Entidades e grupos atuam na prevenção do suicídio em Rio Preto
(19 junho 2020) Colaborou Yasmin Lisboa
Em Rio Preto, há entidades e pessoas que se dedicam a desenvolver projetos visando "abraçar" aqueles que, por algum motivo, não conseguiram pedir ajuda. Esse é o caso do HELP, um projeto multiplataforma que surgiu em janeiro de 2018 e que possui representantes em todo País. O intuito é ajudar aqueles que possuem pensamentos suicidas e que passam por quaisquer transtornos, como depressão, síndrome do pânico, automutilação, ansiedade e pessoas que não conseguiram superar traumas.
O projeto visa compartilhar as experiências e histórias de superação dos próprios voluntários, mostrando que é possível reconstruir aquilo que foi perdido e recuperar a alegria e o amor pela vida. Uma das ações é espalhar bilhetes com mensagens de conforto e ajuda nos principais locais onde há procura pelo fim da vida, como em pontilhões, por exemplo.
Cadu Souza, de 38 anos, coordenador do projeto HELP, afirma que a missão do grupo é levar a mensagem da superação a quem enfrenta essas difíceis questões. "Nós tentamos mostrar que não precisa ser o fim da linha, que as pessoas são capazes de se superar, elas são perfeitamente capazes de sair dessa situação".
Cadu conta que a ideia de colocar cartas em pontos estratégicos surgiu de uma voluntária do Ceará e depois se espalhou por todo o País. A ideia deu certo e, com isso, o método se espalhou pelo Brasil. "Muitos perguntam porque utilizar como abordagem indireta uma carta: as pessoas que pensam no suicídio, que planejam atentar contra a própria vida deixam uma carta por várias razões. Algumas vezes pode ser uma carta de despedida ou uma carta de culpa, mas, sempre será a mensagem que sinaliza o fim da vida dela. Quando colocamos uma carta fazemos com que essa pessoa repense, pense que pode se superar, pense que a vida não acabou e que essa não é a saída! Nós trocamos a carta do fim pela carta do recomeço, da superação."
O coordenador conta que além de realizar projetos como espalhar bilhetes, o projeto trabalha fortemente nos meios digitais, como páginas em plataformas como Facebook, WhatsApp, Twitter e Instagram, realizando suporte e consultas para pessoas de todo o País.
No mês mais importante para o projeto, setembro, os voluntários realizam uma caminhada em prol da valorização a vida, chamada de "super ação", além de palestras com os voluntários em escolas e faculdades.
Campanha
Em setembro de 2015, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o Conselho Federal de Medicina e o Centro de Valorização da Vida (CVV) criaram a campanha: "Setembro Amarelo", que consiste em conscientizar sobre a prevenção ao suicídio.
A cor da campanha veio inspirada do caso de um garoto americano de apenas 17 anos que tirou a própria vida dirigindo seu carro amarelo. Em seu funeral, os amigos e familiares distribuíram cartões e fitas amarelas, com mensagens de apoio para pessoas que estivessem enfrentando o mesmo problema que o jovem e enfatizando que aquela não era a melhor saída.
A ideia da campanha se embasa em promover eventos e discussões que possam abrir espaço para debates sobre suicídio e divulgar o tema alertando a população sobre a sua importância. Entretanto, apesar de ser uma campanha de escala nacional e ter sua divulgação fortemente instaurada pelos órgão do governo dentro das mídias sociais, a campanha ainda não abrange todos aqueles que precisam de um ombro amigo.
O CVV oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária e gratuita todas aqueles que queiram e precisam conversar.Em Rio Preto, depois que começou a pandemia de coronavírus, o número de ligações aumentou, passando de uma média diária de 130 para 280 chamadas. Entre os principais temores do momento, medo de perder o emprego ou de ser contaminado pelo coronavírus na terceira idade.
Os atendimentos podem ser feitos por telefone, e-mail ou chat 24 horas, todos os dias sob sigilo total. Telefone: 188 Site para atendimento via chat e demais informações: https://www.cvv.org.br/
Outra instituição que atua ajudando pessoas a se recuperarem da depressão é a igreja Universal, com o grupo Depressão Tem Cura (DTC), fundado em janeiro de 2019 e que tem como objetivo auxiliar e realizar o acompanhamento das pessoas que sofrem com a doença, levando auxílio espiritual e esperança.
O grupo atua por todo o Brasil com voluntários que executam as ações do projeto. Segundo divulgação da própria igreja, o grupo já atendeu mais de 35 mil pessoas em todo o Brasil. Durante a pandemia de coronavírus, o número de atendimentos também tem crescido.
Fontes: www.diariodaregiao.com.br/cidades/2020/06/1196871-antes-do-ponto-final--a-virgula.html
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