Quando a maior fraqueza se chama IGNORÂNCIA
Afonso Machado
12 de maio de 2018
Hoje, a depressão é uma das doenças mentais mais comuns no mundo. Verifiquemos que a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 322 milhões de pessoas tenham sofrido desta perturbação em 2015, o que equivale a um aumento de 18,4% nesta última década. São apontados como principais sintomas da depressão eventos que incluam tristeza, choro fácil, isolamento e evitamento do contato social e das atividades habituais, alterações do nível de apetite e de peso, fadiga e falta de concentração. Por mais que se imaginem algumas fantasias, o quadro depressivo pode ser encontrado num seleto grupo de pessoas, que corre atrás de vitórias sucessivas e de muita adrenalina em todas as ações: os atletas. Em conversas, em todos os ambientes e meios, sobram informações que sugerem uma equilíbrio perfeito e um estado de saúde física inabalável, porém é preciso que observemos o clima de cobrança e de busca do perfeito em que vivem estes atores do sucesso. É preciso sempre lembrar que a maior fraqueza se chama ignorância…
Em que pese ser um tema frequentemente abordado e direcionado para a população em geral, atualmente começa a haver um crescente interesse nas questões relativas à saúde mental no esporte de alto rendimento, em especial pelo nível de exigência a que estão expostos estes profissionais, que trabalham entre o ideal e o possível e, nesta constante busca, recebem olhares e julgamentos de seus fãs, famílias, patrocinadores e dirigentes, sem contar com a autocobrança.
Sabemos que cada vez mais a excelência e precisão é requisito essencial na formação do atleta – o nível de perfeição e competitividade está em constante e forte crescimento, mantendo um elevado desgaste quer físico, quer mental, intermitente e cruel. Desta maneira, é razoável que os atletas de alto rendimento estejam se expondo a ponto de se colocar em risco de sofrer de depressão dado, não só a elevada pressão do meio esportivo e do contexto social, como também às expectativas individuaise da equipe, as mudanças de clube, a possibilidade de ser reserva e de sofrer lesões.
Estudos apontam que estes momentos críticos podem desafiar a autoestima, a autoimagem e o sentido de competência do atleta, contribuindo para o aparecimento dos sintomas acima referidos. Se não houver zelo na conduta dos treinamentos e nas competições, correremos riscos básicos e graves na saúde mental de atletas que buscam se manter no cenário esportivo, mesmo diante de algumas adversidades que podem ser enfrentadas e vencidas.
Não podemos descaracterizar que no mundo dos esportes muitos dos atletas passam anos a se preparar para uma única oportunidade, quer seja sua participação numa seleção estadual, nacional ou uma apresentação onde sua performance seja exigida para garantir o espetáculo para o qual tanto se preparou. O imaginário tem papel de grande importância, visto que toda a preparação demandou um esforço pessoal incomensurável e o vínculo familiar é preditivo de busca do melhor, sem chances de não se sobressair na prova.
Ressaltamos que a preparação intensa, o treino diário e a adaptação do cotidiano para atingir às necessidades que a modalidade esportiva exige passam a dominar a vida do atleta, não é incomum que um atleta possa ter dificuldade em reintegrar-se numa rotina que não a esportiva. Geralmente acontece uma grande dificuldade em continuar a vida fora do espaço esportivo, uma vez que é muito desgastante e difícil desfocar a prática de muito tempo e de muita exigência; este fato é um gatilho para a depressão, quando a pessoa não se prepara para a transição.
A cobrança de sucesso do atleta acontece porque estes são vistos pela sociedade como física e mentalmente aptos e diferenciados; os atletas representam o pilar da saúde e bem-estar e estas projeções e expectativas neles depositadas tornam mais difícil a procura de ajuda, já que demonstrar necessidades de apoio e amparo parece descaracterizar a saúde e o sucesso. Desta maneira, a tentativa de familiarizar e psicoeducar treinadores, atletas e todo o elenco de profissionais, família e agregados acerca desta problemática poderá ser um ponto de partida essencial para identificar atletas que estejam a se debater com sintomas depressivos.
Apontamos que é igualmente importante olhar para o atleta como pessoa antes de ser atleta, e trabalhar no sentido de eliminar os estigmas associados à doença mental, encorajando positivamente os atletas a assumirem os sintomas e procurarem o apoio necessário, possibilitando que vivam suas limitações, suas perdas e suas dificuldades, de uma forma consciente, enxergando aquele momento como um espaço de desenvolvimento e melhor etapa para o autoconhecimento.
