A escola não é responsável pelo modo como funcionam as empresas, os órgãos públicos e, em geral, o universo do trabalho, mas ela deveria se questionar para saber por que os adultos estão tão poucos preparados para vivenciar essas evoluções e se defender daquilo que ameaça a sua integridade, o seu profissionalismo e o sentido da sua dedicação profissional.
O saber não é uma vacina contra qualquer tentação de suicídio ou contra a depressão ou a fuga, mas ele pode permitir que a situação seja relativizada, para que não assumamos integralmente a culpa pelo que está acontecendo, para que não acreditemos que não temos nenhum valor porque a organização nos maltrata ou não reconhece a nossa contribuição e as nossas competências. Evidentemente, as pessoas estão infelizes, sofrendo, em razão de fatores objetivos, mas também pelo fato de estarem desmunidas diante da violência das burocracias modernas.
Fonte:
Perrenoud, P. Desenvolver competências ou ensinar saberes? A escola que prepara para a vida. Porto Alegre: Penso, 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário