Carina Reis
creis@jj.com.br
A psiquiatra viveu na pele essa sensação, quando seu filho, de 32 anos, optou pela morte em 2012. “Ele era muito fechado e ninguém entendeu. Só quando eu li seus diários é que compreendi o quão prejudicado seu estado mental estava. Mas não pude ajudar. O processo de superação é lento e doloroso, para mim e para meu outro filho, mas precisa ser superado.”
Segundo ela, é comum que a pessoa desestabilizada comece um processo de despedida antes de cometer o ato. “Ele inicia uma série de despedidas e nessas ocasiões até faz pequenas brincadeiras, supostamente sem intenção, dizendo ‘vim visitá-lo porque não sei se estarei vivo amanhã’. Em geral nós tendemos a levar essas frases na brincadeira. E nem sempre é.”
Nesse caso, a orientação da médica é perguntar se a pessoa está bem, se aconteceu alguma coisa para pensar assim, se precisa de ajuda.
Maria Cristina explica que o questionamento é, na verdade, uma proteção posterior para o próprio familiar. “Pode não ser o suficiente para impedir o suicídio, mas sim para que, caso aconteça, esse familiar ou amigo não se sinta culpado por não ter levado a sério.” Em sua experiência, ela destaca dois estágios em um paciente: aquele que tem a ideia de tirar a própria vida e aquele que já está planejando como fazê-lo.
Fonte: www.jj.com.br/noticias23426sobreviventesfamiliaeamigoslidamcomador
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