O tema é tabu por aqui e em áreas específicas, como o esporte, ainda mais: pouca gente sabe que o mundo do futebol, em especial o italiano, apresenta-nos altos índices de depressão e tentativas de suicídio entre jogadores e ex-atletas, justamente porque o assunto é tabu e, em áreas específicas, como o esporte, não de discute temas que indiquem fraqueza ou desequilíbrio. Informamos, ainda, que este direcionamento é comum no esporte, como um todo, não sendo privilégio do futebol.
A academia científica tem se preocupado com o assunto, a Saúde Mental tem progredido com segurança e velocidade, no sentido de conhecer mais e decifrar os motivos que levam atletas a um caminho destrutivo, apontando, então, caminhos que possibilitem o reestruturar e remodelar hábitos de vida. Temos que, em 2007, um estudo feito pela Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol, a FIFPro, em 11 países, chegou a um número alarmante: pouco mais de um terço dos entrevistados sofriam ou já haviam sofrido com sintomas de depressão, sendo que o índice era maior entre os jogadores que já haviam se aposentado.
Esta pesquisa não foi feita na Itália e não falou em suicídio, mas estima-se que mais da metade das pessoas que se suicidaram estavam deprimidas e que o risco de uma pessoa com perturbações do humor, principalmente depressão, tirar a própria vida é de 6 a 15%. Tal constatação merece atenção e cuidado por parte de todos os que convivem com jovens atletas e além da atenção é preciso ter planos de ação que fortaleçam a resistência psicológica de nossos praticantes, antes mesmo de surgir sintomas de desgaste mental e depressão.
O esporte é um mundo especial, diferenciado pela velocidade com que acontece e modifica o contexto onde está inserido. Seus atores, como todos os demais humanos do Mundo, sofrem das mesmas inquietações e incertezas, apesar de portarem um físico privilegiado; é uma montanha-russa de muitas curvas, alta velocidade e periculosidade e um atleta pode passar de ídolo a desconhecido, de craque a perna de pau ou de herói à traidor em segundos. Esta instabilidade, a pressão, as responsabilidades e a exposição são enormes, e muitas vezes a pessoa não tem preparo psicológico adequado para isso. O vislumbre que assistimos nas reportagens, a “fama” percebida e o status deslumbrante podem não encontrar eco naqueles que, muitas vezes, vieram de uma vida humilde.
Quase sempre é preciso abrir mão, desde cedo, de aspectos da vida pessoal para ser a principal fonte de renda de sua família. Acabam aspectos de privacidade, de familiaridade, de uma coesão grupal (além da esportiva), e as referencias familiares e da comunidade de origem, justamente pelo fato dos jovens serem retirados de seus nichos ecológicos para assumir a carreira profissional. Em função disto, quando a carreira acaba, o vazio é inevitável e nem precisamos dizer que dinheiro, fama e sucesso passam a diminuir e mudar o sentido da vida.
Neste momento convém informarmos que este declínio não é um quadro próximo da aposentadoria, mas uma constante em qualquer momento da carreira. E que é sempre flutuante, com velocidades diferentes e picos que se alteram, em atenção à situação financeira do clube, da cidade, do estado e do país. A etapa da competição também é preditiva destas alterações, o que faz com que tal quadro seja um foco de atenção aos especialistas da área, que buscam mapear e manejar estes transtornos mentais.
Apesar das divulgações de estudos, das discussões em redes televisivas e rádios e demais mídias, ainda são poucos os jogadores quase sentem encorajados para falar sobre o assunto, em especial os que ainda estão em atividade. É sabido que as taxas de suicídio dos jovens brasileiros subiu mais de 30% nos últimos 10 anos, e os números apontam um crescimento preocupante desses casos no mundo do esporte.
O alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o suicídio é um problema de saúde pública em países de alta renda e um problema emergente em países de baixa e média renda. É uma das principais causas de morte no mundo, especialmente entre os jovens. Mais de 900 mil pessoas morrem por suicídio no mundo a cada ano. Isso corresponde a uma morte a cada 40 segundos. O número supera, inclusive, homicídios e guerras. Portanto, diversos fatores podem impedir a detecção precoce e, consequentemente, a prevenção do suicídio.
