O jornal espanhol Público.es publicou esta semana (8 abril 2009) uma reportagem sobre o vocalista britânico, retomando o tema.
Destacaremos, pois, o que é dito nas duas matérias sobre a vida que poderia ter sido salva, se...:
Where will it end?
Vendo o filme "Control" e, principalmente, lendo o livro "Touching From a Distance" (escrito pela viúva Deborah Curtis), não é difícil perceber que a depressão de Ian Curtis, vocalista do bom e velho Joy Division, vinha de longa data. Independentemente da epilepsia. Impressionante o quanto o sistema de saúde do interior da Inglaterra naqueles meados da década de setenta me pareceu uma bela bosta. Porque qualquer psiquiatra de botequim (de pub da esquina, no caso) seria capaz de fazer esse diagnóstico.
É claro que falar agora, depois do acontecido, parece muito fácil. Você ouve "New Dawn Fades" com o Galvão Bueno berrando "eu já sabia" por cima da música.
Mas dá uma baita sensação de desperdício. Serotonina, menina, tem vitamina! Umas doses de fluoxetina, um toque de paroxetina, umas gotas de fluvoxamina e voilà! Ian Curtis poderia ainda estar entre nós.
Fonte: http://www.interney.net/blogs/dama/2007/10/09/where_will_it_end/
Ian não assumiu sua doença
por Jesús Rocamora
Conforme relata Deborah a este jornal, escrever a biografia "me ajudou a colocar as coisas em ordem e me deu a oportunidadse de falar com outras pessoas sobre o que havia ocorrido. (...) desde que o livro foi publicado, tenho pesquisado mais sobre o trastorno bipolar e sinto que entendo melhor o que Ian passou".
No livro, Deborah deixa entrever seu pouco conhecimento sobre as drogas e sobre a própria doença de Ian. Poderia ter sido evitado o trágico final? "Não sei o que mudaria se eu tivesse, na ocasião, mais conhecimento sobre drogas, epilepsia ou depressão. É muito difícil ajudar alguém com essas doenças, sem contar que antigamente havia menos apoio para se tratar estas enfermidades. Lutei muito para ajudá-lo. O que eu sei é que teria sido mais fácil se o próprio Ian e sua família houvessem assumido as doenças: poderíamos ter trabalhado juntos para superar as dificuldades".
Fonte: http://www.publico.es/culturas/217374/ian/asumio/enfermedad
Além, pois, de reconhecermos o quanto o tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico poderia ter evitado essas e outras tragédias envolvendo depressão e suas tantas faces, podemos entrever, mesmo que superficialmente, o quanto o luto processado pela viúva de Ian, ao escrever o livro, a auxiliou a livrar-se de uns tantos pesos mortos...
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