quinta-feira, 29 de agosto de 2019

O suicídio entre agentes da segurança pública em dois estados brasileiros

São Paulo e Ceará lideram casos de suicídio de agentes da segurança pública

Levantamento sobre suicídio de policiais identificou aumento de 140% nos casos de 2017 para 2018; das 67 vítimas no ano passado, 50 eram militares

 

O suicídio de agentes da segurança pública em todo o país aumentou 140% de 2017, quando houve 28 casos, para 2018, quando o número chegou a 67. O levantamento foi divulgado nesta terça-feira (27/8) pelo GEPeSP (Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção) e engloba profissionais da Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Também houve aumento do número de homicídios seguidos de suicídio: em 2017, eles representavam 8% do total e no ano passado chegaram a 16%.

Em números absolutos, São Paulo e Ceará são os estados onde aconteceram mais casos em 2018: 15 e 9, respectivamente. Com relação ao chamado comportamento suicida, ou seja, se considerarmos as tentativas de suicídio, Rio de Janeiro ultrapassa o Ceará com 13 casos, sendo 4 consumados e 9 tentados.

Os militares são as maiores vítimas, correspondendo a 50 casos. Desses, 80% envolviam praças (17 soldados, 15 sargentos e 9 cabos). Alagoas é o estado com maior taxa de suicídio de PMs, com 5 mortes a cada 10 mil policiais. “Esse dado nos ensina que precisamos analisar com cautela a magnitude das mortes por suicídio entre policiais, considerando a variação das taxas segundo o tamanho da população”, alerta Dayse Miranda, doutora em Ciência Política, professora e pesquisadora na área de Violência e Políticas Públicas, e coordenadora do GEPeSP. Mato Grosso do Sul apresentou taxa de 3,4 mortes a cada 10 mil policiais e o Ceará chegou a 3,3.

A base de dados do GEPeSP é inédita e traz recortes bastante específicos, como por exemplo, o perfil do agente de segurança pública que se suicida – homens, 75% são casados e com média de idade de 39 anos -, locais onde mais acontecem essas mortes, – em casa durante a folga – e o meio mais utilizado que é arma de fogo, que aparece em 52 dos 67 casos.

“Nós fizemos esse levantamento com informações que os pesquisadores que compõem o grupo coletaram junto a categoria. A nossa intenção é lançar luz em um assunto tão urgente e provocar esse debate sobre como as estatísticas são falhas quando falamos sobre o tema, que ainda é um tabu, infelizmente. E são números que podem nos trazer possibilidades de criar políticas públicas no sentido de reduzir esse cenário alarmante”, explica Dayse Miranda.

Um estudo da Ouvidoria das Polícias de São Paulo divulgado em fevereiro deste ano já apontava uma tendência desse aumento observado nacionalmente. Na ocasião, a Ponte conversou com uma voluntária do CVV* (Centro de Valorização à Vida), que trabalha na prevenção do suicídio, e ela destacou a constante exposição da policial à violência e a cobrança de um alto rendimento em situações como essa como possíveis gatilhos.

“Existe a pessoa militar e existe a pessoa por trás da farda. Fora daquele papel tem um ser humano com fragilidades, angústias e dores. Por muitas vezes, a sociedade espera que ele seja um super-humano forte o tempo todo. Quanto mais se exige dessa pessoa ter autossuficiência, mais as fragilidades a atingem”, explicou a voluntária Elaine Macedo.

No boletim do GEPeSP há também a apresentação de um modelo multifatorial que problematiza justamente as razões para que alguém tire a própria vida e sinaliza justamente a “vitimização direta ou indireta” do agente da segurança. “Há estudos que apontam o estresse pós-traumático em pessoas submetidas à violência. O suicídio é o ponto final muitas vezes de um quadro que vem se arrastando, se somando a uma série de outras coisas. O policial quando vai para a rua sabe das ameaças. Mas ainda assim não está livre disso e é obrigado a lidar com a morte, com o risco para ele, com a perda de um colega em alguma situação”, explica Dayse Miranda, coordenadora do GEPeSP.

O boletim aponta seis fatores motivacionais que mais foram citados nos casos: problemas de saúde mental (10), conflitos conjugais e de relacionamento amoroso (4), relacionamento interpessoal na família (4), consumo abusivo de álcool (2), humilhações verbais por colegas e superiores (2) e envolvimento criminal (1). “Esses dados devem ser analisados com cautela. Mas de 50% do total de 53 suicídios declarados não apresentaram motivações. O quantitativo apresentado é constituído por múltiplas respostas. Um caso pode apresentar mais de uma motivação. Há casos de suicídio em que a vítima estava sofrendo de depressão, mas também trazia em seus relatos experiências de humilhações verbais cometidas por seus superiores segundo familiares e amigos”, aponta estudo.

Em texto para o portal de notícias Yahoo, em março deste ano, Martel Alexandre del Colle, 28 anos, policial militar e hoje aspirante a Oficial da PM do Paraná, faz um relato que expressa com exatidão alguns aspectos trazidos pelo estudo. Martel conta como uma série de frustrações diante de uma estrutura engessada, perseguições, sabotagens vindas de dentro da corporação diante de tentativas de realizar um trabalho honesto, fizeram com que ele decidisse se matar. Foi o apoio da família que o impediu.

“Fui para o hospital da polícia e de lá fui para um internamento que durou 40 dias. Se eu tinha alguma dúvida de que a minha luta estava certa, ela acabou dentro do hospital. Lá encontrei muitos policiais emocionalmente destruídos por terem sido o policial ideal. Alguns contavam dos batismos que, basicamente, são execuções que eles tiveram de realizar como forma de teste quando eram novos na polícia. Segundo eles, era necessário ir até uma favela e matar alguém para mostrar que eles seriam policiais de coragem. Outros policiais estavam com a família destruída. De tanto fazerem coisas de que se arrependem e voltarem para casa sem poder contar nada”, diz trecho do depoimento.

*O atendimento do CVV é gratuito pelo telefone 188 e também on-line pelo portal do CVV.

Fonte: https://ponte.org/sao-paulo-e-ceara-lideram-casos-de-suicidio-de-agentes-da-seguranca-publica/

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Prevenção do suicídio junto aos policiais civis no Paraná

Projeto visa prevenir suicídio de Policiais Civis no Paraná


Pressão constante e poucas horas de sono estão entre os agentes causadores do problema

 

Assessoria (26 agosto 2019)

De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo e a depressão está se tornando a doença do século, tendo como reflexo índices alarmantes no Brasil, que representam um suicídio a cada 46 minutos. Apesar de o problema atingir diversas áreas, os médicos e policiais são os principais afetados, já que suas funções envolvem, muitas vezes, a privação de sono, a pressão constante do trabalho e a necessidade de atenção constante.

