sábado, 30 de maio de 2015

Mais um exemplo que vem de Portugal. Também precisamos destes peritos!

Programa de formação vai criar 900 “peritos em depressão” nos centros de saúde
Catarina Gomes (26/5/15) 

Ricardo Gusmão afirma que muitos médicos de família se limitam a prescrever ansiolíticos ou antidepressivos. O objectivo do projecto nacional é a redução do número de suicídios.

Os centros de saúde são muitas vezes a primeira porta de entrada no sistema de saúde para pessoas com depressão, mas muitos dos seus profissionais não estão preparados para lidar com este problema de saúde, afirma o psiquiatra Ricardo Gusmão. Um programa nacional de formação vai criar nos centros de saúde 900 “peritos em depressão”, entre médicos de família, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, explica o responsável pelo projecto. Dois dos objectivos são a prevenção do suicídio e a redução do consumo de ansolíticos.

O psiquiatra Ricardo Gusmão estima que 20% das pessoas que vão ao médico de família tenham tido uma depressão no último ano. Mas cerca de 90% são depressões ligeiras a moderadas, nota, e nestes casos “não faz sentido referenciar para a psiquiatria. Há a capacidade para tratar nos cuidados primários.”

O problema é que os médicos de família tiveram durante a sua formação cerca de duas a três cadeiras de saúde mental e passaram três meses num serviço de psiquiatra. “É muitíssimo pouco”, diz. Depois disso, ficam por sua conta.

Ricardo Gusmão afirma que a resposta de muitos médicos de família, quando percebem que podem estar em causa depressões, "é prescreverem um placebo, caso dos fortificantes, ou benzodiazepinas [ansiolíticos]” ou então receitam antidepressivos. Mas também "há médicos de família que não percebem que podem estar em causa sintomas de depressão e, se percebem, muitos não sabem o que fazer". Este projecto pretende chegar a cerca de 15% a 20% dos médicos de família do país.

Mas, nota o médico, “temos de ser justos, os médicos de família não tem tempo para fazer psicoterapia, nem os psicólogos [dos centros de saúde]”. Então o objectivo é que seja dada formação a cerca de 900 profissionais, entre médicos, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais, que funcionarão como “peritos em depressão” e que, por sua vez, deverão transmitir os conhecimentos que adquiriram a 3400 profissionais das suas respectivas áreas.

O programa quer chegar a um total de 4300 profissionais e assim atingir um milhão de utentes, entre os quais 200 mil pessoas com depressão e outras doenças mentais, ajudando a prevenir o suicídio, já que se admite que “o suicídio é uma complicação da doença mental, nomeadamente da depressão”, explica Ricardo Gusmão, que é presidente da Eutimia-Aliança Europeia Contra a Depressão em Portugal, associação que propôs o projecto.

O projecto Primary Care Mental Health Sustained Capacity-Building for Depression and Suicidal Behaviour (PrimeDep), que é apresentado publicamente esta quarta-feira em Sintra, prevê um modelo de formação de oito horas mais 4 de e-learning. “Pretende-se que os médicos de família aprendam a diagnosticar, a prescrever e a monitorizar correctamente”, notando que prescrever benzodiazepinas ou antidepressivos deveria implicar que “o doente deveria ser visto pelo menos uma vez por mês, para aferir o resultado”.

A ideia é que muito do trabalho de seguimento possa ser feito por enfermeiros e psicólogos que possam criar “grupos psicoeducacionais”, onde é transmitida ao doente informação sobre a sua doença, sobre como gerir os seus sintomas, conhecer os efeitos secundários dos medicamentos. E, como objectivo último, deverão ser criados grupos de auto-ajuda de doentes.

Outras das ferramentas do programa envolverá uma plataforma informática que poderá ser ser prescrita pelo médico, sendo dado ao doente um login e palavra-passe, sendo o seu uso acompanhado por um profissional de saúde. "É uma ferramenta de auto-ajuda guiada”, que será “receitada” caso estejam cumpridos alguns critérios, como, por exemplo, o utente não querer tomar medicação, ter alguma literacia informática, explica o médico.

O programa vai ser posto em prática em centros de saúde das administrações regionais de saúde do Norte, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve. O Alentejo e Algarve são as regiões do país com maiores taxas de suicídio, “nessas regiões a cobertura é quase integral”, sublinha.

O PrimeDep recebeu um financiamento de 500 mil euros, para ser aplicado durante 2015-16, no âmbito do programa EEA Grants (linha de financiamento concedida pela Islândia, Liechtenstein e Noruega aos Estados Membros da União Europeia), sendo gerido pela Administração Central do Sistema de Saúde do Ministério da Saúde.

