Cai número de suicídios no Estado
Investimento em saúde mental é apontado como um dos fatores que resultaram em 6,5% de redução, a segunda consecutiva
No último relatório sobre suicídios no Rio Grande do Sul, divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde, um dado serve de alento para profissionais da área de saúde. Pela primeira vez em uma década, as mortes reduziram em dois anos seguidos no Estado – 4,6% em 2009 e 6,5% em 2010. É cedo para compreender a inversão da curva estatística, que seguia estacionada ou em leve crescimento desde 2000, mas especialistas acreditam estar colhendo frutos de políticas públicas criadas a partir de 2008.
Todos os anos, cerca de mil pessoas se matam no Estado (foram 1.035, em 2010), o que coloca o Rio Grande do Sul historicamente no topo das mortes auto infligidas no Brasil. É como se cinco Airbus A320 lotados caíssem a cada 12 meses. São óbitos a conta-gotas, quase sempre resultante de desatinos. Abalam famílias, desestruturam lares e multiplicam sofrimento dos que ficam – talvez por isso, pais, mães, irmãos e filhos de suicidas sejam definidos como sobreviventes.
Embora constituam-se na terceira causa de morte violenta no Estado mais meridional do país (superado apenas por homicídios e acidentes de trânsito), as primeiras políticas públicas só foram lançadas há três anos, com a criação do Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio. Neste período, incrementou-se o atendimento em Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e ampliaram-se os leitos psiquiátricos em hospitais gerais. Os primeiros resultados aparecem.
– Em média, temos o dobro da oferta de serviços para desintoxicação de álcool e drogas em comparação com outros Estados. São aspectos fundamentais para compreender a redução – diz Ricardo Nogueira, coordenador de Saúde mental do Sistema de Saúde Mãe de Deus.
Professora titular da Faculdade de Psicologia da PUCRS, Blanca Guevara Werlang, reforça a tese de Nogueira, mas acrescenta:
– Com a ajuda da imprensa, temos conseguido debater mais o assunto com a sociedade, além de conversar com profissionais da saúde e estudantes universitários.
Chefe do Núcleo de Vigilância de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis da Secretaria Estadual da Saúde, Tânia Santos reforça a importância do treinamento de médicos, enfermeiros, agentes comunitários, professores, policiais capazes de identificar sintomas de um suicida em potencial colabora e multiplicar esses conhecimentos entre colegas.
– Cerca de mil profissionais foram capacitados – destaca.
Hoje, em meio a XI Semana de Valorização da Vida, no Hospital Mãe de Deus, na Capital, será discutido o primeiro manual de prevenção ao suicídio voltado ao Rio Grande do Sul.
Fonte: http://www.abpcomunidade.org.br/clipping/exibClipping/?clipping=14426
As vezes o ajudar é só se preocupar, então, isso é importante.
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