quarta-feira, 30 de outubro de 2013

há sempre remédio...

Há sempre medicamentos novos surgiram e trazendo esperança de dias melhores para pacientes de toda ordem.

O medicamento citado, abaixo, é para os deprimidos, isto é, milhões de pessoas por todo o mundo.

Uma boa notícia, sem dúvida!


Novo anti-depressivo poderá fazer efeito em poucos dias
30 outubro 2013

Hoje os remédios disponíveis demoram semanas para começar a fazer efeito e atenuar os sintomas da depressão.

Mas pesquisadores norte-americanos descobriram um novo antidepressivo que poderá atuar em poucos dias.

"Observamos efeitos terapêuticos de ação rápida em várias tarefas comportamentais depois da administração de compostos que bloquearam os receptores de serotonina 2C", disse Mark Opal, estudante da Universidade de Chicago e principal autor do estudo.

"Só começamos a analisar as melhorias ao fim de cinco dias, mas é possível que elas tenham começado a registar-se mais cedo", acrescenta.

A descoberta

Os especialistas, da Universidade de Chicago, nos EUA, descobriram que bloquear, de forma seletiva, um subtipo de um receptor de serotonina - neurotransmissor que atua no cérebro e regula elementos como o sono e o humor - foi capaz de acelerar os efeitos dos antidepressivos em ratinhos, o que poderá trazer uma nova classe de remédios para tratar a depressão.

Quando este receptor é bloqueado, acreditam os especialistas, há maior libertação de dopamina em regiões do cérebro como o córtex pré-frontal.

"Um dos principais problemas associados ao tratamento da depressão é, neste momento, a demora que existe até que os efeitos terapêuticos comecem a fazer-se sentir. Portanto, tem havido uma grande necessidade de descobrir medicamentos de ação rápida", explica Stephanie Dulawa, coordenadora do estudo publicado nesta terça-feira na revista científica Molecular Psychiatry, em comunicado.

Atualmente, apenas dois remédios - a cetamina e a escopolamina - têm ação rápida contra os sintomas depressivos, mas, devido aos graves efeitos colaterais, nenhum deles é adequado para uso humano, alertam os cientistas.

Segundo Dulawa, esta realidade faz com que as terapias, normalmente prolongadas, possam ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, que, muitas vezes, passam meses e meses trocando de medicação sem conseguir progressos.

Depois de testes feitos em laboratório, os pesquisadores conseguiram bloquear seletivamente este receptor em ratos, e observaram uma redução significativa dos comportamentos depressivos em apenas cinco dias (em comparação com as duas semanas necessárias para que se verificasse com a medicação convencional).

Este é o primeiro mecanismo biológico capaz de aliviar os sintomas da depressão de forma rápida identificado desde a descoberta da cetamina e da escopolamina, representando, potencialmente, uma alternativa muito mais segura.

Com informações do Boas Notícias.

sábado, 12 de outubro de 2013

Projeto + Contigo, em Portugal, faz trabalho preventivo nas escolas


Falar de suicídio deixou de ser tabu nas escolas

O Projeto + Contigo arrancou no ano letivo de 2009/2010 em várias escolas de Coimbra para prevenir comportamentos suicidários em contexto escolar. O suicídio de uma aluna de 13 anos tinha abalado a comunidade da região. No ano letivo seguinte, a iniciativa abrangia 741 alunos do 7.º ao 12.º anos, de vários agrupamentos, nomeadamente em Anadia, Avanca, Alhadas, Secundária Bernardo Machado na Figueira da Foz, Mealhada, Gândara-Mar na Tocha, no Agrupamento Florbela Espanca em Esmoriz. No terreno estiveram 228 professores, 66 profissionais de saúde e 153 encarregados de educação, num projeto que resultou de uma parceria entre a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e a Administração Regional de Saúde do Centro. No final, registrou-se um aumento do bem-estar entre os jovens e uma melhoria dos casos de depressão.

O + Contigo continuará o seu percurso na Região Centro, mas já este ano arrancará formação no resto do país para que esta intervenção em contexto de sala de aula seja alargada a nível nacional no ano letivo de 2014/2015. A Direção-Geral de Saúde decidiu que o assunto deve merecer mais atenção nas escolas e inclui-o no Plano Nacional de Prevenção do Suicídio. O + Contigo surgiu para promover a saúde mental e bem-estar em jovens do 3.º ciclo e secundário, prevenir comportamentos autodestrutivos e o suicídio, combater o estigma da saúde mental e criar uma rede de atendimento nessa área. Um trabalho feito em três patamares de intervenção: formar técnicos de saúde dos centros próximos das escolas, formar professores e assistentes operacionais, formar e sensibilizar encarregados de educação.