Para o policial, o problema se agrava ainda mais com a dificuldade de externalização do problema. De acordo com o coordenador do curso de Psicologia da Universidade Positivo, Raphael Di Lascio, a tendência é de que esses profissionais não demonstrem sinais do que sentem. “Normalmente eles se fecham, escondem e disfarçam o que estão sentindo, pois acham que pode ser interpretado como fraqueza”, explica.

Com foco na prevenção do suicídio entre profissionais da Polícia Civil do Paraná (PCPR), a instituição firmou uma parceria com a Universidade Positivo, visando trabalhar um programa que apoie e colabore com a atenção e os cuidados psicológicos dos policiais. “Estamos fazendo um levantamento e mapeando todas unidades do estado para podermos conhecer e verificar se existe algum sinal comum, visando entender os principais problemas de comportamento que eles enfrentam, para então definirmos estratégias de prevenção e ação para poder ajudá-los”, conta Di Lascio.

Para a PCPR, a união significa um avanço no bem-estar dos colaboradores. “A Polícia Civil do Paraná tem, acima de tudo, o dever de cuidar dos seus policiais e essa parceria garantirá sustentação ao servidor visando a prevenção de problemas psicológicos decorrentes do estresse causado pela atividade”, declarou o delegado-geral Silvio Jacob Rockembach.

Além disso, o projeto prevê: a criação de uma rede de apoio com profissionais da psicologia e psiquiatria, nas várias cidades do estado, visando ficar mais acessível e a disposição do policial que necessite, também montar protocolos e processos de prevenção e intervenção, criar cartazes e uma cartilha de ajuda, além de realizar orientações e palestras sobre o tema. Outro ponto destacado por Di Lascio é a importância da valorização dos amigos e da família nesse processo. “Muitas vezes só eles percebem o sofrimento e a angústia do profissional, então devem apoiar e incentivá-lo a procurar ajuda de profissionais. Isso é essencial para o bom resultado de um tratamento e prevenção”, finaliza.

Fonte: www.clickparana.com/noticia/23899/projeto-visa-prevenir-suicidio-de-policiais-civis-no-parana.html

Secretário quer programa de combate à depressão

O evento reuniu cerca de 500 profissionais das áreas da saúde, educação, assistência social e de política sobre drogas e proteção à comunidade


A sociedade tem demonstrado crescente dificuldade para lidar com o sofrimento, preferindo anestesiar a dor. Somente enfrentando algum tipo de problema com droga já são pelo menos 35 milhões de pessoas no mundo. Remédios, automutilação e até mesmo a opção por acabar com a própria vida estão entre os caminhos encontrados por uma grande parcela de pessoas para amenizar o martírio, que é também questão de saúde pública. Essas questões nortearam a discussão ontem (21), no auditório da Unipar em Cascavel.

O evento reuniu cerca de 500 profissionais das áreas da saúde, educação, assistência social e de política sobre drogas e proteção à comunidade, além da rede privada, que refletiram novas formas de trabalho e busca de novos subsídios para olhar para o público com o qual atuam, podendo oferecer novas possibilidades para uma vida melhor ou menos dolorosa.

“Gosto de números, de índices, de estatísticas, e fiquei feliz ao constatar que no primeiro quadrimestre de 2019 foi registrado em Cascavel redução de 38% no número de internamentos psiquiátricos, índice que revela não apenas a quantidade, mas a qualidade do serviço intersetorial que é prestado na cidade. Por outro lado, ontem [terça-feira], num período de apenas quatro horas, notei que ainda estamos muito vulneráveis e precisamos avançar, e esses encontros vêm fortalecer nossos profissionais de saúde e servidores que atuam com seres humanos para nos ajudar a promover uma saúde mental melhor na rede”, disse o secretário de Saúde, Thiago Stefanello, ao relatar a perda de um amigo por suicídio e pelo menos três situações que o Consamu registrou na terça-feira (20) e que retratam a atual realidade que os profissionais precisam enfrentar.

Casos alarmantes


O secretário Thiago Stefanello contou que em apenas quatro horas o diretor do Consamu lhe informou cinco casos alarmantes de surtos psicóticos, dentre eles um adolescente de 14 anos tentando suicídio; um jovem de 22 anos que ingeriu dose exagerada de medicamentos com a mesma intenção, e um adulto de 39 anos encontrado numa lata de lixo. “Situações tristes e lamentáveis que demandam fortalecimento dos profissionais e da rede”.

Desafio


Diante dessa situação, Stefanello lançou o desafio de criar em Cascavel um programa-piloto de combate à depressão para que seja apresentado no próximo mês, quando se realiza o Setembro Amarelo, dedicado à prevenção do suicídio: “Vamos amadurecer a ideia, já nos reunir com a equipe na próxima semana e, quem sabe, possamos ser modelo para o Paraná e para o Brasil no tratamento dessa doença tão devastadora, lembrando que o encontro de hoje [ontem] já é uma forma de preparação ao Setembro Amarelo”.

1.475 tentativas de suicídio


No período 2015 a 2019, a Vigilância Epidemiológica de Cascavel notificou 1.558 casos de violência autoprovocada: tentativa de suicídio, automutilação, autoenvenenamento. Desses, 1.475 são tentativas de suicídio e 81 casos de automutilação, conforme apresentado no encontro Saúde

Fonte: https://oparana.com.br/noticia/secretario-quer-programa-de-combate-a-depressao/

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Na Paraíba: fluxograma de procedimentos padronizados para as ações de prevenção, assistência e posvenção em situações e tentativa de suicídio

Nota técnica orienta sobre prevenção ao suicídio

Redação (14 agosto 2019)
 
Serviços de saúde da atenção básica, especializados e hospitalares deverão adotar um fluxograma de procedimentos padronizados
Entrou em vigência, na última sexta-feira (9/8/2019), a Nota Técnica Conjunta número 01/2019, que orienta ações de prevenção, assistência e posvenção em situações de suicídio e tentativa de suicídio.
Com isso, serviços de saúde da atenção básica, especializados e hospitalares, assim como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Instituto de Polícia Científica (IPC) deverão adotar um fluxograma de procedimentos padronizados e ações sobre o assunto. Veja aqui a nota na íntegra.

Um dos objetivos da medida também é combater a subnotificação dos casos. Por isso, os serviços deverão fazer a notificação compulsória dos pacientes vítimas de suicídio ou que tentaram suicídio. As secretarias também deverão, através de seus serviços, desenvolver ações específicas para atender pessoas que tentaram o suicídio, seus familiares e parentes de vítimas de suicídios.

