quinta-feira, 30 de abril de 2009

Instituições de prevenção do suicídio pelo mundo: Último Recurso, no Uruguai

Último Recurso é uma instituição não lucrativa, dirigida por Silvia Peláez, destinada a prevenir o suicídio, no Uruguai.

Esta instituição vem atendendo pessoas vulneráveis socialmente, mas é também consultada por pessoas de todos as camadas sociais, tendo se tornado uma organização líder da defesa da vida em terras uruguaias. 

Com um grupo multidisciplinar, com formação em assistência à crise e prevenção do suicídio, Último Recurso oferece atendimento telefônico em horário integral (094 44 08 77) em todos os dias do ano, tem sido o
porto seguro de milhares de pessoas que precisam conversar, tornando-se uma ponte para um encontro pessoal. O lema do grupo é "se existe alguém para escutar, não há suícidio".

Os encontros pessoais, denominados entrevista de resgate, são de 3 a 6 entrevistas, baseadas em terapia emergencial (ou de crise). Depois de desembaraçado do risco suicida, o paciente começa uma psicoterapia de 1 a 2 anos de duração, em que se busca a resolução do conflito que esteja desencadeando a situação de risco.

Mais informações:
Rua Antonio Machado 2050, Montevideo. Uruguay.
http://www.ultimorecurso.com.uy/
urecurso@internet.com.uy / urecurso@adinet.com.uy 

quarta-feira, 29 de abril de 2009

A ausência de programas de prevenção do suicídio: o caso de El Salvador

Pouca prevenção contra o fenômeno 

O jornal El Diario de Hoy de 25 abril (2009) chama a atenção para a pouca atenção que a prevenção do suicídio tem merecido das autoridades salvadorenhas.

Destaca-se a preocupação do Instituto de Medicina Legal em relação aos programas de prevenção, praticamente inexistentes e o médico Fabio Molina cobra do governo alguma medida contra a venda indiscriminada de substâncias tóxicas, cujo fácil acesso se torna um fator de risco a mais nos casos de ideação ou tentativa de suicídio.

Destaca-se também nesta matéria a necessidade de se trabalhar a prevenção do suicídio nas escolas e a avaliação profissional de pessoas portadoras de transtornos psiquiátricos de maior vulto (depressão, ansiedade, esquizofrenia ou enfermidades crônicas)  

Enfim, o quadro de carências na saúde pública na maioria dos países em desenvolvimento são semelhantes e afetam sobremaneira a sua área mais sensível - a da saúde mental, que tem merecido menos atenção, seja pelo seu caráter preventivo ou por outros motivos "inconfessáveis"!

A matéria completa:

Poca prevención contra fenómeno

Autoridades del Instituto de Medicina Legal consideran que en el país hay muy poca prevención para contrarrestar las tasas de suicidios. Según el médico forense Fabio Molina, el Gobierno y específicamente el Consejo Superior de Salud y el Ministerio de Salud deben establecer mecanismos de control que impidan la venta de órganos fosforados o sustancias venenosas a cualquier persona.

Además las unidades de Salud y la red nacional hospitalaria, que atiende al 80 por ciento de la población salvadoreña, debería contar con programas de detección temprana y prevención de suicidios.

Recomiendan además, que en los centros educativos los profesores (segundos padres de los niños y jóvenes) ofrezcan charlas a sus estudiantes sobre esta amenaza y brinden atención individualizada a personas que presentan una predisposición hacia esta fatalidad.

Los padres de familia y los adultos en general deben prestar atención cuando un menor u otro miembro del grupo confiesa su intención de quitarse la vida; ya que la experiencia ha demostrado que este tipo de víctima siempre anuncia su decisión fatal. El 90 por ciento de los suicidas presenta algún trastorno psiquiátrico, expresan los especialistas.

Esto implica que todo paciente que haya tenido trastorno psiquiátrico mayor (depresión, ansiedad, esquizofrenia o enfermedades crónicas) debe ser evaluado profesionalmente. 

http://www.elsalvador.com/mwedh/nota/nota_completa.asp?idCat=6358&idArt=3578428

terça-feira, 28 de abril de 2009

Palestras sobre prevenção do suicídio na eatv (UFRGS)

Prevençao do Suicídio: Uma experiência de Intervenção Terapêutica no Rio de Janeiro
Isabel de Araujo Quental e Ana Maria Ferrara

Comportamento Suicida: Localizando o Fenômeno na Atualidade
Blanca Suzana Guevara Werlang

Prevenção do suicídio
Carlos Felipe D'Oliveira, Ministério da Saúde

Silvia Peláez, Ultimo recurso (Uruguai)

As quatro palestras estão disponíveis na internet neste endereço: http://www.ea.ufrgs.br/eatv/suicidio.asp

Esclarecendo:

Estação de Trabalho da Escola de Administração, integrante da Rede Nacional de Prevenção do Suicídio, tem desenvolvido atividades de apoio ao desenvolvimento da rede nacional de prevenção do suicídio, disponibilizando informações epidemiológicas e de gestão de rede de atenção.

Vale a pena assistir!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Congresso Mundial da Associação Internacional de Prevenção do Suicídio, no Uruguai

O 25º Congresso Mundial da Associação Internacional de Prevenção do Suicídio ocorrerá de 27 a 31 de outubro (2009) em Montevidéu, no Uruguai. 