José Carlos Santos, professor na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, acompanha o + Contigo desde a primeira hora. "O Projeto apareceu há cerca de quatro anos. De então para cá, tem aumentado o número de escolas e o número de alunos envolvidos." Os resultados merecem atenção. "A avaliação da intervenção tem demonstrado uma diminuição da sintomatologia depressiva, aumento do bem-estar, autoconceito e capacidade de resolução de problemas. Os efeitos são mais evidentes na sintomatologia depressiva e no bem-estar", refere.

O docente garante que o suicídio não é um tabu, mas que deve ser abordado com cuidado. "Promover a saúde mental nas escolas é uma prioridade", defende. "Podemos prevenir os comportamentos suicidários sem falar de suicídio se a intervenção visar fortalecer os efeitos protetores, nomeadamente o bem-estar, o autoconceito e a capacidade de resolução de problemas e, por outro lado, combater os fatores de risco, particularmente a depressão", acrescenta. Por isso, fala-se de suicídio nas escolas sem, porém, vulgarizar o tema. "A ideia de que falar de suicídio dá ideias é uma falsa crença", refere José Carlos Santos. A informação deve ser adaptada ao grupo que se tem à frente, tentando sempre perceber os motivos das perguntas e da curiosidade dos alunos.

Para Catarina Agante, psicóloga do Serviço de Psicologia e Orientação do Agrupamento de Escolas de Miragaia, o suicídio pode e deve ser abordado em contexto escolar, não só apenas junto dos alunos, mas também com os professores. "A tensão social atual em muito tem contribuído para que a preocupação com o suicídio seja abordada no contexto escolar, em que os adolescentes estão disponíveis para a aprendizagem e crescimento, mas simultaneamente se confrontam com os maiores desafios pessoais, isolamento social, confronto com projetos de vida sem expectativas de futuro", afirma. Importa, portanto, falar do tema. "Explorar a vivência da adolescência num sistema de diálogo, abertura, disponibilidade, respostas à tensão e frustração, têm-se revelado variáveis de diminuição do risco de suicídio na adolescência."

A realidade demonstra a tendência para uma maior incidência da forma tentada no género feminino e um maior número de atos consumados no género masculino. E as tentativas de suicídio são mais violentas na forma tentada do que na forma consumada. Cenários que não se podem ignorar. Catarina Agante diz que é preciso equacionar a forma como a escola "pode ser um contexto de suporte de rede de afetos, partilha e encontro". "A temática do suicídio apresenta-se como premente na sociedade atual, considerando a elevada taxa de suicídio que atinge de forma dramática os adolescentes." O + Contigo é, em seu entender, uma mais-valia. "É um projeto que importa estas questões para o contexto escolar, assumindo uma posição de preocupação e intervenção psicopedagógica junto de adolescentes vulneráveis e expostos à solidão e ao isolamento."

http://www.educare.pt/educare/Atualidade.Noticia.aspx?contentid=E84F5E85864B5E35E0400A0AB8003E6C&opsel=1&channelid=0

domingo, 6 de outubro de 2013

Suicídio mítico

Suicídio mítico: uma luz sobre a antiguidade clássica
Joana Guimarães

Constitui-se um corpus com os mitos greco-romanos em que existe intenção concretizada de alguém se suicidar. As fontes foram dicionários, enciclopédias e autores antigos. 

Constituiu-se um quadro classificativo, aplicado a cada entrada e na qual a lógica construtiva foi resultado de reflexão sobre como distinguir e caracterizar os motivos e os modos que levaram ao ato. 

Compararam-se sempre os resultados obtidos com o estudo de Anton van Hoof: From Autothanasia to Suicide

O corpus inventariado representa um número de suicídios muito superior ao anteriormente referenciado e a tipologia proposta é mais elaborada. 

As duzentas e trinta e uma entrada revelam que os mitos se constituem, sobretudo, por mitos epônimos e etiológicos, fundamentalmente ligados a rios, mas também a outras especificidades marítimas. 

