sábado, 19 de março de 2016

Lá e cá, entre Teresina e Lisboa, mídia e suicídio em bom tom...

Destacamos, nesta postagem, o trabalho feito no Piauí e em Portugal. Dois jornais mostram como lidar com a temática do suicídio de modo responsável e sereno.

TERESINA, PIAUÍ

O Grupo Meio Norte, de Teresina, empresa de comunicação com vários canais de comunicação, na área impressa e digital, diz textualmente ter desenvolvido
um núcleo para discutir e acolher os temas ligados à prevenção do suicídio, assim como desmitificar, quebrar tabus e discutir o assunto de forma responsável e ética. Os veículos de comunicação do grupo têm produzido uma série de reportagens especiais abordando a temática para esclarecer as dúvidas, questionamentos e mitos acerca do tema.
O Grupo Meio Norte promoveu, nesta quarta-feira (16 de março de 2016), um bate papo com Késia Mesquita (Fundadora da ONG Centro Débora Mesquita (que coordena o serviço de informação sobre suicídio e atendimento clínico com psicólogos voluntários) para jornalistas e colaboradores com transmissão em tempo real via Facebook do Portal Meio Norte.

Com 21 mil visualizações o debate gerou 400 comentários, com depoimentos pessoais como o de um internauta que assim se expressou:
“Muito oportuno discutir esse assunto. Já tive depressão e sei o quanto a gente precisa de ajuda”.
Para ver a matéria completa, do jornalista Waldelúcio Barbosa, clique aqui.

Outra matéria sobre depressão e suicídio neste mesmo jornal.

LISBOA, PORTUGAL

Tal jornal, tal matéria. A linha editorial, explícita ou implícita, determina o quê e como serão abordados estes e aqueles temas. 

O jornal Observador afirma em seu estatuto editorial que "procurará fórmulas atrativas e pertinentes de apresentação da informação, mas dispensando o sensacionalismo". É deste modo que o suicídio é tratado em suas páginas. 

Com a matéria "Portugal é um país de suicidas?" Nuno Costa Santos conduz o debate acerca da presença incômoda do mito que se criou de ter Portugal índices tais de suicídios que o caracterizariam como um "país de suicidas". 

O mito é quebrado, pois os países ao Norte da Europa têm taxas muito maiores. No entanto, a região do Alentejo tem taxas muito elevadas, desproporcionais em relação a outras regiões portuguesas. 

Um outro mito, próprio do Alentejo, é também quebrado: de que haveria uma aceitação cultural do suicídio, que na região assume proporções epidêmicas, atingindo grande parte das famílias lá residentes. 

A psiquiatra Ana Matos Pires afirma, portanto que
“Dizer que os alentejanos aceitam o suicídio no sentido de não sofrerem com ele, de não sentirem a perda como as gentes de outros sítios, é falso.”
A partir dos comentários a respeito de livros sobre a região, Nuno Costa Santos escreve, com cuidado e elegância, sobre o delicado tema.

Eis um bom exemplo de abordagem, interdisciplinar, transversal e inteligente. O texto, na íntegra, pode ser lido aqui.





s de suicidas?

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