O estigma e o tabu relacionados ao assunto são aspectos importantes, dentro do mundo esportivizado, então, isso é um segredo guardado a sete chaves. Durante séculos, por razões religiosas, morais e culturais, o suicídio foi considerado um grande “pecado”, talvez o pior deles. Por esta razão, ainda existe o medo e a vergonha de se falar abertamente sobre esse problema com os amigos ou até mesmo com a família, imprimindo um certo ar de fraqueza e de doença.
Anualmente, durante o mês de setembro, ações e palestras são realizadas em unidades de saúde e faculdades para conscientizar profissionais e a sociedade, em geral, sobre o tema. Profissionais da saúde mental são especializados a detectar ações preditivas do suicídio e vale lembrarmos que o suicídio atualmente é considerado uma epidemia silenciosa. É como se fosse invisível, ainda por questões de tabu. Qualquer ameaça ou tentativa de suicídio deve ser levada a sério, se for ignorada, uma vida pode ser perdida.
No contexto esportivo estas informações são relevantes, em especial porque seus atores são pessoas midiatizadas e exercem muita influência na formação de jovens em busca de autonomia e estabilidade profissional. Depressão precisa ser tratada por profissionais competentes, por muitos motivos e em especial por ser a porta que conduz ao corredor final que conduz ao suicídio. Isso é um dos motivos que leva os profissionais da Psicologia do Esporte a ter uma ampla visão deste contexto e de seus atores.
Mais sobre o autor
Afonso Antônio Machado
É docente e coordenador do LEPESPE, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da UNESP. Mestre e Doutor pela UNICAMP, livre docente em Psicologia do Esporte, pela UNESP, graduando em Psicologia, editor-chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology.
Fonte: http://www.jundiagora.com.br/fraqueza-ignorancia/
Blog destinado à coleta e disseminação de informações sobre prevenção do suicídio e valorização da vida
sábado, 12 de maio de 2018
quinta-feira, 26 de abril de 2018
Mobilização para a prevenção do suicídio após mortes de estudantes paulistas
Veja como detectar e prevenir o suicídio, além de mitos sobre o tema
Problema voltou ao debate após mortes de estudantes em São Paulo
Casos de suicídio recentes envolvendo estudantes de São Paulo levaram à mobilização de colégios particulares para tratar do problema, que tem aumentado entre crianças e adolescentes nas últimas décadas.
Abaixo, veja como detectar sinais de que uma pessoa precisa de ajuda e dicas
de como auxiliá-la.
SINAIS DE ALERTA GERAIS
PARA DEPRESSÃO EM ADOLESCENTES
ALGUNS MITOS SOBRE O SUICÍDIO
“Se eu perguntar sobre suicídio, poderei induzir uma pessoa a isso”
Questionar de modo sensato e franco fortalece o vínculo com a pessoa, que se sente acolhida e respeitada.
"Ele está ameaçando o suicídio apenas para manipular os outros"
Muitas pessoas que se matam dão sinais verbais ou não verbais de sua intenção para amigos, familiares ou médicos. Não se pode deixar de considerar a existência desse risco.
"Quem quer se matar se mata mesmo"
Essa ideia pode conduzir ao imobilismo. As pessoas que pensam em suicídio frequentemente estão ambivalentes entre viver ou morrer. Prevenção é impedir os casos que são evitáveis.
"Uma vez suicida, sempre suicida"
A elevação do risco de suicídio costuma ser passageira e relacionada a algumas condições de vida. A ideação suicida não é permanente. Pessoas que já tentaram suicídio podem viver, e bem, uma longa vida.
O QUE FAZER
São os telefones do Centro de Valorização da Vida (CVV). Também é possível receber apoio emocional via internet (www.cvv.org.br), email, chat e Skype 24 horas por dia 90%
das pessoas que se suicidam possuíam transtornos mentais; elas poderiam ter sido tratadas
www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/04/veja-como-detectar-e-prevenir-o-suicidio-alem-de-mitos-sobre-o-tema.shtml
Problema voltou ao debate após mortes de estudantes em São Paulo
Casos de suicídio recentes envolvendo estudantes de São Paulo levaram à mobilização de colégios particulares para tratar do problema, que tem aumentado entre crianças e adolescentes nas últimas décadas.
Abaixo, veja como detectar sinais de que uma pessoa precisa de ajuda e dicas
de como auxiliá-la.
