quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Prevenção ao suicídio: Comissão da OAB Piauí promove Roda de Conversa em apoio à Campanha do Setembro Amarelo

(29 de agosto de 2022)

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Piauí, por meio da Comissão de Liberdade Religiosa, promoverá no dia 6 de setembro, às 16h, uma roda de conversa sobre a prevenção ao suicídio. O evento acontece em apoio à Campanha do Setembro Amarelo e será realizado no auditório da Seccional.

Jamylle Alencar, presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB Piauí, declara que o objetivo das palestras é esclarecer ao público de que forma a religião pode ser um dos fatores que ajudam na prevenção do suicídio.

“É de grande importância que a OAB, à luz do ordenamento jurídico brasileiro e dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos, realize esse tipo de evento. O diálogo em torno da prevenção e da pósvenção ao suicídio ainda é tímido no nosso Estado e deve ser incentivado em todas as camadas da sociedade. A religião é formadora da cultura de um povo e esperamos trazer luz sobre o tema apresentando um pouco sobre de que forma a religião pode contribuir na prevenção ao suicídio no nosso Estado”, acrescenta a advogada.

Confira a programação

Mediadora: Jamylle Torres Viana de Alencar Leite Lima
Advogada. Conselheira Federal da OAB. Presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB Piauí. Vice-Presidente da Comissão Nacional de Liberdade Religiosa do Conselho Federal da OAB. Mestre em Educação (UFPI). Pós-graduada em Direito Público e em Direito Privado (UFPI). Conselheira Estadual da OAB Piauí (2019-2021). Vice-Presidente da Comissão de Direito à Educação da OAB Piauí (2020-2021). Secretária Adjunta da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB Piauí (2020-2021).

Palestrantes

Hamilton Ayres Mendes Lima Junior
Advogado. Conselheiro Seccional da OAB/PI. Membro do Tribunal de Ética da OAB/PI. Catequista.

Maria Luísa de Sá Barbosa
Advogada. Membro da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB Piauí.

Cintya Veronica de Sá Corrêa Aires Santos
Advogada. Psicóloga em formação (Unichristus). Extensionista no Programa de Apoio à Vida (PRAVIDA). Pós-graduada em Direito Público e em Direito Privado (UFPI). Pós-graduada em Ciência Política (FAR).

Pai Luiz de Oxossi (Luiz Antônio De Moura Silva)
Membro titular da Articulação Nacional de Povos de Matriz Africanas e Ameríndia (ANPMA-BRASIL). Pedagogo. Presidente da Associação Beneficente Amigos de Todos (ASBAMTO). Presidente do Conselho Municipal de Juventude de Teresina. Ex-Conselheiro Estadual de Saúde. Ex-Chefe de Gabinete da Secretaria de Esporte e Lazer (SEMEL). Ex-Administrador do Complexo Esportivo José Pôncio Filho (Parentão). Dirigente do Congá de São Sebastião.

José de Ribamar Tourinho
Médico e Psicoterapeuta Reencarnacionista Kardecista. Possui mais de 15 mil sessões realizadas nos 30 anos de atividade como psicoterapeuta usando a técnica da regressão de memória.

Igor Feliciano Simplício Revoredo
Presidente da Estaca Teresina Brasil Horto de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Diretor do Instituto de Religião Teresina e Coordenador do Seminário e Instituto Teresina. Serviu como missionário de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, na Missão Brasil Maceió, nos estados de Alagoas e Sergipe.

Marcos Sobrinho De Souza Maia
Formado em Teologia pela Faculdade Adventista da Bahia. Pós-graduado em Psicologia da Família pela Faculdade Adventista da Bahia. Pastor Missionário em São Tomé e Príncipe – África (2015/2017). Diretor de Publicações e Liberdade Religiosa da Missão Piauiense da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD).

Leonardo Melo de Oliveira
Pastor da Igreja Presbiteriana do Jóquei.

Fonte: www.oabpi.org.br/prevencao-ao-suicidio-comissao-da-oab-piaui-promove-roda-de-conversa-em-apoio-a-campanha-do-setembro-amarelo/

Com apoio do TikTok, Instituto Vita Alere lança o Mapa da Tecnologia para estimular o uso saudável da internet

Tuane Silva (30 agosto 2022) 

"A segurança da nossa comunidade é uma prioridade para o TikTok", conta Handemba Mutana dos Santos, diretor do TikTok For Good no Brasil

O Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio inaugura, com apoio do TikTok, o Centro de Pesquisa e Inovação em Tecnologia, Saúde Mental e Suicidologia, com sede em São Paulo, e lança o Mapa da Tecnologia.

O mapa fica vinculado ao website do Mapa da Saúde Mental do Instituto Vita Alere e oferece um mapeamento nacional de iniciativas de educação e apoio tecnológico relacionadas ao uso saudável da internet, bem-estar on-line, saúde mental nas plataformas e outros temas. Essa iniciativa também conta com o apoio do TikTok. 

O Mapa da Tecnologia tem uma biblioteca digital de folhetos e manuais que foram produzidos sobre esses temas, e explica o funcionamento de canais de ajuda e denúncia de institutos e plataformas. A parceria entre o TikTok e o Instituto Vita Alere tem oferecido conteúdos e campanhas sobre saúde mental e prevenção do suicídio de forma ética e responsável.

