quinta-feira, 28 de maio de 2009

A saúde coletiva e o tempo de longa duração...

Ao buscar temas para alimentar este blog encontro textos que remetem a discussões atualíssimas que foram objeto de debate há alguns anos...

A Radis - Comunicação em saúde, revista da Fundação Oswaldo Cruz, trazia notícias, em outubro de 2006, dos ecos do 8º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, sob o título de Os impactos nas pessoas, remetendo ao tema do congresso, a proteção na saúde coletiva. 

O trecho abaixo, retirado do contexto de discussão sobre a violência como fato e como "campo de pensamento e investigação em saúde pública", nos chamou a atenção: 

Painel Violência contra crianças e adolescentes: suicídio, negligência e abuso (sala D-3 do Pavilhão 5)

Letícia Legay, do Grupo de Trabalho de Prevenção ao Suicídio do Ministério da Saúde, disse que, apesar da significativa ocorrência entre adolescentes, o assunto sempre foi relegado devido à clara subnotificação.

Esse tipo de violência está na seara da saúde pública e, como outras doenças, pode ser prevenido, afirmou. Ela listou fatores que podem influenciar no suicídio do adolescente: adiantamento da puberdade e da iniciação sexual, desestrutura familiar, abuso sexual, baixa escolaridade, ausência de projeto de vida, banalização e vulgarização do sexo. Os sintomas de alerta seriam depressão, abuso emocional, uso de álcool e outras drogas, comportamento impulsivo, problemas escolares. Como meios de prevenção apontou distribuição de renda, respeito às minorias, acesso à educação, atenção à saúde mental, serviços de saúde e controle de fatores de risco.

Letícia mostrou como a mídia pode influenciar comportamentos autodestrutivos exibindo uma página do Orkut (site de comunidades na internet), na qual grupos de jovens se dizem suicidas e até marcam suicídio coletivo para uma data específica deste ano. A pesquisadora lembrou que a participação da Justiça é fundamental, porque o Artigo 122 do Código Penal estabelece como crime o incentivo ao suicídio. 

Sabemos  que a violência continua permeando, cada vez mais, a vida dos adolescentes e o suicídio continua a assombrar as famílias após suas consumações, a despeito dos sinais de alertas, não lidos ou detectados em tempo...

Mais atual impossível.

Para uma leitura completa da matéria e da revista: http://www4.ensp.fiocruz.br/radis/50/pdf/radis_50.pdf

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