VIII Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia
Hospitalar
Prevenção do suicídio
no contexto hospitalar
Marília Frota Pinho, Ana Maria Vieira Lage (UFCE)
O suicídio é um óbito que resulta de uma ação ou omissão
iniciada com a intenção de causar a morte e com a expectativa desse desfecho.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por ano cerca de um milhão de
pessoas cometem suicídio, ou seja, uma taxa de mortalidade de 16 a cada 100 mil
habitantes, uma morte a cada 40 segundos. Tendo em vista a magnitude do
comportamento suicida, as tentativas de suicídio correspondem cerca de 20 vezes
mais o número de suicídios consumados. No contexto hospitalar, as principais
situações clínicas associadas ao comportamento suicida são os pacientes que
apresentam grave ideação suicida e os sobreviventes de tentativas de suicídio,
os quais podem estar com comprometimentos clínicos e cirúrgicos estabilizados.
Nestes casos, o profissional de saúde deve realizar uma avaliação do
comportamento suicida, a fim de propor uma intervenção terapêutica eficaz. A
avaliação deve incluir um levantamento dos fatores de risco relevantes, como
tentativas prévias de suicídio; condições biopsicossociais; a magnitude dos
sintomas suicidas atuais; fatores de stress que precipitem o suicídio; nível de
impulsividade e de controle pessoal; e, fatores de proteção contra o suicídio.
É importante o recolhimento de dados confirmativos com os acompanhantes,
colegas ou amigos e, principalmente, de cônjuges e familiares que porventura
estejam presentes no momento da avaliação. O manejo do paciente suicida deve
incluir procedimentos de gestão como alistamento de apoios, com vários níveis
de contrato pessoal e desenvolvimento familiar, bem como aconselhamento. O
tratamento farmacológico ou internamento clínico também pode ser incluído nos
procedimentos. É muito importante que os psicólogos, assistentes sociais,
enfermeiros psiquiátricos, psiquiatras e outros médicos trabalhem em conjunto,
a fim de colaborar e cooperar uns com os outros para que o plano de gestão do
suicídio seja adequado para cada perfil de paciente. A utilização de um
“contrato de não suicídio” é uma técnica útil na prevenção do suicídio. Esta
técnica pode ser usada em um contexto de emergência hospitalar, porém o
resultado pode não vir a ser o esperado visto que o “contrato de não suicídio” baseia-se,
principalmente, na relação terapêutica estabelecida entre o profissional e o
paciente. Além desses procedimentos, algumas precauções devem ser tomadas,
como: a remoção de objetos perigosos; o leito deve ser de fácil observação, se
possível em andar térreo com janelas trancadas ou com grade; acesso ao banheiro
sempre supervisionado; e autorização para que um acompanhante sempre esteja
presente. A atenção deve ser redobrada em alguns períodos, tais como na troca
de turnos da enfermagem, na licença hospitalar, na primeira semana após a
internação e no primeiro mês após a alta hospitalar. Entretanto, observa-se, na
maioria dos hospitais públicos e privados, o despreparo dos profissionais para
lhe dar com o suicídio e suas implicações, sendo preciso, dessa forma, a
aplicação de estratégias que visem melhorar os serviços de saúde e desenvolver
intervenções efetivas. Para isso, é necessária a capacitação dos profissionais
de saúde para a identificação do risco suicida nos pacientes e a intervenção,
caso haja ideação ou planos.
Palavras-chave: hospital, prevenção, suicídio, avaliação.
Email de contato: mari_frota@hotmail.com
Fonte: http://sbph.org.br/csbph8/resumos/TEMA%20LIVRE%20268.pdf
Muitíssimo interessante!
ResponderExcluirGrato pelo comentário!
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