, Alexandre Teixeira pretende “de alguma forma aliviar o peso que estas mulheres carregam, diminuindo a incidência de comportamentos suicidários”.

Na cidade do PortoA investigação foi desenvolvida no âmbito da tese de mestrado do psicólogo em Medicina Legal no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). O trabalho de terreno foi realizado na cidade do Porto, maioritariamente nos locais de trabalho destas mulheres.

O tópico do suicídio e da prevenção do suicídio desperta o interesse de Alexandre Teixeira desde há vários anos. Quando fez uma pesquisa sobre o tema do suicídio em prostitutas de rua, apercebeu-se que existia um enorme vazio de literatura sobre o tema. “Esta falta de informação levou-me a querer saber mais, pelo que a única alternativa era ir para o terreno investigar”, diz.


Segundo o investigador, em Portugal temos assistido a um “crescimento do número de suicídios levados a cabo nos últimos anos”. Uma vez que existem muitos factores que podem estar na origem dos comportamentos suicidários, é necessário compreender as dinâmicas por trás destes para encontrar melhores respostas no sentido de diminuir a incidência dos mesmos.

“Agora que temos mais alguns dados sobre o tema, podemos e devemos aprofundar o conhecimento uma vez que este primeiro estudo apenas nos permitiu um vislumbre sobre a relação destes dois fenómenos”, refere Alexandre Teixeira. “É importante também pensar em estratégias que permitam reduzir o peso e o estigma que estas mulheres carregam, de forma a diminuir a prevalência de comportamentos suicidários”, acrescenta.

Mitigar o fenómenoNo conjunto de mais de 106 posters e 150 comunicações orais apresentados no congresso da IASP, três posters e duas comunicações orais tiveram autores portugueses.

Para Alexandre Teixeira foi “uma enorme honra ser distinguido entre posters de tantos países e de tantos autores de referência mundial”. No entanto, “com a honra que a distinção traz, vem também uma responsabilidade acrescida de investigar mais este fenómeno e de tentar criar respostas para o mitigar”, salienta.

2011-09-21 Por Susana Lage

Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=51009&op=all


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Suicídio e gênero

Mulheres têm mais pensamentos suicidas

Alexandre Teixeira, pesquisador português, desenvolveu estudo sobre suicídio em prostitutas de rua e fala ao Destak sobre as tendências deste fenómeno.

Como diz na sua tese sobre suicídio, este sempre foi um fenómeno que desperta grande curiosidade ao ser humano. O que acha que pode levar alguém a ponderar pôr fim à sua própria vida e até mesmo a tentá-lo e concretizá-lo?

O sentimento de desesperança e de falta de perspectivas de conseguir alterar o rumo que a sua vida leva, está em muitas situações na génese dos pensamentos suicidas e das tentativas de suicídio.

Não devemos esquecer porém, que o suicídio pode ter múltiplas causas, sendo um comportamento influenciado por uma miríade de factores, como os culturais, sociais, religiosos, familiares, pessoais, bioquímicos, etc.

Acredita que existem diferenças entre sexos no que respeita ao suicídio?

No que respeita, ao suicídio, existem diversos estudos, que nos mostram quase de uma forma universal a diferença entre homens e mulheres relativamente aos comportamentos suicidários.

Por norma, as mulheres têm um número superior de tentativas e de pensamentos suicidas, optando geralmente por métodos suicidas com uma menor letalidade. Enquanto os homens, são menos propensos a revelarem a existência de pensamentos suicidas e a procurarem menos ajuda, quando os têm. Os homens tendencialmente optam por métodos de suicídio com um maior nível de letalidade e de irreversibilidade, não surpreendendo portanto que o número de suicídios consumados tenda a ser superior entre os homens.

Quais os principais sinais a que os familiares e amigos devem estar atentos?

Existem alguns sinais, que não se reflectindo necessariamente numa causalidade com a tentativa de suicídio, podem indiciar um perigo acrescido.

