Em Portugal, mormente na região do Além-Tejo, registra-se uma altíssima taxa de suicídio entre idosos daquele país, num profundo contraste com a baixíssa taxa, quilômetros adiante, na região da Galícia, na Espanha.
Daí os alertas constantes emitidos pelos portugueses quando se relacionam temas como a solidão e o idoso.
Neste última dia 5 de abril (2009) o Jornal de Notícias estampou a reportagem abaixo, que merece leitura atenta, destacando-se que o sugestivo nome da associação de estudo e prevenção do suicídio: "escutar":
Idosos e desempregados são "nichos de solidão"
Alfredo Maia
Padre Lino Maia pede que a morte não seja a única perspectiva de futuro.
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), Lino Maia, avisou ontem que "a morte não pode ser a única perspectiva de futuro" para os idosos, que passam demasiado tempo sós.
"Os idosos são as pessoas mais sós e representam a solidão no meio de tanta gente", declarou Lino Maia, falando, no Porto, sobre solidão e exclusão social, no âmbito das jornadas "Os caminhos da solidão", organizadas pela Escutar - Associação de Estudo e Prevenção do Suicídio.
Apesar de elogiar o trabalho das instituições de solidariedade, através de lares, centros de dia, centros de noite e apoio domiciliário, o padre Lino Maia observou que por vezes se pensa que o "idoso não tem grande futuro" e que só a morte o esperará.
De seguida, contou o episódio de uma visita sua a um novo lar de idosos "realmente modelar", em cuja recepção se destacava um telefone. "Por cima do telefone, o que está afixado é uma lista de contactos de agências funerárias", narrou, desafiando os jovens a tornarem-se voluntários para visitarem os idosos e recolherem registos das suas histórias de vida, das suas experiências e das suas memórias.
Entre os "nichos de solidões" preocupantes, Lino Maia destacou o interior do país abandonado, onde os idosos permanecem sós por muito tempo. "Alguns estão 12 horas a dormir e dez à espera de alguém, nem que seja para lhes levar a marmita da comida".
Os bairros sociais, onde "a guetização é um drama" e onde o desemprego chega a ser o triplo da média nacional, e a solidão dos desempregados em geral são outras preocupações do dirigente, que propõe novas respostas para estas pessoas "fragilizadas" às quais as instituições sociais podem ajudar.
Fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1191899
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