O tema central do congresso é A Prevenção do Suicídio nas Diferentes Culturas

A coordenação geral do evento é da Dra. Silvia Peláez. Co-patrocinado pela Organização Mundial de Saúde, as inscrições estão abertas e os subtemas, preliminarmente estabelecidos, são estes:
  • Suicídio na América do Sul, América Central e Caribe 
  • Cultura e suicídio 
  • Raça/etnia, imigração e suicídio
  • Suicídio nas zonas rurais 
  • Epidemiologia dos comportamentos suicidas, fatores de risco e de proteção 
  • Suicídio e transtornos mentais 
  • Gênero, orientação sexual e comportamento suicida 
  • Intervenção posterior, o luto e sobreviventes do suicídio
  • Que podem fazer os médicos para prevenir o suicídio
  • Acessibilidade aos meios de suicídio e a prevenção do suicídio
  • Eutanásia na perspectiva cultural, ética e médica 
  • Psicofarmacologia, as drogas, os ISRS (Inibidores Específicos da Recaptação da Serotonina) e a prevenção do suicídio
  • Abordagem psicoterapêutica ao comportamento suicida 
  • Programas e estratégias para a intervenção e prevenção do suicídio 
  • A tecnología da comunicações (Internet, telefones celulares, meios de comunicação) e o suicídio 
  • Genética, neurobiologia e comportamento suicida 
  • Modelos e teorias da conduta suicida 
  • Religião e suicídio 
  • As questões éticas na prevenção do suicídio 
  • A prevenção do suicídio nas favelas e locais específicos (por exemplo, grupos de idosos, militares, locais de trabalho) 
  • A violência e o suicídio
  • Suicídio, artes e literatura 
Nas palavras do presidente da IASP, Dr. Brian L. Mishara 

Há uma variedade de temas, tanto gerais quanto especializados que estimulam e motivam os participantes nos seus trabalhos. Este será nosso 25 Congresso Mundial e somente o terceiro a realizar-se na América Latina. A região da América Latina e do Caribe tem desafios específicos na prevenção do suicídio, mas é também um lugar de novas práticas criativas e inspiradoras e de um crescente interesse na pesquisa da Suicidologia.

Mais informações aqui.

domingo, 26 de abril de 2009

Fazendo valer a pena a vida face à morte de um ente querido

Faça Valer: Uma Morte e Uma Vida

Quando seu filho cometeu suicídio, Virginia Cervasio superou sua dor ajudando outras pessoas a evitarem o mesmo caminho.

Por Lynn Rosellini, do Reader’s Digest (edição estadunidense)
Virginia Cervasio não esperava por aquilo. Seu filho Angelo, 24 anos, raramente bebia, nunca usou drogas e nem se mostrava depressivo. Era um veterano da Força Aérea, gostava de andar com sua moto e tinha se candidatado para entrar para a Polícia perto de sua cidade natal, no sudoeste da Flórida.
Então, não muito depois da meia-noite de 17 de janeiro de 2006, os policiais tocaram a campainha da casa de Virginia. Angelo estava morto. Havia atirado em si mesmo em um suicídio aparente.
Durante semanas, Virginia sequer conseguiu se levantar do sofá. “Eu queria morrer”, ela lembra. Torturada pela culpa, ela se repreendia por não ter conseguido identificar os possíveis sinais. Finalmente, ela disse que precisava achar uma maneira de por os pés no chão ao acordar. Três meses depois da morte de Angelo, Virginia fundou a C.A.R.E.S. (sigla em inglês para Consciência Comunitária para o Reconhecimento e Educação sobre o Suicídio) e realizou a primeira reunião em sua casa, na cidade de Cape Coral. Duas pessoas vieram: um amigo da família e uma mulher cujo filho tinha cometido suicídio.
Virginia, que é secretária, não sabia nada sobre como levantar fundos ou redigir pedidos de contribuição. Mas ela começou a visitar clubes de serviço, fundações e empresas locais à procura de doações. Não foi fácil. Ela descobriu que o suicídio é um tema que todos preferem evitar.
Mas ela persistiu. Falava às pessoas que a cada 16 minutos alguém comete suicídio nos Estados Unidos. Há mais suicídios que assassinatos. Obviamente a história que prendia mais a atenção era a de seu próprio filho. Virginia e seus diretores organizaram um show anual de variedades de um colégio e uma caminhada de cinco quilômetros. Em pouco tempo, as doações e os voluntários começaram a aparecer.
Em dois anos, ela tinha levantado 25 mil dólares para sua organização sem fins lucrativos (www.leecountycares.org). Hoje, a C.A.R.E.S. mantém um centro de recursos para a prevenção do suicídio  em Cape Coral cheio de voluntários, com dois terapeutas profissionais à disposição. O centro oferece aconselhamento, referências e grupos de suporte para adolescentes e adultos. Virginia também tem falado a mais de 2.500 estudantes sobre os sinais de advertência e lugares para buscar ajuda.
Depois que Lauren Reuter, de 15 anos, perdeu sua mãe para o suicídio, ela ficou tão impregnada com o ódio, que se recusava a conversar sobre a morte de sua mãe. Ela se uniu ao grupo de terapia da C.A.R.E.S. para adolescentes, onde encontrou outras crianças que passaram por experiências semelhantes e que entendiam como ela se sentia. “Lauren finalmente conseguiu se lembrar dos bons momentos com sua mãe”, disse seu pai, Peter.
Embora Angelo Cervasio tivesse deixado uma carta de adeus, ele não explicou por que tirou sua vida. Só mais tarde foi que Virginia, seu esposo Alex, e seus filhos Frank e Joe souberam que ele estava frustrado com seu emprego como segurança e estava à procura de outro trabalho. “A pergunta ‘por quê?’ fica com você por muito tempo”, diz Virginia. “Tive de aprender que não poderia mais fazer essa pergunta, porque eu jamais conseguiria obter a resposta.”
No final, a morte de Angelo teve um impacto positivo em Virginia, agora com 50 anos. “Estou indo à faculdade pela primeira vez em minha vida para me tornar uma advogada de defesa”, ela diz. “Meu filho mudou meu caminho.”
Você está fazendo valer a pena?
Inspirada pela história de Virginia Cervasio, a Fundação Reader’s Digest fez uma doação de 100 mil dólares à Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio, uma organização sem fins lucrativos que objetiva prevenir o suicídio por meio de pesquisas, educação e legislação. Envie sua história “Faça Valer” hoje mesmo.

Fonte: http://www.rd.com/make-it-matter-make-a-difference/make-it-matter-suicide-prevention/article102215.html

Tradução: Lucas Yassumura  
Revisão: Abel Sidney

sábado, 25 de abril de 2009

A sobrevivência ao suicídio: breve e boa notícia

O Boletim Sociedade Viva - Violência e Saúde, de Campo Grande-MS, noticiou:

Psicóloga fala sobre atenção ao suicídio

Em palestra realizada no início da tarde de terça-feira, 09/11, a psicóloga do projeto Prevenção ao Suicídio da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Isabel de Araújo Quental, relatou sua experiência no atendimento a pacientes adultos sobreviventes a tentativas de suicídio. O serviço funciona desde 2001, no hospital Philippe Pinel, e recebe tanto pacientes quanto familiares dessas pessoas.