Mudanças de comportamento, com um maior retraimento emocional e um maior desligamento da realidade circundante. Uma perda recente, seja de um ente querido, seja do papel social (despedimento, reforma, etc.). O desprendimento/oferta de alguns bens que lhe são queridos e que por norma não ofereceria a alguém. Certas expressões como “Por vezes desejava não ter nascido”, “Só me apetece desaparecer” ou “Desejava acabar com tudo”, também são sinais a ter em conta e que merecem a atenção de quem se encontra mais próximo.

Acredita que existem profissões que deixam os seus colaboradores mais vulneráveis ou com um risco mais elevado de cometerem suicídio? Se sim, quais?

Maiores níveis de stress e desgaste emocional, associados ao acesso a métodos letais, têm-se repercutido muitas vezes em profissões onde as taxas de suicídio são tendencialmente superiores às da população geral. Exemplo comum desse tipo de profissões são os médicos, dentistas ou agentes das forças de segurança.

Ultimamente temos assistido a algumas situações que saem deste quadro mais tradicional e que resultam em muitos casos de situações de assédio moral no local de trabalho, de um clima de constante competição interna, de uma maior precarização dos vínculos laborais e consequente receio do desemprego, bem como de uma deterioração do valor do trabalho e do trabalhador.

A crise e as dificuldades financeiras que se vivem podem aumentar o número de pessoas que tentam pôr fim à sua própria vida? Porquê?

O aumento das dificuldades financeiras e a dificuldade de acesso a um rendimento, associado em algumas situações à perda de um estatuto e de um papel social, pode em casos extremos, levar a um sentimento de desesperança e de falta de alternativas que em última instância pode resultar num aumento do número de suicídios.

Em Portugal temos observado um aumento significativo do número de óbitos resultante de lesões auto infligidas, como o demonstram os números do INE. Se tradicionalmente o número de suicídios consumados tem sido inferior a 1000 suicídios nas últimas décadas, entre 2004 e 2009 apenas por duas vezes este número foi inferior a este valor. Naturalmente que estes dados carecem de estudos mais aprofundados para aquilatar melhor o que se encontra por trás deste aumento no número de suicídios.

Quais os métodos de suicídio mais usados por homens e mulheres?

Historicamente, os homens costumam optar por métodos de suicídio, com um maior nível de violência e concomitantemente, com uma maior prevalência de letalidade, tais como o recurso a armas de fogo ou ao enforcamento. Já as mulheres têm tendência por recorrer a métodos menos violentos e que por norma, permitem a reversibilidade do acto, caso este seja detectado atempadamente, como é o caso da toma excessiva de medicamentos.

Existe alguma forma de prevenir estes actos?

A prevenção dos comportamentos suicidários, é um trabalho complexo e, que exige um esforço concertado de vários intervenientes, desde os familiares mais próximos, ao círculo de amizades, aos técnicos de saúde.

O apoio familiar e da comunidade, bem como um acompanhamento clínico apropriado e continuado no tempo, o acesso a serviços de apoio emocional, e crenças culturais e religiosas que desencorajem o suicídio, são alguns dos factores que ajudam a mitigar a existência de comportamentos suicidários letais.

O que o levou a estudar a incidência de ideação suicida em prostitutas?
 
Analisando separadamente os factores de risco, para o comportamento suicidário nas mulheres, e os factores de risco existentes na prostituição de rua, foi possível observar, que existia uma sobreposição de vários destes factores de risco, como por exemplo os baixos rendimentos, vitimização na infância, episódios de violência física e sexual por parte de estranhos e de companheiros, baixo suporte social ou consumo de substâncias psicoactivas, entre outros.

No entanto, quando procuramos encontrar estudos que explorassem a existência de comportamentos suicidários em prostitutas de rua, percebemos, que era um campo parcamente estudado, sendo extremamente escassos os estudos internacionais conhecidos.

Conjugando o conhecimento desta sobreposição de factores de risco com a inexistência de estudos nesta população, consideramos que seria pertinente tentar perceber melhor a existência e prevalência de comportamentos suicidários nestas mulheres.

