sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Espaço de escuta e de prevenção do suicídio: notável experiência em Portugal

A publicação da reportagem abaixo deve-se  ao fato de que a instituição abaixo descrita, a Associação Coração com Vida, é um grande espaço de escuta terapêutica, onde se acolhe pessoas às voltas com muitos dos problemas (e traumas) que induzem à violência e, principalmente, a violência autoprovocada. O notável é que este local de convivência e acolhimento é praticamente um complexo de serviços entrelaçados para servir às pessoas que os buscam. A se replicar mundo afora!

Associação Coração com Vida é um espaço onde pode encontrar alguém para conversar


Está aberto ao público nas Caldas da Rainha desde fevereiro de 2018 um espaço da Associação Coração com Vida, que tem por missão desenvolver projetos com impacto social positivo na região.


Marlene Sousa (29 janeiro 2020)

Tem ao dispor das pessoas aconselhamento e uma área de convívio que dispõe de jogos de tabuleiro, televisão e partilha à volta de um café ou chá e um bolo.

O espaço tem ainda um banco de roupa e de brinquedos e realizam-se oficinas de artes, workshops, palestras, seminários e partilham-se habilidades.

Raquel Martins e Lusiana Lima (voluntárias), e Paulo Francisco, pastor da Igreja e presidente da associação

É um projeto da Associação Coração Com Vida, uma organização sem fins lucrativos da Igreja Evangélica Baptista das Caldas da Rainha.

Embora a associação já tenha sido fundada em 2016, foi só em 2018 que a Igreja Baptista teve possibilidades para poder abrir um espaço preparado para receber as pessoas.

“O nosso objetivo é ajudar e ouvir as pessoas”, disse ao Jornal das Caldas, Paulo Francisco, pastor desta Igreja e presidente da mesa de assembleia da associação.

O que está na base do projeto é o combate à solidão que é transgeracional, não é só um problema dos idosos”, sublinhou o pastor, revelando que desde que o espaço abriu tem recebido dezenas de pessoas.

Paulo Francisco adiantou que o espaço nasceu porque identificaram uma série de “necessidades no concelho*, pois éramos frequentemente contactados por pessoas que nos batiam à porta porque precisavam de desabafar”.

Os principais problemas sinalizados tinham a ver com situações de depressão, tentativas de suicídio, violência doméstica, isolamento e desemprego.

No espaço da Associação Coração Com Vida também se faz a prevenção do suicídio. “Há muitas pessoas com falta de esperança e nós queremos mostrar que há esperança e há quem disponha do seu tempo para ajudar sem segundas intenções e sem querer nada em troca”, explicou o responsável. 

Outro problema apontado pelo pastor é a violência doméstica. “Nós nem imaginamos a quantidade de pessoas que sofrem nas Caldas da Rainha por causa de divergências familiares e vítimas de violência doméstica”. Paulo Francisco revelou que a Associação Coração com Vida foi apresentada à Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade como uma instituição que faz resposta em primeira linha a este problema.

Daí que o espaço da Associação que se localiza na Rua do Montepio, 2, tem na porta afixado um documento com informação às vítimas de violência doméstica, incentivando a pedirem ajuda através do número 800 202 148.

Devido às necessidades verificadas criaram um gabinete próprio reservado onde duas vezes por semana (terças e sextas-feiras, das 14 às 18h) está uma pessoa especializada com formação na área de psicologia que faz aconselhamento. “Não é uma consulta”, apontou o pastor, sublinhando que é “um tempo de escuta, que é muito importante porque as pessoas têm necessidade de falar e numa sociedade tão rápida onde as pessoas andam a correr atrás das coisas por vezes não damos a devida atenção a quem precisa de ser escutado”.

Paulo Francisco, que é pastor da Igreja Batista desde 2012, também faz aconselhamento a quem precisa. Tem formação em engenharia mecânica e reside e trabalha na Marinha Grande. 

O espaço funciona com 15 voluntários. “Nós já temos mais de três mil horas de voluntariado desde que inaugurámos a 17 de fevereiro de 2018”, revelou o presidente da Associação.

