quinta-feira, 26 de maio de 2011

Palestra sobre Prevenção do Suicídio em evento da UEL - Londrina-PR

Conforme cartaz abaixo, na programação deste evento teremos uma palestra sobre Prevenção do Suicídio com o Prof. Marcos Hirata Soares, da UEL, mestre em Enfermagem Psiquiátrica.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

CVV faz curso na Uerj para capacitar voluntários

O Centro de Valorização da Vida (CVV), em convênio com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), promove o curso para a capacitação de novos voluntários do programa, que trabalharão no Posto Maracanã, na Uerj. Esse será o primeiro centro de atendimento do CVV dentro de uma universidade. Para participar é preciso ter mais de 18 anos e estar disposto a ser treinado.

O CVV existe há 48 anos e presta serviço voluntário de apoio emocional gratuito. Atua na valorização da vida e, portanto, na prevenção do suicídio. O atendimento é feito por telefone, pessoalmente, por correspondência, chat ou e-mail. A pessoa que procura o CVV tem o sigilo assegurado.

As inscrições serão feitas no mesmo dia, meia hora antes do curso. Os interessados poderão optar por fazer o curso de 19 a 23 de julho, das 19h às 21h na Faculdade de Enfermagem (Boulevard 28 de Setembro, 157 - 7º andar -Bloco A - Vila Isabel) ou nos dias 24 e 25, das 8h às 13h, na Rua São Francisco Xavier, 524, 3º andar, auditório 31, Maracanã.

Fonte: http://www.jornalsg.com.br/site/servi%C3%A7os/2011/5/19/14794/cvv+faz+curso+na+uerj+para+capacitar+volunt%C3%A1rios


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Prevenção do suicídio em Oeiras-PI

Lançado o Núcleo de Prevenção do Suicídio em Oeiras, no Piauí

A Secretaria Municipal de Saúde de Oeiras lançou neste final de semana o Núcleo de Prevenção do Suicídio, que tem como objetivo fortalecer ações de prevenção do suicídio, tentativas e danos sociais causados por esta prática, através da promoção de saúde entre os profissionais da Atenção Básica com vistas à educação e sensibilização da comunidade. 

Partindo dos estudos do médico neurologista João Carvalho e tendo à frente a enfermeira Kércia Rêgo, através de projeto aprovado pelo Ministério da Saúde e, que entrará vigor a partir desse mês o núcleo teve seus trabalhos iniciados com capacitações para enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e agente de saúde e no próximo mês será a vez dos médicos, para logo em seguida, numa segunda etapa, acontecem palestras nas escolas e bairros da cidade, pois segundo Kércia Rêgo, “esse é um trabalho voltado para a educação e saúde.” 

De acordo com o levantamento feito pelo neurologista João Carvalho, foi constatado que de 2002 a 2009, 41 suicídios foram cometidos em Oeiras. O levantamento traçou um perfil epidemiológico e as causas de suicídio na cidade. Fatores como sexo, faixa etária, motivo e método também foram analisados. Oeiras tem uma média acima da média nacional, visto que no Brasil o percentual de pessoas que cometeram suicídio é de 7,2 %, já em Oeiras esse número chega a 14,1%.

Veja os dados do levantamento:

Período: 2002 a 2009
Total: 41 suicídios
Estimativa: 14,1/100 mil habitantes/ano

Sexo
Masculino: 29 – 70%
Feminino: 12 – 30%

Estado Civil
Solteiro: 21 – 43%
Casado: 17 – 43%
Divorciado: 3 – 14%

Faixa Etária

40-49 anos: 14 – 37%
30-39 anos: 9 – 21%
20-29 anos: 7 – 19%
50-59 anos: 4 – 9%
10-19 anos: 3 – 7%
70-79 anos: 2 – 7%
60-69 anos: 1

Escolaridade
Alfabetizados: 23 – 55%
Semi alfabetizados: 13 – 29%
Não Alfabetizado: 5 – 16%