Quais as principais conclusões do estudo e quais o surpreenderam mais?

Os dados obtidos sugerem que estas mulheres privam mais de perto com o comportamento suicidário do que esperaríamos. Metade das mulheres que participaram no estudo, conhece alguém que tenha tentado o suicídio, 25% relatam ter alguém na família que tentou o suicídio e 44,2% dizem ter tentado pôr termo à sua própria vida.

Apesar destas mulheres estarem expostas a múltiplos factores de risco na sua actividade profissional, como o consumo regular de substâncias psicoactivas, episódios recorrentes de violência e a necessidade de permanecer na prostituição para sobreviver, é nos conflitos familiares, que estas mulheres colocam a responsabilidade pelas suas tentativas de suicídio (47,8%). A alta prevalência de prostitutas que foram diagnosticados com algum tipo de patologia mental (55,8%), especialmente os transtornos de humor, sem posterior acompanhamento após o diagnóstico, também merece cuidados especiais para sua prevenção.

Acreditamos que são necessários mais estudos para compreender as dinâmicas dos comportamentos suicidários, mas também que é urgente trabalhar no desenvolvimento de programas de prevenção do suicídio.

21 | 09 | 2011  
Patrícia Susano Ferreira | pferreira@destak.pt
http://www.destak.pt/artigo/106688-milheres-tem-mais-pensamentos-suicidas

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ecos do 10 de Setembro


Professor da Medicina/Unesp recebe prêmio internacional por trabalho na prevenção do suicídio

O médico psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina da Unesp (câmpus de Botucatu), José Manoel Bertolote, foi escolhido para receber, dia 16 de setembro, em Pequim, China, um prêmio da International Association for Suicide Prevention (IASP), como forma de reconhecimento pelos trabalhos que tem realizado na prevenção do suicídio. A honraria, entregue a cada quatro anos e a qual concorrem especialistas do mundo todo, é a mais importante da área.

Professor Bertolote foi indicado ao prêmio pela contribuição de seus trabalhos na prevenção do suicídio nacional e internacionalmente. É a primeira vez que um cientista latino-americano é contemplado. “Esse prêmio é o reconhecimento por um trabalho que, acreditam os membros da comissão que outorgou o prêmio, mudou a forma de se fazer prevenção ao suicídio no mundo todo”, disse.

O premiado trabalhou durante 20 anos como coordenador da equipe de gestão de transtornos mentais da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele encerrou sua colaboração formal em 2008, mas continua como consultor do órgão.

Durante o período em que atuou na OMS, Bertolote iniciou um processo de mapeamento em várias regiões do planeta, que deu origem a uma documentação epidemiológica sobre a incidência de suicídio no mundo. Esse banco de dados estatístico, que é atualizado permanentemente até hoje, resultou em propostas de intervenção baseadas em evidências – com a participação de especialistas e comissões de assessores/peritos - e no desenvolvimento de metodologias de atendimento para impedir tentativas de suicídio.  O especialista teve manuais de sua autoria traduzidos para mais de 60 idiomas.

O suicídio no mundo e no Brasil

Atualmente, são registradas 900 mil mortes/ano no mundo, por suicídio e a organização mundial de saúde (OMS) estima que, de acordo com as tendências mundiais, em 2020 aproximadamente 1,53 milhões de pessoas morrerão por suicídio, sendo que um número de 10 a 20 vezes maior tentará o suicídio. Isso representa um caso de morte por suicídio a cada 20 segundos e uma tentativa de suicídio a cada 1 a 2 segundos (Bertolote e Fleishmann, 2002). Esses números mostram que, mundialmente, mais pessoas morrem por suicídio do que por todas as outras causas externas juntas (guerras, homicídios e acidentes).  Cerca de 49% das mortes por causas não naturais são de pessoas que tiram a própria vida.

No Brasil, a taxa média de suicídio fica em torno de 8 por 100 mil habitantes – índice considerado relativamente baixo pela OMS.