A Associação Coração Com Vida é uma estrutura complementar à rede de apoios que já existe na cidade, tornando-se assim num espaço aberto à comunidade onde as pessoas sabem que encontram alguém para conversar. E todos são bem-vindos, independentemente se estão ou não inseridos na Igreja Evangélica Baptista. “Nós já fazemos este trabalho em prol da comunidade dentro da Igreja há muitos anos, mas sendo uma igreja de cariz evangélico achamos que é uma barreira emocional, então considerámos importante abrir o espaço para acudir a esta necessidade que existe”, explicou.

Paulo Francisco garante que a intenção “não é levar as pessoas para a Igreja Evangélica Baptista das Caldas” e o convite à Associação Coração com Vida “é para todos que procuram alguém  que os escuta e a todos aqueles que se queiram juntar ao projeto como voluntários”, salientando que o tipo de atividades que possam vir a desenvolver vai depender muito da disponibilidade e propostas dos próprios voluntários.

A loja social vende roupa, malas, brinquedos e livros a um preço simbólico que varia entre os cinquenta cêntimos aos dois ou três euros e que reverte a favor da manutenção do espaço. “Mas quem venha buscar roupa e não tenha dinheiro para pagar não é por isso que não levam os artigos que necessitam”, referiu.

A Associação Coração com Vida não tem qualquer subsídio, vive através da ajuda da Igreja Evangélica Baptista e de contribuições que permitem suportar os custos do espaço (água, eletricidade, seguros) e pagamento da renda, que é de cerca de 700 euros por mês

Brevemente vão ter consultas sociais na área da nutrição, psicologia e neuropsicologia, onde os profissionais de saúde irão cobrar um valor mais simbólico do que é o habitual.

A Coração com Vida fez ainda uma parceria com a Associação para a Promoção da Prevenção do Abuso Sexual (SFPPP) com o intuito de levar às crianças das escolas do concelho formação e informação sobre a prevenção de abusos sexuais. A vice-presidente da SFPPP, Margarida Ferraz, realiza palestras informativas às crianças sobre “Abusos Sexuais”, de forma lúdica e clara, na linguagem de cada faixa etária. Há disponibilidade para realizar gratuitamente estas palestras nos agrupamentos escolares das Caldas e da região, para isso basta entrarem em contacto com a Associação Coração com Vida pelo tel. 262144 503.

A associação funciona de terça a quinta-feira, das 15h00 às 18h00, mas o objetivo é estender os horários assim que o número de voluntários o permitir.

O intuito é também abrir um segundo espaço noutro concelho com o intuito de dar resposta a mais pessoas que precisam.  

Nota: concelho, neste texto, é o mesmo que "divisão territorial, administrada por um município"

Fonte: https://jornaldascaldas.com/Associacao_Coracao_com_Vida_e_um_espaco_onde_pode_encontrar_alguem_para_conversar_

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Suicídios no DF caíram 15% em 2019, mas tentativas cresceram 22%


Especialistas avaliam que melhor maneira de prevenir o impulso emocional é o suporte familiar e de amigos quando sinais aparecerem


Caio Barbieri (26 janeiro 2020) caio.barbieri@metropoles.com

Quinze minutos antes de o despertador tocar, Karina [nome fictício] já está de pé para enfrentar a rotina. Organizar o material escolar dos dois filhos, preparar o café da manhã, lancheiras e se arrumar para o novo trabalho voltou a ser um costume para a consultora de marketing. Quem hoje acompanha a naturalidade com que ela enfrenta as responsabilidades não imagina que há poucos meses a mulher de 42 anos quase se deixou vencer por uma forte depressão.

A crise foi gerada após ser demitida inesperadamente de uma empresa para a qual dedicou os últimos anos. O sentimento de rejeição se somou às dívidas que se acumularam durante o período de desemprego, resultando até numa ordem de despejo do apartamento onde morava. “Deus me livre sentir isso novamente. Falar sobre isso, mesmo depois de superado, ainda me incomoda, me faz pensar como não pedi ajuda antes para sair daquele buraco. Acho que, na verdade, eu não conseguia enxergar que minha vida poderia voltar a ser normal, como está hoje”, confidenciou ao Metrópoles.