Religião
Católica: 36 – 91%
Evangélico: 2 – 6%
Sem religião: 3 – 3%

Motivo do suicídio
Perda emocional mal elaborada: 16 – 46%
Depressão: 13 – 27%
Conflito socioeconômico: 10 – 21%
Causa não identificada: 2 – 6%
Tentativa anterior
2 vezes: 6 – 38%
1 vez: 5 – 32%
3 vezes: 2 – 15%
Várias: 3 – 15%

Doença mental
Sim: 17 – 33% (Destas: 12 – 55% - Depressão)
Não: 24 – 67%

Alcoolismo
Não: 26 – 64%
Sim: 15 – 36%


Drogas
Não: 37 – 84%
Sim: 4 – 16%


Problemática conjugal

Separação
Não: 26 – 58%
Sim: 15 – 42%

Traição:
Não: 30 – 67%
Sim: 11 – 33%

Rejeição
Não: 30 – 70%
Sim: 11 – 30%

O Suicida expressa ódio, desejo de vingança e punição
Não: 31 – 70%
Sim: 10 – 30%

Problemática econômica

Desemprego
Não: 25 – 64%
Sim: 16 – 36%

História Familiar

Apoio familiar
Sim: 34 – 70%
Não: 7 – 21%

História de suicídio na família
Não: 33 – 79%
Sim: 8 – 21%

História de depressão na família
Não: 30 – 76%
Sim: 11 – 24%


Cf. Perfil Epidemiológico e causas de suicídio em Oeiras – João de Carvalho G. Fontes, José Ribamar Santos, Kércia Vitória de M. Rêgo

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A “cultura” do suicídio na China

Claudia Gutiérrez Ercasi | 8 Maio 2011
Internacional - China

Há evidência clínica que indica que após um aborto podem se apresentar atitudes suicidas devido à dor da perda e a depressão. Além disso, a preferência pelo varão nas zonas rurais leva ao infanticídio e ao aborto seletivo de meninas. A doutrina de Confúcio, como filosofia e religião, é a influência cultural mais importante da China. A atitude para a morte, inclusive o suicídio, tem a ver com virtudes confucianas.

O aborto está fortemente associado ao incremento de suicídios

56% das mulheres que se suicidam no mundo são chinesas. Uma média de 280.000 pessoas tiram a própria vida a cada ano no país (uma morte a cada dois minutos), das quais mais de 150.000 são mulheres, segundo dados do Ministério da Saúde chinês.

O gigantesco país asiático, que acolhe 20% da população mundial (1.260 milhões de habitantes), registra um quarto do total de suicídios no mundo e é um dos poucos países onde o índice é superior na mulher. Trata-se da quinta causa de mortandade na China e a primeira entre as jovens de 15 a 34 anos que vivem em zonas rurais.

Liu, de 18 anos, havia tentado se suicidar cinco meses antes porque seus superiores decidiram ampliar seis meses mais sua condição de aprendizagem em uma fábrica de porcelana. Para ela representou uma humilhação. Sua supervisora a acusava de não trabalhar de forma independente e de andar sempre discutindo com as outras companheiras. Na véspera de sua morte, a supervisora voltou a repreendê-la e desta vez sua irmã interveio para defendê-la, o que aborreceu ainda mais sua chefe que chegou a dizer: "Sim, eu me mostro hostil com sua irmã e embora tente se suicidar de novo para me ameaçar, não me importa". Liu apareceu sem vida na manhã seguinte.

Assumido na cultura. Recurso não mal visto

Nunca, até agora, o governo chinês havia prestado atenção a este grave problema, e só muito recentemente se começou a estudar as causas que levam a cada ano dois milhões de pessoas a tentar acabar com sua própria vida (das quais 1.5 são mulheres). Uma das razões é que o recurso ao suicídio esteve, ao longo da história, muito enraizado na cultura e nos valores do país. Não existe um tabu social ou religioso que o proscreva. Na cultura oriental, tirar a própria vida considerou-se uma forma de expressão em si mesma, "um protesto em silêncio", enquanto se despreza a exteriorização das emoções.