Este tipo de intervenção já foi testado em termos locais, em Matosinhos, Oeiras, Cascais e Amadora, nota. Ricardo Gusmão acompanhou mais de perto o projecto no concelho da Amadora, constatando que houve redução do número de suicídios e tentativas de suicídio que não resultaram em morte em cerca de 20%, e diminuiu a prescrição de benzodiazepinas. Para que os efeitos da formação não se percam no tempo, o projecto vai recrutar 12 a 20 líderes regionais escolhidos pelos respectivos profissionais a quem estes possam passar a recorrer.

Uma associação para os “sobreviventes do suicídio"


Em Portugal cerca de mil pessoas cometem suicídio todos os anos. “Por cada pessoa que morre há duas ou seis pessoas muito próximas que ficam a sofrer com aquela perda e que correm risco de depressão e de suicídio”, sublinha o psiquiatra Ricardo Gusmão, presidente da Eutimia-Aliança Europeia Contra a Depressão em Portugal, que se assume como a primeira associação vocacionada para apoiar “os sobreviventes do suicídio”. Foi formalmente criada no ano passado mas vai ser apresentada publicamente esta quarta-feira.

Fonte: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/programa-de-formacao-vai-criar-900-peritos-em-depressao-nos-centros-de-saude-1696815?frm=ult

quinta-feira, 28 de maio de 2015

A prevenção do suicídio: viver é a melhor opção

Falar do suicídio como falamos da AIDS ajuda a eventuais suicidas a evitarem este caminho. Mas não basta falar. Trata-se de falar com sumo respeito.

Leonardo Boff é teólogo e escritor  

O jornalista André Trigueiro é possuído por duas paixões: a causa ambiental e a prevenção do suicídio. No fundo é movido por um único grande amor: o amor apaixonado pela vida, seja da natureza ou seja do ser humano sob risco.

O amor pela natureza se materializa por seu programa, talvez o melhor do gênero sobre o ambiente da televisão nacional, transmitido pela Globonews com o título Cidades e Soluções.

O amor pelo ser humano sob risco de suicídio se mostra por sua atuação no Centro de Valorização da Vida (CVV) do Rio de Janeiro e por este esplêndido livro cujo título diz tudo: “Viver é a melhor Opção: a prevenção do suicídio no Brasil e no mundo”(Editora Espírita, São Bernardo do Campo 2015).

Não conheço na literatura acessível, texto mais minucioso, analítico, inspirador e sustentador do amor e da esperança pela vida que este de André Trigueiro.

Antes de mais nada, se comporta como um consciencioso jornalista investigador: recolhe, nas fontes mais seguras, os principais dados atinentes ao suicídio no Brasil e no mundo. Em seguida analisa os fatores e as causas que levam as pessoas a buscarem a própria morte. Por fim, sugere e propõe caminhos de acompanhamento e de superação. Como uma espécie de adendo, mas sem qualquer propósito proselitista, expõe didaticamente a visão espírita do suicídio, como ela o ajudou pessoalmente a ser mais humano e espiritual e como o suicida vem sendo tratado pela doutrina.

Primeiramente quebra o tabu e o silêncio que cercam o fenômeno mundial do suicídio. Prevenção se faz com informação. Falar do suicídio como falamos da AIDS ajuda a eventuais suicidas a evitarem este caminho. Mas não basta falar. Trata-se de falar, como demonstra em seu próprio texto, com sumo respeito, imbuído de compreensão e compaixão, evitando qualquer dramatização e espetacularização excessiva.

Os dados nos obrigam a falar do suicídio pois sua grande ocorrência se transformou num problema de saúde pública, raramente inserido nos planos sanitários dos governos. Os últimos dados acessíveis da Organização Mundial da Saúde (OMS) são de 2012. Ali se diz: são cerca de 804 mil casos por ano, o que vem dar um suicida a cada 40 segundos e ainda a cada dois segundos uma tentativa de suicídio.

No Brasil são 11.821 casos por ano o que equivale a 32 por dia especialmente na Amazônia, na Paraíba, na Bahia e no Rio Grande do Sul.

Numa perspectiva global, depois dos acidentes de trânsito é o suicídio a causa principal de mortalidade, cobrindo todas as idades, mas afetando principalmente os jovens entre 15-29 anos que representam 8,5% das mortes no mundo.

Este fato desafia a inteligência humana: como é possível que um ser chamado à vida, o dom mais precioso que existe no universo, pode buscar a eliminação da própria vida? Aqui se faz necessária uma realista compreensão da condição humana, feita de luz e de sombras, de sucessos e de fracassos, de esperança e de desespero. Este dado não é um defeito de nossa natureza, mas a constituição de nosso próprio ser, mortal, finito, imperfeito e sempre a caminho da perfeição. Há inúmeros fatores que levam as pessoas a buscar o suicídio: a inundação da dimensão de sombra, transtornos psicológicos, doenças incapacitantes, profundas decepções e prolongadas depressões. Mas mais que tudo, a perda do sentido da vida que suscita nas pessoas vulneráveis o impulso de desaparecer. Não raro, tirar a própria vida é uma forma de buscar um sentido que lhe é negado nesta vida. Daí nosso respeito face a quem toma tal decisão, não por covardia, mas por amor a uma vida supostamente melhor que esta.

