domingo, 31 de julho de 2016

Suicídio entre médicos em Pernambuco

Os alertas foram dados, em tempo, porém...

O fato noticiado recentemente (30 de julho de 2016, sábado, ontem):

Um médico se suicida a cada mês em Pernambuco

Bem escrita, com abordagem adequada, a matéria assinada por Juliana Almeida, Paulo Trigueiro e Renata Coutinho, da Folha de Pernambuco, traz um verdadeiro alerta à classe médica.

Trechos da matéria:

No mundo
Uma estimativa da Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio indica que, em média, 300 a 400 médicos cometem suicídio por ano em todo o Mundo. Média de uma morte por dia. Estudos internacionais apresentam ainda que os médicos têm uma frequência 2,45 vezes maior que o restante da população. Levantamentos elencam os fatores: exposição diária a situações de estresse, vivência direta com a morte e condições de trabalho precárias como alguns gatilhos para o ato. A competição e a ambição no campo profissional finalizam as características que transformam a profissão em arriscada para o suicídio.
Em Pernambuco
Pernambuco não tem estatísticas oficiais sobre mortalidade provocada por médicos contra eles próprios ao longo dos anos, mas a fotografia mundial se repete aqui, de acordo com os próprios profissionais. “Temos uma vida de elevado nível de estresse. As condições de trabalho são bem complicadas. Por vezes poderíamos até dizer que são indignas. O médico lida não só com o estresse técnico, mas também com algumas escolhas que precisa tomar numa emergência. São, sem dúvida, fatores desencadeantes para chegar à depressão e ao suicídio”, assinala a vice-presidente do Simepe, Cláudia Beatriz Câmara. 

Os alertas dados em 2013 e 2015 por médicos pernambucanos!!

Em 2013, o Dr. Tárcio Carvalho, médico-psiquiatra, publicava em seu blog a seguinte postagem (trecho): 

Burnout, depressão e suicídio nos médicos de Recife  

Pesquisa mostra que 30% dos médicos estão deprimidos. Jornada excessiva, falta de valorização e a falta de estrutura de trabalho elevam o problema

 A medicina está entre as profissões mais estressantes. As taxas de depressão, alcoolismo, uso de drogas e suicídio são mais elevadas entre os médicos do que na população em geral e entre outras profissões. [...]

Em 2015, uma matéria do Dr, Meraldo Zisman era publicada no Diário de Pernambucano (versão impressa), hoje disponível virtualmente. Eis o que disse, entre outros pontos importantes:
A formação médica envolve inúmeros fatores de risco para a doença/distúrbios mentais, tais como transição de papéis, diminuição do sono, traumas, mortes, doenças, tragédias e muitos outros acontecimentos inerentes à sua vida profissional.
Que esta nossa postagem seja também um alerta para todos os profissionais da saúde, pois todos, em maior ou menor grau, integram este grau de risco.

Que o trabalho de prevenção proposto pelas entidades de classe médica atinja plenamente seus objetivos!!

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