“A segurança da nossa comunidade é uma prioridade para o TikTok, e sabemos da importância de trabalharmos com parceiros tão renomados como o Instituto Vita Alere para construirmos cada vez mais um ambiente acolhedor para todos. Além disso, o Instituto vem contribuindo de diversas formas: possui uma conta (@vitaalere) educativa na plataforma, ajuda nossos times a melhorar inúmeras iniciativas e possui ações que contribuem para desenvolver um ambiente mais saudável na internet, como o centro de pesquisa. Em 2021, o instituto recebeu o prêmio ‘Agentes da Transformação’ no TikTok Awards, o que mostra a importância e o impacto desta parceria para a empresa”, explica Handemba Mutana dos Santos, diretor do TikTok For Good no Brasil.
“Essa parceria foi fundamental para o desenvolvimento e a criação de ações inovadoras voltadas para a promoção da saúde mental e a prevenção do suicídio, unindo diferentes áreas com o foco na ciência, na pesquisa, na ajuda e no uso saudável e seguro das tecnologias”, completa a Dra. Karen Scavacini, CEO do Instituto Vita Alere.

Karen Scavacini é Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP. A psicóloga é a responsável pela coordenação do Instituto Vita Alere e é coordenadora técnica do Centro de Pesquisa do Vita Alere. A equipe inicial do instituto é composta por três psicólogas: Francine Queluz, Jéssica Souza Silva e Bárbara Lorena e Silva Alves. O Mapa da Tecnologia tem coordenação de Milena Reis.

O Centro de Pesquisa é composto por três linhas de pesquisa: ‘Saúde Mental, Tecnologia e Bem-estar digital entre crianças e adolescentes’; ‘Bem-estar, comunicação e relações digitais’, e ‘Suicidologia e tecnologia’.

OBS.: como acréscimo desta matéria, segue o link das cartilhas divulgadas pelo Mapa da Saúde Mental, serviço oferecido pelo Vita Alere. 

Fonte: https://mercadizar.com/sociedade/com-apoio-do-tiktok-instituto-vita-alere-lanca-o-mapa-da-tecnologia-para-estimular-o-uso-saudavel-da-internet/

terça-feira, 30 de agosto de 2022

Evento virtual com certificado: oportunidade para alunos do ensino superior!

Live que vai debater prevenção do suicídio está com inscrições abertas

O Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho da Justiça do Trabalho (Programa Trabalho Seguro) vai promover, no dia 9 de setembro (terça-feira), uma live para marcar o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. A transmissão ao vivo será realizada às 10h, no no YouTube.

As inscrições já estão abertas e as pessoas inscritas que participarem do evento receberão certificado com carga horária de 2 horas.

Palestrantes 

 

A pós-doutoranda em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), professora Nubia Elizabette de Jesus Paula, irá apresentar o painel “Racismo Estrutural e Mercado de Trabalho”. Também participa da live o professor titular no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e na Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Roberto Heloani, que irá abordar o tema "Suicídio no trabalho. O que o assédio tem a ver com isso?".

A live também contará com a participação do presidente do Tribunal Superior do Trabalho e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ministro Emmanoel Pereira, com a coordenadora do programa, ministra Delaíde Miranda, e com o diretor do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Assessores e Servidores do Tribunal Superior do Trabalho (CEFAST) ministro do TST, Breno Medeiros.

Setembro Amarelo

O dia 10 de setembro foi escolhido como Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. A data foi criada pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e tem o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) criaram a campanha “Setembro Amarelo”.

Segundo essas entidades, cerca de 14 mil pessoas tiram a própria vida por ano no país, e esse número chega a um milhão de pessoas em todo o mundo. Especialistas apontam as doenças mentais e o uso de substâncias como as causas para as pessoas cometerem o suicídio.

Com o objetivo de informar a sociedade sobre o tema, a ABP e CFM produziram a cartilha “Suicídio: Informando para prevenir”.

Precisa de ajuda?

 

Caso esteja precisando de um suporte, existem diversas entidades de amparo e prevenção do suicidio no Brasil. O Centro de Valorização da Vida (CVV), por exemplo, realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária e gratuita pessoas que querem e precisam conversar.

Os contatos com o CVV mantêm sigilo e podem ser feitos pelo telefone 188 (24 horas e sem custo de ligação) ou pelo site www.cvv.org.br (por chat e e-mail).

A instituição participou da força tarefa que elaborou a Política Nacional de Prevenção do Suicídio, do Ministério da Saúde. O CVV mantém com o Ministério da Saúde um termo de cooperação para a implantação de uma linha gratuita nacional de prevenção do suicídio.

Fonte: www.trt21.jus.br/noticias/noticia/live-que-vai-debater-prevencao-do-suicidio-esta-com-inscricoes-abertas

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Setembro Amarelo: confira a programação de atividades de promoção à saúde mental de estudantes e servidores

Samara Avelar (22 Agosto 2022)

Diversas atividades destinadas à prevenção do suicídio serão realizadas pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) nos próximos dias. A campanha Setembro Amarelo tem início no dia 31/8 e contará com rodas de conversa e oficinas voltadas para a promoção da saúde mental de estudantes e servidores. As inscrições para as atividades podem ser feitas pelo SIG.