Nossa personagem é apenas uma das inúmeras pessoas que sofrem ou sofreram com a doença silenciosa e que, em grande parte, escolhem o suicídio como forma de estancar a dor. No caso de Karina, o diálogo e o suporte da família e de amigos foram os fatores determinantes para driblar o mal. Por sorte, ela não integra os registros oficiais da Secretaria de Saúde do DF.

No DF, para se ter ideia, entre 2018 e o ano passado, os casos de suicídios notificados oficialmente pelas autoridades caíram 15%: foram 170 casos em 2019, contra 200 no ano anterior. Os números foram computados até o dia 30 de dezembro. Embora haja o registro de decréscimo, os índices ainda são expressivos, uma vez que representam uma vida perdida a cada dois dias. Ainda segundo o mesmo relatório, os óbitos evitáveis têm incidência maior entre homens. O autoextermínio, ainda conforme dados oficiais, atingiu principalmente pessoas maduras, na faixa etária de 40 anos.

“Existem formas diferentes de lidar com os sofrimentos. As mulheres conseguem se abrir com mais facilidade. Geralmente, os homens são mais resistentes para falar de sentimento, principalmente quando é para pedir ajuda. Isso faz com que eles demorem mais a pedir e aceitar ajuda externa. Muitas vezes, a pessoa está passando por dificuldades, mas não se sente à vontade para falar sobre isso. É muito importante que, dentro do núcleo de confiança, especialmente no familiar, todos estejam atentos a comportamentos e mantenham o diálogo aberto”, explica André de Mattos Salles, psiquiatra da infância e adolescência do Hospital Universitário de Brasília (HUB).

Prevenção


Se por um lado a queda nos registros pode ser considerada um avanço, por outro, as tentativas de ceifar a própria vida cresceram 22%, segundo a Secretaria de Saúde. O Núcleo de Saúde Mental (Nusam) do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Distrito Federal (Samu) contabilizou mais atendimentos relacionados ao suicídio no primeiro semestre de 2019 do que no mesmo período do ano anterior. Foram 792 chamados para tentativas e 219 por planejamento em 2019, contra 678 tentativas e 171 de ideação no ano anterior.

Os dois casos, tanto nas notificações de suicídio quanto de tentativas, ocorreram em maior número em setembro, justamente no período estabelecido pelo Ministério da Saúde para a realização da campanha de prevenção ao suicídio, o chamado de Setembro Amarelo. Os especialistas estão debruçados nos números, embora considerem que o assunto não pode ser tratado com a frieza matemática.

“Não dá para dizer qual é a causa do suicídio e nem por que está aumentando ou diminuindo. É o resultado de vários fatores individuais muito específicos. Existem fatores de risco, como transtornos mentais, a depressão, histórico familiar, abuso de substâncias, traços de personalidade e até história de vida, como abuso e negligência na infância. Por isso, temos os fatores de proteção, como a inserção social, para tentar inibir a atuação dos fatores de risco. Não dá para tratar de forma simplista”, explica a psiquiatra Fernanda Benquerer, coordenadora do Comitê Permanente de Prevenção do Suicídio do DF, órgão ligado à Secretaria de Saúde.

Pela importância do assunto, a médica especialista defende que toda a estrutura da rede pública de saúde esteja preparada para atender suspeitas ou tentativas a fim de evitar o suicídio. “Não é todo o serviço que vai tratar, acompanhar, cuidar, diagnosticar. Mas se você chega numa unidade básica, a pessoa precisa saber ouvir e saber como agir. A pessoa em risco de suicídio é um caso grave e precisa de um acompanhamento especializado. Para isso, temos os ambulatórios de atendimento mental, os CAPs [Centros de Atendimento Psicossocial], as emergências de pronto-socorro, o núcleo de saúde mental dentro do Samu. Temos todas essas redes para atenção psicossocial”, frisou a médica.

