sexta-feira, 5 de maio de 2017

"Jovens, nosso presente". Não é nosso dever protegê-los?!


Portas para a realidade…

Fernando Barroso

As lutas são difíceis. Temos que ser mais arrojados do que o “inimigo”. O certo é que vamos ganhando algumas batalhas. Há batalhas muito difíceis de vencer, mas podem contar com a nossa luta até sempre porque os nossos filhos não podem ser “engolidos” pela voracidade das máquinas, e muito menos por mentes que se dão ao “LUXO” de “CRIAR” caminhos para o suicídio. BALEIAS AZUIS? Jogos com caminhos ínvios, que promovem a automutilação, e o colocar termo à própria vida? 50 Desafios “ORIENTADOS” por um “CURADOR”?

1 – Com uma navalha, escreva “F57” na palma da mão e em seguida envie uma foto para o curador.

28 – Não fale com ninguém o dia todo.

50 – Tire a sua própria vida.

QUAL O NOSSO PAPEL? QUAL O PAPEL DE TODOS QUE ESTÃO ACORDADOS PARA AS REALIDADES TRAZIDAS PELA OBSCURA VIRTUALIDADE?

O nosso papel é compreender o sistema e, se necessário, enfrentá-lo em busca de uma sociedade mais justa.

A OMS RECONHECE O SUICÍDIO COMO UMA PRIORIDADE DE SAÚDE PÚBLICA. NO PRIMEIRO RELATÓRIO DA ORGANIZAÇÃO SOBRE O ASSUNTO, RECONHECE QUE A “PREVENÇÃO DO SUICÍDIO: UM IMPERATIVO GLOBAL”

O fenómeno macabro “Baleia Azul” ganha destaque, com justificada razão, entre os assuntos que nos preocupam (guerra na Síria, eleições na França, guerra nuclear da Coreia do Norte, as já conhecidas investidas de Donald Trump). O fenómeno é dinamizado pela execução gradativa de 50 desafios que vão desde a automutilação até ao suicídio. Quem estabelece as regras e propõe os reptos é um mentor (curador), uma espécie de líder, geralmente adulto, que ordena a realização da tarefa do dia com a garantia de provas (os participantes são obrigados a enviarem fotos do trabalho feito). Claro que o “CURADOR” (estranho nome) nunca cumpriu os propósitos do jogo.

UM TOTAL DE 1,3 MILHÃO DE PESSOAS DE 15 A 29 ANOS MORREM NO MUNDO ANUALMENTE VÍTIMAS DE CAUSAS EVITÁVEIS OU TRATÁVEIS, SENDO A PRINCIPAL DELAS OS ACIDENTES DE TRÂNSITO (11,6% DO TOTAL). O SUICÍDIO FICA EM SEGUNDO LUGAR, RESPONSÁVEL POR 7,3% DAS MORTES.

Inescusavelmente, esses acontecimentos fazem-nos pensar sobre um fenómeno que, certamente, não é novo (suicídio entre a população jovem), mas que ganha impulso renovado com um jogo que se desdobra nas malhas da tecnologia.

OS JOVENS NÃO SÃO APENAS O NOSSO FUTURO – ELES SÃO O NOSSO PRESENTE.

São múltiplos os portões de acesso que nos levam a alguns endereços de reposta (como diria Kafka, as portas são inumeráveis, a saída é uma só, mas as possibilidades de saída são tão numerosas quanto as portas).

Para o filósofo sul-coreano Byung-Chull Han, a sociedade de desempenho (que substitui a sociedade disciplinar) prima pelo excesso de positividade. Somos teleguiados pela lógica do excesso (super-comunicação, super-rendimento, super-produção), que nos quer sempre ocupados, respondendo aos estímulos que não param de nos cortejar frente às telas, agora ubíquas.

Provavelmente, os jovens dão-se conta dessas limitações e ousam responder a pergunta que habita as páginas do famoso livro A insustentável leveza do ser: “Então, o que escolher? O peso ou a leveza?” (...)

Coluna: A Saga do Soldado de Papel
Fonte: http://regiaodecister.pt/opiniao/portas-para-realidade

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