Mas André Trigueiro sustenta com determinação e profunda esperança, a tese: “na maioria absoluta dos casos os suicídios são preveníveis”.

É neste contexto que detalha os vários caminhos especialmente desenvolvidos pelo grupo Samaritanos em Londres e pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), ambos de origem espírita mas sem qualquer disposição de conquistar para esse caminho espiritual. Estas duas instituições maiores compostas de voluntários (só os 70 postos no Brasil atendem por ano, na média 800 mil ligações por telefone ou internet) são as que diretamente se dedicam à prevenção do suicídio. Os valores que os inspiram são profundamente humanísticos e ético-espirituais: a compreensão, a acolhida, a escuta, a fraternidade, a cooperação, o crescimento interior e o exercício da vida plena.

Só o que reforça a vida pode salvar a vida sob risco. Vale a tese de Trigueiro: “viver é a melhor opção”.

É mérito de André Trigueiro não apenas nos transmitir essa mensagem de esperança e de escuta mas também de vivê-la concretamente em sua própria vida.

Fonte: http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Direitos-Humanos/A-prevencao-do-suicidio-viver-e-a-melhor-opcao/5/33591

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Suicídio entre jovens cresce 57,1% em Londrina

De 2009 a 2013, 151 pessoas tiraram a própria vida na cidade; para fazer a prevenção, especialistas defendem que se tire o tema do silêncio

Erika Pelegrino - 11/09/2014

Ainda envolto em tabu, o suicídio avança silenciosamente, deixando um rastro de dor e de sofrimento, além de perguntas sem respostas, entre aqueles que ficam. Em cinco anos, o número desses casos em Londrina, de acordo com a Vigilância Epidemiológica, aumentou 52%, passando de 25 em 2009 para 38 em 2013. Entre os mais jovens, o crescimento foi de 57,1%, passando de sete para 11. Este percentual é quase o dobro do apontado por dados de 2013 da Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo os quais, nos 25 anos anteriores, o número de suicídios entre os mais jovens aumentou pelo menos 30%.

Ontem foi comemorado o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, estabelecido pela OMS, segundo a qual 1 milhão de pessoas no mundo tiram a própria vida a cada ano. No Brasil, são 26 por dia. Em Londrina, foram 151 suicídios na faixa etária de 10 a mais de 80 anos, entre 2009 e 2013.

Na cidade, a maior incidência está na faixa etária entre 20 e 29 anos, com 40 registros nos cinco anos analisados. Na sequência, vem a faixa entre 40 e 49 anos, com 37 casos; e, depois, a de 30 a 39 anos, com 25. Somados os casos, a faixa entre 20 e 49 anos corresponde a 67,5% do total de mortes por suicídio entre 2009 e 2013.

Os dados locais mostram também que 73,5% das pessoas que tiraram a própria vida nos cinco anos analisados eram homens, ou seja, 111 de 151. Já as mulheres correspondem a 26,5%, com 40 casos.

Prevenção

Como o tema ainda está envolto no silêncio, os casos registrados em Londrina, assim como no Brasil e no mundo, correspondem apenas a uma parte do total de pessoas que estão tirando a própria vida. Diante deste cenário, especialistas alertam para a importância de abordar o assunto para a sua prevenção.

O crescimento de casos entre os mais jovens é um dos fatores preocupantes. Em entrevista concedida em dezembro do ano passado ao JL e à Rádio UEL, o psicoterapeuta Ivan Capelatto, de Campinas (SP), alertou para a alta incidência de suicídios entre adolescentes e jovens.

“O que a gente tem encontrado nos estudos é a decepção com a família, com amigos, consigo mesmo, porque começou a ficar muito difícil pertencer a essa sociedade pós-moderna. Há suicídios cujo objetivo é machucar o outro, mas há suicídios que são a insuportabilidade de viver”, disse o psicoterapeuta.

Na abordagem de Capelatto, a prevenção está associada ao cuidado com crianças e adolescentes no sentido de mudar a lógica que vem se estabelecendo na sociedade pós-moderna, na qual se confunde prazer com felicidade, privilegia-se o ter sobre o ser.

“Para fazer a prevenção, temos de começar a mostrar para a criança valores como afeto, carinho pelo outro; os pais devem ficar mais juntos dos filhos, fazer com que as crianças suportem o desprazer, sempre colocando limite como: ‘não, agora não pode’. Eles precisam sentir que deverão buscar um sonho, buscar uma relação com a vida”, explicou.

Falar sobre suicídio pode salvar vidas

“As coisas não mudam se não falarmos sobre elas. Falar sobre o suicídio pode salvar uma vida.” O alerta é da psicóloga Karen Scavacini, de São Paulo. Ela ajudou a revisar relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre suicídio e é mestre em Saúde Pública na área de Promoção de Saúde Mental e Prevenção ao Suicídio do Instituto Karolinska – Suécia (2011).