“O atendimento é feito em sistema ambulatorial, sem agendamento prévio. As pessoas são informadas sobre o serviço, geralmente nos hospitais onde são socorridas. Elas já chegam sabendo em que dias e horários o serviço é oferecido e então procuram o grupo que mais lhes convier”, explicou. 

A psicóloga comentou também sobre o fato de o suicídio ainda ser tratado como um tabu e de “estar associado a outras mazelas sociais, a outros tipos de violência, além da auto-violência”.

Com essa argumentação, a psicóloga justificou a fragilidade destes pacientes e do respeito e cuidado que deve cercar o trabalho a eles direcionado. “Temos que respeitar o tempo de cada um. Nem sempre é na primeira sessão que eles se abrem”. 

Ela disse ainda que do grupo de 38 pacientes que freqüentaram regularmente as sessões propostas, nenhum voltar a atentar contra a própria vida.

Fonte: http://www.ccs.saude.gov.br/sociedadeviva/itinerancia/campogrande/Boletim2.pdf

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Campanha do CVV de 2007 ainda repercute na mídia estrangeira

Considerado como uma das 10 mais intensas e densas campanhas de marketing de guerrilha social, os cartazes do CVV, de 2007, ainda é referência, sendo citado comumente em blogs estrangeiros.

Vejamos: 

"Tão simples, quanto eficaz. Estes cartazes, de uma organização brasileira de prevenção do suicídio, utiliza tão somente uma folha em branco e o recorte de uma silhueta de alguém em queda - o espaço em negativo, do recorte, parece promover o salvamento". 2 abril 2009 (http://toi.tokao.com/category/journal/)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Educadores do Mississippi treinam prevenção do suicídio

A notícia acima, de 18 de abril (2009), está estampada no centenário jornal Picayune Item, de Picayune, no estado norte-americano do Mississipi.

Alguns trechos (com tradução e adaptação):

Teresa Mosley espera que uma nova lei no Mississipi ajude outras famílias a evitar a trágica angústia que sua família experimentou devido ao suicídio de sua filha adolescente.

Professores e diretores das escolas públicas serão treinados, no período de 2009 a 2010, para identificar os sinais de alerta que um adolescente pode emitir sinalizando que colocará fim em sua própria vida. 

A Fundação Jason, uma organização educativa dedicada à conscientização e prevenção do suicídio juvenil, doará o material de formação necessário. 

O suicídio é a terceira maior causa de morte de jovens entre 15 a 24 anos, no Mississipi.

Clark Flatt, presidente da Fundação Jason, cujo nome é uma homenagem ao seu filho mais novo, que suicidou-se em julho de 1997, afirmou que o suicídio de adolescentes é "uma epidemia silenciosa".

"Não posso fazer nada quanto à perda do meu filho", disse Flatt durante uma palestra, "Mas... há muito o que fazer, investindo na prevenção, ajudando outros jovens para que não tomem esta mesma decisão". 

Para conhecer a Fundação Jason clique aqui

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Valorização da vida e prevenção do suicídio nas escolas espanholas


O Guia para os gestores da educação e da saúde, publicado pelos ministérios da Educação e da Saúde espanhóis, tem como subtítulo Critérios de qualidade para o desenvolvimento de projetos e ações de promoção e educação para a saúde no sistema educativo.

Neste documento há 7 (sete) ocorrências para o termo "suicídio", o que demonstra a importância do tema, face à sua presença e ameaça, a exigir prevenção também no âmbito do sistema educacional. 

No capítulo que trata do "conhecimento disponível relativo às características das intervenções educativas de provada efetividade" considera-se como um campo de atuação prioritário o "bem-estar e a saúde emocional". É neste âmbito que o tema suicídio surge, logo nas primeiras linhas:

Nos países desenvolvidos, e portanto também na Espanha, cresce a preocupação com a saúde emocional da população escolar. A depressão, a ideação suicida, as tentativas de  suicídio os suicídios consumados parecem aumentar gradativamente entre os alunos, ao mesmo tempo em que se manifesta muitos episódios de violência nas escolas.

Depois de citar a ocorrência do bullying e a presença dos tantos transtornos de saúde mental a afetar o alunado, tem início o debate em torno da educação para a saúde como tema transversal e longitudinal. Aponta-se, também, a ausência de referencial teórico e de material educativo para se trabalhar estes temas, ao mesmo tempo em que se situa a sua urgência, destacando-se a necessidade de se "mobilizar atitudes e condutas" junto aos alunos!!

Convidamos, pois os leitores-estudiosos a conhecer o documento na sua íntegra, pois a experiência dos espanhóis certamente poderá servir como contraste às ações que estão sendo efetivadas no Brasil, ainda que timidamente e de forma isolada. 

terça-feira, 21 de abril de 2009

Epidemia silenciosa na Flórida...

Dia 22 de abril (2009), em Miami, ocorrerá o Dia de Prevenção do Suicídio, encontro anual em sua sétima edição,

"De acordo com a Secretaria de Saúde da Flórida, 2.570 habitantes daquele estado norte-americano perderam suas vidas por meio do suicídio em 2007, à proporção de 7 pessoas ao dia. Destas, 231 tinha idade entre 10 e 24 anos. Tragicamente, muitas famílias e comunidades tem sido afetadas pelas mortes de pessoas amadas, colegas de escola, de trabalho, vizinhos. Dois eventos serão realizados para enfrentar esta epidemia silenciosa."

Em resumo, dois eventos marcarão a data. 

Haverá uma vigília em lembrança aos entes queridos falecidos no mês de março. Na ocasião será possível deixar mensagens aos mortos, que serão reunidas posteriormente em um memorial.

Será também realizada uma oficina de prevenção do suicídio, que terá como ponto de debate a questão do suicídio como problema de saúde pública.