O Setembro Amarelo na UFLA é uma iniciativa do Núcleo de Saúde Mental da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (NSM/Praec) e do Núcleo de Atenção à Saúde do Servidor da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (NAS/ Progepe), com apoio da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS).

Confira a programação e participe!

31/08, às 14h30 - Roda de Conversa sobre desequilíbrios mentais e suicídio com médico do trabalho, psicólogo e psiquiatra.
Local: Palco do Centro de Convivência.

1º/9, às 15h30 - Oficina "Dançar a Vida", ministrada pela docente Priscila Valim Rogatto
Local: Centro de Cultura (salão do subsolo 1)

2/9, às 9h - Oficina "Autohipnose e Controle Emocional", ministrada pelo docente Rodrigo Ferreira de Moura
Local: Anfiteatro do Departamento de Medicina

5/9, às 19h - Palestra "Despertar para FloreSER: a importância de olhar para si", ministrada pela psicóloga Helaine Silva Borges
Palestra On-line

8/9, às 15h30 - Oficina "Jiu Jitsu: equilíbrio da mente e corpo", ministrada pelo docente Rubens Antônio Gurgel
Local: Sala de Lutas do Departamento de Educação Física

9/9, às 9h - Oficina "Auriculoterapia - direto ao ponto: ansiedade e estresse", ministrada pelo docente Daniel Martinez SaezLocal: Anfiteatro do Departamento de Medicina.

Fonte: https://ufla.br/noticias/institucional/15383-setembro-amarelo-confira-a-programacao-de-atividades-de-promocao-a-saude-mental-de-estudantes-e-servidores

domingo, 21 de agosto de 2022

Projeto ‘Pega Leve’ realiza simpósio sobre promoção de saúde e prevenção do suicídio

Evento será realizado entre 8 e 10 de setembro e foca no ambiente universitário. Inscrições são gratuitas e conferências serão realizadas de forma online

(19 agosto 2022)


O Projeto de Extensão ‘Pega Leve – Saúde Mental do Estudante Universitário’ realiza seu primeiro simpósio entre os dias 8 e 10 de setembro. O objetivo é refletir sobre a promoção de saúde mental e a prevenção do suicídio no ambiente universitário. O evento e aberto a qualquer interessado e será online e gratuito, com transmissão pelo Youtube, exceto a roda de conversa, atividade final do evento, que contará com o limite de 100 inscritos. As inscrições serão recebidas, por meio de formulário: https://www.even3.com.br/1simposiopegaleve, até o dia 7 de setembro. Haverá emissão de certificado para os participantes.

O evento surge como um desdobramento das ações já desenvolvidas pelos extensionistas do ‘Pega Leve’, que, desde 2018, desenvolvem uma série de atividades com o intuito de construir uma rede de promoção de saúde mental dentro do ambiente universitário. “Quando o projeto foi criado, estávamos envolvidos em uma série de atividades dentro e fora da UFRGS. As palestras sempre são bem recebidas pela comunidade universitária. Este ano estamos inovando e promovendo um simpósio online, gratuito e com alcance para todo o Brasil”, aponta Ana Margareth Bassols, professora associada do departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFRGS e coordenadora do Projeto Pega Leve.

Além da promoção de saúde mental, outro tema que será discutido é a prevenção do suicídio entre estudantes e demais membros da comunidade universitária. Segundo os organizadores, o tema ainda é pouco explorado dentro das universidades brasileiras. “Iremos aproveitar o mês de prevenção do suicídio [em setembro] para refletir sobre esse fenômeno que muitas vezes é silenciado nas rodas de conversas. Acreditamos que nosso dever enquanto estudantes e extensionistas é discutir de forma leve e com responsabilidade temas como o suicídio”, argumenta o extensionista Rômulo Tondo, membro da comissão organizadora.

Confira a programação


Dia 8 de setembro – Eixo Promoção de Saúde 

- “Ações de promoção da saúde mental: experiências de um Grupo de Pesquisa", por Daiana Foggiato de Siqueira, docente no curso de Enfermagem e no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSM;
- "Promoção de Saúde Mental na Universidade: desafios e possibilidades", por Flávia Wagner, técnica do Centro Interdisciplinar de Pesquisa e Atenção à Saúde (CIPAS) da UFRGS;
- "Sofrimento psíquico na universidade: o que faz adoecer e como enfrentar?", por Angela Helena Marin, docente no curso de Psicologia e Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRGS.

Dia 9 de setembro – Eixo Prevenção do Suicídio 

- "Estratégias para prevenir o suicídio", por Ives Cavalcante Passos, docente no curso de Medicina e no PPG em Psiquiatria e Ciências do Comportamento e coordenador do Programa de Residência Médica em Psiquiatria do HCPA;
- “O que sabemos sobre o impacto das campanhas de prevenção de suicídio?”, por Pedro Vieira da Silva Magalhães, docente no curso de Medicina e no PPG em Psiquiatria e Ciências do Comportamento;
- “Como os fatores institucionais podem atuar frente a cultura de prevenção ao suicídio no ambiente acadêmico”, por Simone Hauck, docente no curso de Medicina e no PPG em Psiquiatria e Ciências do Comportamento, e Daniel Arenas, mestre em Psiquiatria e Ciências do Comportamento.