SINAIS DE ALERTA GERAIS
- Falar sobre querer morrer, não ter propósito, ser um peso para os outros ou estar se sentindo preso ou sob dor insuportável
- Procurar formas de se matar
- Usar mais álcool ou drogas
- Agir de modo ansioso, agitado ou irresponsável
- Dormir muito ou pouco
- Se sentir isolado
- Demonstrar raiva ou falar sobre vingança
- Ter alterações de humor extremas
PARA DEPRESSÃO EM ADOLESCENTES
- Mudanças marcantes na personalidade ou nos hábitos
- Piora do desempenho na escola ou em outras atividades
- Afastamento da família e de amigos
- Perda de interesse em atividades de que gostava
- Descuido com a aparência
- Perda ou ganho inusitado de peso
- Comentários autodepreciativos persistentes
- Pessimismo em relação ao futuro, desesperança
- Comentários sobre morte, sobre pessoas falecidas e interesse por essa temática
- Doação de pertences que valorizava
ALGUNS MITOS SOBRE O SUICÍDIO
“Se eu perguntar sobre suicídio, poderei induzir uma pessoa a isso”
Questionar de modo sensato e franco fortalece o vínculo com a pessoa, que se sente acolhida e respeitada.
"Ele está ameaçando o suicídio apenas para manipular os outros"
Muitas pessoas que se matam dão sinais verbais ou não verbais de sua intenção para amigos, familiares ou médicos. Não se pode deixar de considerar a existência desse risco.
"Quem quer se matar se mata mesmo"
Essa ideia pode conduzir ao imobilismo. As pessoas que pensam em suicídio frequentemente estão ambivalentes entre viver ou morrer. Prevenção é impedir os casos que são evitáveis.
"Uma vez suicida, sempre suicida"
A elevação do risco de suicídio costuma ser passageira e relacionada a algumas condições de vida. A ideação suicida não é permanente. Pessoas que já tentaram suicídio podem viver, e bem, uma longa vida.
O QUE FAZER
- Não deixe a pessoa sozinha
- Tire de perto armas de fogo, álcool, drogas ou objetos cortantes
- Leve a pessoa para uma assistência especializada
- Ligue para canais de ajuda
São os telefones do Centro de Valorização da Vida (CVV). Também é possível receber apoio emocional via internet (www.cvv.org.br), email, chat e Skype 24 horas por dia 90%
das pessoas que se suicidam possuíam transtornos mentais; elas poderiam ter sido tratadas
www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/04/veja-como-detectar-e-prevenir-o-suicidio-alem-de-mitos-sobre-o-tema.shtml
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terça-feira, 24 de abril de 2018
Suicídio: como agir quando sei que alguém próximo a mim quer se matar?
O primeiro passo é não fazer pouco caso da dor que o outro está sentindo
Nessa segunda-feira (23/4/2018), o Colégio Bandeirantes, de São Paulo,
comunicou uma notícia trágica: dois de seus alunos cometeram suicídio num
intervalo de 15 dias. Segundo a instituição, os casos não tem ligação entre si
e, independentemente de estarem conectadas ou não, a morte desses jovens
reascende uma pauta desoladora: a de que os casos de suicídio são muito mais
comuns do que a gente supõe.

Para o psiquiatra Carlos Felipe de Oliveira, que é diretor da Associação
Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio e atua junto ao CVV (Centro de
Valorização da Vida), o primeiro passo é não desqualificar a dor do outro.
Ao perceber que alguém próximo a você está apresentando sinais de profunda
tristeza e descrença em relação à vida não trate isso como algo sem
importância, algo que pode ser revertido simplesmente com força de vontade.
“Tem que estar claro para você que aquela pessoa está sofrendo e que ela pode
estar passando por um processo de depressão”, aponta o médico.
Isso obviamente também se aplica a outro tipo de situação: quando
alguém próximo tentou cometer suicídio. Em casos assim, é muito comum que
as pessoas comentem que aquela pessoa não queria realmente se matar, mas apenas
chamar a atenção. “De fato, aquela pessoa quer chamar a atenção, mas não no
sentido de ‘se mostrar’. Ela quer chamar a atenção para a profunda dor que
está sentindo“, diz o psiquiatra. Ou seja: é um pedido de socorro.