A dimensão do drama, agora qualificado como problema sanitário de primeira ordem, levou as autoridades a traçar o Plano Nacional para a Prevenção do Suicídio, que será implementado dentro de dois anos. Na iniciativa intervirão a Organização Mundial da Saúde (OMS) e experts internacionais como Michael Phillips, diretor executivo do Centro para a Investigação e Prevenção do Suicídio (CIPS) da capital chinesa.

São múltiplos os fatores sociais, filosóficos e históricos que intervêm nesta cultura do suicídio. Por uma lado, a China vive desde 1978 um acelerado desenvolvimento econômico que trouxe consigo mudanças radicais à vida da população. Marés de migração do campo para a cidade, política de um só filho, fechamento de centenas de empresas estatais, desemprego, fim dos benefícios sociais e do trabalho de uma vida inteira, liberalização da maior parte dos setores econômicos e crescente cultura do consumo e do dinheiro.

O problema agrário

Estas mudanças, que na teoria afetaram mais a vida nas cidades, não se refletiram do mesmo modo no que se refere ao suicídio da mulher. Enquanto a mulher urbana aceitou a restrição do filho único em favor de uma melhor qualidade de vida, maiores recursos e oportunidades, no campo os filhos contribuem para a economia familiar e são o fundamento das mesmas.

Para Phillips, que explica este fenômeno, a chave está na enorme influência do controle da natalidade sobre o suicídio na mulher rural.

No campo, os casais podem solicitar permissão para um segundo filho se o primeiro é menina, e são os funcionários do gabinete local para o controle da natalidade que estabelecem o momento adequado para a gravidez a partir de quotas regionais. O aborto está fortemente associado ao incremento de suicídios. Há evidência clínica que indica que após um aborto podem apresentar-se atitudes suicidas devido a dor da perda e a depressão, e a mulher chinesa se vê pressionada a abortar quando não consegue evitar gravidez não desejada. Além disso, a preferência pelo varão nas zonas rurais leva ao infanticídio e ao aborto seletivo de meninas.

Por outro lado, no entorno rural continuam-se arranjando casamentos entre famílias e persiste a submissão da mulher a seu pai, primeiro, e a seu esposo e sogra, depois. A mulher abandona sua família para passar à do marido, à qual contribui com seu trabalho, os filhos e o cuidado dos mais velhos (daí a preferência pelo filho varão). A isto soma-se uma escassa alfabetização, falta de oportunidades e pouca auto-estima. Segundo estimativas, ao menos 40% das mulheres casadas sofre algum tipo de violência por parte do marido.

A preferência pelo varão gerou um profundo desequilíbrio, dado que para cada 100 mulheres da última geração, há 120 homens. Isto levou ao comércio de mulheres, que são raptadas por bandos organizados. Os camponeses solteiros pagam entre 250 e 500 euros por uma jovem e, embora não haja cifras exatas, calcula-se que a cada ano vendem-se dezenas de milhares. Algumas conseguem escapar, porém lhes dá tanta vergonha que muitas vezes não voltam para sua família. Uma enorme pressão psicológica.

E um último fator, embora não menos alarmante. Há já uma década falava-se do filho único como uma "bomba de relojoaria". Estes jovens estão submetidos a um tremendo stress em seus estudos. Sofrem uma pressão permanente por parte de seus pais e avós, que põem em seu futuro acadêmico todas as suas esperanças, ao mesmo tempo que os protegem em excesso. Isto converte-os em pessoas incapazes de assimilar fracassos ou desenganos amorosos, o que explica muitos suicídios entre a população jovem.