Contudo, em virtude do tamanho de sua população, o Brasil está entre os 10 países com mais casos de suicídio no mundo. Aproximadamente 3% dos casos de morte entre os jovens brasileiros é o suicídio. “O que mais chama atenção nos dados brasileiros é o aumento da taxa de suicídio na população jovem", informa Bertolote. "Embora a partir de 1980 taxas globais de suicídio no Brasil tenham aumentado de 25%, no mesmo período o aumento foi de 300% entre as mulheres com 15 a 24 anos de idade e de 2.000% entre os homens da mesma faixa etária. "Estratégias preventivas direcionadas a essa população são vitais para estancar esse processo”, conclui Bertolote.

Leandro Rocha - Assessoria de Comunicação e Imprensa
15/09/2011 :: http://www.fmb.unesp.br/noticia_detalhes.php?vID=1881

PS.:
Outras áreas de pesquisa do autor premiado:
. sobre seu trabalho na área de álcool e drogas.
. sobre o crack, especificamente.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Customização dos programas e campanhas de prevenção do suicídio

Campanhas customizadas de acordo com a cultura local ajudam no combate ao suicídio

Pesquisadores americanos acreditam que especificações feitas em relação a características culturais poderiam ser uma abordagem eficaz na prevenção do suicídio feita por governos.

A Associação de Prevenção de Suicídio - APS (Association for Suicide Prevention, nos EUA) -, afirma que a customização de programas de prevenção de acordo com as características locais mostram efeitos positivos na redução das taxas de casos de suicídio..

“Nós agora temos boas evidências de que taxas de suicídio são reduzidas substancialmente quando líderes fazem com que a prevenção do suicídio seja um foco central em seus sistemas, como na aeronáutica americana. Nós também sabemos que a reduções significativas nas taxas de suicídio e tentativas de suicídio foram feitas quando programas focados em melhorar o reconhecimento e o cuidado da depressão são implementados”, explica o Dr. Lanny Berman, presidente da APS.

Uma situação que pode servir de exemplo dessas medidas foi a diminuição da quantidade de carvão disponível para a venda em supermercados de Hong Kong. Essa ação foi responsável por uma redução significativa do número de suicídios feitos na cidade através de envenenamento. Outro benefício que poderia surgir a partir desse tipo de campanha é a resposta positiva da população. Comunidades engajadas e preocupadas em relação à prevenção do suicídio têm impactos positivos em indivíduos que estejam pensando em se matar.

“Esses poucos exemplos demonstram que se nós levamos em conta elementos culturais, nós podemos tomar grandes passos no avanço da prevenção do suicídio, compreensão e prática”, diz Berman.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de um milhão de pessoas cometem o suicídio todos os anos.

Fonte: UPI 11 de setembro de 2011
14 de setembro de 2011 (Bibliomed)
http://boasaude.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=9391&mode=browse

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Seminário na UERJ em outubro


3º. SEMINÁRIO DE PREVENÇÃO DO SUICÍDIO DA UERJ


Aspectos sociais e culturais na compreensão e prevenção do suicídio


DATA: 24/10/2011
LOCAL: Auditório 11 do Pavilhão João Lyra Filho – UERJ
Rua São Francisco Xavier, 524, Bloco F - 1º andar – Bairro Maracanã. Rio de Janeiro
Tels: (21) 2334-0918 /2334-0863 / 8785-2630

PROGRAMAÇÃO PRELIMINAR

9:00h - Abertura – Profa. Maria Christina Paixão Maioli - O Projeto UERJ Pela Vida-

9:30h às 11:00h – Tema: Impacto social do suicídio  
·         Palestrante: Gláucio Soares – “As vitimas ocultas da violência”

11:00h às 11:30h: Intervalo / Café

11:30h às 13:00h - Tema: A rede de Urgências psiquiátricas nas tentativas de suicídio

Moderador: André Luiz Carvalho Netto (Psiquiatria HUPE)
Palestrantes:
  • Paulo Amarante - A rede de urgências psiquiátricas no Rio de Janeiro
  • Gisele Odweyer - O atendimento móvel pré-hospitalar (SAMU)
  • Carlos Estellita-Lins - Urgência psiquiátrica e suicídio