Principais orientações da nota técnica


1. Os serviços de saúde, as instituições educacionais e repartições públicas e privadas devem realizar campanhas nos veículos de comunicação e nas redes sociais, informando sobre os locais de suporte às tentativas de suicídio;

2. A Atenção Básica deve implementar atividades de prevenção, em parceria com a Rede de Atenção Psicossocial, intensificando a temática do suicídio nas ações de matriciamento e busca ativa, a fim de acompanhar pessoas que tentaram suicídio e seus familiares;

3. As instituições de ensino superior, públicas e privadas, de saúde e área afins deverão realizar estudos e pesquisas e disseminar informações acerca da temática que visem a prevenção, em conjunto com setores da sociedade civil;

4. Estado e Município deverão promover a educação permanente e a sensibilização dos profissionais de saúde que lidam com a demanda;
  
5. Os profissionais deverão realizar avaliações e intervenções assertivas e cuidadosas, compreendendo a pessoa de forma integral, devendo o seu acolhimento ser realizado com respeito, sem constrangimentos, julgamentos, atitudes ou colocações psicofóbicas, inclusive as de viés religioso;
  
6. O Instituto de Polícia Científica, através do Núcleo de Medicina e Odontologia legal, deverá sensibilizar sua equipe para informar aos familiares de vítimas de suicídio os serviços disponíveis na rede de acolhimento e a existência de grupos de apoio;
 
7. O Estado da Paraíba deverá fomentar capacitação técnica aos profissionais de segurança pública para atuar em situações de emergência envolvendo tentativa de suicídio;
   
8. O Estado da Paraíba deverá fomentar ações preventivas de cuidado aos profissionais de segurança pública que atuem diretamente na assistência a pessoas envolvidas em casos de suicídio;
   
9. O Estado e os municípios deverão criar um fluxo de atendimento para vítimas de tentativa de suicídio, bem como garantir sua execução e divulgação, em consonância com os preceitos estabelecidos pelo SUS;
   
10. Os serviços envolvidos no atendimento aos casos de suicídio, após o acolhimento inicial, deverão realizar os devidos encaminhamentos, garantindo a referência e contrarreferência, a fim de acompanhar o percurso dos pacientes na rede de saúde;
   
11. A Diretoria de Provimento da Operadora Unimed-JP deverá realizar um programa de prevenção, alertando os clientes acerca de sinais de comportamentos suicidas, como forma de prevenir as tentativas de suicídio, a exemplo de palestras, divulgações nas mídias sociais, portais e boletos de pagamento das mensalidades do plano de saúde.

O texto foi elaborado pelos Ministérios Públicos do Estado e Federal (MPPB e MPF, respectivamente), pela Secretaria de Saúde da Paraíba (SES-PB); Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa; pelo Conselho dos Secretários Municipais de Saúde (Cosems), por gestores de serviços de saúde e de segurança e por profissionais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
A nota foi elaborada em função da complexidade do fenômeno e do aumento dos casos de suicídio e tentativa em todo o Estado, o que requer a organização de uma rede de apoio formada por diversos serviços.

“Trata-se de um marco importante na prevenção do suicídio e na assistência às vítimas e familiares. A nota técnica conjunta visa orientar os gestores de serviços de saúde e todos os profissionais de saúde envolvidos numa situação como essa (médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, odontólogos e outros”, disse a promotora de Justiça de Defesa da Saúde de João Pessoa, Jovana Tabosa, que participou de todo o processo de elaboração da nota técnica.

Fonte: https://portalcorreio.com.br/nota-tecnica-orienta-sobre-prevencao-ao-suicidio/

Suicídio entre os jovens: dramas que se multiplicam...

Suicídio entre jovens: "Ele se despediu de todo mundo e ninguém acreditou"...

Luiza Souto, Universa (23 agosto 2019)

A filha da frentista Ceumi Bender, 31, tentou se matar no ano passado, aos 13 anos. O sobrinho da professora de português *Carolina da Silva, 32, vinha avisando que tiraria a própria vida desde os 6 anos. E o fez, aos 15.

"Desde muito novo, ele falava: 'Tia, a minha vida é ruim demais, não tem sentido viver'", diz *Carolina, que vive em Belo Horizonte (MG) e pediu para não ter seu nome identificado.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta o suicídio como a segunda principal causa de morte de pessoas entre 15 e 29 anos. No Brasil, os casos aumentaram 65%, entre pessoas com idade de 10 a 14 anos, e 45% na faixa de 15 a 19 anos, de 2000 a 2015. A informação, com dados do Ministério da Saúde, é da última edição do Mapa da Violência, publicada em 2017.

O tema volta às rodas de conversa nesta sexta (23), com a estreia da terceira temporada da série americana "13 Reasons Why", da Netflix. O programa gerou polêmica desde a estreia, em 2017, já que a trama gira em torno das razões que levaram a adolescente Hannah Baker (Katherine Langford) a cometer suicídio. Um estudo divulgado recentemente nos Estados Unidos apontou um pico no número de jovens americanos que tiram a própria vida nos 30 dias seguintes ao lançamento da série. Diante de uma série de críticas, em junho, a Netflix decidiu remover imagens explícitas da primeira temporada, que mostram como a personagem principal se mata.

Em um manual de prevenção ao suicídio, a OMS (Organização Mundial da Saúde) orienta profissionais de saúde a evitar descrições detalhadas dos métodos usados. Eles podem servir de gatilho para quem está em sofrimento emocional. A frentista Ceumi Bender acredita que de tanto olhar tutoriais sobre como se matar --sim, isso existe na internet-- sua única filha decidiu tomar uma atitude extrema.

 "Começou com afastamento" 


A filha de Ceumi cresceu em Francisco Beltrão (PR), sem a presença do pai. A família se separou quando ela tinha cinco anos. No início de 2018, lembra Ceumi, a menina que gostava de se maquiar e cozinhar se afastou da família e dos amigos e mal falava com as pessoas. A mãe logo descobriu feridas em seu braço e a levou a uma psicóloga. A filha disse que fazia isso porque andava irritada e prometeu não se machucar mais.

Na mesma época, a adolescente decidiu que queria ter mais contato com o pai e pediu para morar um tempo na casa dele, em Santa Catarina. Ceumi fala que a experiência não durou nem três meses. A menina voltou mais magra e triste:

"Ela reclamava que o pai era duro, a obrigava a comer toda a comida do prato ainda que não quisesse, e lhe tirou o celular. E chegou a falar para o avô que tinha vontade de morrer porque ninguém gostava dela".

A garota voltou para casa em julho. Crismou-se na Igreja Católica num domingo. Na quarta seguinte, passou o dia inteiro ao celular, e Ceumi decidiu que iria pedir o aparelho e a senha da filha para vasculhar tudo. Faria isso no dia seguinte. Antes de dormirem, comeram pipoca. Pela manhã, a encontrou inconsciente:

"Depois que tudo aconteceu, vi que ela entrava em sites que ensinavam métodos de suicídio. E outras imagens de adolescentes feridos, compartilhando automutilação. Não tive coragem de assistir a tudo"


A adolescente ficou duas semanas em coma induzido. Ao todo, passou 40 dias internada. Saiu com a fala e os movimentos de braços e pernas prejudicados. Levou oito meses para voltar a andar. Também não se recorda de muitos momentos da vida, incluindo os do dia da tragédia.