A estratégia de prevenção do suicídio na Flórida projeta uma redução de ocorrências em, pelo menos, um terço até 2010. 

Fonte: http://www.wakulla.com/Wakulla_News/State_Government_News/April_22_is_7th_Annual_Suicide_Prevention_Day_at_the_Capitol_200904207656/

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Escolha a vida! Mais que um slogan, um efetivo plano de prevenção do suicídio na Escócia


No site chooselife.net encontramos todas as informações sobre prevenção do suicídio na Escócia.

As informações básicas da página inicial são estas:

Todos os dias, duas pessoas se suicidam na Escócia

Em 2002, o Governo Escocês lançou o programa “Escolha a Vida”, um plano de estratégia e ação para os dez anos seguintes para a prevenção do suicídio na Escócia.

O programa “Escolha a Vida” propõe uma estrutura para garantir que ações sejam tomadas nos âmbitos nacional e local para desenvolver habilidades, realizar treinamentos, encorajar as pessoas a procurarem por ajuda mais cedo, melhorar o conhecimento e a consciência sobre “o que funciona” na prevenção do suicídio e encorajar o trabalho de parceria e coordenação aperfeiçoada entre os serviços.

Nosso website objetiva ser um portal central de informações sobre a prevenção do suicídio na Escócia – ajude-nos a manter outras pessoas informadas sobre nossos progressos e diga-nos se ele lhe foi útil.

Dougie Paterson, Administrador do Programa
 
Não esconda. Fale sobre isso.


O programa “Escolha a Vida” marcou o início da Semana de Prevenção ao Suicídio 2008 com o lançamento da campanha nacional “Não esconda. Fale sobre isso.” A campanha de comunicações integradas tornou-se parte vital da implantação da estratégia entre a população ao se conscientizar sobre o suicídio e sobre como ele pode ser prevenido. Foram usados pôsteres e propagandas na imprensa e rádio, bem como anúncios online para direcionar as pessoas ao novo website público www.suicide-prevention.co.uk. Diversas atividades locais também foram realizadas, amplificando as mensagens principais da campanha nacional que refletiu o tema do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio em 2008, para “pensar globalmente, planejar nacionalmente, agir localmente".

Para acessar o documento completo sobre o programa Escolha a vida, clique aqui.

Tradução: Lucas Yassumura (a quem somos grato!)

sábado, 18 de abril de 2009

Vozes que clamam...

A prevenção do suicídio 

Lauro Monteiro, médico pediatra e editor do Observatório da Infância

No imperdível filme "A vida dos outros" (Das Leben der Anderen), um escritor que vive na antiga República Democrática Alemã (RDA), denuncia para o Ocidente que a taxa de suicídio no seu país só era superada pela Hungria. Foi uma denúncia-escândalo. A mídia, o governo e a população resistem à divulgação de casos de suicídio, a falar de suicídio e, obviamente, de prevenir o suicídio. Já divulgamos no Observatório o livro do jornalista Arthur Dapieve (Morreu na contramão - O suicídio como notícia). Outro jornalista André Trigueiro apresenta hoje em O Globo, provocador e sobretudo objetivo artigo: "A prevenção do suicídio". Vamos reproduzir este artigo na íntegra (publicado também no jornal O Guaporé, de Porto Velho), em razão do seu aspecto de utilidade pública ao citar cifras e sobretudo O TELEFONE 141, DO CENTRO DE VALORIZAÇÃO DA VIDA.

"Quando a Organização Mundial de Saúde revelou, no último dia 10 de setembro (Dia Mundial de Prevenção do Suicídio), que aproximadamente três mil pessoas se matam por dia; que esse número cresceu 60% nos últimos 50 anos, especialmente nos países em desenvolvimento; e que o suicídio já é uma das três principais causas de morte entre os jovens e adultos de 15 a 34 anos, poucos veículos de comunicação se interessaram em abrir espaço para essas informações.

Talvez tenha prevalecido a tese de que qualquer menção ao suicídio na mídia possa fomentar a ocorrência de novos casos. O risco de fato existe quando se explora o assunto de forma sensacionalista, dando visibilidade a detalhes mórbidos que possam inspirar a repetição do gesto fatal. Mas a própria OMS recomenda enfaticamente a veiculação através da mídia de informações que ajudem na prevenção do suicídio, como já se faz em relação à dengue, hanseníase, tuberculose, AIDS, câncer de mama e outras doenças. "A disseminação de informação educativa é elemento essencial para os programas de prevenção; nesse sentido, a imprensa tem um papel relevante", é o que se lê na apresentação do manual de prevenção do suicídio dirigido aos profissionais de imprensa pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde.

E quais são as informações relevantes que precisam ter mais espaço na mídia? É preciso informar que, na maioria dos casos, pode-se prevenir o suicídio. Na quase totalidade das ocorrências, há algum transtorno mental (depressão, reações ao uso de drogas lícitas ou ilícitas, esquizofrenia, transtornos de personalidade etc.) que, somado a outros fatores, favorece o auto-extermínio. É igualmente mportante reconhecer as circunstâncias em que há "risco de suicídio", principalmente quando a pessoa verbaliza o desejo de se matar - nesses casos os profissionais de saúde informam que a maioria das pessoas que tiraram a própria vida comunicou a intenção previamente - ou quando apresenta os sintomas de depressão, que, nas manifestações mais graves, requer cuidados redobrados. No enfrentamento da depressão, estima-se que 2/3 das pessoas tratadas respondem satisfatoriamente ao primeiro antidepressivo prescrito.

Embora este seja um assunto ausente na mídia, o suicídio é considerado problema de saúde pública no Brasil. Aqui ainda se registram taxas pequenas em relação a outros países (3,9 a 4,5 para cada 100 mil habitantes), mas em números absolutos já estamos entre os dez países do mundo onde ocorrem mais suicídios (aproximadamente oito mil casos por ano), uma quantidade certamente bem superior, considerando que muitos atestados de óbito omitem a intenção do suicídio em mortes oficialmente causadas por acidentes de trânsito, overdose, quedas etc. Há outros números que deveriam justificar uma preocupação maior da sociedade em relação ao problema: as tentativas de suicídio ocorrem numa proporção pelo menos dez vezes superior ao dos casos consumados e para cada suicídio, há em média 5 ou 6 pessoas próximas ao falecido que sofrem conseqüências emocionais, sociais e econômicas.

