sábado, 9 de abril de 2022

Cidades do ABC oferecem serviços e ações de prevenção ao suicídio 

Amanda Sakumoto (8 abril 2022)


Importante problema da saúde pública, o suicídio é complexo e multicausal, com impacto individual e social, que pode atingir pessoas de diferentes origens, gêneros, culturas, classes sociais e idades. Segundo o Ministério da Saúde, os fatores vão desde os de natureza sociológica, econômica, política, cultural, até psicológicos e psicopatológicos, bem como biológicos. Com olhar sobre o problema, cidades da região ofertam serviços e ações de prevenção ao suicídio, que não ficam concentradas apenas ao mês de conscientização, o Setembro Amarelo.

Em Diadema, além das ações realizadas anualmente no mês de setembro, a cidade possui grupo técnico, com profissionais de diversos setores da saúde (atenção básica, saúde mental, atenção especializada, urgência e emergência, hospital municipal e vigilância sanitária) que promovem a revisão do fluxo de notificação e de atendimentos, com objetivo de agilizar, humanizar e qualificar o acolhimento dos casos pela rede municipal de saúde.

Munícipes que necessitem de acolhimento podem procurar a unidade básica de saúde mais próxima de sua residência ou uma das unidades do CAPS (Centro de Apoio Psicossocial). Os endereços estão disponíveis no site da Prefeitura. Em situações agudas, o atendimento pode ser realizado no pronto-socorro do Hospital Municipal (Avenida Piraporinha, 1682, bairro Piraporinha).

Em nota, a cidade informa que por conta da pandemia, as atividades grupais e de prevenção foram suspensas, mas o atendimento às pessoas em intenso sofrimento psíquico com risco à violência autoprovocada foi mantido. As atividades em grupo, ligadas às violências, são prioridade na retomada feita atualmente.

Ribeirão Pires oferece atendimento nos três CAPS da cidade: Infantil (avenida Fortuna, 320 – Centro), CAPS AD – Álcool e Drogas – (rua Domingos Benzenuto, 12 – Centro) e Adulto (rua Afonso Zampol, 41 – Centro), de segunda sexta-feira, das 8h às 16h. Os endereços dos CAPS estão disponíveis no site ribeiraopires.sp.gov.br.

Em nota, a Prefeitura informa que os profissionais dos equipamentos de apoio psicossocial da cidade realizam intervenções e palestras durante todo ano, destinadas a moradores com idades a partir de 12 anos, além das ações do Setembro Amarelo. No primeiro bimestre de 2022, mais de 7,3 mil pessoas passaram pelos serviços psicológicos da cidade.

Aumento das notificações de lesões autoprovocadas

Em São Bernardo, há atendimento psicológico nas 33 unidades básicas de saúde da cidade, bem como nos nove CAPS e no pronto-socorro de saúde mental 24h. Todos os endereços estão disponíveis no site da Prefeitura. Por meio de nota, a cidade informa que todos os equipamentos desenvolvem atividades permanentes de conscientização e prevenção ao suicídio, com palestras informativas e ações intersetoriais, com matriciamento e monitoramento de casos atendidos em equipamentos municipais de saúde.

O presidente do Cosems-SP (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo) e secretário da pasta em São Bernardo, Geraldo Reple Sobrinho, aponta que na cidade houve um aumento de 11%, em 2021, nas notificações de lesões autoprovocadas, com maior incidência entre jovens com idades até 35 anos.

Em entrevista ao RDtv, nesta quinta-feira (7/4), Reple afirma que a secretaria de saúde realiza trabalho em parceria com a educação, para levar palestras às escolas, tanto para crianças quanto para os adolescentes, e reforça a necessidade de aproximar a família. “Normalmente quem tem tendência suicida não faz de uma vez; eles vão dando sinais. Quando ocorre essa coisa fatídica, a gente conversa com a família que, nesse momento, percebe que tinha notado algo diferente. Adolescente que se tranca no quarto e fica jogando, às vezes está pedindo socorro e a gente não sabe”, orienta.

A psicóloga Amanda Moretti da Cruz ressalta que é preciso ficar atento aos sinais, mas é necessário entender que, em caso de depressão, por exemplo, não necessariamente a pessoa demonstra tristeza. “É preciso perceber as alterações de humor e de comportamento. Mesmo que a pessoa ainda consiga fazer algumas atividades, como sair para uma festa, não significa que ela não esteja em sofrimento”, explica.

Quanto aos fatores desencadeadores de lesões autoprovocadas ou suicídio, Amanda aponta que podem existir diversos agentes causadores, e reforça que cada indivíduo é único e as situações afetam as pessoas de maneiras diferentes. “Muitas vezes o fator que leva ao suicídio é desconsiderado. É preciso se colocar no lugar do outro, ouvir, entender que aquela dor é válida mesmo que eu não sinta, e se colocar à disposição, mostrar que a pessoa não está sozinha. Incentive à buscar ajuda, não há problema em ter ajuda profissional”, orienta.

Centro de Valorização da Vida

O CVV — Centro de Valorização da Vida promove serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar. O atendimento é feito sob total sigilo e anonimato. Os contatos com o CVV são feitos pelos telefones 188 (24 horas e sem custo de ligação) ou pelo site www.cvv.org.br, por chat e e-mail.

Além dos atendimentos, o CVV oferece materiais de apoio para ações de prevenção ao suicídio. No site da entidade, é possível encontrar vídeos, artigos e manuais sobre o tema, destinado à jovens, pais e educadores.

Fonte: www.reporterdiario.com.br/noticia/3086086/cidades-do-abc-oferecem-servicos-e-acoes-de-prevencao-ao-suicidio/