Tendo isso em mente, depois de compreender a gravidade da situação, o
segundo passo é mostrar-se realmente disposto a ajudar. Mas como fazer isso sem
ser invasiva? Para o psiquiatra, uma conversa franca e amorosa ainda é o melhor
caminho. “Eu sou solidário com o que você está passando. Não estou sentindo
a sua dor, mas quero te ajudar com isso”, sugere Carlos como boa forma de
mostrar apoio. E repare nessa parte importante: não tente dizer que você sabe
pelo que aquela pessoa está passando, afinal, você realmente não sabe.
Ah, e falar coisas como “tenha força de vontade” e “daqui a pouco isso
passa” definitivamente não é a solução. “Isso desqualifica a dor do outro”,
frisa Carlos.
O médico também aconselha que você conte a mais alguém sobre o que
está acontecendo. Alguém que tenha muita intimidade com a pessoa deprimida
e que seja de total confiança, lógico. Mas isso não seria uma maneira de expor
um assunto íntimo sem consentimento? Carlos é enfático em dizer que não. Quando
um ente querido está lidando com depressão e angústia profunda, pedir o apoio
de mais alguém é o mais sensato a se fazer.
Essa medida é ainda mais importante nos casos em que a pessoa deprimida
tem dificuldade de se abrir com você. Em conjunto é mais fácil ver a melhor
forma de se aproximar e ajudar quem precisa. Obviamente isso não significa que
você tem o direito de sair por aí espalhando a intimidade dos outros. Bom
senso, né?
O próximo passo é aconselhar a pessoa deprimida a buscar
acompanhamento profissional. Uma rede de apoio e afeto é algo que ajuda
muito quem está deprimido e pensando em tirar a própria vida, mas isso não
significa que amor e palavras bonitas vão resolver o problema. Tratamento é
essencial! Carlos diz que a pessoa pode buscar um psicólogo ou ir direto ao
psiquiatra, o que importa é entrar em contato com o profissional que deixe o
paciente plenamente confortável.
O médico também chama a atenção para outro ponto importante: não
deixe a pessoa deprimida sozinha. Mesmo depois que ela iniciar o
tratamento, se faça presente e continue mostrando que você se importa.
domingo, 22 de abril de 2018
O bom exemplo de Aquidauana, no Mato Grosso do Sul: ações firmes baseadas em política pública de saúde mental!!!
Uma imagem vale por mil palavras.
Simples assim: a carta de serviços oferecida à população em um cartaz feito com competência. Na retaguarda, no entanto, muito trabalho para tornar isso possível!!
Cada município pode e deve copiar essa ideia!!
Simples assim: a carta de serviços oferecida à população em um cartaz feito com competência. Na retaguarda, no entanto, muito trabalho para tornar isso possível!!
Cada município pode e deve copiar essa ideia!!
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sexta-feira, 20 de abril de 2018
Mobilização em favor do Plano Municipal de Prevenção ao Suicídio, na Paraíba
João Pessoa pode ganhar um Plano Municipal de Prevenção ao Suicídio
Tramita na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) o Plano Municipal de Prevenção ao Suicídio, de autoria do vereador Damásio Franca (PP). O objetivo é identificar possíveis sintomas, tratar o transtorno e prover o acompanhamento de indivíduos que apresentem o perfil, minimizando a evolução dos quadros que podem chegar ao suicídio.
Nesta quinta-feira (19), o vereador defendeu a aprovação do projeto falando que cerca de 32 pessoas morrem por dia no Brasil vítima de suicídio. O parlamentar explicou que o Poder Público Municipal tem papel relevante para o tratamento desse transtorno, identificando possíveis sintomas, acompanhando e oferecendo possibilidades de recuperação aos que necessitam.
“Para se ter uma ideia, o suicídio é o responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo e atinge cerca de 1 milhão de pessoas por ano. Aqui em João Pessoa há vários relatos de suicídios principalmente envolvendo jovens, que é uma das grandes preocupações. Inclusive, a Promotoria da Saúde de João Pessoa vai criar um Grupo de Trabalho (GT) com o objetivo de desenvolver estudos, pesquisas e campanhas acerca da prevenção do suicídio”, comentou.
O vereador justificou que o suicídio é um ato complexo cuja causa mais comum é um transtorno mental e/ou psicológico que pode incluir depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de drogas.
“Além de outros fatores, como dificuldades financeiras e/ou emocionais que também desempenham um fator significativo para evolução do quadro que pode vir a culminar com o indivíduo retirar a própria vida. É necessário fazer as famílias tratarem do assunto com neutralidade e com naturalidade: escolas devem levantar o debate; amigos e colegas de trabalho devem oferecer apoio, ao identificar alguém com sinais de quem pensa em cometer algum ato contra a própria vida”, explicou o vereador.