Foi possível, igualmente, identificar padrões de comportamento feminino e masculino e perceber características culturais, sociais e fatos históricos das épocas em que os mitos se encontram inseridos.

Para acessar esta obra, clique aqui.

sábado, 5 de outubro de 2013

Se não tiver um tempinho extra NÃO LEIA!

Suicídio: sem justificativa

Eduardo Pinheiro (Padma Dorje)

A literatura sobre o suicídio é ampla e segue vários enfoques, do apoio ao doente mental até o apoio ao trauma familiar – por vezes passando por algumas considerações de cunho ético, filosófico e cultural.

Em nossa cultura cada vez mais secular, o suicídio é progressivamente menos julgado como uma questão moral, de ação e deliberação: torna-se o mero produto de uma doença. Isso com certeza tem o lado positivo de poder ajudar a família a encontrar algum tipo de consolo, já que, ao menos em grande parte, as questões de saúde estão fora de seu controle. Mas, por outro lado, não lida com os fortes impactos culturais desta ação.

Sem querer entrar muito a fundo em filosofia da mente e nas bases falhas do funcionalismo que permeia toda a ciência cognitiva e de saúde mental, é preciso deixar claro que a crença numa causalidade unidirecional (da fisiologia pro comportamento) não tem justificação ou evidência – se não em certos âmbitos muito restritos de estudo e com metodologias estabelecidas já com ela em mente.

Isto é, embora a causalidade que vai da fisiologia para nossa consciência seja o principal enfoque hoje, há evidências fortes de uma causalidade noutro sentido, por exemplo, neuroplasticidade. Uma visão em que a fisiologia determina quase totalmente nossas tendências habituais, chegando ao ponto de determinar nossas ideações, e, através desta, nossos comportamentos e ações particulares, não se sustenta.

Ainda assim, é a perspectiva usual da experiência científica que alcança grande penetração na visão usual das pessoas comuns.

Essa perspectiva se espelha na forma com que encaramos o suicídio. Ao nos depararmos com o suicídio de alguém, podemos até passar por alguns momentos de raiva, mas todos nós tendemos, e algumas vezes somos encorajados, a retirar totalmente a responsabilidade moral do suicida sobre seu ato – algumas pessoas chegam a achar a ação corajosa, ou tentam mesurar o grande sofrimento pelo qual passou antes de tomar tal ação extrema. Porém, parece existir uma grande incongruência ao não encararmos, por exemplo, um pedófilo com a mesma benevolência.

O exato mesmo tipo de justificativa fisiológica e psiquiátrica que temos para a depressão e para alguns suicídios temos hoje para o pedófilo perpetrador de certos abusos. Aqui temos uma escolha bem simples: ou exercemos a condenação moral para ambos, ou os consideramos igualmente como doentes que fizeram coisas desagradáveis, que, enfim, compreendemos, porque estavam além de suas forças.

Difícil, não é?

Creio que precisamos, necessariamente, escolher a opção da condenação moral. Isso não quer dizer que faltamos com respeito ao doente, ou deixamos de amá-lo. Isso apenas quer dizer que, socialmente, deixamos claro que ninguém é totalmente determinado a agir desta ou daquela forma, e que há ações que devem ser universalmente condenadas.

O suicídio depende de ideação, isto é, da pessoa considerar, vez após vez, sua própria morte como uma saída lícita para os problemas reais que a assolam. Um suicida constrói, por dizer assim, seu suicídio em conjunto com os outros hábitos mentais de sua doença, por exemplo, a depressão. Aqui é preciso reconhecer como razoavelmente óbvio que essa fisiologia é construída por essa habituação na mesma medida em que essa habituação é construída por fisiologia.

Escolher uma das duas coisas como determinante é fazer uma aposta metafísica – passar a agir por crença, e não por evidência.

Daí também que o suicídio possua um elemento cultural e ideológico. Sociedades onde o suicídio é visto como uma saída honrosa possuem níveis mais elevados de suicídio. É simplesmente mais fácil, num contexto desse tipo, idear, ao longo de toda doença, o ato derradeiro a ser tomado.

E não caiamos em relativismo moral: a ação dos samurais não precisa ser respeitada como ethos japonês na mesma medida em que os sacrifícios humanos dos maias ou as infibulações/circuncisões de algumas culturas africanas merecem nossa total e justificada reprovação. Não caiamos na falácia antropológica de que, porque é aceito em uma cultura naturalmente, não será imoral.