Dia 10 de setembro - Roda de Conversa Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio – 60 anos do Centro de Valorização da Vida (CVV) - Voluntários do CVV Porto Alegre

Sobre o projeto de extensão

O ‘Pega Leve’ é um projeto de extensão vinculado à Faculdade de Medicina da UFRGS, que tem como principal objetivo criar uma rede de identificação e encaminhamento adequado de estudantes em risco, além de visibilizar a questão da saúde mental na universidade. Atualmente, o projeto conta com extensionistas de graduação e de pós-graduação de diferentes cursos da UFRGS e outras universidades públicas e privadas do Rio Grande do Sul.

Fonte: www.ufrgs.br/ufrgs/noticias/projeto-2018pega-leve2019-realiza-simposio-sobre-promocao-de-saude-e-prevencao-do-suicidio

'Nem covarde, nem herói': livro aborda luto de quem perde ente por suicídio

(18 agosto 2022)

"Escrevi com o intuito de ser um livro leve". A declaração da autora pode causar surpresa quando a gente sabe que o livro "Nem covarde, nem herói: amor e recomeço diante de uma perda por suicídio", lançado esta semana pela Editora Gulliver, é sobre o suicídio. E não qualquer suicídio, mas o do próprio marido, aos 47 anos.

A psicóloga mineira, hoje com 48 anos, tinha então 41 e um casamento feliz de 15. Decidiu contar sua história como uma declaração de amor a Marden, que ela chama de "Salabim", pai de seus dois filhos, na época com 5 e 11 anos. E também para compartilhar o que aprendeu sobre o tema que continua o maior dos tabus em torno da morte.

Depois da perda do marido, mergulhou nos estudos e se especializou em tanatologia e suicídio. Tem hoje o consultório repleto de pacientes sobreviventes, como são chamados os familiares enlutados por mortes autoimpostas, ou os autores de tentativas malsucedidas de tirar a própria vida. Sabe agora, mais que nunca, que se fala muito pouco sobre o assunto, mistificado por nos aterrorizar, o que o torna ainda mais difícil de compreender, prevenir e lidar com o rastro de dor que deixa pelo caminho.

Mas e o livro "leve"? Se pensarmos na leveza que o assunto permite, é sim leve e delicada a forma como Luciana o expressa. Não por acaso, o subtítulo fala em amor e recomeço e traz uma mensagem redentora para quem vivencia o luto por alguém amado: "Não permita que lhe roubem a história de quem morreu por suicídio". A forma da morte não pode nem deve estigmatizar quem morreu, reduzindo a pessoa ao seu gesto final. "Não é justo com quem partiu, nem com quem ficou ", diz Luciana.

Contar a sua história, como fez em seu livro, foi a maneira que encontrou de romper esse estigma. Na verdade, muitos estigmas. Como estudiosa do tema, sabe que não há uma única causa para o ato de tirar a própria vida. O suicídio é multifatorial e resultado de uma ou mais doenças mentais, que podem ou não estar diagnosticadas quando a pessoa se suicida. Quando esse conceito fica claro, muitos mitos caem por terra.

As pessoas confundem gatilhos com causa e dizem, sem pensar, que a pessoa se matou porque terminou um relacionamento amoroso, perdeu o emprego, sofreu assédio ou bullying. Ao entender que é necessária uma combinação de fatores externos e internos para provocar o sofrimento gigante que pode levar ao suicídio, muda o nosso olhar sobre quem morreu e quem ficou.

Em seu livro, Luciana conta como ela e o marido se conheceram, se apaixonaram e se casaram. Conta como ele sempre foi charmoso, gentil e divertido. Cheio de ideias criativas, amava festas, cantar e dançar. Eram os dois amorosos e presentes com os filhos e tinham os pais e muitos amigos por perto. Trabalhavam e viviam uma vida normal. Então, por quê?

Como a gente não sabe responder, julga (mal) as famílias em que ocorre um suicídio. Por total desconhecimento dos muitos meandros do adoecimento mental, imagina-se que o potencial suicida viva em um ambiente nocivo, sombrio e disfuncional. Condena-se quem estava perto, cônjuges, pais, irmãos, por negligenciar os supostos sinais de alerta. E se acusa quem tirou a própria vida de egoísta, de não pensar em quem o amava.

Todas essas suposições estão equivocadas. Famílias muito harmônicas podem estar convivendo com alguém cujo estado mental o levará a um gesto extremo. O sentimento mais comum entre os enlutados sobreviventes é o de surpresa. "Nunca poderíamos imaginar", ouço com frequência na clínica", diz Luciana. O dia da morte, como relata em seu livro, é quase sempre "um dia normal". "O dia do suicídio do meu marido foi totalmente normal, até a hora em que fui dormir. Eu vivencio casos que mostram isso: pessoas tomaram providências prosaicas como pedir um almoço e se matarem em seguida".

Isso não significa que o suicídio não foi planejado. A não ser no caso de um surto psicótico causado por uma doença como esquizofrenia, por exemplo, há um plano prévio. Mas até o momento final, não há exatamente uma hora definida. "Ela já planejou, está sofrendo demais, mas não quer morrer. Segue a vida enquanto suportar." Os tais sinais que as pessoas custam a acreditar que não foram percebidos são, na grande maioria dos casos, imperceptíveis para um leigo. "As pessoas são capazes de disfarçar muito bem e muitas vezes se recusam a pedir ajuda. Daí a importância de se cuidar sempre da saúde mental, de cuidar dos aspectos psicológicos como cuidamos dos físicos."