13:00h às 14:30h – Intervalo para Almoço

14:30h às 16:00h - Tema: Impacto social do suicídio e políticas de prevenção

      Moderador: Mauren De Toni (Policlínica Piquet Carneiro)
      Palestrantes:
  • Ricardo Donato (HUPE)- o trabalho de Medicina da Família
  • Ana Felisberto (SMS / RJ) – políticas de Saúde Mental e prevenção de suicídio
  • Glaucia Tavares- (UNB) impacto do suicídio nas famílias

16:20h às 18:00h - Tema: Contexto social e suicídio
     
      Moderador: Alexandra Tsallis (IP/UERJ)  
      Palestrantes:
  • Roberto Lourenço (UnATI) – Idoso e suicídio
  • Guilherme Werneck (IMS/UERJ) – determinantes sociais do suicídio
  • Ivone Stefania – Uso de drogas e suicídio (NEPAD/UERJ)


18:30h às 19:30h - Apresentação da Peça Teatral A História do Homem que ouve Mozart e da Moça do Lado que escuta o Homem”

    • Texto: Francis Ivanovich.
    • Direção: Luiz Antônio Rocha.
    • Com Adriana Zattar e Roberto Birindelli.

A peça será encenada no Teatro Noel Rosa do Centro Cultural da UERJ nas datas de 24, 25 e 26 de outubro como parte da Programação do Seminário.

Após cada apresentação haverá debate com o publico sobre atemática tratada na peça e cuja Coordenação ficará sob a responsabilidade do Dr. Jorge Rogério Fagim e da Dra. Verônica Oliveira, ambos integrantes da Equipe do Projeto UERJ Pela vida.

COMISSÃO TÉCNICA E CIENTÍFICA

Coordenação Geral: Profa. Dra. Maria Christina Paixão Maioli
                                                  Prof. Dr. Carlos Eduardo Estelita Lins
Equipe Técnica:         
·         Ana Maria Ferrara de Carvalho Barbosa     (Psicóloga)
·         Ariana Ribeiro Gomes (Estagiária de Psicologia)
·         Deise Rezende Sanches (Enfermeira)
·         Gloria Maria Silva (Psicóloga e Psicoterapeuta)
·         Jorge Rogério Fagim (Médico e Terapeuta)
·         Leni Augusta dos Santos (M. Sc. Prof. e Pedagoga)
·         Luiz Fernando Fraga Pedrosa (Médico)
·         Sônia Maria Alves (Enfermeira)
·         Verônica Oliveira (Psicóloga)


É sempre tempo de seguir em frente


Siga, enfrente!! Toque em frente! 
Ouvir o Almir Sater é sempre animador.



Por fim, lembremos que "cada um carrega em si o dom de ser capaz, de ser feliz"...

domingo, 11 de setembro de 2011

Projeto A Vida Vale, no Baixo Alentejo, Portugal

Antes cantar mal que chorar bem - lema de projeto em Odemira

"Mais vale cantar mal do que chorar bem" é o lema do grupo coral criado pela Fundação Odemira com a população sénior [idosa] na freguesia de Sabóia, inserido num projecto que visa também diminuir a elevada taxa de suicídio no concelho [divisão administrativa].

Embora a esmagadora maioria da população alvo seja analfabeta, no espaço cedido pela paróquia da freguesia do Baixo Alentejo funciona também, entre outras actividades, um ateliê onde os participantes contam histórias que deverão ser depois editadas em livro, contou à agência Lusa a dinamizadora do projecto "A Vida Vale", a socióloga Cília Campos. Com uma taxa de 50 suicídios/ano por cada 100 mil habitantes - cinco vezes mais do que a média nacional de 9,8 - Odemira, o concelho mais extenso do país, tem um elevado número de habitantes, idosos, na grande maioria, a viverem em montes isolados, escondidos nas serranias. Em Sabóia, terceira mais extensa freguesia do concelho, com 1.344 habitantes, e ao fim de seis meses no terreno, a cientista social diz que há montes onde ainda não conseguiu chegar.