Ademais, há elementos filosóficos que podem ajudar nas ideações nefastas. O argumento libertário para o suicídio diz, por exemplo, que teríamos o direito e a liberdade de tirar a própria vida. No entanto, se a nossa vida é nossa no sentido de que podemos fazer o que quisermos com ela, exceto no que isso limite ou prejudique a liberdade de outro, precisamos certamente considerar que um futuro eu, e em certo sentido “um outro”, estará sendo privado de liberdades.

A pessoa pulou e, enquanto cai do décimo andar, mudou de ideia. Ela traiu a si mesma no futuro: quando ela queria deliberar o oposto, era tarde demais – imagine então depois de morta (mesmo num cenário de vida após a morte, todos parecem concordar que a deliberação não será muito ampla – num cenário sem vida após a morte, a deliberação é nenhuma).

Nesse sentido, se consideramos que nossa individualidade é mutável (com amplas evidências em primeira pessoa de que é), não temos direito de privar nenhum futuro eu possível do exato mesmo direito de escolha que temos hoje.

Matar a si próprio é, antes de mero assassinato, frustrar a liberdade de um alguém futuro que poderia vir a ser substancialmente diferente. É, portanto, um crime ainda maior do que simplesmente tirar a vida de outra pessoa: além de tirar uma vida é uma deliberação contra a própria capacidade de deliberação.

Por outro lado, a própria ideia de que somos donos de nós mesmos ao ponto de podermos tomar essa decisão é enganosa. Muitas pessoas investiram tempo e atenção para que hoje estejamos vivos e sejamos capazes de ler um texto como esse. Sem falar nos insetos que morrem na produção de nosso arroz, e os trabalhadores explorados que fazem nossas roupas.

Os sofrimentos, as intenções e boas motivações de todas essas pessoas estão por trás de/e sustentam tudo que somos hoje. Essa superestrutura toda então resolve se voltar contra si mesma, após um hábito embasado em algumas ideações totalitárias e arbitrárias sobre autodeterminação? Isso é exatamente como se a crista de uma onda tivesse direito sobre toda a massa de água que a leva no oceano.

É de uma frivolidade sem dúvida trágica: um indivíduo que trai seu futuro e tudo que o constitui em troca de uma crença numa possibilidade de alívio. É muita fé no lugar errado.

Porém, toda essa ingratidão e filosofia de botequim com certeza não são a causa do suicídio. São apenas fatores contribuintes, na raiz da ideação ou como uma das tantas justificativas desta.

Como disse antes, quando uma pessoa chega a tentar o suicídio, essas ideologias já não são o ponto central da ideação. Elas podem ter sido importantes quando a ideação se formou, mas no fim, a pessoa é levada pela energia de hábito e, como todos concordamos, até mesmo pela fisiologia. Nesse momento, argumentos não são mais úteis: os argumentos são úteis bem antes, em diálogo com a cultura e com as posições gerais das pessoas.

Quando as energias de hábito já se cristalizaram, algumas vezes já é tarde demais, ou ao menos a intervenção precisa ser sistêmica, mas bem antes talvez seja possível colocar algumas dúvidas em pessoas que futuramente podem passar por esses questionamentos.

Essa parte filosófica pode funcionar como uma vacina.

Obs: Essa é uma cartilha que o PapodeHomem recebeu sobre como tratar o assunto suicídio na imprensa. Vale muito a leitura.

Também pode ser útil depois do suicídio acontecer. O suicídio, no âmbito da cultura, é ele mesmo uma mensagem nefasta: se torna mais fácil quanto mais ocorre. Ele é contagioso. A pessoa que se mata manda uma mensagem de desistência para toda a sociedade. O suicida faz a propaganda da crença de que a morte é um fim para o sofrimento, ainda que não haja nenhuma prova disso.

Por um lado, sim, precisamos respeitar o sofrimento e a doença das pessoas; por outro lado, não podemos coadunar e colaborar com a base de suas ideações equivocadas. Precisamos ser capazes de condenar moralmente sem que isso se torne raiva ou falta de amor: isso é possível, qualquer moralidade que não seja baseada na noção de caráter permite isso.

As pessoas cometem erros; é só preciso entender claramente que são erros, e não apenas justificá-los.