Hoje, aos 14 anos, a garota consegue frequentar a escola, mas recebe atenção especial de uma professora auxiliar. Os amigos foram desaparecendo, e Ceumir diz que a menina sofre bullying e é constantemente chamada dos mais variados nomes devido às sequelas.

A escola, que é pública, nunca procurou a mãe para conversar sobre o que houve. Enquanto isso, a prefeitura ajuda com uma psicóloga, que as duas visitam uma vez por semana. Também oferece fisioterapia e aulas de canto e artesanato. A menina precisaria ainda de uma fonoaudióloga, que a mãe não tem condições de pagar.

As duas também se consultam com um psiquiatra: a menina toma remédio para controle de humor, e a mãe, para ansiedade. Dormem a maior parte do tempo juntas.

"Tem sido muito difícil, porque até hoje moramos na mesma casa e toda hora me lembro de tudo. Minha filha está igual a um bebê e anda muito envergonhada. Os amigos não a convidam mais para a casa deles e sinto preconceito até comigo. Falam, por exemplo, que eu deveria esconder as cicatrizes dela. Tenho muito medo que ela tente de novo. O que faço agora, e o que todo pai deveria seguir, é prestar mais atenção, pegar o celular, sentar mais junto."

Possíveis gatilhos


Numa pesquisa sobre lesões autoprovocadas por adolescentes, feita em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em 2018, a socióloga Dayse Miranda identificou o bullying e a perda trágica de um ente querido como algumas das razões que levam jovens a tentarem se matar.

A pesquisadora do Gepesp (Grupo de Estudo e Pesquisa em Suicídio e Prevenção), que surgiu de uma parceria da UERJ com a Polícia Militar do Rio, perguntou, de forma anônima, a 1.279 estudantes de 9 a 15 anos se, em algum momento, eles pensaram ou tentaram o suicídio e a automutilação. Do total, 288 responderam "sim" para uma dessas situações. Uma parte deles tentou se matar (12%). Outros praticaram automutilações sem intenção suicida (8%) ou tiveram pensamentos suicidas (3%).

Duque de Caxias tem uma das maiores taxas de homicídios do estado do Rio de Janeiro, segundo o Atlas da Violência. E a pesquisa mostra justamente que o sofrimento emocional da maioria desses jovens está diretamente ligado a esse cenário.

"Esses jovens têm um problema muito grande com a violência doméstica e com a morte. Ver corpos, ter contato com a violência faz parte do dia a dia deles", diz Dayse.

Mas ela destaca que esses gatilhos são característicos desse grupo ao qual teve acesso. É muito difícil chegar a um padrão quando falamos no problema da juventude em geral.

"O gatilho da pessoa de Caxias não é o mesmo do jovem do Leblon, na zona sul, embora a dor da depressão seja a mesma. O que dispara o sofrimento varia segundo o grupo socioeconômico e cultural."

Falta de amparo do poder público


Na série da Netflix, por exemplo, a personagem Hannah não vivia num local violento, marcado por tiroteios, mas enfrentou bullying, rejeição e estupro. A crise amorosa está entre os fatores mais citados por jovens na pesquisa de Dayse, porque, ela diz, o adolescente tem muita dificuldade em lidar com o rompimento:

"Entrevistei uma menina que, aos quatro anos, perdeu o irmão. Ela desenvolveu sintomas de estresse pós- traumático, mas nunca foi tratada. Quando ficou grávida, aos 13, foi abandonada pelo namorado e começou a se automutilar".


A pesquisa serviu de piloto para um programa que visa habilitar pessoas na prevenção de violências autoprovocadas no ambiente escolar. O problema, diz a pesquisadora, é a falta de amparo do poder público.

"A família que tem um jovem passando por problemas emocionais precisa fazer parte de um plano de prevenção. Mas, quando o aluno tiver uma crise, por exemplo, mandamos para onde? Caxias não tem medicamento, nem psiquiatra."

"Precisamos ouvi-los mais"


A escola pública onde o sobrinho da professora de português *Carolina da Silva estudou não soube lidar com os rompantes de agressão do adolescente, nas palavras dela. Ele se matou em abril, aos 15 anos.

A vida do garoto foi marcada por violência e abandono: a mãe o entregou à avó paterna quando ele tinha nove meses de vida. O pai o visitava e o agredia às vezes.

Carolina morava no fundo da casa onde o adolescente vivia. Ela descreve o menino como uma pessoa carente demais, e que carregava uma tristeza muito grande por não ter uma mãe. A mulher, viciada em drogas, aparecia para visitá-lo, às vezes, quando estava sóbria.

Na escola e na rua, o garoto era agressivo. Batia e apanhava dos colegas do sexto ano. Passou então a ver um psicólogo. Por isso, acabou sendo chamado de louco e estranho pelos colegas. Quando ele revidava o bullying, os professores colocavam o garoto de castigo.

Em casa, a avó tirava o celular e os jogos eletrônicos para tentar corrigi-lo, enquanto a tia buscava dar conselhos, animá-lo.

"Uma semana antes do suicídio, ele foi à casa de todo mundo se despedir. Beijou e abraçou a todos. Mas ninguém desconfiou". 


Carolina chora. Agora, a atenção ficou redobrada em casa. Ela tem um casal de filhos adolescentes. "A gente hoje vive tão refém de redes sociais e do trabalho que esquece um pouco da casa, da família. Passei a dar mais atenção para meu filho, a perguntar como ele está se sentindo. Na escola, quando peço para os alunos escreverem uma redação, muitos relatam violência doméstica e eu encaminho à direção da escola. Precisamos ouvi-los mais."

Em vídeo comovente, mãe, pai e filha (Aline Oliveira) contam tentativa de suicídio da adolescente.
Em vídeo comovente, mãe, pai e filha contam tentativa de suicídio da menina... - Veja mais em https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/08/23/sao-muitas-as-razoes-para-o-suicidio-disse-que-faria-e-ninguem-acreditou.htm?cmpid=copiaecola
Em vídeo comovente, mãe, pai e filha contam tentativa de suicídio da menina... - Veja mais em https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/08/23/sao-muitas-as-razoes-para-o-suicidio-disse-que-faria-e-ninguem-acreditou.htm?cmpid=copiaecola
vídeo comovente, mãe, pai e filha contam tentativa de suicídio da menina... - Veja mais em https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/08/23/sao-muitas-as-razoes-para-o-suicidio-disse-que-faria-e-ninguem-acreditou.htm?cmpid=copiaecola

Para pedir ajuda, o Ministério da Saúde oferece o serviço de ligações para o CVV (Centro de Valorização da Vida), que auxilia na prevenção do suicídio e dá atenção a pessoas que sofrem de ansiedade e depressão. Para falar com um voluntário treinado para esse tipo de situação, basta discar o número 188 pelo telefone. A assistência também é prestada pessoalmente, por e-mail ou chat no site (cvv.org.br).