No caso de Marden, a partir do que aprendeu depois da sua morte, Luciana identificou algo de bipolar no seu comportamento, uma doença que ele subestimou e descuidou. "Hoje, depois de estudar o assunto, identifico nele características que o classificariam como um suicida potencial. Ele tinha o que chamamos de depressão sorridente. Sabe-se que 100% das pessoas que se suicidam tem um ou mais transtornos psicológicos. E meu marido tinha esses fatores de risco."

Entender melhor o suicídio não vai tirar a dor da perda, mas vai aliviar a culpa de quem ficou e o julgamento injusto de quem tirou a própria vida. "Outra frase que eu ouço muito no consultório é 'Como ele fez isso comigo?'. É um sentimento legítimo, que tem que ser colocado para fora, mas a verdade é que, em seu adoecimento, em que alguém só vê desesperança e dor, não há a percepção de estar fazendo mal a ninguém. A questão é que a pessoa está doente. Há uma alteração cognitiva no cérebro dela. Ela não está agindo em sã consciência. A doença mental, se não tratada, pode ter esse triste fim, sim. Da mesma forma como há outros tipos de doenças que, se não são tratadas a tempo, podem levar à morte. Por isso precisamos desmistificar a saúde mental", afirma Luciana.

"Falar sobre suicídio é tão importante que eu já cheguei a querer conscientizar todos com quem eu conversava. Do motorista do Uber à diretora da escola. Daí a importância de um programa nacional de conscientização e prevenção do suicídio. Hoje temos o Setembro Amarelo, que apesar de ser um grande passo para esse trabalho, ainda tem pontos fracos como a divulgação de informações erradas que causam mais sofrimento entre os sobreviventes. Uma dessas desinformações é a de que 90% dos suicídios poderiam ser evitados. Não é verdade. Não há nada que confirme essa estatística exagerada.

O livro "Nem Covarde, Nem Herói" ajuda a informar e quebrar tabus. A começar pelo tabu do silêncio, da vergonha, da culpa e, principalmente, da doença mental, essa sim a grande e negligenciada responsável por tantas perdas e sofrimento que poderia ser evitado.

Procure ajuda

Caso você tenha pensamentos suicidas, procure ajuda especializada como o CVV (www.cvv.org.br) e os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.

Fonte: www.uol.com.br/vivabem/colunas/vamos-falar-sobre-o-luto/2022/08/18/nem-covarde-nem-heroi---amor-e-recomeco-diante-de-uma-perda-por-suicidio.htm

Trabalhos de extensão da PUC-Campinas levam orientação sobre comportamento suicida



Realizados dentro do Projeto de Extensão “Girassóis II”, os trabalhos ofereceram para a comunidade orientações de como identificar comportamento de risco e foram destaque em Simpósio

Dois trabalhos vinculados ao Projeto de Extensão da PUC-Campinas, “Girassóis II”, sobre prevenção ao suicídio, ganharam destaque e foram apresentados no Simpósio Latino-Americano de Prevenção do Suicídio, que aconteceu durante a XXIV Jornada Mineira de Psiquiatria, entre 7 a 9 de julho, em Belo Horizonte (MG). Eles levaram à comunidade orientações para identificar o comportamento de risco.

Um deles, o “Sentinelas (gatekeeper training) em Prevenção em Suicídio para Educadores de Escola Pública de Comunidade Vulnerável”, concorreu a prêmio no evento. Trata-se de um trabalho desenvolvido para treinar esses docentes para interpretar comportamentos e ter ferramentas para dar o suporte inicial a esses jovens. Ao todo, 53 educadores participaram do trabalho, que foi desenvolvido durante oito encontros na escola, entre abril e junho deste ano. As atividades foram realizadas pelos alunos extensionistas da PUC-Campinas Pedro Henrique Fernandes Medeiros, Ana Clara Cisneros Bardelin, Isabella Silva Gonçalves e Thaís Ronchi Battaglini.

O estudante Pedro Henrique Fernandes Medeiros foi quem apresentou o projeto no simpósio. “Estar no congresso foi muito gostoso, de ter contato com diversos pesquisadores que trabalham com a temática. Foi muito bom entender como a psiquiatria está enxergando esse processo e, claro, a gente teve a oportunidade de entender muito com os psicólogos que trabalham nessa área. Deu vontade de continuar pesquisando, trabalhando, para aprender cada vez mais sobre o tema”, comenta.

O segundo deles, Sentinela em Prevenção do Comportamento Suicida em um Centro de Referência em Assistência Social (CRAS), também foi levado ao simpósio. Ele foi realizado pelas alunas extensionistas Beatriz Garcia Perondini, Laura Manzano Corrêa e Paola Longo Mantovani. Neste, foram 23 profissionais que participaram do treinamento, também feito em oito encontros. Nas reuniões, foram apresentadas informações através de vídeos e discussões.

Quem apresentou o conteúdo foi a aluna Beatriz Garcia Perondini. “Minha experiência no projeto tem sido um divisor de águas na minha formação. Poder construir conjuntamente o conhecimento com diferentes atores sociais é um privilégio. Foi uma experiência fantástica poder compartilhar com a comunidade científica nosso trabalho, aprender com eles e construir conhecimentos em uma área tão importante e relevante quanto à prevenção ao suicídio”, explica.

