Suicídio: é nossa obrigação evitar todas as mortes
"O problema do suicídio, acima de tudo porque é nossa
obrigação evitar todas as mortes evitáveis, irá manter-se com relevância no
Plano Nacional de Saúde 2012-2016", disse Paulo Macedo.
O ministro falava em Beja na sessão de abertura do colóquio
"O suicídio no Baixo Alentejo, preocupações e soluções", após ter
inaugurado o novo Centro de Saúde da vila de Barrancos.
Segundo o ministro, "o suicídio é um problema de saúde
pública e uma clara preocupação do Ministério da Saúde" e, por isso,
"o Coordenador Nacional para a Saúde Mental tem inscrito, no seu programa
de ação, a implementação do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio".
"O suicídio representa uma causa importante de morte
prematura em toda a União Europeia", mas as taxas globais de suicídio em
Portugal são "inferiores" às dos países do Norte e do Leste do
Continente Europeu, frisou.
Segundo o ministro, em 2009 a taxa de mortes por lesões auto
provocadas intencionalmente em Portugal foi de 9.5 por 100 mil habitantes, o
correspondente a 957 suicídios.
Naquele ano, enquanto a taxa média nacional de suicídios foi
de 9.5 por 100 mil habitantes, no Alentejo esteve próxima dos 27 e no Algarve
foi de quase 16, disse o ministro.
Em Portugal existe "uma marcada assimetria entre o
Norte e o Sul, sendo que nesta região as taxas "são mais elevadas",
devido a vários fatores sociais e de saúde mental, como desertificação, personalidade
melancólica, envelhecimento e baixa religiosidade.
"Portugal continua a estar entre os países da Europa
com maior número de falecimentos sem causa identificada", disse,
defendendo que é "fundamental que os médicos ultrapassem a tendência
cultural, comum a toda a sociedade, de não evidenciar os casos de
suicídio".
"A este dado, é preciso juntar o que muitas vezes
parece comezinho, mas tem um impacto real, que é o facto de os seguros de vida
não cobrirem suicídios", disse o ministro.
Segundo Paulo Macedo, os grupos de risco de suicídio estão,
sobretudo, ligados aos doentes com problemas no âmbito da saúde mental,
incluindo os que têm "consumos aditivos" e as "principais
causas" são a depressão e o consumo elevado de bebidas alcoólicas.
"O risco encontra-se ainda presente em pessoas
desfavorecidas socialmente, nas que tiveram perdas recentes e alguns grupos de
emigrantes", disse, referindo que "também existem grupos
profissionais com risco aumentado, como o dos próprios médicos".
Na sua intervenção, Paulo Macedo disse que "não serão
os constrangimentos orçamentais" que farão o Governo
"retroceder" na "determinação de eleger a Saúde Pública como um
dos vetores de desenvolvimento e sustentabilidade" do Sistema de Saúde.
"Pelo contrário, é a situação que nos obriga a uma
gestão criteriosa dos recursos materiais e humanos e nos faz eleger as questões
da Saúde Pública na promoção da saúde e na prevenção da doença como
prioridades", frisou.
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