Ainda segundo ela, a Secretaria de Saúde do DF criou o Plano Distrital de Prevenção do Suicídio, aprovado em agosto de 2019. A especialista coordena o comitê desde dezembro de 2019, quando o grupo foi instituído por uma portaria distrital.

Valorização à vida


Voluntária do Centro de Valorização da Vida (CVV), Leila Herédia disse acreditar que o trabalho do grupo de ajuda também é importante na prevenção do suicídio. “Quando a pessoa não está bem, ela pensa na morte para se livrar daquela dor. Quando a pessoa fala, ela libera essa quantidade de emoções que está dentro dela”, disse.

Segundo Leila, políticas mundiais que deram certo precisam ser aplicadas no DF. “Falo do aumento do número de centros de saúde mental, o que garante mais acesso ao acompanhamento. No nosso caso, somos as chamadas help lines, que também são colocadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos três pilares para a prevenção ao suicídio. Outra coisa é criar barreiras para evitar o ato, que muitas vezes é resultado de uma impulsão. A gente não tem pretensão de substituir nenhum profissional de saúde, mas a gente quer ocupar o aqui e agora. É justamente o desabafo que evita essa impulsividade”, acredita.

Os mais de 100 voluntários que participam do projeto ouvem os desabafos de quem geralmente está sozinho e em momento de desespero, mas não podem indicar nenhum tipo de tratamento. Contudo, os especialistas que atuam na área de saúde orientam que, caso haja testemunho ou algum sinal de tentativa, que o Samu seja imediatamente acionado pelo telefone 192. Uma equipe multiprofissional irá até o local para avaliar e, a depender do caso, um acompanhamento passará a ser feito.

“A partir do momento que as pessoas conseguem identificar que não estão bem e que precisam de ajuda, já é meio caminho andado. É muito importante lembrar que esse momento é um processo de adoecimento. Durante a depressão, a pessoa tem a tendência de ver as situações de forma mais negativa. Esse julgamento crítico fica mais inibido e impede que a pessoa realmente perceba a situação em que se encontra”, reforçou o psiquiatra André de Mattos Salles.

Debate necessário


O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos de suicídio ou tentativas que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social. Isso porque é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral.

Na avaliação do site, o silêncio camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o motivo que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.

Depressão, esquizofrenia e uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida. Problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.

Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode te ajudar. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias.




Fonte: www.metropoles.com/distrito-federal/suicidios-no-df-cairam-15-em-2019-mas-tentativas-cresceram-22

sábado, 25 de janeiro de 2020

Em Portugal e no Brasil (MT) as forças policiais trabalham em favor da saúde mental e da prevenção do suicídio

Estratégias de prevenção do suicídio têm de ser sempre atualizadas, alerta psicólogo da GNR


O chefe do Centro de Psicologia e Intervenção Social da GNR defendeu hoje, em Lisboa, uma atualização constante das estratégias de prevenção de suicídio nas forças de segurança, face à evolução das realidades com que são confrontados.

“Estes programas na área da prevenção do suicídio estão sempre inacabados, mesmo quando se atinge uma taxa zero”, disse à agência Lusa o tenente-coronel e psicólogo António Martinho, no final de uma intervenção na conferência “Forças de Segurança – Do Burnout ao Suicídio”, promovido pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG).

De acordo com o mesmo responsável, as estratégias adotadas recentemente já deram resultados, não se tendo verificado qualquer caso em 2018 na GNR, o que não acontecia há 23 anos: “É isso que nos incentiva e nos faz acreditar que é possível o zero”.

No ano passado, porém, houve dois suicídios. “São duas situações particulares em que não estando de serviço, têm acesso à arma de fogo, o que nos obriga também, do ponto de vista da ação do comando, a haver um maior controlo no acesso a armas de fogo por parte de quem não está efetivamente a desempenhar funções de serviço”, defendeu.

Questionado sobre a resposta da tutela, o oficial respondeu que têm sido adotadas várias medidas para prevenir “o flagelo”, entre palestras ao nível das subunidades e uma “reavaliação psicológica de todo o efetivo”, no sentido de tentar detetar fatores de riscos, por forma a fazer um encaminhamento para tratamento.