Um resultado importante de ambos os trabalhos é que, segundo relatórios formalizados após o término dos treinamentos, os participantes se mostraram interessados em multiplicar o conhecimento, ou seja, ampliar essa rede de apoio.

Orientação deve ajudar na identificação do comportamento de risco

Os dois trabalhos foram desenvolvidos dentro do Projeto de Extensão “Girasssóis II”, da Profa. Dra. Tatiana Slonczewski, Docente Extensionista da Faculdade de Psicologia da PUC-Campinas. Para a professora, preparar essas sentinelas na sociedade tem um papel fundamental. “Quanto mais pessoas não especialistas forem treinadas com formação suficiente para identificar as situações e saber como manejar minimamente, melhor vamos fazer a prevenção. Não é o que resolve todo tipo de problema, é óbvio, mas é uma das estratégias mais significativas e importantes que temos para levar conhecimento ao máximo de pessoas possível”, explica.

Atenção aos sinais

De acordo com a professora Tatiana Slonczewski, alguns comportamentos podem indicar uma situação que exige um olhar mais cuidadoso. Por isso, é importante que os pais fiquem atentos. “O isolamento, a mudança súbita de desempenho na escola, mudanças que não sejam explicadas por nenhum fator justificável, sinais de sofrimento, quando o jovem parece não estar vivendo a vida de uma forma prazerosa, equilibrada, sinais de que a vida está trazendo dor são fatores importantes de serem observados”, explica.

Próximos passos

O projeto de extensão “Girassóis II” segue pelos anos de 2022 e 2023 e quer ampliar a área de atuação, a fim de orientar um público ainda maior na identificação do comportamento suicida. O próximo passo é transformar o conteúdo organizado em material informativo, por meio de vídeos e até mesmo podcasts. Além disso, os pais de alunos das escolas em que os professores já receberam o treinamento devem ser os próximos beneficiados.

Com a proximidade do “Setembro Amarelo” – mês de conscientização à prevenção do suicídio – a intenção é também organizar uma campanha forte sobre o tema.

Preocupação em todo Brasil

Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2010 e 2019, o Brasil registrou 112.230 mortes por suicídio. O que preocupa é que esse número cresceu 43% entre o primeiro ano dessa medição e o último: 9.454 mortes em 2010 e 13.523 em 2019. As regiões Sul e Centro-Oeste são as que têm taxas mais altas no país.

Fonte: www.puc-campinas.edu.br/trabalhos-de-extensao-da-puc-campinas-levam-orientacao-sobre-comportamento-suicida/ 

Entidades, imprensa e profissionais da Saúde se unem para prevenção e orientação sobre suicídios em Guarapuava

“Informação Salva Vidas” reuniu imprensa 

(2 agosto 2022)

A equipe de marketing do grupo “Informação Salva Vidas” reuniu-se na manhã desta terça feira (02 de agosto), no Küster Hotel, em Guarapuava, com jornalistas e representantes de veículos de comunicação de Guarapuava e região para apresentação de ações visando a saúde mental e prevenção ao suicídio.

O encontro também visou alertar os profissionais da imprensa sobre a forma correta e responsável de noticiar casos de suicídios. A ideia foi apresentar informações técnicas para que a imprensa possa atuar como parceira do “Informação Salva Vidas”, colaborando com notícias sobre o tema, pois já foi provado que falar mais sobre suicídio – de maneira responsável – ajuda a evitá-lo.

Na ocasião, o comandante do 26º GAC, Ten Cel Rebelo apresentou a estruturação do Plano Piloto para a Saúde Mental (PPSM) que vem sendo executado pelo grupo, na Vila Concórdia. Nesse momento, abordou com a audiência os seguintes tópicos: a motivação de se criar um Plano Estratégico, a escolha do local e o prazo de execução. Além disso, comentou sucintamente sobre os Eixos Estratégicos Sustentáveis que suportam todo o plano e tratou, ainda, das ações assertivas necessárias para o atingimento do estado final desejado, que é a mitigação de 70% do índice de suicídios na área focal até novembro do corrente ano.

Em seguida, o médico psiquiatra José Cleber Feliciano Ferreira, vice-presidente da Associação Paranaense de Psiquiatria (APPSIQ), apresentou informações sobre depressão e suicídio no Brasil e no mundo e explicou de que forma é possível ajudar as pessoas que estão doentes. Ele falou também sobre a cartilha da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) que traz orientações sobre o assunto. De acordo com o psiquiatra, a cobertura jornalística responsável pode contribuir inclusive para a prevenção do suicídio, reduzindo o risco de um comportamento imitador, ajudando a modificar falsas percepções e incentivando as pessoas a procurarem ajuda.