Fonte: www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/08/23/sao-muitas-as-razoes-para-o-suicidio-disse-que-faria-e-ninguem-acreditou.htm

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Prevenção do suicídio entre os batistas no Mato Grosso do Sul: bom modelo a ser seguido!

Dentro da igreja, psiquiatra mostra que suicídio não é “falta de Deus”

Thailla Torres (14 agosto 2019)

Com as redes sociais e os ânimos fervendo toda vez que surge uma notícia sobre suicídio, fica claro o quanto é necessário do papel da sociedade em relação saúde mental. Mas as pessoas também têm demonstrado um desconhecimento sobre o assunto quando colocam a “falta de Deus” como razão para o suicídio.

Na contramão disso, o Seminário Batista Sul-Mato-Grossense, instituição de formação de teólogos, abriu as portas da 4ª Igreja Batista para falar abertamente sobre o tema, durante a semana acadêmica promovida pela instituição.

4ª Igreja Batista para falar abertamente sobre o tema sem tabus

Nos bancos da igreja, mais de 150 pessoas assistiram atentas a palestra do psiquiatra André Veras que foi enfático em dizer que o suicídio é um problema de saúde pública. “Que na maioria dos casos, do ponto de vista médico, tem como razão a depressão, transtornos de humor, uso de substâncias, transtornos psicóticos e sofrimentos diante das relações sociais”.

O médico esclareceu que o suicídio ou a tentativa dele não deve ser atribuído a uma única causa. “Há uma série de fatores no histórico da pessoa que levam ao suicídio, por isso, é preciso avaliação, cuidado e prevenção”, esclareceu.

Existem fatores desencadeantes, como desesperança, impulsividade, isolamento social e falta de um sentido na vida, comum, especialmente, entre os jovens que vivem conflitos com laços familiares, de orientação sexual, de identidade e gênero.

O mais grave, segundo o médico, é que os casos de suicídio têm se revelado mais cedo, “entre pessoas de 10 a 25 anos, ou seja, crianças estão tirando e querendo a própria vida”, explica. O índice também alto em idosos, especialmente, que têm doenças crônicas ou intratáveis que, perdem amigos e companheiros de vida.

Para quem diariamente é alimentado com as ocorrências trágicas ou tem algum conhecido que já tentou o suicídio, o psiquiatra lembra que ninguém deve culpar, mas sim ajudar. “É preciso discutir o suicídio desprovido de tabus, esses tabus são construídos pelos nossos rituais sociais, mas o suicídio está bastante presente. Essa ocorrência habitualmente trágica gera um profundo entristecimento ao redor, que frequentemente é traumático”, diz. Do ponto de vista médico e psiquiátrico “não se pode mais negligenciar”.

O suicídio não pode se tornar um segredo entre a família e nem ficar isolado das pessoas ao redor. “Qualquer percepção de sofrimento precisa ser falada. É preciso perguntar ao outro de forma clara sobre o suicídio, mas com a conotação de que há preocupação e não julgamentos”.

Entre as medidas de prevenção, além do diálogo e relações sociais saudáveis, a principal é o diagnóstico e tratamento médico, mas para isso, é necessário um aumento acesso aos profissionais da saúde.

Dentro disso, profissionais, acadêmicos, docentes e a própria comunidade, podem trabalhar juntas na prevenção da dor e sofrimento. “Precisamos realizar ações que transformem a vida do outro, que promove integração social e bem-estar”, explica. Como se faz isso? “Com ações de esporte, lazer, ativismo, conforto, socialização e trabalho, por exemplo”.

Ponto de vista religioso – Para quem não é religioso e está cansado de ouvir e ler por aí que a vontade de morrer tem a ver somente com a fé, a palestra soa como alento, ainda que do ponto de vista teológico, muitos afirmem que a pessoa comete suicídio “porque perdeu a esperança em Deus”.

Pastor e diretor do Seminário Batista Sul-Mato-Grossense, Paulo José da Silva contou no púlpito que passou a trabalhar na prevenção do suicídio há décadas, quando houve aumento número de mortes de indígenas na região de Dourados. Para ele, hoje, o assunto é ainda mais importante com o número crescente de suicídio entre crianças e adolescentes.

O pastor afirmou que a instituição é de uma denominação antiga e conservadora, que preza o ensino religioso como algo importantíssimo na formação do caráter, mas que não são simplesmente religiosos, “são seres humanos e devem tratar o ser humano como um todo”, diz. “É o que chamamos de missão integral da igreja, é cuidar do ser humano e olhar para todas as necessidades”.

Eles seguem a linha de pensamento de que o homem é feito de corpo (físico), alma (psique) e espírito (Deus). “Para nós o suicídio pode advir de uma dessas questões. Então, na abordagem teológica, o homem se suicida quando perde todas as esperanças, inclusive, a esperança em Deus. Mas a gente entende que não é só falta de Deus, pode ser por um problema espiritual, psicológico ou patológico. Como para nós qualquer uma das três pode levar ao suicídio, esse assunto é importante e resolvemos falar sobre ele de forma aberta, para todos, independente da religião”, afirma.

Ajuda - Em Campo Grande, o Grupo Amor Vida (GAV) presta um serviço gratuito de apoio emocional a pessoas em crise através dos telefones (67) 3383-4112, (67) 9.9266-6560 (Claro) e (67) 9.9644-4141 (Vivo), todos sem identificador de chamadas. Ligue sempre que precisar!

Horário de funcionamento das 7:00 às 23:00, inclusive sábados, domingos e feriados. Informações também pelo site.

Fonte: www.campograndenews.com.br/lado-b/faz-bem/dentro-da-igreja-psiquiatra-mostra-que-suicidio-nao-e-falta-de-deus



quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Criado protocolo de prevenção ao suicídio em Foz do Iguaçu

Unioeste auxilia em protocolo de prevenção ao suicídio

A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) do campus de Foz do Iguaçu, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMMA), desenvolveram um fluxograma de processos para o atendimento da idealização e tentativa de suicídio. O diagrama conta com novos fluxos para atendimentos e manejo de pacientes dentro da rede pública.

A intenção é melhorar o atendimento da saúde pública aos pacientes com intenções de suicídio e a vítimas de autoextermínio. De acordo com dados epidemiológicos do suicídio, mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida por ano no mundo, sendo a segunda maior causa de mortes em jovens de 15 a 29 anos. No Brasil, são 11 mil óbitos por ano.