Obs: esse texto foi escrito após repetidos pedidos, devido a considerações minhas feitas no Facebook, primeira e segunda, que resultaram em amplas discussões.

Fonte: http://papodehomem.com.br/suicidio-sem-justificativa/

Ah, os debates (no endereço acima) originados deste interessante texto é um capítulo à parte. Sugiro a visita e um tempo extra para a leitura.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Suicídio na mídia: possível e necessário

Especialista defende que falar sobre suicídio na mídia é possível e necessário
Benedito Teixeira

Como a mídia trata a temática do suicídio é uma questão polêmica. Da mesma forma que noticiar casos de pessoas que tiram a própria vida pode dar o que se chama de "respaldo social” para que outras repitam a prática, esse mesmo respaldo pode funcionar nos dois sentidos. "A mídia tem um papel importantíssimo para a prevenção do suicídio, pois ela pode também transmitir à pessoa que está numa situação parecida que há saída, há outras possibilidades. Pode mostrar questões a respeito do suicídio – e da sua prevenção – às quais a pessoa não teve acesso”.

Na semana em que se comemora o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, 10 de setembro, Vitor Duarte, presidente do Programa de Apoio à Vida (Pravida), projeto de extensão da Universidade Federal do Ceará (UFC), criado em 2004, em entrevista a Adital, defendeu que a abordagem do suicídio pela mídia, de forma correta e responsável não é apenas possível, mas necessária, pois é uma importante aliada na sua prevenção. Essa visão, segundo ele, também é compartilhada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), a Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (Iasp) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Duarte abordou ainda a questão do tabu religioso. Para ele, a religião é um dos fatores que podem prevenir o suicídio, já que por proibirem a prática, as religiões oferecem, de algum modo, um apoio emocional e espiritual. "No entanto, é necessário que também dentro das religiões o suicídio seja tratado como uma questão multidimensional e que serviços de tratamento/ acompanhamento em saúde mental são necessários para cuidar dessa pessoa que está em sofrimento”, afirma o especialista.

De acordo com a OMS, quase 1 milhão de pessoas morrem de suicídio por ano no mundo. No Brasil, entre 2000 e 2008, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Sistema Único de Saúde (SUS), mostrou que ocorreram 73.261 mortes por suicídio, o que corresponde a 22 mortes por dia. Ainda de acordo com a OMS, os homens cometem mais suicídio, enquanto que as mulheres tentam mais suicídio. Os grupos etários em maior risco são os idosos (acima de 65 anos) e as pessoas com idade entre 15 e 35 anos. Neste último caso, suicidar-se é uma das três maiores causas de morte nessa faixa etária.

Os principais fatores associados ao suicídio são os transtornos mentais, como as depressões unipolar e bipolar, história familiar de suicídio e outros transtornos psiquiátricos, tentativa anterior de suicídio, desemprego, estado marital solteiro, divorciado ou viúvo, doenças físicas debilitantes, terminais ou dolorosas, a Aids, luto na infância, entre outras.

Por se tratar de um problema de saúde pública, Duarte acredita que a prevenção em saúde coletiva é fundamental para reduzir o número de casos. Primeiro, tornando a população conhecedora do tem e as formas como se pode identificar risco iminente de tentativas de suicídio. Segundo, combatendo os fatores associados ao suicídio, como os transtornos psiquiátricos. E, terceiro, procurando serviços especializados de prevenção.

Há ainda medidas simples e concretas, como reforçar a segurança da estrutura de edifícios, pontes e locais altos com telas, barreiras de proteção; investir no desarmamento e numa maior fiscalização e controle da venda de fármacos, agrotóxicos, raticidas e substâncias que levam à intoxicação; outro modo também é fazer valer as leis que proíbem a combinação álcool e direção.

O Pravida, atualmente, é formado por um grupo de 17 alunos dos cursos de Medicina e Psicologia da UFC e de outras faculdades de Fortaleza, Ceará, juntamente a professores/orientadores e funcionários do serviço de saúde mental do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC). É oferecido à comunidade um serviço de acompanhamento terapêutico. No último dia 08 de setembro, o grupo realizou uma passeata pelas ruas da capital cearense com o objetivo de mobilizar a sociedade para importância de prevenção do suicídio.

Fonte: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=77575&langref=PT&cat=