quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Cuidado com saúde mental precisa fazer parte de nossa cultura

Desequilíbrio mental não é sinal de fraqueza e não é preciso ter vergonha. Diga não ao preconceito! Diga sim a você! Se ame e se cuide para ser sol, assim o seu jardim viverá com muito mais cores e luz. Vamos cuidar de nossa saúde mental!

Nice Bulhões (15 janeiro 2021)  

O Janeiro Branco é uma campanha ao estilo do Outubro Rosa e do Novembro Azul. Ela busca chamar a atenção da humanidade para as questões e necessidades relacionadas à Saúde Mental e Emocional das pessoas. 

2021 está no início e as notícias esta semana sobre o colapso do sistema de saúde de Manaus por conta da Covid-19 me deixaram ansiosa e nervosa. Respirei fundo e me lembrei que estamos no Janeiro Branco, uma campanha de conscientização em prol da construção de uma cultura de saúde mental na sociedade. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ter saúde é estar em "um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a mera ausência de doença ou enfermidade".

Eu não sei você, mas me sinto bem cansada e algumas noites tenho sono superficial diante da pandemia, da crise econômica e de algumas agruras do dia a dia. Por isso, penso que não há saúde sem a saúde mental! Para saber um pouco mais sobre a importância dessa campanha, cujo lema nesta 8ª edição é "Todo Cuidado Conta", busquei me informar. Pedi ajuda à Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC).

Quem atendeu ao meu apelo por informações foi o psiquiatra Osmar Henrique Della Torre, coordenador do Departamento Científico de Psiquiatria da SMCC. No vídeo abaixo, ele fala sobre a importância dessa campanha e o que fazer diante dessa nossa impotência diante desse novo vírus, que precisa ser "nosso inimigo em comum". Friso esse trecho entre aspas dito por Osmar porque muitas pessoas continuam ainda negacionistas, deixando de fazer o uso de máscara e promovendo aglomerações.

Depressão é um transtorno mental  

Segundo texto elaborado por Ana Carolina Pegoraro Martins, psiquiatra da Assessoria Técnica de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, essa combinação de fatores, como a pandemia e desemprego, "gera aumento dos índices de violência de todos os tipos e suicídio, e é esperado um grande aumento de novos casos de transtornos mentais e agravamento de quadros pré-existentes, numa expectativa de prevalência de 1 individuo acometido a cada 5 pessoas. E grupos vulneráveis, como idosos, por exemplo, ficam mais vulneráveis." O texto dela, intitulado "Sentimentos e sintomas frequentes na pandemia - Os Impactos na Saúde Mental" pode ser acessado no site da Programa Autoestima, do governo do Estado. Clique aqui para lê-lo na íntegra.  

Minha primeira postagem no blog, em setembro de 2020, foi "Setembro amarelo, seja um sol para alguém na primavera", para falar sobre o mês mundial de prevenção do suicídio. Eu posso e quero ser o sol de muitas pessoas, como disse anteriormente. Mas, para ser esse sol a iluminar e a ajudar a florescer os meus girassóis, preciso estar bem. Para isso, preciso cuidar de minha saúde mental.

A depressão é um dos transtornos mentais que pode levar ao suicídio, que atinge mais os jovens. Uma pesquisa feita pela internet com 11.863 indivíduos por cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelou que mais da metade da população adulta do Estado de São Paulo sentiu ansiedade ou nervosismo com frequência desde que a pandemia causada pelo novo coronavírus começou.

Para 39% dos entrevistados nessa pesquisa, sentir-se triste ou deprimido passou a ser algo rotineiro durante a quarentena e quase 30%, que antes dormiam bem, começaram a enfrentar problemas de sono. Os dados foram coletados entre os dias 24 de abril e 24 de maio por meio de questionário on-line. 

Álcool e drogas usados com escapes

O Dia Mundial da Saúde Mental tem como data o dia 10 de outubro, instituído em 1992, pela Federação Mundial de Saúde Mental. Segundo matéria da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas): "Quase 1 bilhão de pessoas vive com transtorno mental, 3 milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao uso nocivo do álcool e uma pessoa morre a cada 40 segundos por suicídio. E agora, bilhões de pessoas em todo o mundo foram afetadas pela pandemia de COVID-19, que está causando um impacto adicional na saúde mental das pessoas." 

Há uma relação entre o uso do álcool e problemas emocionais. Dado comprovado pela pesquisa feita pela Unicamp, UFMG e Fiocruz: "18% dos entrevistados relataram aumento no uso de bebidas alcoólicas durante a pandemia, índice similar entre homens e mulheres (...) e o aumento do consumo de álcool também está associado aos sentimentos de tristeza e depressão e foi relatado por 24% das pessoas com esse estado de ânimo".   