Por isso, a iniciativa dos novos protocolos busca garantir encaminhamentos adequados, utilizando a política correta para a prevenção do suicídio. Isso surgiu a partir de um projeto de extensão sobre o tema, coordenado pela professora Dra. Elis Maria Teixeira Palma Priotto, que é professora da Unioeste do curso de Enfermagem, e após a apresentação do projeto, recebeu o apoio do Secretário Municipal de Saúde de Foz do Iguaçu, Nilton Bobato.

De acordo com a professora, a integração entre as equipes de saúde é fundamental. “Essa é a fase de debates dos itens do protocolo que estudamos no projeto de extensão, e foi muito bom discutir com os profissionais da rede que atuam na ponta e conhecem os fluxos dos atendimentos, realizamos várias pesquisas junto aos alunos dentro do projeto e houve a necessidade da formalização de um protocolo para o devido encaminhamento dos pacientes atendidos e internados por tentativa de suicídio ou ideação suicida”, conta Elis.

A proposta foi apresentada e debatida em um encontro realizado no último dia de julho, no auditório da Vigilância Sanitária de Foz. Participaram as equipes das Diretorias de Assistência Especializada, Atenção Básica, Urgência e Emergência, Vigilância Sanitária e Epidemiológica, Samu, Hospital Municipal, Assistência Social e o curso de Enfermagem da Unioeste.

Fonte: www.radioculturafoz.com.br/2019/08/19/unioeste-auxilia-em-protocolo-de-prevencao-ao-suicidio/

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Risco de suicídio - orientações importantes!

Risco de suicídio: prevenção, como identificar e onde buscar ajuda

A comunicação precisa pode ajudar a salvar vidas e evitar o sofrimento de muitas famílias


Catraca Livre (24 julho 2019)

O suicídio é considerado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública, complexo, multifacetado e de múltiplas determinações, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero.

Todos os anos, cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). No Brasil, uma pessoa morre por suicídio a cada hora, enquanto outras três tentaram se matar sem sucesso no mesmo período.

Fique atento aos sinais! Um dos falsos mitos sociais em torno do suicídio é que a pessoa que tem a intenção de tirar a própria vida não avisa, não fala sobre isso

O assunto é tão complexo que muitas pessoas evitam falar a respeito, o que nem sempre é a melhor decisão. Um problema dessa magnitude não pode ser negligenciado, pois sabe-se que o suicídio pode ser prevenido.

Uma comunicação correta, responsável e ética é uma ferramenta importante para evitar o efeito contágio.

Qual seria essa forma? Vamos listar alguns sinais de alerta de pessoas em risco e onde procurar ajuda nesses casos.

Formas de prevenção

Um dos falsos mitos sociais em torno do suicídio é que a pessoa que tem a intenção de tirar a própria vida não avisa, não dá pistas. Isso não é verdade e devemos considerar seriamente todos os sinais de alerta que podem indicar que a pessoa está pensando em suicidar-se.

Saber reconhecê-los em você ou em alguém próximo é o primeiro e o mais importante passo. Por isso, sempre fique de olho no seguinte:

Problemas de conduta ou manifestações verbais

Se alguém está, pelo menos, há duas semanas com conduta ou manifestações verbais referentes à suicídio, fique de olho! Essas manifestações não devem ser interpretadas como ameaças nem como chantagens emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real.

Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança

As pessoas sob risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio mais do que o comum, confessam se sentir sem esperanças, culpadas, com falta de autoestima e têm visão negativa de sua vida e futuro. Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbal ou por meio de desenhos.

Atenção: não há uma “receita” para detectar seguramente uma crise suicida em uma pessoa próxima, mas a sua ajuda é fundamental!

Expressão de ideias ou de intenções suicidas

Fique atento para comentários do tipo “vou desaparecer”, “vou deixar vocês em paz”, “eu queria poder dormir e nunca mais acordar”, “é inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar” e outros relacionados. Às vezes esse tipo de fala passa desapercebido por membros da família e amigos.

Isolamento

As pessoas com pensamentos suicidas podem muitas vezes se isolar, não atendendo a telefonemas, interagindo menos nas redes sociais, ficando em casa ou fechadas em seus quartos, reduzindo ou cancelando todas as atividades sociais, principalmente aquelas que costumavam e gostavam de socializar.

Outros fatores

Exposição ao agrotóxico, perda de emprego, crises políticas e econômicas, discriminação homofóbica ou transfóbica, ataques racistas, agressões psicológicas e/ou físicas, sofrimento no trabalho, diminuição ou ausência de autocuidado, conflitos familiares, perda de um ente querido, doenças crônicas, dolorosas e/ou incapacitantes, entre outros podem ser fatores que vulnerabilizam, ainda que não possam ser considerados como
determinantes para o suicídio.

Lembre-se também que não há “receita” que detecte seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise suicida, nem se tem algum tipo de tendência suicida. Mas é sempre bom ficar atento, conversar e procurar ajuda!

O que fazer sob risco de suicídio

Ajudando alguém Se você identificou em alguém próximo sinais de comportamento suicida, encontre um momento apropriado e um lugar calmo para falar sobre suicídio com essa pessoa. Faça a perceber que você está ali para ouvir e ofereça seu apoio.

É importante também que você a incentive a procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público. É legal você se oferecer para para acompanhá-la a um atendimento. Assim ela ficará mais confortável e terá menos receio.

Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência e entre em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa.

Se a pessoa com quem você está preocupado vive com você, assegure-se de que ela não tenha acesso a meios para provocar a própria morte (por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa.

Fique em contato para acompanhar como a pessoa está passando e o que está fazendo.

Pensar em acabar com a própria vida pode ser insuportável e muito difícil, e você pode não conseguir enxergar uma saída. Mas existe ajuda disponível!

Primeiramente, é muito importante conversar com alguém que você confie. Não hesite em pedir ajuda! Você pode precisar de alguém que te acompanhe e te auxilie a entrar em contato com os serviços de suporte.

Lembre-se que quando pede ajuda, você tem o direito de ser respeitado e levado a sério, ter o seu sofrimento levado em consideração, falar em privacidade com as pessoas sobre você mesmo e sua situação, ser escutado e ser encorajado a se recuperar.

Onde buscar ajuda para prevenir o suicídio?

Há algumas possibilidades de auxílio nesse momento:

CAPS
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) nas suas diferentes modalidades são pontos de atenção estratégicos da RAPS: serviços de saúde de caráter aberto e comunitário constituído por equipe multiprofissional e que atua sobre a ótica interdisciplinar e realiza prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, em sua área territorial, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial e são substitutivos ao modelo asilar.

Unidades Básicas de Saúde
A Unidade Básica de Saúde (UBS) é o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde. É instalada perto de onde as pessoas moram, trabalham, estudam e vivem e, com isso, desempenha um papel central na garantia de acesso à população a uma atenção à saúde de qualidade.

