domingo, 8 de setembro de 2019

Escritor leva para seminário sua própria história: 21 anos de depressão


Wellyngton Souza (7 setembro 2019)

O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Criado em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), com a proposta de associar à cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio comemorado no dia 10.

Os dados sobre os números de suicídios são alarmantes no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio. No Brasil, este mesmo levantamento aponta que a cada 45 pessoas, uma morre por suicídio.

Para falar sobre o tema na capital, acontece no próximo dia 17 de setembro, o 1º Seminário Estadual de Prevenção e Pósvenção do Suicídio, no teatro da Assembleia Legislativa, Zulmira Canavaros. O evento é aberto ao público com entrada gratuita mais dois quilos de alimentos.


Segundo um dos organizadores, o palestrante e autor do livro 'Tenho depressão. E agora?', Alan Barros, o seminário é uma parceria da  Samira Marcon, doutora em Ciências e Coordenadora do Núcleo de Estudos em Saúde Mental. E ainda vinculado ao Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem/Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com docentes e discentes representados pela Jesiele Spindler,  mestra em Enfermagem.


“A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS)”

"O objetivo é sensibilizar de profissionais a trabalhadores até gestores e a comunidade sobre a importância de se falar abertamente sobre o suicídio e a depressão. Além de discutir e divulgar estudos que têm sido produzidos sobre as doenças que mais matam no mundo".

De acordo com Alan, o encontro visa promover um espaço aberto de discussões sobre o comportamento suicida envolvendo diferentes atores sociais com foco na prevenção e posvenção.

"É de extrema importância falar sobre a depressão e suicídio visto que os números só aumentam. Faltam espaços para debater esse tema. Faltam profissionais qualificados para receber uma pessoa com depressão, ansiosa ou que já tentou cometer o suicídio. Nosso encontro é justamente para falar da doença com base em dados, trocar experiências e relatos de pessoas que tratam ou já trataram destas doenças emocionais", disse em entrevista ao Jornal do Meio Dia.

Para o autor do livro - que se trata de depressão há 21 anos -, o acolhimento da família e amigos é fundamental para superar a depressão e combater qualquer tipo de pensamento suicida. "Através da fraternidade, do amor, do acolhimento a pessoa consegue vencer a depressão. Acompanhado, claro, de um profissional qualificado; seja psicólogo ou psiquiatra.

Alan explica que a depressão muitas vezes é confundida com tristeza. "A depressão é um quadro mais grave e a tristeza geralmente tem um motivo, tem um desencadeador que seja muito claro de ser identificado. A depressão é multifatorial que, em muitos casos, vêm de um contexto histórico e familiar".

A  obra 'Tenho depressão. E agora?', lançado em setembro de 2017, conta a história do autor e também retrata experiências de outras pessoas acometidas pela doença.

"A obra é toda ilustrada pelo artista plástico mato-grossense Rafael Jonnier. Eu quis tirar o "preto" da depressão, e retratar temas tão difíceis de uma forma leve e colorida".

Fonte: www.obomdanoticia.com.br/cidades/escritor-leva-para-seminrio-sua-prpria-histria-21-anos-de-depresso/20819

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