"A alguns temos que ir com guias", garante. São pessoas sempre com mais de 70 anos, umas na mais absoluta solidão, noutros casos casais, com pensões de reforma baixas, que sobrevivem com o que colhem de pequenas hortas, diz Cília Campos. "Algumas têm muita vontade de viver, outras nenhuma. Nota-se logo pelo olhar vazio", relata. A maior "doença" na região parece mesmo ser a solidão. A falta de meios de subsistência levou os filhos a partirem para as cidades e para o litoral e os pais, envelhecidos, ficam entregues a si próprios, nos montes que sempre foram as suas casas, sem água canalizada, electricidade, esgotos, nem telefone, fixo ou móvel, porque também não há rede na região, descreve a socióloga.

Neste cenário, uma conversa, um abraço ou um aperto de mão podem fazer toda a diferença, assegura Cília Campos, que diz ter o telefone ligado 24 horas por dia. Entre os casos encontrados há um homem que reparte a solidão com um porco, que o acompanha para todo o lado como um cão, e uma mulher que passou o verão a fazer seis quilómetros todos os dias para ir dar comer ao cão do vizinho que estava no Algarve a recuperar de uma cirurgia. Além da socióloga, a equipa do projecto da Fundação Odemira conta também com um psicólogo e com a colaboração da GNR e da unidade de saúde móvel de Odemira.

Para além do trabalho directo com as pessoas, outro alvo são as famílias, mesmo longe, porque "se não estão presentes podem telefonar", argumenta a responsável. No balanço dos primeiros seis meses, Cília Campos salienta o sucesso do yoga do riso, uma técnica usada para pôr grupos de pessoas a rir. "Eles adoram essa actividade", garante. Quanto ao objectivo por detrás do projecto, Cília Campos tem conhecimento de que desde 1º de fevereiro apenas se suicidaram duas pessoas na freguesia, nas duas últimas semanas. Eram relativamente novas "e não tinham nada a ver com as pessoas com quem trabalhamos", afirma a socióloga. 

Fonte: http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1987190

Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio: exemplo de ação na prevenção do suicídio na capital baiana


Na Bahia, desde 2007 foi criado no Centro de Informações Antiveneno (Ciave), da Secretaria da Saúde do Estado, o Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio (NEPS), que mantém o acompanhamento aos pacientes que tentaram suicídio, mas também oferece tratamento àqueles que não tentaram, mas que correm risco de fazê-lo. Desde sua criação, o NEPS já realizou 11.460 atendimentos, uma média de 2.865 consultas por ano.
Segundo a psicóloga Soraya Carvalho, idealizadora e coordenadora do NEPS, as tentativas de suicídio representam 30% dos casos atendidos no Ciave, razão pela qual, em 1991, foi inaugurado o Serviço de Psicologia, com o objetivo de prestar acompanhamento psicológico a pacientes que tentaram o suicídio, durante a internação hospitalar, desde a emergência até depois da alta, através do tratamento ambulatorial, pelo tempo necessário.
"Ao longo dos anos pôde-se verificar uma taxa de reincidência de tentativa de suicídio muito baixa (menor que 2%) entre os pacientes que se submeteram ao tratamento, mostrando a necessidade e a importância da ampliação do serviço, visando oferecer à comunidade um ambulatório para atender, preventivamente, pacientes com depressão grave e risco de suicídio, daí a implantação do NEPS", explica a psicóloga.
A OMS considera o suicídio um grave problema de saúde pública, correspondendo a mais da metade das mortes violentas no planeta. Estudos desenvolvidos pela OMS revelaram que os gastos com o suicídio representaram, em 2011, aproximadamente 1.8% do que foi gasto com as doenças no mundo. Para 2020, a projeção é para um crescimento significativo, atingindo 2.4% dos gastos.
Ainda de acordo com dados da OMS, em 2004 foram contabilizados mais de um milhão de suicídios no mundo, o que representa uma média de um suicídio a cada 35 segundos. Para cada suicídio consumado, estima-se de 15 a 25 tentativas.
No Brasil, embora a taxa média de suicídio - 6,6 suicídios por 100 mil/hab - seja considerada pouco expressiva em relação a outros países, deve-se atentar que devido ao seu vasto território, essas taxas podem apresentar uma acentuada oscilação, como pode ser verificado nos índices entre as capitais brasileiras que variam de 1,9 a 15 suicídios por 100 mil/hab, em Salvador e Boa Vista respectivamente. "Em números absolutos, o Brasil está entre os 10 países com o mais elevado número de suicídios no mundo, registrando 24 suicídios por dia, ou seja, uma média de um suicídio a cada hora", conta a coordenadora do NEPS.
O NEPS, além do acompanhamento psicológico, disponibiliza atendimento psiquiátrico ambulatorial, terapia ocupacional e reuniões informativas para familiares dos pacientes. No próximo dia 30 de setembro, o serviço promoverá o Fórum Baiano sobre Suicídio, marcando o transcurso da data com a realização do Fórum Baiano sobre Suicídio, no Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.