UPA 24H

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) faz parte da Rede de Atenção às Urgências. O objetivo é concentrar os atendimentos de saúde de complexidade intermediária, compondo uma rede organizada em conjunto com a atenção básica, atenção hospitalar, atenção domiciliar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192.

Centro de Valorização da Vida

O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, email, chat e voip 24 horas todos os dias. A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular.

Também é possível acessar o site do CVV para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre ligação gratuita, ou conferir aqui os postos de atendimento.

Ajuda psicológica gratuita

Universidades públicas e particulares no Brasil que possuem em sua grade o curso de Psicologia normalmente possuem atendimento psicológico gratuito para a comunidade. Há profissionais particulares que oferecem cotas de atendimento psicológico social para pessoas em situações financeiras vulneráveis.

Fonte: https://catracalivre.com.br/saude-bem-estar/prevencao-suicidio/

UEPG Abraça: inclusão e acolhimento em atendimento psicossocial


Programa da UEPG zera fila por atendimentos psicossociais

Todas as pessoas que esperavam atendimento psicossocial na Universidade Estadual de Ponta Grossa foram chamadas para atendimento no programa UEPG Abraça. Este é um dos dados do relatório semestral das atividades do programa apresentado à reitoria. Entre fevereiro e julho de 2019, foram 489 atendimentos psicossociais, além dos grupos terapêuticos e eventos.

Como conta a coordenadora do programa, professora Lara Messias Floriano, este resultado era um dos objetivos iniciais do programa. "Queríamos primeiro chamar a todos que esperavam pelo atendimento; agora, podemos desenvolver ainda mais ações voltadas ao acompanhamento da saúde mental dos acadêmicos, professores e servidores da universidade", projeta.

Uma dessas ações é o evento "UEPG Abraça na Prevenção do Suicídio", que acontece na terça, 20, no Grande Auditório do Campus Central. O evento conta com palestras e debates sobre a prevenção e posvenção do suicídio, saúde mental dos acadêmicos e enfrentamento à violência autoprovocada. As inscrições estão abertas, pelo site.

"O projeto não é só o atendimento, mas também pesquisa e relatos de caso, para que outras instituições também se espelhem nas ações de sucesso", destaca a assistente social Amanda de Mello Silva Rodrigues, integrante do projeto.

Como funciona o UEPG Abraça

O UEPG Abraça é voltado para o acolhimento e acompanhamento psicossocial da comunidade da UEPG (acadêmicos, professores e servidores) e funciona desde novembro de 2018, no espaço próprio do programa no Campus Uvaranas (anexo à Farmácia Escola) e no ambulatório de saúde do Campus Central. O atendimento acontece as 8h às 19h e é realizado por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais de enfermagem, serviço social, psicologia e psiquiatria (este último, em caso de encaminhamento para uso de medicação). "O aluno, técnico ou professor pode nos procurar diretamente no Programa, que fica no subsolo da Farmácia Escola, em frente ao Bloco M, no Campus Uvaranas", orienta a professora Lara.

Além dos atendimentos individuais, também são realizados grupos terapêuticos, destinados a diversos públicos. Há grupos para controle da ansiedade e depressão; voltados aos pós-graduandos; atividades de bem-estar e relaxamento; rodas de conversa com os servidores do Hospital Universitário; grupos para LGBTS; atendimento voltado para profissionais da enfermagem; para residentes multiprofissionais da área da saúde; e atividades para servidores em seus campos de serviço.

A equipe do UEPG Abraça está disponível para informações no telefone (42) 2102-8659, WhatsApp (42) 9.9141-8937, e-mail (prog.uepgabraca@gmail.com) ou nos locais de atendimento.

Fonte: www.diariodoscampos.com.br/noticia/programa-da-uepg-zera-fila-por-atendimentos-psicossociais

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Ação de prevenção do suicídio em escola de Manaus-AM: alunos unidos em favor da vida!

Estudantes espalham mensagens de esperança em escola para prevenir suicídio

Pedro Sousa (7 agosto 2019)

A tragédia da perda de um colega uniu estudantes da Escola Estadual Sant’Ana, em Manaus, em atividades que levam esperança e incentivo

O mês de julho de 2019 mudou o modo de pensar dos alunos da Escola Estadual Sant’Ana, localizada na avenida André Araújo, bairro Petrópolis. No dia 16, os jovens estudantes receberam a triste notícia de que um de seus colegas havia tirado a própria vida. Em meio à tristeza, uma luz de esperança se espalhou pela escola e hoje, 22 dias após a tragédia, mensagens de incentivo feitas pelos próprios estudantes decoram as paredes das salas de aulas e banheiros do local.

“Receber a notícia de que um dos nossos alunos havia tirado a própria vida foi sem dúvidas um ‘baque’ muito forte em todos nós da escola. Apesar da perda de um dos nossos alunos queridos, resolvemos buscar o melhor em tudo isso para podermos continuar e seguir em frente”, disse o professor de Inglês, Caio Jobim.

O professor Caio gere o Clube do Livro da escola Sant’Ana, que integra ao menos 40 alunos em atividades que incentivam o hábito da leitura entre estudantes do Ensino Médio. Adiada devido ao luto pelo estudante, que frequentava o clube, a primeira atividade do grupo teve um significado diferenciado.

“De certa forma isso uniu os estudantes. No primeiro dia de aula do clube, nos inspiramos em uma ação de estudantes do Distrito Federal, e cada um dos alunos do clube escreveu bons pensamentos e palavras de esperança e incentivo que ficaram expostas na parede da sala do clube”, comentou o professor.

Mensagens de incentivo decoram as paredes do Clube do Livro, na Escola Estadual San'Ana. Foto: Junio Matos

Esperança que contagia

A participação na atividade foi tanta que logo algo que era de dentro do Clube do Livro, já havia se expandido para outros cantos da escola. Os banheiros masculinos e femininos também foram inundados de mensagens em papéis escritos a lápis, caneta, grafismo, colagem ou desenhos, que disseminaram esperança aos que liam.

“Nós havíamos utilizado a página da escola para emitir uma declaração de luto. Após aquele momento de surpresa geral, poder ver a união dos alunos em prol de uma boa mensagem foi algo sem igual. Enquanto os alunos do projeto do Clube do Livro realizavam a atividade em sala de aula, diversas alunas e alunos do turno matutino decoravam os banheiros com as mensagens de incentivo”, explicou o gestor da escola Sant’Ana, Júlio Viana.