Segundo a mesma fonte, há “uma preocupação de intervenção na crise psicológica”, nomeadamente nas crises suicidárias, tendo sido disponibilizada uma linha telefónica de apoio 24 horas por dia (800 962 000).

Para o psicólogo, é “primordial” falar do tema sem tabus.

“Costumamos dizer que na sociedade ocidental há dois grandes tabus: a morte e o sexo. Parece que ninguém morre e ninguém tem sexo! Com o suicídio, o tabu agrava-se”, afirmou durante a intervenção na conferência, perante uma plateia de militares, psicólogos e dirigentes associativos.

Fonte: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/estrategias-de-prevencao-do-suicidio-tem-de-ser-sempre-atualizadas-alerta-psicologo-da-gnr

PM realiza 6º Ciclo de Assistência Social, Saúde e Bem-Estar para policiais militares


No período 27 a 31 de janeiro, a Polícia Militar realiza em Cuiabá o 6º Ciclo de Assistência Social, Saúde e Bem-Estar (Cassbem). O evento é dirigido aos policiais militares e tem como foco a saúde física, mental, psicológica, espiritual e financeira.

A abertura será as 13h, no auditório Milton Figueiredo, na Assembléia Legislativa. A PM aproveitou o ‘Janeiro Branco’, a campanha nacional de conscientização sobre cuidados com a saúde mental e a prevenção do suicídio para iniciar a série Cassbem 2020. 

Nessa edição, as atenções estão voltadas aos policiais dos dois comandos regionais de Cuiabá e Várzea Grande (CR 1 e 2) e do Comando Especializado (unidade que reúne os batalhões Bope, Rotam, Ambiental, Trânsito e Cavalaria) e do Gefron. Também estão convidados policiais do Corpo de Bombeiros e da Guarda Municipal de Várzea Grande.

Durante os cinco dias os participantes terão palestras com especialistas abordando temas sobre dependência química (álcool e outras drogas), prevenção a doenças cardíacas, câncer, transtornos mentais, comportamento suicida, estresse ocupacional (prevenção e tratamento), educação financeira, entre outros.

O coordenador de Assistência Social da PMMT, tenente-coronel Diego Tocantins, destaca que o Cassbem é resultado da preocupação e trabalho de integração dos setores de saúde e assistência social com o Comando Geral, Comandos Regionais e batalhões na busca de maior proximidade e mais qualidade de vida aos policiais militares e de seus dependentes.

Em 2019, cerca de 2.500 policiais de Cuiabá e dos 14 comandos regionais do interior participaram do curso e de dinâmicas sobre práticas saudáveis, identificação de doenças e a busca de apoio e tratamento especializado. O Cassbem é um programa permanente da PM, após essa primeira edição de 2020, assim como no ano passado, os ciclos serão estendidos aos policiais dos comandos regionais do interior que ainda não tiveram acesso ao curso.

Fonte: https://odocumento.com.br/pm-realiza-6o-ciclo-de-assistencia-social-saude-e-bem-estar-para-policiais-militares/

Saúde mental em Teresina, Piauí: consolidação, avanço...


Gerência de Saúde mental realizou diversas ações para melhorar fluxo dos atendimentos


Em 2019, a Gerência de Saúde Mental da capital fez 181 ações em alusão às datas da saúde mental


A Fundação Municipal de Saúde (FMS), através da Gerência de Saúde Mental, realizou diversas ações em 2019, que visaram melhorar os atendimentos das pessoas com sofrimento psíquico. Um novo Centro de Atenção Psicossocial foi inaugurado, a sede própria do CAPS II Norte. Sua estrutura mais ampla conta com quatro consultórios para atendimentos individual, um consultório para atendimentos de enfermagem, uma sala de medicação, farmácia e repousos para usuários masculinos e femininos com banheiros adaptados. A obra custou R$ 1.011.228,27, oriunda de recursos federais com contrapartida da FMS. Até o final de fevereiro de 2020 será inaugurada a nova sede do CAPS II Sudeste teve o investimento de R$ 1.1.311.128,02 para a construção de 728,50 m².