De acordo com dados do Mapa da Violência do Ministério da Saúde, o índice de jovens entre 15 e 29 anos que tiraram a própria vida aumentou 40% em 10 anos, sendo a quarta maior causa de morte entre esse grupo. Entre 1980 e 2010, segundo dados oficiais, mais de 195 mil pessoas se suicidaram no Brasil, o equivalente a 3 bombas atômicas, como a de Hiroshima.
“Diversos jovens sofrem em silêncio, e as famílias só ficam sabendo dos problemas depois que o fato está consumado. O assunto é sério e merece muita reflexão. Não há obviamente uma única razão que explique a angústia e o sofrimento intensos de quem decidira pôr fim à própria vida. Se o ato do suicídio parece violento para quem está observando de fora, imaginem os senhores a intensidade do desespero de quem decidiu fazê-lo.
O vereador finalizou o discurso dizendo que “precisamos quebrar o paradigma de que falar sobre esta epidemia pode aumentá-la. Precisamos enfrentar este assunto. Falar é a melhor solução. O tema suicídio não pode ser silenciado”, disse.
Fonte: www.portaltvcariri.com.br/joao-pessoa-pode-ganhar-um-plano-municipal-de-prevencao-ao-suicidio/
Tramita na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) o Plano Municipal de Prevenção ao Suicídio, de autoria do vereador Damásio Franca (PP). O objetivo é identificar possíveis sintomas, tratar o transtorno e prover o acompanhamento de indivíduos que apresentem o perfil, minimizando a evolução dos quadros que podem chegar ao suicídio.
Nesta quinta-feira (19), o vereador defendeu a aprovação do projeto falando que cerca de 32 pessoas morrem por dia no Brasil vítima de suicídio. O parlamentar explicou que o Poder Público Municipal tem papel relevante para o tratamento desse transtorno, identificando possíveis sintomas, acompanhando e oferecendo possibilidades de recuperação aos que necessitam.
“Para se ter uma ideia, o suicídio é o responsável por uma morte a cada 40 segundos no mundo e atinge cerca de 1 milhão de pessoas por ano. Aqui em João Pessoa há vários relatos de suicídios principalmente envolvendo jovens, que é uma das grandes preocupações. Inclusive, a Promotoria da Saúde de João Pessoa vai criar um Grupo de Trabalho (GT) com o objetivo de desenvolver estudos, pesquisas e campanhas acerca da prevenção do suicídio”, comentou.
O vereador justificou que o suicídio é um ato complexo cuja causa mais comum é um transtorno mental e/ou psicológico que pode incluir depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de drogas.
“Além de outros fatores, como dificuldades financeiras e/ou emocionais que também desempenham um fator significativo para evolução do quadro que pode vir a culminar com o indivíduo retirar a própria vida. É necessário fazer as famílias tratarem do assunto com neutralidade e com naturalidade: escolas devem levantar o debate; amigos e colegas de trabalho devem oferecer apoio, ao identificar alguém com sinais de quem pensa em cometer algum ato contra a própria vida”, explicou o vereador.
De acordo com dados do Mapa da Violência do Ministério da Saúde, o índice de jovens entre 15 e 29 anos que tiraram a própria vida aumentou 40% em 10 anos, sendo a quarta maior causa de morte entre esse grupo. Entre 1980 e 2010, segundo dados oficiais, mais de 195 mil pessoas se suicidaram no Brasil, o equivalente a 3 bombas atômicas, como a de Hiroshima.
“Diversos jovens sofrem em silêncio, e as famílias só ficam sabendo dos problemas depois que o fato está consumado. O assunto é sério e merece muita reflexão. Não há obviamente uma única razão que explique a angústia e o sofrimento intensos de quem decidira pôr fim à própria vida. Se o ato do suicídio parece violento para quem está observando de fora, imaginem os senhores a intensidade do desespero de quem decidiu fazê-lo.
O vereador finalizou o discurso dizendo que “precisamos quebrar o paradigma de que falar sobre esta epidemia pode aumentá-la. Precisamos enfrentar este assunto. Falar é a melhor solução. O tema suicídio não pode ser silenciado”, disse.