Omitir essas informações da sociedade significa esconder a sujeira debaixo do tapete e fingir que o problema não existe. Se prevenção se faz com informação, é preciso enfrentar com coragem o tabu que envolve o suicídio. Tão importante quanto rastrear as causas desse problema de saúde pública - incentivando a realização de pesquisas, seminários e congressos científicos - é apoiar as redes de proteção que trabalham em favor da vida, como é o caso dos grupos de apoio que reúnem os "sobreviventes de si mesmo", aqueles que tentaram, mas não conseguiram se matar; familiares e amigos de suicidas que compartilham suas experiências em dinâmicas de grupo conduzidas por terapeutas; e organizações voluntárias que realizam gratuitamente um serviço de apoio emocional e prevenção do suicídio por telefone como é o caso do Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo número 141.

Há inúmeros motivos para se acreditar que a prevenção do suicídio seja uma causa urgente e necessária. Entre eles, os depoimentos dos suicidas que não conseguiram consumar o auto-extermínio. Uma boa amostragem desses relatos aparece na excelente reportagem "Os sobreviventes da ponte", publicada em O GLOBO no ano de 1984, na qual o repórter entrevistou quatro pessoas (um comerciante, um estudante, um comerciário e um estofador) que pularam da ponte Rio-Niterói com o objetivo de se matar, mas, embora tenham se machucado bastante, não faleceram. Todas, sem exceção, declararam-se arrependidas e se apegaram de uma forma diferente à vida. No polêmico documentário "A Ponte", do cineasta americano Eric Steel, são registradas em imagens fortes os flagrantes de seis casos reais de suicídio consumados na Golden Gate, em São Francisco no ano de 2004. Há também um único depoimento de alguém que tentou se matar e não conseguiu: um rapaz revela em detalhes o salto para a morte a 60 metros de altura; durante os quatro segundos de queda livre a aproximadamente 200 Km por hora, ele se arrependeu da decisão e conseguiu girar o corpo de forma a tentar cair de pé no espelho d´água; apesar das inúmeras fraturas e escoriações, conseguiu sobreviver, nadar até a superfície e aguardar o resgate. É bastante sugestiva a convergência de depoimentos em favor da vida de quem esteve tão perto da morte. O problema é que, na maioria absoluta dos casos, o arrependimento pode vir tarde demais."

Não dá para ficar calado

Sexta-feira, 14 de Dezembro de 2007
http://naodaparaficarcalado.blogspot.com/2007/12/preveno-do-suicdio_14.html

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Divulgação: Seminário "Raízes da Depressão" em Palmas, Tocantins

A Associação de Assistência e Valorização da Vida - ASSAVI, com sede na 104 sul, Rua SE 11, No.  28, Sala 01, Plano Diretor Sul, Palmas-TO, estará realizando nos dias 24, 25 e 26 de abril deste ano o Seminário Raízes da Depressão, no auditório da ATM (Associação Tocantinense dos Municípios) com o escritor Mauro de Souza Borges, mais conhecido como Coty, de Curitiba.

O evento visa trazer conhecimento de um diferencial no diagnóstico de um real quadro de depressão.

A depressão tem um caráter gradativo. Dependendo da intensidade e do tempo de interação com os seus agentes, ela pode se apresentar, desde como uma situação de tristeza crônica, até um quadro agudo de apatia, aflição, solidão, desistência, desintegração da auto-estima e, ainda mesmo como uma quebra do controle emocional, caracterizada por sintomas alarmantes. Quanto mais cedo acordarmos, mais fácil será tratar o problema.

Estima-se que 20% das pessoas estão sofrendo com problemas depressivos. Segundo a OMS, a depressão aumenta na proporção de 1% ao ano e a previsão é que ela será o principal problema de saúde até 2020.

As causas da depressão podem ser várias, e apesar do seminário não dar ênfase, mas mencionará algumas possíveis situações envolvendo distúrbios orgânicos que podem estar colaborando na construção e sustentação de um quadro depressivo.

O estado depressivo, emocionalmente falando, acaba refletindo no metabolismo. Hoje, sabe-se que eventos negativos da vida desencadeiam depressões graves, principalmente se existe uma predisposição bioquímica.

Apesar do conforto proporcionado pelos avanços tecnológicos, presenciamos uma sociedade abatida, insegura e cada vez mais vulnerável. Essa é a desafiadora arena onde, definitivamente, entra em cena o grande mal do Século: a DEPRESSÃO.

O Seminário será de cunho coletivo, e com vagas limitadas. Os contatos com os organizadores do evento são: (63)8111-8943 / 3225-0045 / 3026-2334. Dra Marili Coraiola. Inscrições e informações pelo site: http://www.servodaorelhafurada.com.br/depressao

Fonte: http://www.ogirassol.com.br/pagina.php?editoria=%C3%9Altimas%20Not%C3%ADcias&idnoticia=5194 

CVV em ação & inovação: livros, leitura, solidariedade

O CVV (Centro de Valorização da Vida) de Criciúma, Santa Catarina, promoveu neste dia 2 de abril (2009) a terceira edição da Feira do Livro Usado, um inteligente meio de arrecadação de recursos e de prestação de serviços à comunidade. 

Mais de 5 mil  títulos estiveram à disposição do público na Praça Nereu Ramos, a preços simbólicos.

Junta-se em um evento desta natureza muitas boas idéias & práticas em meio ao incentivo à leitura e ao convite à solidariedade.

Um bom exemplo!

CVV Criciúma
Rua João Pessoa 151, Edifício Irene Costa, Sala 201
Telefones: 3439 0222 ou 141
www.cvvcriciuma.org.br

Fonte: http://www.difusora910.com.br/jornalismo_detalhes.php?codigo_not=34790&tipo=n

quinta-feira, 16 de abril de 2009

A felicidade e sua dinâmica

A felicidade é também objeto de estudos científicos, embora isso possa parecer inusitado. 