Atividade do Clube do Livro também foi parar em outras partes do colégio. Foto: Junio Mato

Surpresa e superação

Para a estudante Adriele Nunes, de 17 anos, a ação após a perda do colega muda a realidade de quem lê e, também, de quem escreve as mensagens. “Fazer a atividade das mensagens de incentivo significou bastante para nós, já que existem inúmeras pessoas que possuem baixa autoestima e não confiam no seu corpo, nem na sua imagem. Pessoas com problemas, assim, podem chegar na escola e se deparar com esses bilhetes de esperança que, apesar de simples, podem fazer a diferença para eles e para nós mesmos”, destacou a aluna do 3º ano do Ensino Médio.

Já para Fabiana Peres, também de 17 anos e aluna do 3º ano do Ensino Médio na escola, é preciso ter uma grande atenção com possíveis problemas que jovens na idade dela possam estar passando.

“Acho que tudo isso que aconteceu na escola deixou a gente mais alerta com o outro. Somos todos jovens na escola e é uma época em que coisas confusas acontecem e que não conseguimos entender imediatamente. Os bilhetes e as mensagens, apesar de simples, nos ajudam a olhar para o outro, acho que deixa as pessoas mais tranquilas e confiantes, faz com que percebam que não estão sozinhos”, disse Fabiana.

Problema grave

Segundo dados da Organização Panamericana de Saúde (Opas), a cada ano, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida e um número maior ainda de indivíduos tenta suicídio. A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece o suicídio como uma prioridade de saúde pública.

Cada suicídio é uma tragédia que afeta famílias, comunidades e países inteiros e tem efeitos duradouros sobre as pessoas deixadas para trás. O suicídio foi a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo, no ano de 2016

Seduc inaugura Núcleo de Atenção Psicossocial Escolar

Para intensificar ações de prevenção, intervenção e promoção da saúde mental na comunidade escolar, a Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc-AM) inaugurou, no dia 8 de julho, a Coordenação de Atenção Psicossocial do Escolar (Capse).

Segundo a Seduc, a Coordenação era uma necessidade antiga para um melhor desenvolvimento humano, rendimento e sucesso escolar. Questões familiares, depressivas, uso de drogas e outros tipos de violência serão abordadas pelo grupo.

A atuação do núcleo será por meio de palestras, rodas de conversa, representações teatrais e outras ações educativas compõem a estratégia contínua da equipe da Capse para trabalhar a prevenção à violência nas escolas. A nova coordenação será responsável, ainda, por alinhar ações entre os psicólogos e assistentes sociais das coordenadorias.

Os alunos, pais ou responsáveis que quiserem realizar pedidos de ajuda, denúncias e sugestões ao Capse podem enviar um e-mail para o endereço eletrônico psicossocial@seduc.net. Segundo a Secretaria, a caixa de entrada dos e-mails são revisadas diversas vezes ao dia para garantir que nenhum passe despercebido.

Disque 188

O Ministério da Saúde disponibiliza em todo o Brasil o acesso gratuito ao serviço de ligações para o Centro de Valorização da Vida (CVV), que auxilia na prevenção do suicídio e dá atenção a pessoas que sofrem de ansiedade e depressão.

Para conseguir falar com algum voluntário treinado para esses tipos de situações, basta discar o número 188 pelo telefone. A assistência também é prestada pessoalmente, por e-mail ou chat.

Fonte: www.acritica.com/channels/manaus/news/estudantes-do-am-decoram-escola-com-mensagens-de-incentivo-e-esperanca

domingo, 4 de agosto de 2019

Foz do Iguaçu lança novos procedimentos, em rede, na prevenção de suicídio

Secretaria de Saúde e Unioeste desenvolvem programa para prevenção ao suicídio

Será criado um fluxograma de processos para o atendimento da ideação e tentativa de suicídio.


A Secretaria Municipal de Saúde (SMMA) e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) desenvolvem, pela primeira vez, um fluxograma de processos para o atendimento da ideação e tentativa de suicídio. O diagrama conterá os novos fluxos para o atendimento e manejo dos pacientes em toda a rede pública. 

A proposta foi apresentada e debatida em um encontro realizado na tarde de ontem, quarta-feira, 31, no auditório da Vigilância Sanitária. Participaram as equipes das Diretorias de Assistência Especializada, Atenção Básica, Urgência e Emergência, Vigilância Sanitária e Epidemiológica, Samu, Hospital Municipal, Assistência Social e o curso de Enfermagem da Unioeste.

O foco é aperfeiçoar o atendimento da rede à pacientes com ideação de suicídio e vítimas de autoextermínio. O fluxograma, com os novos protocolos, contribuirá para garantir os encaminhamentos adequados dos pacientes na rede pública. A política é fundamental para prevenção do suicídio.

“É muito importante para que os profissionais possam compreender os processos e os devidos encaminhamentos dos pacientes atendidos. Temos um alto índice de procura por ideação e tentativa de suicídio. Neste semestre, o Hospital Municipal registrou mais de 100 pacientes internados por intoxicação exógena ou automutilação”, contou a chefe de Divisão de Saúde Mental, Guaraci Lopes.

Iniciativa

A iniciativa surgiu a partir de um projeto de extensão sobre o tema, coordenado pela Professora Doutora do curso de enfermagem da Unioeste Elis Maria Teixeira Palma Priotto, e recebeu apoio do Secretário Municipal de Saúde, Nilton Bobato.

“Realizamos várias pesquisas junto aos alunos dentro do projeto e houve a necessidade da formalização de um protocolo para o devido encaminhamento dos pacientes atendidos e internados por tentativa de suicídio ou ideação suicida”, informou Elis.

De acordo com ela, a reunião com as equipes de saúde integra um cronograma estipulado pelo convênio entre a Secretaria Municipal de Saúde e a Unioeste. “Essa é a fase de debates dos itens do protocolo que estudamos no projeto de extensão, e foi muito bom discutir com os profissionais da rede que atuam na ponta e conhecem os fluxos dos atendimentos”. 

Capacitação

Conforme o cronograma, a próxima etapa será o lançamento do fluxograma, previsto para setembro e na sequência, a capacitação dos profissionais da rede pública de saúde para o atendimento aos novos fluxos.

Números

De acordo com dados epidemiológicos do suicídio, mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida por ano no mundo, sendo a segunda maior causa de mortes em jovens de 15 a 29 anos. No Brasil, são 11 mil óbitos por ano.  Conforme pesquisas, cerca de 90% das vítimas possuíam algum tipo de transtorno mental. Em Foz do Iguaçu, foram notificadas 166 tentativas de suicídios e quatro óbitos em 2019. O maior índice nos últimos dez anos aconteceu em 2012, quando ocorreram 16 mortes.

A rede pública de saúde atua de portas abertas para o atendimento da ideação e tentativa de suicídio nas UBS, Caps e nas UPAS. Atualmente, o atendimento no HM é feito via regulação do Samu.

Fonte: www.radioculturafoz.com.br/2019/08/01/secretaria-de-saude-e-unioeste-desenvolvem-programa-para-prevencao-ao-suicidio/