A Gerência de Saúde Mental implantou em 2019 o protocolo de atendimento a urgências e emergências em saúde mental incluindo a população em situação de rua. Além de ter também realizado o I Fórum do Grupo de Geração de Trabalho e Renda, que contou com a participação de empresas, usuários e profissionais dos CAPS. “O objetivo foi mostrar o exemplo dos usuários dos CAPS que já estão no marcado de trabalho, como eles podem ser produtivos e contribuírem para as empresas. O fórum quis promover uma quebra de estigmas e preconceitos”, informa Luanna Buenos, gerente de saúde mental de Teresina.

Pessoas com deficiência psicossocial apresentam sequelas de transtornos mentais, mas que não as incapacita de trabalhar e ter uma vida produtiva. Para o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Charles Silveira, saúde e trabalho andam juntos. Uma vida produtiva leva a uma melhor qualidade de vida, que se reflete diretamente no bem-estar do corpo e mente. “Agregado ao trabalho da saúde mental, nós temos que buscar mecanismos, fazer com que essas pessoas que são tratadas, que têm uma nova forma de enxergar o mundo, e tem uma vontade de viver, possam ser reinseridas no mercado de trabalho”, afirma o presidente.

Em 2019, a Gerência de Saúde Mental da capital fez 181 ações em alusão às datas da saúde mental: Janeiro Branco, Dia Nacional da luta antimanicomial (18 de maio), dia mundial da Saúde Mental (10 de outubro), dia mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro). Implantou também o fluxo de atendimento ao comportamento suicida, em que os profissionais que atuam da Rede de Saúde Mental de Teresina receberam atualização sobre prevenção ao suicídio, com o tema ‘Manejo do paciente com comportamento suicida’.

Hoje Teresina possui uma rede de saúde mental bem estruturada e fortalecida. Temos o PROVIDA, sete Centros de Atenção Psicossocial. “Um CAPS Infantil, um AD (Álcool e Drogas) e quatro CAPS tipo dois e dois CAPS tipo três, todos atendendo demandas de pessoas com ideação suicida. O suicídio, 90% dos casos, é atrelado a algum transtorno mental”, afirma Luanna Bueno. Ela diz ainda que segundo as estatísticas, os jovens são os mais afetados. “Então entendemos que a rede de atenção psicossocial da capital precisa continuar esse fortalecimento diante da temática suicídio.

Fonte: www.fms.teresina.pi.gov.br/noticia/3054/gerencia-de-saude-mental-realizou-diversas-acoes-para-melhorar-fluxo-dos-atendimentos


sábado, 18 de janeiro de 2020

Uma progressiva diminuição da taxa de suicídio no Japão

Suicidaram-se no Japão em 2019 menos pessoas do que em qualquer outro ano


Bushido (17 janeiro 2020)

Suicidaram-se no Japão em 2019 menos pessoas do que em qualquer outro ano

A luta do Japão contra uma das maiores taxas de suicídio do mundo parece finalmente começar a resultar e foi hoje revelado que em 2019, menos pessoas no Japão optaram por acabar com as suas próprias vidas do que em qualquer um dos últimos 41 anos, e possivelmente ainda mais longe do que isso.

O problema do suicídio no Japão está intimamente ligado com a pressão que a sociedade japonesa frequentemente coloca nos adolescentes e adultos, bem como os valores tradicionais que podem enquadrar o autossacrifício como uma maneira admirável de assumir a responsabilidade. A alta taxa de suicídios tem sido uma marca sombria na cultura do país.

O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão, após examinar as estatísticas da Agência Nacional de Polícia, anunciou que durante 2019, 19.959 pessoas cometeram suicídio no Japão. Esse número é o mais baixo já registrado pela organização, que começou a manter uma contagem de suicídios em 1978. O ano passado o número foi de 20.598.