Hoje me deparei com um artigo do pesquisador e professor da USP, José Aparecido da Silva, denominado A dinâmica da felicidade. 

Um internauta, organizador de trechos expressivos de textos alheios, fez um apanhado deste artigo, que lhes apresento abaixo:

A experiência autotélica

(...) uma das noções recentemente introduzida para explicar a felicidade é aquela denominada experiência autotélica ou de personalidade autotélica.

O conceito descreve um tipo particular de experiência que é tão absorvente e prazerosa que ela se torna autotélica, isto é, valorosa por fazer algo para o seu próprio bem, mesmo que não tenha qualquer consequência externa.

Atividades criativas, música, esportes, jogos e rituais religiosos são alguns exemplos típicos deste tipo de experiência. Pessoas autotélicas são aquelas que tem com frequencia tais tipos de experiência, independente do que elas estejam fazendo.

Muitos estudos tem sugerido que a felicidade depende de uma pessoa ser capaz de derivar experiências autotélicas a partir de qualquer coisa que ela faz. Em adição, os dados tem mostrado que este tipo de experiência não é limitada a empenhos criativos.

Ela também pode ser encontrada nos adolescentes que adoram estudar, nos trabalhadores que apreciam os seus trabalhos e nos motoristas que adoram dirigir. Esse tipo de experiências tem algumas características comuns.

Primeiro, as pessoas reportam que conhecem muito claramente o que elas tem de fazer, passo a passo, em parte porque elas conhecem o que cada atividade exige e, em parte, porque elas estabelecem com clareza os objetivos de cada passo ou atividade.

Segundo, as pessoas podem obter feedback imediato sobre o que estão fazendo. Novamente, pode ser porque as atividades fornecem informações sobre o desempenho ou porque as pessoas tem um padrão interno que torna possível conhecer se as ações realizadas alcançaram aquele padrão internalizado.

Finalmente, uma personalidade autotélica sente que suas habilidades para agir se emparelham às oportunidades para a ação. Se o desafio é muito maior para as habilidades de uma pessoa, provavelmente ela sentirá ansiedade ou angústia; se as habilidades são maiores que os desafios, a pessoa se sentirá entediada.

Quando, porém, os desafios estão em perfeito equilíbrio com as habilidades, a pessoa se sentirá envolvida e encantada com a atividade e uma experiência autotélica resultará.

Em resumo, as pessoas autotélicas tendem a registrar mais frequentemente estados emocionais positivos, sentem que sua vida é mais significativa e tem mais objetivos.

Esse conceito de experiência autotélica nos ajuda a explicar as causas contraditórias, e algumas vezes conflitantes, do que nós usualmente denominamos de felicidade. Ele explicar porque é possível alcançar estados de bem-estar subjetivos por meio de diferentes caminhos: as pessoas são felizes não por causa do "que" elas fazem, mas por causa do "como" elas fazem.

Devemos ter prazer num dado estado mental para nos beneficiarmos dele. Em outras palavras, afelicidade é a habilidade de estar completamente envolvido com a vida. Se as condições materiais são abundantes, tanto melhor, mas a falta de riqueza, ou de saúde, não pode impedir uma pessoa de ter experiências autotélicas, quaisquer que sejam as circunstâncias que ela tenha em mãos.

É necessário também encontrar satisfação na realização de atividades que são complexas e que fornecem um potencial para o crescimento durante toda a vida e que, também, permitam a emergência de novas oportunidades para a ação e a estimulação de novas habilidades.

Quando experiências positivas derivam-se de atividades físicas, mentais ou de envolvimentos emocionais plenos oriundos do trabalho, dos esportes, dos hobbies, da meditação e das relações interpessoais, então as chances para uma vida complexa que leva à felicidade certamente aumentam.

Devemos finalmente lembrar, tal como John Locke alertou, que as pessoas não devem confundir felicidade imaginária com a felicidade real, e enfatizar, tal como Platão fez há 25 séculos, que a tarefa mais urgente de nossos educadores é ensinar os nossos jovens a encontrar prazer nas coisas certas. Felicidade é a harmonia entre o pensar, o dizer e o fazer.   

Fonte: http://www.barrichelo.com.br/biblioteca/trechos/trechos.asp?id=118

Texto integral: http://www.reporterdiario.com.br/index.php?id=126355&secao=5

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vozem que clamam no deserto também podem se fazer ouvir!!

Um apelo público, em um jornal, em Concepción del Uruguay, cidade da província Entre Ríos, na Argentina, nos chamou a atenção. Ei-la, na íntegra:

Senhora Diretora, 

Surpreende-me o fato das autoridades governamentais ainda não terem tomado medidas de prevenção, diante da onda de suicídios que há muito tempo varre 
a província. Em Concepción del Uruguay, há aproximadamente um ano, tem-se apresentado um número de ocorrências expressivo. Por favor, senhor intendente, busque ajuda juntos aos profissionais para que campanhas de prevenção sejam realizadas. Levantem os dados e vocês poderão avaliar melhor a situação. De minha parte tenho comprovado isso todos os dias por meio das notícias que leio no jornal.  

Clara del Carmen Boladeres

Fonte: La Calle-online, de Concepción del Uruguay (15 abril 2009)
http://www.lacalle-online.com/interior.php?ID=160328

A necessidade da necrópsia psicológica em caso de suicídio

Médico legista entrevistado pelo jornal El Tiempo, de Cuenca, no Equador, chama a atenção para a necessidade de necrópsia psicológica em casos de suicídio consumado.  O objetivo é se buscar elementos que determinem o comportamento dos suicidas em potencial. Alguns elementos podem indicar pistas, neste sentido: o tipo de música que se ouve, os livros lidos, como as casas (os quartos, principalmente, acrescentamos) são decorados e outros aspectos que possam revelar o estado de ânimo e o comportamento daqueles que consumaram o suicídio. 

Jaime Pacheco afirmou ainda que em muitos países as necrópsias psicológicas são comumente realizadas, com visitas aos locais das ocorrências por especialistas, que ainda investigam o local de trabalho, dialogam com familiares e amigos, para que se possa determinar as causas que levaram a pessoa a tomar esta decisão. Com base nestas informações é possível se realizar campanhas de prevenção com mais êxito. 