Fonte: http://www.redehumanizasus.net/12121-dia-mundial-de-prevencao-do-suicidio

sábado, 10 de setembro de 2011

Suicídio e prostituição: estudo inédito


Prostitutas do Porto tem taxa de tentativas de suicídio 100 vezes superior à média

Quase metade (44 por cento) das prostitutas de rua que participaram num estudo realizado no Porto tentaram suicidar-se, algumas mais do que uma vez, taxa mais de cem vezes superior à estimativa entre a população geral.

O trabalho, que constitui a tese de mestrado do psicólogo Alexandre Teixeira, foi feito através de um inquérito realizado a 52 mulheres que se prostituíam nas ruas da cidade nortenha entre Dezembro de 2009 e Março de 2010 e vai ser apresentado num congresso sobre prevenção de suicídio que se realiza entre os dias 13 e 17 em Pequim.

Das 23 mulheres que disseram já ter querido colocar fim à vida, dez disseram tê-lo feito uma vez, seis em duas oportunidades e sete em três ou mais ocasiões.

Sem outros trabalhos científicos do mesmo âmbito, o investigador recorre ao índice apresentado por estudos internacionais que apontam para que a percentagem de mulheres adultas a quem alguma vez ocorreu suicidarem-se varie entre os 10 e os 11 por cento, desconhecendo-se a taxa das que o tentaram.

Atendendo a que o número de suicídios em Portugal é de 9,6 por cada 100 mil habitantes/ano e que os cientistas calculam que por cada suicídio consumado haja outras 30 tentativas, contas feitas pela Lusa levam ao número provável de 28.800 tentativas anuais no país e uma taxa de 0,28 por cento.

Quando comparados, os dados recolhidos por Alexandre Teixeira indiciam uma taxa de suicídio tentado entre o universo de prostitutas inquirido mais de 170 vezes superior à estimativa do que ocorre entre a população portuguesa em geral.

O único estudo com algumas semelhanças que o psicólogo português conhece foi realizado com prostitutas na China, mas apenas revela que 14 por cento das inquiridas tinham alguma vez pensado em suicídio, desconhecendo-se quantas o tinha tentado.

A taxa de tentativas de suicídio encontrada na meia centena de mulheres surge rodeada de outros indicadores de uma grande degradação social do grupo: 60 por cento têm menos que o sexto ano de escolaridade, sendo que 40 por cento tem apenas a antiga quarta classe, 63 por cento começaram a prostituir-se por dificuldades económicas, um terço consome drogas habitualmente e quase todas são vítimas de violência por parte dos clientes ou no próprio ambiente familiar.

A depressão é outro dos problemas comuns no grupo, onde a 88 por cento das mulheres revelou já lhe ter sido diagnosticada alguma vez aquela doença mental.

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio.
10 de Setembro, 2011

Fonte: http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=28153