As descobertas preliminares do ministério não serão finalizadas até que o seu relatório oficial seja publicado em março, mas a partir de agora 2019 também pode ser a primeira vez em registro que menos de 20.000 suicídios foram cometidos no Japão. Além disso, 2019 foi o 10º ano consecutivo de queda no número de incidentes.

O ministério diz que em 2019 houve 15,8 suicídios por 100.000 pessoas no país, uma queda de 4,24% em relação a 2018. Nenhum fator foi creditado para a mudança, embora os riscos para a saúde mental e à depressão se tenham tornado um tópico cada vez mais aberto nas discussões do governo e do setor privado, pelo menos em comparação com as gerações passadas.

Apesar dos melhores números, no entanto, a taxa de suicídio no Japão ainda permanece significativamente maior do que em outros países desenvolvidos, e o país ainda tem um longo caminho a percorrer para alcançar a meta do governo, anunciada em 2017, de menos de 13 suicídios por 100.000 pessoas. Ainda assim, as estatísticas recentes são um sinal de que as coisas estão a melhorar.

Em Portugal a linha de prevenção do suicídio é:

213 544 545 – 912 802 669 – 963 524 660 / Diariamente das 16h às 24h
Linha Verde gratuita – 800 209 899 / Entre as 21.00 e as 24.00 horas

No Brasil a linha de prevenção do suicídio é o 181.

www.otakupt.com/japao/suicidaram-se-no-japao-em-2019-menos-pessoas-do-que-em-qualquer-outro-ano/

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Notável: multidão, cantando, salva doente mental às voltas com crise suicida

Multidão canta louvor e homem desiste de se jogar de prédio em MG

(8 janeiro 2020)

Um vídeo que registra uma multidão de pessoas cantando para um homem que ameaçava pular de um prédio tem emocionado internautas de diferentes partes do Brasil. Nas imagens, dezenas de pessoas se reúnem na rua e cantam uma música gospel para tentar impedi-lo de tirar a própria vida.

O episódio ocorreu na cidade de Patos de Minas, na região do Alto Paranaíba, no dia 10 de dezembro de 2019, mas o vídeo começou a viralizar nesta semana. Enquanto o Corpo de Bombeiros se mobilizava para impedir o suicídio, a calçada se encheu de mulheres, que cantaram a música “Raridade”, do cantor Anderson Freire.

“Você é um espelho que reflete a imagem do Senhor, não chore se o mundo ainda não notou. Já é o bastante Deus reconhecer o seu valor, você é precioso, mais raro que o ouro puro de Ofir. Se você desistiu, Deus não vai desistir, ele está aqui pra te levantar se o mundo te fizer cair”, diz o refrão cantado por elas.

Segundo o Patos Notícias, portal de notícias local, a própria família do homem acionou os bombeiros para impedir que ele se jogasse da janela. Depois de três horas de mobilização das autoridades e da multidão, ele desistiu da ideia e foi levado para tratamento psiquiátrico.

Veja o vídeo:

 

O capitão Arthur Fabio, do Corpo de Bombeiros, disse ao portal que a vítima sofre de esquizofrenia e estava se sentindo perseguido por alguém. A rua havia sido interditada durante a mobilização.

Prevenção ao suicídio


Ligações para o Centro de Valorização da Vida (CVV), que auxilia na prevenção do suicídio, passaram a ser gratuitas em todo o país em julho de 2018. Um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Saúde, assinado em 2017, permitiu o acesso gratuito ao serviço, prestado pelo telefone 188.

Por meio do número, pessoas que sofrem de ansiedade, depressão ou que correm risco de cometer suicídio conversam com voluntários da instituição e são aconselhados. Antes, o serviço era cobrado e prestado por meio do 141.

A ligação gratuita para o CVV começou a ser implantada em Santa Maria (RS), há quatro anos, após o incêndio na boate Kiss, que matou 242 jovens. O centro existe há 55 anos e tem mais de 2 mil voluntários atuando na prevenção ao suicídio. A assistência também é prestada pessoalmente, por e-mail ou chat.

Fonte: https://bhaz.com.br/2020/01/08/multidao-louvor-homem-desiste/