O médico finaliza a entrevista afirmando que em seu país não existe departamento especializado em medicina legal, exigindo-se, em contrapartida, um trabalho em equipe, no qual estejam integrados médicos, psicólogos, psiquiatras e policiais.  

A reportagem ainda noticia o suicídio de um jovem, causado provavelmente por problemas na escola, o que pode configurar mais um dos tantos casos de bullying com vítimas fatais!!

Fonte: 
Suicidios y autoagresiones, cosa de todos los días (15 abril 2009)
http://www.eltiempo.com.ec/noticias-cuenca/14081-suicidios-y-autoagresiones-cosa-de-todos-los-da-as/

terça-feira, 14 de abril de 2009

Distúrbios mentais e suicídio

Distúrbios mentais na infância podem predizer futuras tentativas de suicídio
Patricia Matey - Madrid (07/04/2009)

. Doenças psiquiátricas não é um fator preditivo de suicídio nas meninas
. Os problemas de conduta mais frequentes naqueles tentam ou consumam o suicídio

Poder prever que um adolescente tentará suicidar-se é possível em boa parte dos casos em que se pode ter um olhar retrospectivo. Um novo trabalho científico traz evidências de que a maioria dos jovens que tentam ou tiram a própria a vida tinha problemas psiquiátricos aos oito anos, uma  informação relevante que deveria nos levar a refletir sobre a importância da detecção e tratamento precoce dos distúrbios mentais no período da infância. 

Não ocorre o mesmo no caso das garotas. "Ter padecido uma doença mental na infância não prediz o suicídio feminino. Esta descoberta está inserida no contexto dos estudos prévios que têm indicado a complexa associação entre o sexo e o suicídio", comentam os pesquisadores, liderados por Anfre Sournader, do Departamento de Psiquiatria Infantil do Hospital Universitário de Turku, na Finlândia. 

A cientista, em declaração ao jornal elmundo.es, afirmou que "em todos os países europeus, os suicídios são mais frequentes nos garotos que nas garotas, ainda que o índice de tentativa delas seja maior do que o deles".

O suicídio na Espanha já é a segunda causa de morte entre os adolescentes de 15 a 24 anos. Um dado preocupante não só em nosso país. Em 23 de março próximo, Sue Minto, diretora de ChildLine (o serviço telefônico britânico para a prevenção do suicídio) anunciava que o número de jovens que tinha recorrido ao serviço triplicou nos últimos cinco anos.

Teste para sintomas depressivos

A investigação, recentemente publicada na revista Archives of Geral Psychiatry, faz parte do trabalho conhecido como “Estudo Finlandês dos Nascidos em 1981”. Nele estão inclusos 5.302 participantes que tem sido examinados dos oito aos 24 anos. Os cientistas recolheram informações de pais, professores e mesmos dos participantes por meio de questioníaros que descrevem a existência de distúrbio mental e problemas de conduta. Foram feitos testes nos meninos e meninas para avaliar a existência de sintomas depressivos.

Das mortes ocorridas entre os participantes masculinos, na faixa de oito a 24 anos, 13 foram suicídios. Entre as garotas, de 16 mortes apenas duas se deram por meio do suicídio.

"Um total de 54 participantes consumaram ou tentaram o suicídio, provocando internamento hospitalar.  Dos homens que morreram ou tentaram suicidar-se, 78% deles aos oito anos tiveram transtornos psiquiátricos claramente determinados contra 11% das mulheres", são as conclusões do trabalho. 

Outros dados que desenham o perfil dos jovens com mais risco de tentar tirar a própria vida ou de conseguir isso são os "que pertencem com mais frequência a famílias sem pais biológicos e que seus professores tenham detectado  algum distúrbio de conduta, como problemas emocionais ou hiperatividade quando eram meninos", acentuam os pesquisadores. Por outro lado, os sintomas depressivos relatados pelos menores não foram fator preditivo de suicídio.

Um dos aspectos que mais claramente presente no trabalho investigativo é que entre os jovens "as tentativas de suicídio ou a sua consecução sinaliza algo que persiste ao longo da vida e que se inicia na infância. De fato, em cinco dos casos os níveis de sintomatologia psiquiátrica aos oito anos eram muito elevados. A ansiedade foi o transtorno que mais fortemente relacionado com o fato de se tirar a vida ou de tentar fazê-lo", apontam os autores.
 
Buscar ajuda

A partir da perspectiva da "prevenção do suicídio há que destacar que nenhum dos participantes masculinos que tinham um grave risco de se suicidar havia se consultado com algum especialista, um dado que já se observou em outros trabalhos prévios, que têm constatado que aqueles que tentam suicidar-se costumam consultar menos os profissionais da saúde do que o resto da população", relembram os pesquisadores.
 
Diante destas descobertas, os pesquisadores acham que a comunidade médica deve realizar um esforço extra para convencer as pessoas de alto risco a que busquem ajuda nas consultas.

"Só uma pequena parte dos meninos com distúrbios mentais são diagnosticados e só uma pequena parte deles recebe tratamento. Este é um dos principais desafios que os serviços de saúde pública dos países desenvolvidos precisam enfrentar. Os meninos têm o direito de passar por uma avaliação psicológica e ter também acesso ao tratamento para seus problemas psiquiátricos. Isto deveria ser uma prioridade do sistema de saúde", propõe a responsável pela pesquisa.

É também proposta da pesquisadora a realização de revisões efetivas para detectar e tratar os problemas mentais dos meninos como "uma prática permanente de prevenção do suicídio masculino, com foco especialmente nos garotos com problemas graves de conduta que não tem tido acompanhamento médico. Investigações posteriores deverão ser realizadas para garantir que estas medidas preventivas na fase infantil reduzam as taxas de suicídio na idade adulta". 