O grupo Informação Salva Vidas foi idealizado pela Rádio T e Associação Paranaense de Psiquiatria (APPS), e conta com o apoio do 12º Grupamento de Bombeiros, 16º Batalhão de Polícia Militar, 26º Grupo de Artilharia de Campanha, Associação Brasileira de Odontologia - Regional Guarapuava (ABO), Associação Comercial e Empresarial de Guarapuava (ACIG), Câmara Municipal de Guarapuava, CCBEU Guarapuava, Colégio Lobo, Guarapuava Salvando Vidas (GSV), Hemocentro Guarapuava, Hospital de Caridade São Vicente de Paulo, Instituto Virmond, Lojas Maçônicas, Núcleo Regional de Ensino, OAB - Subseção de Guarapuava, Prefeitura Municipal de Guarapuava, Centro Universitário Campo Real, Rotary Club Guarapuava, Lagoa e Guairacá, Shopping Cidade dos Lagos, Centro de Eventos Cidade dos Lagos, Sindicato das Indústrias de Madeira de Guarapuava (Sindusmadeira), Sindicato Rural de Guarapuava, Uniguairacá, Unicentro, Festa do Soquete, Grupo de Mulheres Empreendedoras, Núcleo Regional de Ensino, Unimed Guarapuava, Colégio Estadual Visconde de Guarapuava, SESC, Associação Guarapuavana Mundo Azul – AGMA, Deputada Estadual Cristina Silvestri, Health Mind, Solar Prev, Projeto Paixão pela Vida, Paróquia Santa Cruz e Nossa Senhora das Dores, Besha Store, Grupo Superpão e Prestes Construtora. 



10 recomendações para noticiar suicídios na mídia, segundo a OMS:

- Evitar descrever o suicídio como inexplicável e esclarecer os sinais de alerta;

- Evitar glorificar ou romantizar o ato do suicídio e tentar apresentar uma história equilibrada sobre a pessoa;

- Evitar incluir o método, local ou detalhes da pessoa que faleceu e limitar as informações aos fatos que o público precisa saber;

- Evitar retratar o suicídio como uma resposta aceitável às adversidades da vida;

- Evitar títulos sensacionalistas;

- Evitar gráficos e fotografias prejudiciais;

- Evitar o uso de linguagem estigmatizante;

- Não compartilhar o conteúdo de cartas suicidas;

- Evitar citar a polícia ou as primeiras pessoas que presenciaram o ato;

- Apresentar recursos sempre que possível, como o telefone de linhas de ajuda.

Fonte: www.gmaisnoticias.com/entidades-imprensa-e-profissionais-da-saude-se-unem-para-prevencao-e-orientacao-sobre-suicidios-em-guarapuava

Como fatores socioeconômicos impactam nas taxas de suicídio no Brasil 

Daiane Borges Machado (3 agosto 2022)

Relação entre o programa nacional de transferência de renda Bolsa Família e a incidência de suicídio no Brasil: um estudo quase-experimental

Daiane Borges Machado; Elizabeth Williamson; Julia M. Pescarini; Flavia J. O. Alves; Luís F. S. Castro-de-Araujo; Maria Yury Ichihara; Laura C. Rodrigues; Ricardo Araya; Vikram Patel; Maurício L. Barreto

Área e sub-área
Saúde, Saúde mental

O suicídio é um grave problema de saúde pública global e ranqueia entre as 20 principais causas de mortalidade em todo o mundo. Considerando esse quadro, a busca por estratégias e políticas públicas que diminuam as taxas dessa fatalidade vem crescendo continuamente. Esse estudo, publicado no Plos Medicine, avaliou a relação entre fatores socioeconômicos, como a transferência de renda, e as taxas de suicídio no Brasil.

A pesquisa analisou uma coorte que compreende metade da população brasileira e analisou os impactos que a transferência de renda do programa Bolsa Família possui nas taxas de suicídio no país. Os resultados mostraram que os beneficiários do programa apresentaram menor taxa de suicídio do que os não-beneficiários, e que essa associação foi mais forte entre mulheres e indivíduos com idade entre 25 e 59 anos.

A qual pergunta a pesquisa responde?

Transferência de renda contribuí para a prevenção de suicídio?

Por que isso é relevante?

O suicídio é um grave problema de saúde pública global e ranqueia entre as 20 principais causas de mortalidade em todo o mundo. Fatores socioeconômicos têm sido consistentemente associados ao suicídio, mas há ainda evidências limitadas sobre o impacto das intervenções socioecônomicas na redução das taxas.

No Brasil a taxa é de mais de 6,1 a cada cem mil habitantes e vem constantemente crescendo nas últimas décadas, o que contraria a tendência mundial de redução das taxas.

Apesar do constante crescimento, estes são óbitos que poderiam ser evitados com a adoção de medidas eficazes de prevenção.

Resumo da pesquisa
O estudo investigou a associação entre o maior programa de transferência condicionada de renda do mundo, o Bolsa Família, e as taxas de suicídio em uma coorte que compreende 100 milhões de brasileiros. Para a execução da pesquisa, foram utilizaram dados administrativos em um período de 12 anos (2004 a 2015), que foram vinculados através de linkages (isto é, relacionamento de bases de dados) no Cidasc/Fiocruz (Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde). Para as análises foram utilizados métodos estatísticos robustos como Kernel Matching, IPTW e escores de propensão, e várias análises de sensibilidade para testar a robustez dos resultados. Foi observado que os beneficiários do programa de transferência de renda apresentaram menor taxa de suicídio do que os não-beneficiários, e que essa associação foi mais forte entre mulheres e indivíduos com idade entre 25 e 59 anos.

Quais foram as conclusões?
Observamos que o PBF (Programa Bolsa Família) esteve associado à menores taxas de suicídio, com resultados semelhantes em todas as análises de sensibilidade. Essas descobertas devem ajudar a informar os desenvolvedores de políticas públicas e as autoridades de saúde para melhor projetar estratégias de prevenção ao suicídio. Intervir nos determinantes sociais em saúde utilizando programas de transferência de renda pode ser importante para limitar as taxas de suicídio, que devem aumentar com a recessão econômica consequente à pandemia de covid-19 e à guerra na Ucrânia.