A psicóloga afirma que é possível prevenir o suicídio a partir do momento que se lança luz sobre causas, fatores de risco, sinais de risco e fatores de prevenção. Quanto mais as pessoas tiverem conhecimento sobre o assunto, mais condições terão de reconhecer quando alguém ao seu lado está correndo o risco de tirar a própria vida.

Sobre os sinais de risco, ela destaca que são comportamentais e verbais. Deve-se ficar atento quando alguém próximo apresenta mudança significativa de comportamento, isolamento, sentimento de desesperança, de desamparo, quando tem falas como: “não aguento mais essa vida, vou acabar com isso”.

Entre os fatores de risco estão, segundo Karen, o abuso sexual na infância, o bullying, as perdas não elaboradas, a perda recente de um parente por suicídio, o fácil acesso ao meio para tirar a vida, os transtornos mentais, o histórico de depressão, o abuso de álcool e drogas e as doenças incapacitantes. Já entre os fatores de risco, a falta de sentido para a vida e o sentimento de desesperança são determinantes. “Viver para estas pessoas passa a ser mais doloroso do que morrer.”

Karen afirma que há os fatores de proteção como autoconfiança, sentimento de valor pessoal, apoio familiar e de amigos, sentimento de pertencimento, bons relacionamentos, capacidade de pedir ajuda, boa alimentação e bom sono.

A dor para quem fica

“Avassalador.” Esta é a palavra que define o efeito do suicídio do primeiro marido para uma jornalista entrevistada pelo JL. Seis anos depois do acontecimento, ela está casada novamente e grávida pela primeira vez. Ainda assim, sonha com morte do ex-marido, que ela presenciou. “Isso é destruidor”, diz.

Durante muitos anos depois do ocorrido, ela viveu sob o efeito de medicamentos. As sessões de terapia, a jornalista diz acreditar, nunca vão acabar. Para sobreviver, ela, então com 30 anos, também teve de mudar de cidade. Para isso, largou o emprego como editora em um jornal, o apartamento, os amigos e a família. “Não conseguia mais viver lá.”

Anos depois, a jornalista conseguiu dar uma chance para um novo relacionamento, mas confessa que o início foi marcado por muito medo. “Tinha receio de que algo acontecesse com ele [o atual marido]. Tinha a sensação de que algo trágico fosse acontecer com ele, que iria perdê-lo também.”

A gravidez, agora, representa uma nova vida para ela. “Estou começando a virar essa página.” Ainda assim, as marcas são para sempre.

Fonte: http://www.jornaldelondrina.com.br/londrina/conteudo.phtml?tl=1&id=1497894&tit=Suicidio-entre-jovens-cresce-571-em-Londrina

Atenção e cuidados são as principais formas de combater o suicídio

Casos de suicídio só perdem para acidentes de trânsito em ocorrência na região Sul de Santa Catarina.

Angústia e depressão são apenas dois dos muitos fatores que levam uma pessoa a atentar contra a própria vida. Muito mais do que números, o suicídio é um problema de saúde pública. No entanto, a prevenção junto à família e o trabalho em equipe são as principais armas que a sociedade deve usar para combater os casos de pessoas depressivas.

A segunda semana de maio é dedicada em Santa Catarina à valorização da vida. O principal objetivo de se falar sobre o tema é identificar possíveis suicidas e promover encontros para debater o assunto.

Número de suicídios

Em 2015, a semana começou nesta segunda-feira, dia 11, e vai até o dia 15 de maio, este período será de intensificação para ampliar o serviço de combate ao suicídio.

“Os números de ocorrências justificam a necessidade dessa ampliação do serviço. Na região Sul de Santa Catarina, as ocorrências de pessoas que atentam contra a própria vida ocupam o segundo e o terceiro lugar em causa morte”, conta Almir Fernandes, voluntário da Cruz Vermelha.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, no ano passado foram registrados 63 casos de suicídio nas cidades da Amrec e Amesc. Somente em Criciúma, foram registrados 23 casos, é a cidade da região com o maior número de ocorrências.

Intensificar o atendimento já mostrou resultados. Em 2014, foi lançada a campanha “Criciúma Viva”, que era composta pela equipe muti-institucional. O trabalho conjunto deu resultado já na fase de divulgação. “Quando começamos esse trabalho, somente no início nós já tivemos 28 dias sem casos de suicídio em Criciúma. Após as primeiras ações, esse número já subiu para 48 dias. Isso corresponde a 8 a 10 vidas que foram salvas”, explica o voluntário do Centro de Valorização da Vida (CVV) Paulo José Borges.

A ideia da campanha começou ainda em 2013, após os atendimentos aos casos de pessoas que romperam com a vida. “Quando ia-se atender os casos, quase sempre se ouvia a mesma história, as pessoas comentavam ‘ah, ele tinha dito que ia fazer isso’, mas ninguém dava importância. Então a “Criciúma Viva”, veio justamente para dar valor à vida”, comenta Borges.

Divulgar casos de suicídio sempre é motivo de discussões em todos os meios. De acordo com Paulo, a divulgação pode ser feita, no entanto, a abordagem e a forma de tratar o assunto deve ser diferente. “Devemos tratar o suicídio como problema de saúde, não podemos falar como morte. Consideramos que 90% dos casos dá para prevenir, e a melhor forma de se fazer isso é através da conversa, tem que ouvir a pessoa”.

Para a psicóloga da Associação Criciumense de Apoio a Saúde Mental (Ceres), Cecília Urbina, é preciso cuidado e paciência para tratar o caso. “É muito importante evitar a divulgação exagerada, pois isso pode fazer com que aquela pessoa que já está prestes a atentar conta a própria vida, acabe cometendo o ato. É preciso atenção também nas redes sociais, elas atrapalham muito nesse ponto e as pessoas compartilham e repassam fotos de forma totalmente errada”.

Observar para prevenir

Os sinais que uma pessoa prestes a romper com a vida emitem são muito importantes. No entanto, muitas vezes são as pessoas mais próximas da vítima, muitas vezes familiares que ignoram as situações.

“É preciso estar atento ao que a pessoa diz. Quando ela verbaliza essa vontade, é preciso estar atento. Muitas vezes as pessoas têm aquele pensamento de que ‘quem fala não faz’. No entanto, a primeira vez que alguém falar isso é preciso atenção e acompanhamento. Pois se não der atenção, uma hora o ato será cometido”, conta Cecilia.

Segundo Paulo, voluntário do CVV, também é preciso ouvir a pessoa angustiada. “Na maioria dos casos de pessoas que romperam com a vida, elas só precisavam conversar. E, em quase todos os casos, os familiares, que são os mais próximos, não têm paciência de ouvi-los. Fazem pouco caso, ou ficam julgado e dando opiniões para as pessoas”, conta.

A dificuldade em cuidar de alguém que verbaliza a vontade de atentar contra a própria vida, muitas vezes atingem também os familiares, que, mal preparados para esse tipo de situação, acabam ficando exaustos.
“É muito importante ter um acompanhamento psicológico da família, pois nem sempre eles conseguem ajudar a pessoa. A pessoa que já deu sinais ou até mesmo já tentou tirar a própria vida deve receber muita atenção e proteção. Não pode ficar sozinha, e sempre esconder dela objetos que possam ser utilizados para atentar contra a vida”, explica Cecília.

De acordo com a psicóloga da Ceres, um outro sinal comum de quem está prestes a romper com a vida é o uso de álcool. Cecília aponta que em 70% das pessoas que cometeram o ato faziam o uso da substância.

“Esse número não significa que toda pessoa que faça consumo de álcool esteja prestes a atentar contra a própria vida, mas já foi comprovado que muitas dessas pessoas fazem uso de álcool e outras drogas”.

“A prevenção contra o suicídio tem que começar na família, é importante estar atento a todos os sinais, verbais e não verbais, como isolamento sem motivo algum. Também é importante estar atento às redes sociais da pessoa, ver o que está postando e falando, pois ali pode ter muitos sinais”, comenta Almir Fernandes.

Ajuda ao alcance

Para as pessoas que estão passando por momentos difíceis e que possam estar pensando em atentar contra a vida, Criciúma conta o Centro de Valorização da Vida (CVV). Uma equipe de voluntários trabalha 24 horas por dia atendendo telefonemas anônimos e ouvindo as pessoas.

O principal objetivo do CVV é valorizar a vida, atuando na prevenção de suicídios. Trabalhando sempre no anonimato, tanto dos voluntários quanto das pessoas atendidas. A principal ferramenta de combate do centro é a conversa.

“Na maioria dos casos as pessoas que romperam com a vida só precisavam desabafar, serem ouvidas sem serem julgadas ou receberem opiniões. E o CVV está disposto a ouvi-las, basta que a pessoa nos ligue e ela será atendida”, explica Paulo José Borges, voluntário do CVV.

O Centro de Valorização da Vida tem atendimento pessoal de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas. Fica localizado no centro de Criciúma, na rua Pedro Bernedet, 46, sala 321. Também atende pelos telefones (048) 3436-0222 ou 141, o atendimento é de 24 horas inclusive sábados, domingos e feriados, todas as conversas são sigilosas e anônimas.