Fonte: http://www.elmundo.es/elmundosalud/2009/04/06/psiquiatriainfantil/1239047628.html

Tradução: Abel Sidney 
Com o auxílio do programa de código aberto (open-source) Apertium, de tradução automática (http://www.apertium.org/)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Linha 149 é inaugurada em Assunção, no Paraguai

Linha 149 para pessoas em situação de crise é inaugurada 
Elvira Olmedo Zorrilla

“Para que nasci?”, “cansei de viver...”, são algumas das frases que costumam dizer com insistência os que desejam suicidar-se. Uma experiência traumática com final feliz, porém, nos conta Estela, de 40 anos, mãe de quatro filhos, que ante o desespero de não ter dinheiro para sustentar os filhos, tentou se matar. Um fato que não se consumou graças a um telefonema ao psicólogo que atende pessoas em desespero. 

A depressão é uma doença que pode chegar a ser crônica se não tratada a tempo. Seus portadores são capazes de atentar contra a própria vida. Uma pausa oportuna – via telefone em muitos casos – é fundamental para se salvar uma vida.  

Na semana passada, foi iniciada o trabalho da “Emergência 149” para as pessoas em estado de crise. Esta linha emergencial é fruto do trabalho dos integrantes da Associação Paraguaia de Prevenção do Suicídio, cuja sede está situada na rua Washington, 853, Assunção. 

Para se atender às chamadas necessita-se de voluntários entre 20 e 40 anos, de preferência estudantes de psicología ou de serviço social. A idéia é que o atendimento inicialmente vá de 8:30 às 18:00 de segunda a sexta, até tornar-se, posteriormente, integral (24 horas). 

“Muitas vidas podem ser salvas se proporcionarmos uma pausa necessária em momento oportuno”, afirmou o presidente da associação, Manuel Zavala, acrescentando que a vida humana é muito valiosa, tendo ele próprio salvado do suicídio aproximadamente 600 pessoas. 

Diz ainda Zavala que o suicida não quer morrer, deseja apenas deixar de sofrer. Com uma psicoterapia adequada pode-se recuperar o doente que caiu em depressão. Por isso, tem destinado parte de suas consultas em sua clínica particular ao atendimento gratuito a pessoas de poucos recursos. Um dos vários casos atendidos é o de uma mulher desesperada pela falta de dinheiro, que narra sua história. Um simples telefonema pode ser, às vezes, a diferença entre a vida e a morte. 

Causas da depressão 

O presidente da APPS indica como as causas mais comuns de depressão no Paraguai a desilusão amorosa e os problemas econômicos. Acrescentou ainda que os sinais de alarmes emitidos pelas pessoas que desejam intentar contra a própria vida são três: 

Manifestação verbal: 
. A pessoa diz: “para que eu nasci?”, “não quero mais continuar vivendo”, etc. 

Mudança de conduta: 
. Mudança repentina: de uma vida social normal ao isolamento. Começa a se vestir de forma desleixada. 

Crise: 
. Ocorre uma grande frustração ou desilusão e a pessoa não encontra apoio na família.  

Para conhecer o caso que teve um final feliz, dado por Zavala, pela linha 149 da Associação Paraguaia de Prevenção ao Suicídio, leia a matéria completa.

Fonte: http://www.abc.com.py/2009-04-12/articulos/511682/habilitan-linea-telefonica-emergencias-149-para-personas-en-situacion-de-crisis

Tradução: Abel Sidney 
Com o auxílio do Apertium programa de código aberto (open-source) de tradução automática (http://www.apertium.org/).

domingo, 12 de abril de 2009

Prevenção do suicídio na escola

Em Yucatán, jovens e até crianças tem se suicidado. As graves contradições sociais e as desigualdades econômicas tem um papel relevante nestas ocorrências. 

O suicídio é um problema social que se gera na comunidade e nela mesma pode ser prevenido. Não é assunto privativo de psicólogos ou psiquiatras, e também não se trata, necessariamente, de pessoas “doentes”. Em todo o caso, se quisermos abordá-lo como doença, trata-se de uma manifestação própria de sociedades doentes e em estado de desagregação, centradas no ter, acima do ser. Dentro deste quadro de complexidade, a escola se destaca como uma possível alternativa preventiva.

As taxas de suicídio tem aumentado entre os jovens, convertendo-os em um grupo de risco. O suicídio, mundialmente, é uma das cinco causas de mortalidade na faixa etária entre 15 a 19 anos e em muitos países tendo sido a primeira ou segunda causa de morte, tanto entre os homens quanto entre as mulheres desta faixa etária. 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, pelo menos cem mil adolescentes cometem suicídio a cada ano. Apresentamos, abaixo, alguns dos fatores de risco desta população jovem, incluindo-se aí também as crianças. 

Fatores de risco suicida em crianças e adolescentes:

* Pais às voltas com desequilíbrios emocionais
* Abuso do álcool e drogas na família
* Família violenta ou abusiva (incluindo abusos físicos e sexuais)
* Brigas frequentes entre os pais
* Rigidez familiar
* Ausência de comunicação no seio familiar
* Pouca atenção por parte dos pais ou professores
* Pais ou professores autoritários
* Ambiente escolar tenso ou agressivo
* Abuso verbal, físico ou sexual por parte dos professores
* Expectativas escolares demasiado elevadas por parte de pais e professores
* Ameaças de suicídio ou tentativas prévias
* Uso de álcool, drogas e depressão
* Antecedentes de depressão ou suicídio na família
* Suicídio de algum colega de escola

Os estudantes suicidas emitem avisos muito claros e costumam se abrir à possibilidade de serem auxiliados. Os professores podem ser orientados para reconhecerem em tempo os alertas de seus alunos, indo sua função além da de ensinar. Quando os professores encaram seus alunos como pessoas, em todas suas faces, podem mais facilmente evitar um suicídio.

Para maiores informações sobre prevenção do suicídio ligue para o “Salvemos uma Vida”: 9 45 37 77 ((Yucatán, México) ou visite seu site na internet (http://salvemosunavida1.tripod.com)

Fonte: www.poresto.net/ciudad/27414-prevencion-del-suicidio-en-la-escuela 

Tradução: Abel Sidney 
Com o auxílio do programa de código aberto (open-source) Apertium, de tradução automática (http://www.apertium.org/).