Quem deveria conhecer os seus resultados?

Pesquisadores, profissionais da área de saúde mental e gestores em saúde.

Publicado em Plos Medicine em 18/05/2022 - Para acessar clique aqui

Referências

Machado DB, Pescarini JM, LFSC de A, Barreto ML. Austerity policies in Brazil may affect violence related outcomes. Ciência Saúde Coletiva. 2019;24:4385–94. pmid:31778489

Gunnell D, Appleby L, Arensman E, Hawton K, John A, Kapur N, et al. Suicide risk and prevention during the covid-19 pandemic. Lancet Psychiatry. 2020;7:468–71. pmid:32330430

Ridley MW, Rao G, Schilbach F, Patel VH. Poverty. Depression, and Anxiety: Causal Evidence and Mechanisms. Science. 2020.

Machado DB, Rasella D, Dos Santos DN. Impact of income inequality and other social determinants on suicide rate in Brazil. PLoS ONE. 2015;10:e0124934. pmid:25928359

Alves FJO, Machado DB, Barreto ML. Effect of the Brazilian cash transfer programme on suicide rates: a longitudinal analysis of the Brazilian municipalities. Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol. 2019;54:599–606. pmid:30456426

Daiane Borges Machado é pesquisadora da Harvard Medical School e também pesquisadora associada do CIDACS/Fiocruz. É psicóloga com mestrado e doutorado em epidemiologia e saúde da população. Publicou diversas contribuições científicas, incluindo um dos trabalhos mais citados na área no Brasil (Suicídio no Brasil de 2000 a 2012), que possui 245 citações até o momento. Ela já recebeu sete bolsas e financiamentos, um prêmio de mérito à pesquisa sobre suicídio e trabalhou como especialista em saúde mental para Organizações Não-Governamentais, incluindo a PAHO/Organização Mundial Da Saúde.

Fonte: https://pp.nexojornal.com.br/academico/2022/Como-fatores-socioecon%C3%B4micos-impactam-nas-taxas-de-suic%C3%ADdio-no-Brasil

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Seminário estadual aborda campanhas de prevenção ao suicídio

Karen Scavacini destacou que as campanhas podem ajudar na conscientização e divulgação da problemática do suicídio

O Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, presidido pela Secretaria da Saúde (SES), promoveu, nesta terça-feira (9/8), a sexta edição do seminário sobre o tema. Neste ano, um dos painéis foi sobre a elaboração e cuidados quanto às campanhas que abordam o assunto e como melhor se comunicar com a população.

O Rio Grande do Sul é o estado com maior índice de suicídios no país. Em 2020, ano mais recente com os dados já fechados, houve uma média de quase quatro dessas ocorrências por dia. No mesmo ano, a cada dia ainda foi notificada uma média de mais de 22 casos de lesões autoprovocadas, que englobam situações de tentativas de suicídios e automutilações, entre outras formas.

Conforme a coordenadora da Política de Saúde Mental da SES e vice-coordenadora do Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, Marilise Fraga de Souza, a ideia de realizar o evento em agosto neste ano, antes de setembro – mês alusivo ao tema –, foi com o intuito de auxiliar os municípios na formatação de suas ações.

Para falar do assunto, participou do evento a psicóloga e psicoterapeuta Karen Scavacini, que coordena o Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio. Ela também integra a diretoria da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (Abeps) e é diretora técnica do Comissão Nacional de Abordagem Técnica à Tentativas de Suicídio (CONATTS).

Em seu painel, Karen comentou sobre o mito e o tabu que envolvem o suicídio. “Muitas pessoas ainda acham que não se deve falar abertamente do assunto, que se falar pode incentivar uma pessoa a fazer. Mas isso não é verdade, desde que o suicídio seja tratado da forma adequada, pois há ferramentas de comunicação que podem ajudar a prevenir”, esclareceu.

Karen destacou que as campanhas podem ajudar na conscientização e divulgação da problemática do suicídio, e que capacitações são importantes para ensinar as pessoas e profissionais, em particular, a lidar e tratar do assunto. “Em vez de focar nos meios e nos preconceitos, traga uma nova visão sobre o assunto, ajude na educação e no cuidado, na diminuição do tabu, e mostre que existem outras formas de resolver em vida questões difíceis, que há ajuda para o sofrimento humano e que a vida daquela pessoa importa. Falar de maneira apropriada faz diferença”, ressaltou.

Plano Estadual 2022-2025

A promoção à vida e a prevenção do suicídio são uma política pública da Secretaria da Saúde desde 2019. Como estratégia de operacionalização, foi elaborado um plano estadual, com ações necessárias a serem desenvolvidas no estado e nos municípios.

Os objetivos são promover a vida e prevenir o comportamento suicida, qualificar a vigilância das mortes por suicídio e do comportamento suicida, qualificar a informação e a comunicação sobre o fenômeno e sua disseminação e qualificar a gestão e o cuidado em todos os níveis de atenção.

O material está disponível no site da SES.

Fonte: https://estado.rs.gov.br/seminario-estadual-aborda-campanhas-de-prevencao-ao-suicidio