Fonte: www.portaltvcariri.com.br/joao-pessoa-pode-ganhar-um-plano-municipal-de-prevencao-ao-suicidio/
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quarta-feira, 18 de abril de 2018
Ato em favor da vida, em Aquidauana, Mato Grosso do Sul
A sociedade precisa se manifestar, se organizar em face do crescente número de pessoas em crise suicida. A notícia abaixo é um alento, neste sentido.
Atos de prevenção ao suicídio acontecem neste final de semana, em Aquidauana. Ontem (13/4/18) manifestação de clamor pela vida levou várias pessoas a se reunir na ponte velha, por volta das 21h30. Líderes religiosos confortaram, através de orações, familiares e amigos de jovens que, lamentavelmente, cometeram suicídio nas últimas semanas, na cidade.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros Militar de Aquidauana, de janeiro para cá ocorreram 17 tentativas de suicídio, 3 delas consumadas, e uma morte que indica também suicídio – índice muito alto em relação à quantidade total de habitantes da cidade. A estatística reacende o alerta para que o assunto seja mais debatido na sociedade e nas políticas públicas do município.
Neste sábado (14/4/18) de manhã, aconteceu outro encontro para discutir o tema na Praça dos Estudantes. A “Passeata do Amor” teve concentração às 9 horas, percorreu as ruas do Centro e retornou à praça. A mensagem propagada foi a que as pessoas com depressão podem conversar sobre suas angústias a fim de buscar ajuda especializada.
Situação em Aquidauana
O subtenente Adeílson Rodrigues de Araújo, do Corpo de Bombeiros de Aquidauana, revelou durante a passeata que é muito triste e difícil ter de atender a esse tipo de ocorrência. “O suicídio é a segunda maior causa de mortes entre os jovens. É extremamente gratificante poder ajudar e fazer algo a mais nesse sentido. Quando a pessoa consegue consumar o ato, a dor é muito grande. Ela atinge a todos: os Bombeiros, a família e a sociedade. Vir aqui é um dever como cidadão, como profissional e como pessoa”, explicou.
De acordo com Luciane Ravalha, psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), a instituição recebe em média de 3 a 4 pedidos de socorro por semana em Aquidauana. “Recebemos muitos chamados. A dor emocional é a mais dolorida que existe e a pessoa que a sente precisa procurar ajuda profissional. Cabe ressaltar que o Sistema Único de Saúde – SUS - tem o suporte para dar a essas pessoas, então ela não precisa manter a sua dor em silêncio. Independente de qual seja o problema, ele sempre tem solução, há saída para a dor emocional”, explicou.
O alerta continua
Logo mais, às 22 horas, haverá um novo encontro na ponte nova, com orações, louvores e palavras de fé. Com o slogan “Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida”, de caráter ecumênico, também deverá reunir diversas pessoas para abordar como é possível prevenir o suicídio e, dessa forma, ajudar parentes e amigos a encontrar uma alternativa em favor da vida.
Considerado tabu na sociedade, o intuito das manifestações é de falar abertamente sobre o tema para salvar aqueles que tem pensamentos suicidas. Especialistas afirmam que o preconceito é uma das razões pelos quais as pessoas perdem a vida dessa maneira. Assim, é imprescindível a participação da população para auxiliar aqueles que precisam de amor e atenção.
Ajuda
Para aqueles que buscam auxílio no tratamento da depressão, basta procurar o Centro de Atenção Psicossocial (Caps 2) vinculado à Secretaria Municipal de Saúde de Aquidauana. O cidadão também pode ir à Unidade Básica de Saúde (UBS) que encaminhará o caso ao Caps do município.
O Caps 2 fica na Rua Touro Nakayama, 1065, Bairro Alto. O telefone é o 3241-9994.
*Com informações de Luiz Guido Jr.
Fonte: www.opantaneiro.com.br/aquidauana/em-aquidauana-atos-em-favor-da-vida-alertam-que-ha-saida-para-a/138654/
Em Aquidauana, atos em favor da vida alertam que há saída para a depressão
Desde o início do ano, 17 tentativas, 3 suicídios consumados e uma suspeita marcaram com tristeza o município
Atos de prevenção ao suicídio acontecem neste final de semana, em Aquidauana. Ontem (13/4/18) manifestação de clamor pela vida levou várias pessoas a se reunir na ponte velha, por volta das 21h30. Líderes religiosos confortaram, através de orações, familiares e amigos de jovens que, lamentavelmente, cometeram suicídio nas últimas semanas, na cidade.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros Militar de Aquidauana, de janeiro para cá ocorreram 17 tentativas de suicídio, 3 delas consumadas, e uma morte que indica também suicídio – índice muito alto em relação à quantidade total de habitantes da cidade. A estatística reacende o alerta para que o assunto seja mais debatido na sociedade e nas políticas públicas do município.