Fonte: http://www.midiasemmascara.org/artigos/internacional/china/12064-a-cultura-do-suicidio-na-china.html

terça-feira, 10 de maio de 2011

Suicídio e situação econômica nos EUA

Taxa de suicídios oscila junto com o estado da economia nos EUA
Mais americanos tiraram a própria vida em momentos de dificuldade econômica do que em tempos de prosperidade, assinala um estudo sobre os índices de suicídios e ciclos financeiros entre 1928 e 2007, divulgado nesta quinta-feira.

As taxas de suicídios entre as pessoas em idade de trabalho, entre 25 e 64 anos, foram mais elevadas durante a Grande Depressão de 1932, e mais baixas na época do boom as empresas de internet em 2000, indicou o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) no informe publicado no American Journal of Public Health.

"Saber que os suicídios aumentaram durante as recessões econômicas e caíram durante os períodos de expansão enfatiza a necessidade de tomar medidas adicionais para a prevenção de suicídios quando a economia se fragiliza", afirmou James Mercy, diretor da Divisão de Prevenção da Violência do CDC.
"Sabemos que o suicídio não é causado por um único fator, geralmente é produto de uma combinação de vários fatores que levam ao suicídio. Mas há muitas oportunidades de prevenção", acrescentou.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Notícia antiga, mas atual

Artigo sobre suicídio recebe prêmio “Jovem Psiquiatra”

Pesquisadores do Laboratório de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (Labcities), do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), ganharam o prêmio “Jovem Psiquiatra” durante o 27º Congresso Brasileiro de Psiquiatria, realizado em São Paulo, que contou com seis mil participantes. 

Intitulado como “Manejo do suicídio na emergência: dificuldades na formação do residente e na estruturação dos serviços no Brasil”, o artigo, que é um produto de uma pesquisa, ainda em curso, sobre vigilância epidemiológico-sanitária e prevenção ao suicídio, teve como objetivo identificar as dificuldades na formação do residente de psiquiatria na condução do atendimento emergencial, especialmente quando há risco de suicídio.
Selo de divulgação
Sob coordenação do pesquisador do Icict, Carlos Estellita-Lins e com o apoio de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e de outras unidades da Fiocruz, a pesquisa foi desenvolvida com médicos residentes no hospital-escola Centro de Psiquiatria do Rio de Janeiro (CPRJ). 

Após entrevistas e discussões com os residentes, os resultados apontaram para a necessidade de melhorias na  rede assistencial em psiquiatria e, sobretudo, um investimento na formação de médicos emergencistas durante a graduação e a residência

Para o coordenador da pesquisa, Carlos Estellita-Lins, o mais importante no estudo foi levantar alguns aspectos sobre a falta de conhecimento dos residentes, a qualidade precária do treinamento em urgência psiquiátrica e a formação incipiente dos profissionais de saúde no que diz respeito ao risco de suicídio. “Quando falamos da emergência em psiquiatria, percebemos algumas falhas no sistema. Primeiro porque as universidades não têm um ‘bloco’ especializado nesta área. Segundo porque as emergências não têm uma qualidade adequada de assistência e tampouco um fluxograma claro de encaminhamento ou protocolos de conduta. Por último, os profissionais que trabalham na ‘linha de frente’ nas emergências, não tem o treinamento adequado”, explica Estellita-Lins. 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em todo o mundo, cerca de 450 milhões de pessoas sofrem de transtornos mentais e comportamentais. No que diz respeito ao Brasil, estudos apontam que cerca de 23% da população sofre com transtornos mentais comuns, incluindo ansiedade e depressão. Segundo o coordenador, isso significa que quase um quarto da população seria passível de diagnóstico e algum tipo de ajuda, e  mais da metade deste grupo, provavelmente, desenvolverá uma forma mais grave de transtorno depressivo, que poderá levar, inclusive, ao suicídio. 

