Ele decidiu partir e esqueceu-se de todos!
Rompeu todos os
laços.
Difícil saber o que
se passou.
Muitos choraram sua
perda, certamente.
Eu mesmo o chorei
por sabê-lo tão perto de mim.
Quantas pessoas e
paisagens partilhamos?
Ele não se despediu,
antes de romper o último fio de tempo...
Talvez desejasse
voltar ao ventre da mãe. Talvez.
Ou quisesse zerar o
relógio e reviver tudo outra vez, diferente.
Não gosto de pensar
nele e nas feridas do luto, abertas.
Pensarei nele,
então, assim:
...ele decidiu
partir antes do tempo, é certo.
Não o julgarei por
isso, nem quero saber se havia motivo.
Sei que ele
retornará, pois as águas que o levaram o trarão de volta.
No ciclo das
transmigrações, numa curva de tempo, ei-lo por aqui novamente!
Os que ficamos
louvaremos, agora e depois, sua sobrevivência à decisão tomada.
Ele aprenderá, como
temos aprendido, como haveremos de aprender.
O Deus dos anjos há
de ser também o seu Deus, compassivo e acolhedor.
Sua dor, que ecoa,
há de ser entendida, um dia.
Enquanto isso,
cuidarei de minha dor, que também grita.
Orarei por dores
doídas, difíceis de entender.
Sei que ele está
vivo e dói-lhe não ter sido compreendido.
Ele, um dia, há de
se entender... Há de desejar viver. Há de retornar.
Construirei um
barquinho de papel e nele estará escrito: “Esperança”.
A lembrança deste
barquinho há de me fazer lembrar dele, sempre...
Abel Sidney
5out2015
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