Acredito que, assim como eu, você tinha expectativa de que em 2021 voltaríamos à normalidade, como se fossemos detentores do poder de virar a chave do ano, simbolicamente, é claro. O problema é que os números da Covid-19 só aumentam, o que nos empurra ainda mais para a continuidade do isolamento social, causando piora em nossa saúde mental.

Mas, o Janeiro Branco está aí para nos convidar a mudar de postura, seja mental, física e psicológica. É tempo de olharmos internamente, respirarmos profundamente e praticarmos atividade física. Neste último quesito, preciso me esmerar; confesso. Também é tempo de sermos solidários.

Uma das campanhas de que tomei conhecimento é a que busca angariar materiais de higiene pessoal para mulheres em situação de cárcere, já que estão sem visitas nesse período de pandemia. As Promotoras Legais Populares (PLPs) Cida da Terra em parceria com o Coletivo Lélia Gonzáles, o Espaço Cultural Cupinzeiro e o Coletivo Mulheres pela Justiça buscam doações para o presídio feminino de Campinas, onde, segundo as PLPs, encontram-se cerca de 330 mulheres. 

A campanha Janeiro Branco foi criada em 2014 pelo psicólogo mineiro Leonardo Abrahão. Ela objetiva colocar em evidência na sociedade dois temas: a saúde mental e a saúde emocional, e combater o preconceito relacionado aos transtornos mentais democratizando a informação sobre a saúde mental. Faz alusão ao início do ano, considerando janeiro como uma "página em branco" para ser preenchida com novas metas, objetivando o bem-estar da saúde mental. 


Nice Bulhões é jornalista, disléxica e mãe azul. Pantaneira, nasceu em Corumbá (MS) e mora em Campinas (SP) há mais de 20 anos. Passou por redações de jornais impressos nos dois estados e atualmente faz assessoria de imprensa. No blog, trata de assuntos referentes a todas as formas de inclusão.

Fonte: www.acidadeon.com/circuitodasaguas/blogs/alma-inclusiva/BLOG,0,0,1574761,cuidado-com-saude-mental-precisa-fazer-parte-de-nossa-cultura.aspx


sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Maud Angelica, da Casa Real da Noruega, transforma luto em luta a favor da saúde e da prevenção do suicídio

Maud Angelica, filha da princesa Martha Louise da Noruega e de Ari Behn, recorda o pai um ano após a morte do escritor

Maud Angelica é a filha mais velha da princesa Martha Louise da Noruega e do seu ex-marido, Ari Behn, e no último ano tem-se dedicado a uma causa muito especial. Aos 17 anos, – e após a morte do pai, que se suicidou no dia de Natal, em 2019 -, Maud tem falado abertamente sobre saúde mental e sobre a importância de pedir ajuda.

Recentemente, a jovem partilhou com os seus seguidores nas redes sociais um texto no qual recorda o pai, pouco mais de um ano após a morte deste. “Talvez fosse estranho se eu não falasse disto, portanto vou falar. 25 de dezembro já passou, o que significa que já passou mais de um ano desde que o meu pai se suicidou e eu quero falar publicamente sobre o meu luto para ajudar outros e, com sorte, ajudar na prevenção do suicídio”, começou por escrever Maud.

“Mas também não quero partilhar sempre como me estou a sentir. Preciso de manter algumas coisas privadas, por isso não tenho falado muito disso em público”, continuou, agradecendo depois as mensagens que tem recebido ao longo deste último ano.

De recordar que no funeral de Ari Behn, Maud fez um discurso emotivo, no qual falou sobre saúde mental, o que lhe valeu o prêmio Psiquiatria de Emergência 2020.

Fonte: https://caras.sapo.pt/realeza/2021-01-13-maud-angelica-filha-da-princesa-martha-louise-da-noruega-e-de-ari-behn-recorda-o-pai-um-ano-apos-a-morte-do-escritor/

O novo projeto de Maud, a filha mais velha da princesa Martha Louise, com o qual presta homenagem ao pai

Há poucas semanas a filha mais velha da princesa Martha Louise, Maud Angelica, foi eleita “a mulher mais forte da Noruega do ano 2020”, por uma revista local. A jovem de 17 anos foi também premiada este ano pelo seu emotivo discurso sobre a importância da saúde mental, palavras que pronunciou durante o funeral do sei pai, o escritor Ari Behn, que se suicidou no passado Dia de Natal.