Fonte: http://www.portalsatc.com/site/interna.php?i_conteudo=20657&titulo=AtenA

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Notificação de casos de suicídios no Piauí

Profissionais de saúde discutem notificação de casos de suicídio
13/05/2015

Uma das preocupações tem sido o registro compulsório dos casos

A Prefeitura de Teresina está desenvolvendo políticas de prevenção do suicídio, que vão desde o atendimento a pessoas com tendências até a preparação de seus profissionais para lidar com o problema. Uma das preocupações tem sido o registro compulsório dos casos, que será discutida na Oficina de notificação de violência interpessoal/autoprovocada, que ocorre amanhã (14), e sexta (15), no Auditório do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Entende-se por violência interpessoal ou autoprovocada os casos de violência sexual e suicídio. Sua notificação permite a elaboração de estatísticas que subsidiam novos projetos relacionados a estes problemas. “Nosso objetivo é conscientizar sobre a importância da notificação destes casos, considerando os aspectos legais, culturais e éticos que envolvem a questão e a necessidade de identificação, construção e fortalecimento da rede de proteção como integrante do cuidado”, afirma Ana Amélia Galas, gerente de Vigilância em Doenças e Agravos Não transmissíveis da Fundação Municipal de Saúde (FMS).

O público alvo da oficina é formado por profissionais dos Núcleos Hospitalares de Epidemiologia (Teresina e Estado); Núcleo de Vigilância em Saúde das Diretorias Regionais de Saúde Centro/Norte, Sul, Leste/Sudeste; apoiadores da Estratégia Saúde da Família (ESF); profissionais dos Núcleos de Apoio ao Saúde da Família (NASF); Hospital Universitário/UFPI (NHE, residência médica e multiprofissional, Serviço Social, Divisão Médica, Divisão de Enfermagem e Saúde da Mulher) e participantes de movimentos sociais

A vigilância dos casos de violência interpessoal e autoprovocada é componente contínuo do Sistema de Vigilância de Violência e Acidentes (VIVA) e se dá por meio do preenchimento da ficha de notificação/investigação individual de violência interpessoal/autoprovocada. Esse caráter compulsório de notificação implica responsabilidades formais da gestão do sistema em favorecer a obrigatoriedade de notificar e entendida como inerente ao exercício de práticas dos profissionais de saúde.

Fonte: http://www.capitalteresina.com.br/noticias/saude/profissionais-de-saude-discutem-notificacao-de-casos-de-suicidio-27712.html

terça-feira, 12 de maio de 2015

Novo livro de André Trigueiro sobre a prevenção do suicídio

O lançamento do livro de André Trigueiro acontecerá no dia 18 de maio de 2015, na livraria Cultura do Conjunto Nacional (Av. Paulista, 2.073), em São Paulo.

O título é mais do que sugestivo. A capa, bem elaborada, remete para a esperança (ainda que por um fio, assim como a vida de muitos...)

No evento será a feita gravação de um talk show para a Rádio CBN.

O autor, em seguida, dará autógrafo.

Todos os livro serão destinados, num gesto solidário, às atividades do CVV - Centro de Valorização da Vida.

Imperdível!


segunda-feira, 4 de maio de 2015

Matéria bem feita no webjornal MidiaNews, de Cuiabá sobre idoso, depressão e suicídio.

Depressão na Terceira Idade aumenta os riscos de suicídio
Cuiabá, 3 de maio de 2015. 
Mayla Miranda.

Suposto suicídio de idosa em Cuiabá levanta discussão sobre o mal; papel da família é importante no contexto

O suposto suicídio de uma idosa de mais de 90 anos, no bairro Duque de Caxias, em Cuiabá, na semana passada, levantou a discussão sobre a depressão na Terceira Idade e as responsabilidades das famílias sobre os idosos. 

De acordo com a psicóloga Akheda Andrim, o estado depressivo é caracterizado principalmente pela melancolia, humor deprimido e apatia crônica. Isso aumenta os riscos de morte - principalmente, da prática de suicídio.

A população dessa faixa etária tem crescido consideravelmente no país, juntamente com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros.

A depressão é a principal doença mental da Terceira Idade. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicados em 2009, só no Brasil existem cerca de 13 milhões de depressivos – o que indica a importância de as pessoas se alertarem para as causas e sintomas, em especial na redução considerável da qualidade de vida, o que aumenta muito os riscos de um suicídio.

De acordo com a 34º Promotoria de Justiça, com atribuições relativas à pessoa idosa e com deficiência, a responsabilidade do idoso é da família, mais precisamente dos filhos. 

No caso da configuração de abandono ou descaso, o familiar pode até ser responsabilizado criminalmente e preso, principalmente se já houver um diagnóstico médico de depressão.

Mal do século

A depressão é um dos mais importantes sintomas psicológicos que atingem as pessoas na idade adulta, não só por sua grande frequência, mas também por suas consequências sobre todo o organismo. É uma situação que pode se confundir com uma série de doenças.

De acordo com a psicóloga Akheda Andrim, o estado depressivo é caracterizado principalmente pela melancolia, humor deprimido e apatia crônica. 

Na idade adulta, o estresse é uma das principais causas da depressão. A solidão, a inatividade, as perdas de entes queridos estão entre as principais causas de depressão na Terceira Idade.

