terça-feira, 29 de março de 2011

Reflexão breve a partir das tragédias evitáveis


O texto abaixo tem um título que é uma chamada apelativa, por tratar-se da morte de uma atriz por meio do suicídio.

A ideia da matéria é, possivelmente, destacar a possibilidade de se prevenir este ato extremo e de desespero, que é o suicídio.


No caso em tela esqueceu-se de abordar questões relativas ao caso em si, principalmente o antecedente - a morte do noivo, que suicidara, o que possivelmente teria causado a imitação, pela atriz, do ato de autocídio. Por outro lado, o ocorrido pode também denunciar a ausência de uma rede de proteção à atriz, que certamente entrou em depressão e teria dado sinais de que poderia também suicidar-se. 


De qualquer modo, a tragédia que afetou a muitos milhares de pessoas, poderia ser evitada. Nós, como integrantes de uma sociedade ainda muito marcada pelo individualismo e pela indiferença, somos indiretamente responsáveis por mais este suicídio.



Caso Cibele Dorsa expõe a importância da prevenção do suicídio
   
O Suicídio não é uma fatalidade, ele pode ser prevenido. Há 49 anos o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza um trabalho de apoio emocional tentando reduzir o índice de suicídios. Anualmente os postos do CVV atendem 1 milhão de ligações de pessoas tristes, angustiadas que precisam de ajuda e, em alguns momento, pensam em colocar um fim a sua vida.


O preconceito em falar sobre o tema faz com que a sociedade não perceba que este comportamento pode estar muito perto das pessoas que convivemos. Segundo estudo da OMS - Organização Mundial da Saúde, a partir de listagens de domicílios feitas pelo IBGE, 515 pessoas foram sorteadas e entrevistadas face-a-face por pesquisadores da Unicamp. Apurou-se que, ao longo da vida, 17,1% das pessoas “pensaram seriamente em por fim à vida”, 4.8% chegaram a elaborar um plano para tanto, e 2,8% efetivamente tentaram o suicídio. De cada três pessoas que tentaram o suicídio, apenas uma foi, logo depois, atendida em um pronto-socorro.

O suicídio é atualmente considerado pelo Ministério da Saúde um problema de saúde pública. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), nos últimos 45 anos, a taxa de suicídio cresceu 60% no mundo. A cada ano 1 milhão de pessoas more por suicídio, o que corresponde a uma taxa de mortalidade de 16 por 100 mil habitantes, isto é o mesmo que uma morte a cada 40 segundos. A previsão é de que em 2020 esse número seja de uma morte a cada 20 segundos.


Baseado nesta premissa, que o trabalho do CVV está cada vez mais voltado a ampliar o contato com a população em qualquer momento difícil, enquanto o suicídio ainda não é uma opção. Recentemente, para ampliar o escopo de seu atendimento, o CVV criou o atendimento via chat. “Por meio da Internet, é possível ajudar até mesmo brasileiros que estão fora do País e aumentar o alcance do atendimento aos mais jovens, que possuem mais familiaridade e estão acostumados a se comunicar pela Internet”, diz.


Com objetivo de reduzir taxas de suicídios e tentativas e os danos associados com comportamentos suicidas, como o impacto traumático do suicídio na família, nas comunidades, nos locais de trabalho, nas escolas, outras instituições e na sociedade brasileira, o Ministério da Saúde elaborou, já na década de 90, um Plano Nacional para Prevenção do Suicídio.


O tema é uma preocupação global. No mundo inteiro existem ONGs que atuam na mesma linha do CVV, como os Samaritanos na Inglaterra, os BeFrienders nos EUA, entre outros. No Brasil, este trabalho vem ganhando força e deve assumir papel importante perante a sociedade e as autoridades na medida em que aumentam os dados do impacto do suicídio na economia e crescem as evidências de que há como evitar essa efermidade.


Sobre o CVV 
Fundado em São Paulo em 1962, o Centro de Valorização da Vida, é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública Federal em 1973. A entidade presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional para todas as pessoas que querem e precisam conversar por sentirem-se solitárias, tristes ou angustiadas. 

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