Um estudo divulgado nesta semana pelo instituto "Center for a New American Security Suicide"
revelou que a cada 80 minutos um veterano de guerra se suicida nos
Estados Unidos. Ou seja, 18 mortes diárias. Ainda segundo a pesquisa, o
número dessas mortes aumentou após as guerras do Afeganistão e do
Iraque.
"A América está perdendo a batalha contra o suicídio de veteranos e
ex-oficiais. E com o retorno de mais soldados, o riso aumenta", concluem
os autores do estudo, Margaret C. Harrell e Nancy Berglass.
Entre 2005 e 2010, esse número era de um suicídio a cada 36 horas.
Hoje, os suicídios de militares correspondem a 20% dos suicídios
registrados nos Estados Unidos.
O número recorde até hoje foi registrado em julho de 2011, com a morte
de 33 soldados, entre veteranos e oficiais na ativa, por suicídio.
Entre os principais motivos que levam um veterano a tirar a própria
vida, de acordo com o estudo, é o desemprego (que entre essa categoria
chega a 12%), perda dos benefícios militares e o sentimento de não
pertencimento no retorno para casa.
O estudo aponta algumas sugestões para a redução do número de
suicídios entre veteranos. Uma delas é estabelecer um período maior para
que o soldado cumpra sua missão em uma mesma unidade, para que ele se
sinta mais integrado.
Outro ponto diz respeito ao direito do veterano manter uma arma em
casa. Em 2010, um relatório da Defesa Nacional apontou que 48% dos
soldados tiraram suas vidas em casa, usando armas particulares. O estudo
propõe que, caso seja constatado uma personalidade instável, sintomas
de depressão, entre outros, o veterano deve perder o direito de possuir
uma arma em casa. Uma outra proposta é o acompanhamento mais rígido
dessas mortes, para criar mais ações preventivas.
Para tentar evitar fatores que possam levar ao suicídio, diversos
programas foram criados pelas organizações que trabalham com veteranos
como o "Never Leave a Marine Behind" (algo como "Nunca deixe um
marinheiro para trás") e "Never Let Your Buddy Fight Alone" ("Nunca
deixe seu companheiro lutar sozinho").
Uma dessas iniciativas salvou a vida do ex-soldado Jason Christiansen,
35. "Chegou um ponto em que eu sentei e coloquei uma arma na boca", diz
ele ao "Huffington Post". Um amigo decidiu levá-lo a um dos programas
acima e fez com que o veterano desistisse da ideia de tirar a própria
vida.
Sob uma pressão cada vez maior de grupos de veteranos e do Congresso,
o Departamento para Assuntos de Veteranos contratou nos últimos anos
mais de 5 mil terapeutas e conselheiros e montou um sistema de
coordenadores de prevenção do suicídio em mais de 150 centros médicos.
Uma das ações criadas pelo Departamento foi a linha de apoio para
atender veteranos em crise, criada em 2007 e que funciona no centro de
Nova York. Uma medida da eficácia do programa é conhecida como um
“resgate”: quando os funcionários do serviço de emergência conseguem
mandar para o hospital pessoas que estão ameaçando cometer suicídio ou
de fato tentado se matar.
Ao todo já foram mais de 400 mil ligações recebidas, e o grupo estima
que o atendimento já tenha feito, pelo menos, 14 mil "resgates".
Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2011/11/03/numero-de-suicidios-de-veteranos-de-guerra-chega-a-18-por-dia-nos-eua-diz-pesquisa.jhtm
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