Neste sábado (14/4/18) de manhã, aconteceu outro encontro para discutir o tema na Praça dos Estudantes. A “Passeata do Amor” teve concentração às 9 horas, percorreu as ruas do Centro e retornou à praça. A mensagem propagada foi a que as pessoas com depressão podem conversar sobre suas angústias a fim de buscar ajuda especializada.
Situação em Aquidauana
O subtenente Adeílson Rodrigues de Araújo, do Corpo de Bombeiros de Aquidauana, revelou durante a passeata que é muito triste e difícil ter de atender a esse tipo de ocorrência. “O suicídio é a segunda maior causa de mortes entre os jovens. É extremamente gratificante poder ajudar e fazer algo a mais nesse sentido. Quando a pessoa consegue consumar o ato, a dor é muito grande. Ela atinge a todos: os Bombeiros, a família e a sociedade. Vir aqui é um dever como cidadão, como profissional e como pessoa”, explicou.
De acordo com Luciane Ravalha, psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), a instituição recebe em média de 3 a 4 pedidos de socorro por semana em Aquidauana. “Recebemos muitos chamados. A dor emocional é a mais dolorida que existe e a pessoa que a sente precisa procurar ajuda profissional. Cabe ressaltar que o Sistema Único de Saúde – SUS - tem o suporte para dar a essas pessoas, então ela não precisa manter a sua dor em silêncio. Independente de qual seja o problema, ele sempre tem solução, há saída para a dor emocional”, explicou.
O alerta continua
Logo mais, às 22 horas, haverá um novo encontro na ponte nova, com orações, louvores e palavras de fé. Com o slogan “Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida”, de caráter ecumênico, também deverá reunir diversas pessoas para abordar como é possível prevenir o suicídio e, dessa forma, ajudar parentes e amigos a encontrar uma alternativa em favor da vida.
Considerado tabu na sociedade, o intuito das manifestações é de falar abertamente sobre o tema para salvar aqueles que tem pensamentos suicidas. Especialistas afirmam que o preconceito é uma das razões pelos quais as pessoas perdem a vida dessa maneira. Assim, é imprescindível a participação da população para auxiliar aqueles que precisam de amor e atenção.
Ajuda
Para aqueles que buscam auxílio no tratamento da depressão, basta procurar o Centro de Atenção Psicossocial (Caps 2) vinculado à Secretaria Municipal de Saúde de Aquidauana. O cidadão também pode ir à Unidade Básica de Saúde (UBS) que encaminhará o caso ao Caps do município.
O Caps 2 fica na Rua Touro Nakayama, 1065, Bairro Alto. O telefone é o 3241-9994.
*Com informações de Luiz Guido Jr.
Fonte: www.opantaneiro.com.br/aquidauana/em-aquidauana-atos-em-favor-da-vida-alertam-que-ha-saida-para-a/138654/
sábado, 14 de abril de 2018
XI Curso de Prevenção do Suicídio (Fortaleza-CE) em abril e maio
Programa de Apoio à Vida inscreve para XI Curso de Prevenção do Suicídio
O curso busca oferecer capacitação abrangente sobre o fenômeno do suicídio e seus múltiplos contornos em conjunto com estratégias de manejo com a pessoa em risco de suicídio e sua prevenção. Terá duração de 40 horas-aula.
INSCRIÇÕES – As inscrições presenciais podem ser feitas na UFC, Unifor, Universidade Estadual do Ceará (Uece), Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau), Faculdade de Tecnologia, Ciência e Educação (Fatece). A relação com os responsáveis pelas inscrições nesses locais e outras informações sobre taxas estão disponíveis nas páginas do Pravida no Facebook e no Instagram. Quem não reside em Fortaleza deve entrar em contato com a organização pelo e-mail contato.pravida@gmail.com.
Para saber mais: Pravida – fones: 85 3366 8149 e 98400 5672
Fonte: http://www.ufc.br/noticias/noticias-de-2018/11061-programa-de-apoio-a-vida-inscreve-para-xi-curso-de-prevencao-do-suicidio
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