“A grande dificuldade no diagnóstico está também nos muitos fatores e doenças diversas que estão na Terceira Idade, como o Mal de Alzheimer e o Mal de Parkinson, que tem como um dos sintomas a depressão. A melhor maneira de fazer um diagnóstico correto é o atendimento multidisciplinar”, diz a profissional.

Além disso, segundo a psicóloga, a depressão também pode se manifestar através de agitação ou agressividade. A insônia é mais um importante sintoma da doença.

Conforme Akheda Andrim, o estado depressivo frequentemente é acompanhado de ansiedade e de tensão muscular, podendo ocorrer dores musculares que se situam em geral nas costas ou na nuca. 

Frequentemente, ocorrem dores de cabeça. O deprimido pode, ainda, ter tremores nas mãos, palpitações e sudorese, o que pode confundir-se com outras situações médicas.

Para Andrim, a utilização de medicamentos, em especial os de uso prolongado, como tranquilizantes, tende a estimular o aparecimento de sintomas depressivos, perda de memória e desânimo.

Apoio familiar

A solidão e a diminuição de tarefas na Terceira Idade e, principalmente, a perda de parentes próximos são consideradas os principais fatores da depressão.

Para contrapor o quadro, os profissionais alegam que o apoio familiar é a principal saída nestes casos.

Dona Lourdes Secatto, de 72 anos, é um bom exemplo desta realidade. Após 52 anos casada, ela perdeu seu marido e teve que reconfigurar a vida.

“No começo, é um baque muito forte, principalmente porque nós tínhamos uma vida muito ativa juntos, sempre saíamos para dançar, comer fora e viajar. De repente, você se depara sozinha, sem o companheiro de uma vida. As coisas ficam bem difíceis”, relata a dona de casa.

Hoje, ela mora com a filha e uma neta, mas passa a maior parte do dia sozinha. Porém, isso não é um grande problema para ela, que garante que o tempo com os familiares é muito bem aproveitado.

“Eu fico sozinha muitas horas, mas quando minha filha chega é ótimo. Fazemos muitas coisas juntas, mas eu também continuo costurando, cuidando das plantas e da casa. É muito bom me sentir útil e ativa, sou muito feliz com isso”, afirmou.

Auxílio voluntário

Além da ajuda familiar, o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza um importante trabalho, dando apoio às pessoas que necessitam de uma palavra amiga.

De acordo com a coordenadora regional do CVV, Isaura Titon, não há um registro formal nos atendimentos justamente por conta da manutenção do sigilo, mas há uma percepção dos voluntários no aumento do número de ligações de pessoas mais velhas.

“Nós não fazemos nenhum registro, mas sabemos que a depressão está cada vez mais acometendo pessoas mais velhas. Por isso, é tão importante a atenção que nós damos”, diz a coordenadora.

Ela ainda destaca que o atendimento diferenciado da instituição zela pelo não julgamento, com apoio emocional voltado à prevenção do suicídio.

“A conversa é direcionada para a pessoa se sentir compreendida; então, a gente a ajuda. Também quero lembrar que o CVV funciona 24 horas por telefone, tem o atendimento pessoal das 08 às 18h, de segunda a sexta”, lembra Isaura.

Acolhimento e cuidados

Para aqueles idosos que realmente não têm família ou são negligenciados, o Lar dos Idosos na Capital faz um importante trabalho de acolhimento. 

A casa de repouso, mantida por parcerias e doações, admite moradores encaminhados pela Justiça.

De acordo com a diretora do lar, Ana Maria Bezerra, muitos idosos chegam ao local muito debilitados emocionalmente.

“Há cinco anos, nós tínhamos um sentimento geral de apatia na casa, e tivemos que fazer um trabalho muito forte para mudar esta realidade. Atualmente, temos 105 idosos na casa. Destes, 40 estão em tratamento constante contra doenças mentais e depressão”, conta a coordenadora.

A direção da casa implantou aulas de pintura, artesanato, horta, dança e uma infinidade de atividades para a mudança de sentimento.

“Foi um pouco difícil de fazer estes diagnóstico, porque alguns idosos têm varias doenças combinadas, mas nós conseguimos e hoje temos outra realidade”, afirma Ana Maria.

Morador da casa há 14 anos, Severino Antônio Farias, de 74 anos, chegou no lar para morar e trabalhar. Ele conta que, apesar de ter um filho que mora em Campo Grande (MS), prefere estar no Lar dos Idosos.

“Aqui eu sou muito mais feliz. Antes, ficava sozinho em casa, e eu gosto muito de conversar”, diz.

Já Pedro Muller, de 68 anos, relata que, às vezes, sente uma tristeza por estar sozinho, longe da família, mas também garante que prefere estar no Lar do que com os familiares.