Martha Louise divulgou nas suas redes sociais o último projeto em que a filha está envolvida, precisamente sobre o tema da saúde mental. Trata-se de uma campanha que visa prevenir o suicídio. “Há algo importante que quero dizer a qualquer pessoa que esteja a pensar em tirar a própria vida. Podes ter ajuda. As coisas podem melhorar. Há muita gente que te pode ajudar. Todos neste mundo merecem amor e alegria, tu também”, começa por dizer Maud, no vídeo partilhado pela princesa.

Nunca penses que é melhor se te fores embora. Posso garantir que isso não é verdade. Não tenhas vergonha de pedir ajuda, fá-lo. E não faz mal perguntar a alguém se precisa de ajuda. Há sempre uma saída. Falar sobre isso pode salvar vidas”, concluiu Maud na sua intervenção.   

Nos últimos meses Maud tem trabalhado com a Helse Vest (Autoridade Regional de Saúde da Noruega), pela qual dá agora a cara, alertando para a importância de cuidar da saúde mental e incentivando todos os que pensam e suicídio a pedir ajuda.

Font: https://caras.sapo.pt/realeza/2020-12-11-o-novo-projeto-de-maud-a-filha-mais-velha-da-princesa-martha-louise-com-o-qual-presta-homenagem-ao-pai/


quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Brasília dá passo importante para disseminar, em rede, a prevenção do suicídio

Secretaria de Saúde do DF cria comitê de prevenção ao suicídio


Grupo deve acompanhar e elaborar políticas públicas de combate ao problema na capital. Portaria que prevê criação da entidade foi publicada no Diário Oficial do DF desta quarta-feira (6).


A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) criou o Comitê Permanente de Prevenção ao Suicídio. A ideia do projeto é monitorar e criar ações de combate ao autoextermínio na capital.

A medida, publicada no Diário Oficial do DF na quarta-feira (6), afirma que o comitê vai "elaborar, coordenar, acompanhar e avaliar as ações previstas no Plano Distrital de Prevenção do Suicídio 2020-2023". O documento, que também foi produzido pela pasta, prevê a implementação de políticas públicas relacionadas ao tema.

O grupo será composto por oito membros e deve ter representantes de hospitais da capital e de outros órgãos vinculados à Secretaria de Saúde, como o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Segundo a portaria, o comitê deve acompanhar dados de notificações de suicídios tentados e consumados no DF e elaborar documentos técnicos, como notas e protocolos que orientem as ações de prevenção.

O grupo também vai se articular com outras secretarias do governo do DF e entidades da sociedade, como a mídia, liderança comunitárias e agentes políticos, para que ações de combate ao suicídio sejam desenvolvidas.

Segundo a publicação do DODF, os membros deverão se reunir mensalmente. O comitê deve funcionar até 2023, quando a permanência dele será reavaliada.

Em setembro do ano passado, o G1 mostrou que a incidência de suicídio no Distrito Federal é maior entre pessoas de 20 a 29 anos. Um levantamento feito pela reportagem, com dados da Secretaria de Saúde, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), mostrou que, em média, a cada 100 mil moradores da capital desse grupo etário, 7,9 tiraram a própria vida, entre 2010 e 2020.

Nos últimos dez anos, 401 pessoas entre 20 e 29 anos cometeram suicídio no DF. Os dados da Secretaria de Saúde também mostram crescimento no número de ocorrências do tipo na capital desde 2016. Naquele ano, foram 161 mortes dessa natureza.

Já em 2019, 206 pessoas tiraram a própria vida, ou seja, houve aumento de 27,95%. Em 2020, a pasta contabilizou 74 vítimas entre janeiro e setembro.

O que fazer com uma pessoa em quem se identifica risco para suicídio?


Segundo especialistas, existem formas de ajudar pessoas em situações consideradas de risco, ou mesmo dúvida. O primeiro passo é conversar abertamente e, principalmente, saber ouvir. Sem julgamentos e sem preconceitos. A pessoa precisa de apoio e precisa entender que você pode ser um porto seguro para ela.

Também há mecanismos que podem salvar vidas e canais de ajuda contra o suicídio que funcionam 24 horas por dia, o ano inteiro. Procure sempre ajuda de um profissional habilitado. O Ministério da Saúde divulga os seguintes meios:

    CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da Família, Postos e Centros de Saúde)


    UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais


    Centro de Valorização da Vida (CVV) – 188 (ligação gratuita). 

As unidades de CVV realizam apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail e chat, 24 horas por dia, todos os dias. A ligação para o CVV em parceria com o SUS, por meio do número 188, é gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Também é possível acessar www.cvv.org.br para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre a ligação gratuita.

Fonte: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2021/01/07/secretaria-de-saude-do-df-cria-comite-de-prevencao-ao-suicidio.ghtml