Nesse sentido, Estellita-Lins revela que para reduzir o número de indivíduos com estes transtornos, além das campanhas de reflexão e conscientização de todos os setores da sociedade,  é preciso uma maior resolutividade no primeiro contato do paciente com o hospital.  “Se as pessoas pararem de ver o suicídio como uma questão moral e admitirem que mais de 90% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, teremos uma melhor compreensão sobre o assunto, uma maior possibilidade de intervenção e, conseqüentemente, uma redução nas taxas de suicídio. No caso do primeiro atendimento, a maior preocupação da emergência deve ser atender com rapidez e eficácia, na tentativa de prevenir para que, no futuro, as pessoas não desenvolvam quadros graves de transtornos mentais”, completa o coordenador.

Para Estellita-Lins, só o fato de refletir e discutir sobre o suicídio já é um avanço muito grande. O coordenador pondera que o mais complicado nesta questão é saber como deve ser a informação e a comunicação para os trabalhadores de saúde, os médicos-residentes, para os pacientes e para a população em geral. “Temos que ter cuidado com o processo de comunicação e mediação pois para qualquer pessoa que está deprimida, só o fato de divulgar que em determinado local o chumbinho é vendido livremente, pode aumentar as chances de uma tentativa de suicídio”, explica. 

O coordenador acredita que, além de realizar uma demanda legítima da última Conferência Nacional de Saúde, que recomenda a inclusão da comunicação na agenda da saúde, folderes, cartazes, manuais e vídeos educativos podem ajudar o paciente e a população a lidar e prevenir essas situações.

Publicada em: 16/11/2009
Por: Igor Cruz
Fonte: http://www.fiocruz.br/icict/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1651&sid=80

Suicídio: prevenção possível em 90% dos casos

André Trigueiro  

Prevenção de doenças se faz com informação. E que o que vale para dengue, AIDS, câncer de mama, tuberculose e hanseníase vale também para suicídio. Em 90% dos casos, os casos oficialmente registrados de suicídio estão relacionados a transtornos mentais como depressão, reações ao uso de drogas lícitas ou ilícitas, esquizofrenia, transtornos de personalidade e outros males que podem ser tratados se houver diagnóstico e acompanhamento médico. O apoio de familiares e amigos é considerado fundamental. O assunto merece atenção porque tanto no Brasil quanto no mundo, suicídio é caso de saúde pública.

Quando a Organização Mundial de Saúde revelou que aproximadamente três mil pessoas se matam por dia; que esse número cresceu 60% nos últimos cinquenta anos, especialmente nos países em desenvolvimento; e que o suicídio já é uma das três principais causas de morte entre os jovens e adultos de 15 a 34 anos, poucos veículos de comunicação se interessaram em abrir espaço para essas informações.

Talvez tenha prevalecido a tese de que qualquer menção ao suicídio na mídia possa fomentar a ocorrência de novos casos. O risco de fato existe quando se explora o assunto de forma sensacionalista, dando visibilidade a detalhes mórbidos que possam inspirar a repetição do gesto fatal. Mas a própria OMS recomenda enfaticamente a veiculação através da mídia de informações que ajudem na prevenção do suicídio. "A disseminação de informação educativa é elemento essencial para os programas de prevenção; nesse sentido, a imprensa tem um papel relevante", é o que se lê na apresentação do manual de prevenção do suicídio dirigido aos profissionais de imprensa pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde.

E quais são as informações relevantes que precisam ter mais espaço na mídia? Além do fato de que o suicídio é prevenível na maioria absoluta dos casos, é igualmente importante reconhecer as circunstâncias em que há "risco de suicídio", principalmente quando a pessoa verbaliza o desejo de se matar − nesses casos os profissionais de saúde informam que a maioria das pessoas que tiraram a própria vida comunicou a intenção previamente − ou quando apresenta os sintomas de depressão, que, nas manifestações mais graves, requer cuidados redobrados. No enfrentamento da depressão, estima-se que dois terços das pessoas tratadas respondem satisfatoriamente ao primeiro antidepressivo prescrito.