“Não é muito fácil envelhecer. Antes, eu era muito independente, viajava este Brasil, mas com a idade não deu mais. Melhor do que dar trabalho para a família é estar entre amigos”, desabafa.

Após a perda de uma filha para o câncer, dona Francisca Barbosa dos Santos, 86 anos, foi morar no Lar dos Idosos, mas para ela não há problemas, e garante que ainda sabe fazer uma boa festa.

“Gosto muito de danças, costurar e conversar, então ficar aqui é muito bom para mim. Aqui tem bastante gente, não fico sozinha. Eu ainda tenho muita coisa para viver”, diz ela, com um sorriso no rosto.

Outro morador conhecido pelo bom trato e sorriso fácil é Daniel Lino da Silva, 80 anos. Ele foi acolhido há dois anos após ficar na cadeira de rodas e a família não ter estrutura para cuidar dele. A nova moradia não desanimou Daniel.

“Eu estou aqui para ficar bom logo e voltar para casa, mas não estou com pressa de ir não. Na verdade eu gosto muito daqui, tenho bons amigos”, afirma.

Em 2050, o Brasil terá 1,8 milhão de idosos

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2000, 30% dos brasileiros tinha de zero a 14 anos, e os maiores de 65 representavam 5% da população. 

Em 2050, esses dois grupos etários se igualarão: cada um deles representará 18% da população brasileira.

Tais números revelam a importância cada vez maior das políticas públicas relativas à previdência, diante do crescente número de indivíduos aposentados, em relação àqueles em atividade. 

Também se tornam cada vez mais importantes as políticas de saúde voltadas para a terceira idade: se em 2000, o Brasil tinha 1,8 milhão de pessoas com 80 anos ou mais, em 2050 esse contingente poderá ser de 13,7 milhões.

Ainda de acordo com o estudo em 2050, seremos 259,8 milhões de brasileiros e nossa expectativa de vida, ao nascer, será de 81,3 anos, a mesma dos japoneses, hoje. 

Mas o envelhecimento da população está se acentuando: em 2000, o grupo de 0 a 14 anos representava 30% da população brasileira, enquanto os maiores de 65 anos eram apenas 5%; em 2050, os dois grupos se igualarão em 18%. 

E mais: pela Revisão 2004 da Projeção de População do IBGE, em 2062, o número de brasileiros vai parar de aumentar.

Fonte: http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=3&cid=230694#

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Jornalista e operador de câmera trocam furo de reportagem por UMA VIDA!

Jornalistas perdem matéria para evitar suicídio
Veja que exemplo de seres humanos, acima de profissionais!
Em vez de pensar na notícia, uma repórter e seu cinegrafista priorizaram a vida.
Nesta quarta-feira, 29, a jornalista Kharina Guimarães e o operador de câmera Marcos Antonio Cortina, da Catve, estavam a caminho de uma reportagem, passando pela BR 467 - em Cascavel, no Paraná - quando perceberam que uma jovem de 18 anos estava prestes a cometer suicídio.
Ela estava sentada a 7 metros de altura, em cima de uma passarela, com os pés voltados para a rodovia.
A atitude da repórter e do câmera não foi de noticiar, e sim, deixar o que iam cobrir para convencer a mulher a não se jogar.
"Passando pela marginal observei uma menina sentada pelo lado de fora, a Kharina viu e pediu que eu parasse o carro", disse o cinegrafista Marcos Cortina.
A mulher estava com uma flor nas mãos e retirava pétala por pétala.
Quando a jornalista se aproximou, a planta foi esmagada, o que assustou Kharina, porque qualquer má compreensão da jovem, poderia terminar de forma trágica. 
Convencimento
"No início foi muito difícil, eu pensava o que e como vou falar, comecei perguntando se estava tudo bem, se ela precisava de ajuda, se ela queria conversar, mas eu precisava saber o que estava acontecendo com ela naquele momento".
Aos poucos Kharina convenceu a jovem a conversar com ela e desabafar.
Enquanto isso, Marcos Cortina ligava para o Corpo de Bombeiros, já que a uma quadra do local onde eles estavam, há uma central de atendimento. 
Várias pessoas acompanhavam de longe a jovem, mas infelizmente ninguém tomou atitude, a não ser a jornalista e o operador de câmera. 
A conversa
As duas permaneceram ali por cerca de 30 minutos, até que a jornalista convenceu a moça de que o filho dela precisava da jovem.
"A partir do momento que ela me contou o que acontecia, eu me apeguei ao fato de ela ter um filho. Uma criança precisa de uma mãe", disse Kharina.
Socorro
O socorro e a família da jovem chegaram, e ela voltou para casa. 
Em mais de 10 anos atuando no jornalismo, repórter e cinegrafista nunca viveram uma situação semelhante.
Por sorte, ou por profissionalismo o caso teve final feliz, para todos.
"Ver aquela situação e conseguir evitar é uma alegria", conclui Cortina.
Assista o relato dos jornalistas aqui.