Embora este seja um assunto ausente na mídia, estima-se que ocorram 24 casos por dia no Brasil. Aqui ainda se registram taxas pequenas em relação a outros países (3,9 a 4,5 para cada cem mil habitantes), mas em números absolutos já estamos entre os dez países do mundo onde ocorrem mais suicídios (aproximadamente oito mil casos por ano), uma quantidade certamente bem superior, considerando que muitos atestados de óbito omitem a intenção do suicídio em mortes oficialmente causadas por acidentes de trânsito, overdose, quedas etc. Há outros números que deveriam justificar uma preocupação maior da sociedade em relação ao problema: as tentativas de suicídio ocorrem numa proporção pelo menos dez vezes superior ao dos casos consumados e para cada suicídio, há em média cinco ou seis pessoas próximas ao falecido que sofrem consequências emocionais, sociais e econômicas.

Omitir essas informações da sociedade significa esconder a sujeira debaixo do tapete e fingir que o problema não existe. Se prevenção se faz com informação, é preciso enfrentar com coragem o tabu que envolve o suicídio. Tão importante quanto rastrear as causas desse problema de saúde pública − incentivando a realização de pesquisas, seminários e congressos científicos − é apoiar e divulgar o trabalho realizado nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Ministério da Saúde espalhados por todo o país (informações através DISQUE SAÚDE: 0800 61 1997) e também pelas redes de proteção que trabalham em favor da vida, como é o caso dos grupos de apoio que reúnem os "sobreviventes de si mesmo", aqueles que tentaram, mas não conseguiram se matar; familiares e amigos de suicidas que compartilham suas experiências em dinâmicas de grupo conduzidas por terapeutas; e organizações voluntárias que realizam gratuitamente um serviço de apoio emocional e prevenção do suicídio por telefone como é o caso do Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 141.

Bibliografia sugerida:

Suicídio: uma morte evitável (Ed. Atheneu; Henrique Côrrea e Sérgio Perez Barrero)

O Suicídio (Ed. Martin Claret; Emile Durkheim)

Tentativa de Suicídio - Um prisma para Compreensão da Adolescência (Ed. Revinter; Enio Resmini)

Comportamento Suicida (Ed. Artmed; Blanca Guevara Werlang; Neury Botega)

O Demônio do Meio-Dia - Uma anatomia da depressão (Ed. Objetiva; Andrew Solomon)

Mais sobre o autor: 
Jornalista, criador e professor do curso de Jornalismo Ambiental da PUC, RJ. Autor dos livros Mundo sustentável – abrindo espaço na mídia para um planeta em transformação (Globo) e Espiritismo e ecologia (FEB). Site:www.mundosustentavel.com.br

Fonte: http://blog-espiritismo.blogspot.com/2011/05/mundo-sustentavel-suicidio-prevencao.html

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O dia e o congresso: prevenção do suicídio em pauta mundial



O Dia

O próximo Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, no dia 10 de Setembro de 2011, terá como lema: «Prevenindo o suicídio em sociedades multiculturais». De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 3.000 pessoas cometem suicídio todos os dias. Por cada pessoa que morre, mais de 20 tentam cometer suicídio.

A Associação Internacional de Prevenção do Suicídio é a entidade que, em parceria com a Organização Mundial da Saúde, promove mundialmente o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Os objetivos são os de sensibilizar a população mundial para a necessidade de serem prevenidos comportamentos suicidas e para a importância de tratamento e acompanhamento adequados para as pessoas que tentam cometer suicídio, assim como promover, junto da comunicação social, a publicação responsável de notícias sobre suicídios.

Podem ser consultadas mais informações sobre o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio em 2011 aqui.

O Congresso

Alguns dias após o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, em Beijing, na China, entre os dias 13 e 17 de Setembro, ocorrerá o 26º Congresso Mundial da Associação Internacional de Prevenção do Suicídio, com o tema «Integrando perspectivas culturais na compreensão e prevenção do suicídio».

Podem ser consultadas mais informações sobre o Congresso em http://www.iaspchina.org/.

Fonte (com adaptação): http://www.jasfarma.pt/noticia.php?id=4588